Fritadores

Boa Noite Senhores..

na realidade.. preciso de uma ajuda de vocês..
até algum tempo atras eu era Guitarrista.. e ainda trago as vezes alguns vícios fritadores (neste caso, talvez, encher linguiça), ou colorir demais a música.. colocando muitas notas e talz..

por um lado.. eu acho isso fantástico.. pois as sonoridades dissonantes geradas por alguns acordes são fascinantes as vezes (vulgo os empréstimos modais que uso a torto e rodo), mas alguns caras que toco (principalmente os guitarristas), as vezes, falam que eu embolo o som deles.. pois apareço demais.
Uns dois produtores já falaram isso... que a função é na realidade fazer a cozinha, dizem que fica legal mas preferem uma guitarra fazendo isso... mas sei la.. particularmente eu não consigo.. sempre coloco alguma coisa ali..

por isso .. eu dei uma lida .. vi o tópico "Menos é mais" do Alex, e peço a vocês, referências disso.. mais especificamente.. fazer a verdadeira cozinha da música.. sem embolar com os outros..

Muito Obrigado

PS: Eu tenho estudo muitos métodos de funk e soul ( o ultimo anda sendo o do Fernando Savaglia).. e sei la.. me motivam mais a fritar nas músicas hahaha

abraço

http://bass.forumeiros.com/t10360-eles-fritam-e-resolvem-e-tensiona-e-resolve

http://bass.forumeiros.com/t10295-eles-nao-fritam-mas-resolvem

Tem pra todos os gostos

essa no rabecão é linda de morrer...

obrigado Neto..
esse segundo post me fez lembrar do som da banda Novo Som.. que sempre é bonito e simples..

ta abrindo a cabeça hahahahaha
agora falta estudar a "verdadeira" tão falada cozinha!

Se você não tem preconceito musical dá uma escutada em ritmos regionais, forró, axé, samba. Ritmos onde o a cozinha, baixo + batera + percussão fazem toda a diferença.

rapaz.. eu baixei o CD da Banda Eva =)
eu vi os Posts do Alex.. achei fascinante...

então.. as vezes eu acho que eu faço um trabalho muito mais de solar na música do que propriamente criar o Groove que faz a galera sentir o famoso peso e swingue..

o engraçado é que no final das gigs o povo ate fala: "Caramba, o contra baixo apareceu bastante.. fico show".. mas sei la... as vezes acho que o correto seria: "PQP... essa banda tem uma sonoridade incrivel" (Notem as diferenças de enfases e superlativos)
sei la.. eu vou voltar meus estudos mais pra ritmos.. e conduções.. do que pra arpejos.. escalas e partituras do Jaco em trabalhos solo.

Talvez não estejam sobrando notas, mas sim faltando pegada.

Nada pessoal, mas em via de regra, guitarristas acham que tocar baixo é só acertar a casa e a corda. Sem pegada o negócio embola mesmo.

Estudar ritmos diferentes como o Neto indicou pode te dar uma boa noção de sonoridade no baixo.

Acho que se o problema fosse só nota demais, Billy Sheehan seria um coitado de um embolador.

Guilherme Lizardo escreveu:

por um lado.. eu acho isso fantástico.. pois as sonoridades dissonantes geradas por alguns acordes são fascinantes as vezes (vulgo os empréstimos modais que uso a torto e rodo), mas alguns caras que toco (principalmente os guitarristas), as vezes, falam que eu embolo o som deles.. pois apareço demais.
Uns dois produtores já falaram isso... que a função é na realidade fazer a cozinha, dizem que fica legal mas preferem uma guitarra fazendo isso... mas sei la.. particularmente eu não consigo.. sempre coloco alguma coisa ali..
por isso .. eu dei uma lida .. vi o tópico "Menos é mais" do Alex, e peço a vocês, referências disso.. mais especificamente.. fazer a verdadeira cozinha da música.. sem embolar com os outros..
abraço

Rapaz,

Um das coisas que caracteriza um bom baixista é por exemplo, saber a hora de NÃO tocar... . Na música, muitas vezes, como vc viu no tópico menos é mais. Eu também, há uns vinte e poucos anos atrás também larguei troquei a guitarra pelo contrabaixo. Se vc , assim como eu, tem um bom conhecimento de harmonia utilize-os para ser "cirúrgico", ou seja, ao invés de em um determinado momento da música utilizar as 5 ou 6 opções que lhe vem a mente, utilize uma ou duas. Vc verá que terá muito mais distaque com esta única nota do que ficar "brigando" com os outros instrumentos. Quer um exemplo:


Arthur Maia. Com GG e em carreira solo:



Arthur e o Gigante


Frtitação tem o seus momentos, mas como eu costumo dizer, e´como o drible no futebol. É pra ser utilizado com objetividade. Ter a percepção do que utilizar , na hora certa também faz parte da educação musical.


Outro exemplo de uma música fácil mas que já ´vi muita, mas muita gente mesmo, tocando errado...



O que foi feito aqui (introdução)? Uma frase na escala menor natural sobre o acorde acorde estático de Cm7, e o que o baixo faz? Joga tensão, fazendo a mesma frase em Fm natural, agindo como mais uma voz em um intervalo de 11ª 9 (ou 4ª,se preferir, mas como trata-se de um acorde menor...) Genial,sofisticado...e simples,poucas notas. O cara desatento ,na hora de tocar esta música "taca" a frase em Cm natural. Errado ? Não didaticamente, mas um assassinado do arranjo...
Procure acatar o que os seus amigos estão dizendo. Eu ouvi muitos comentários como esses no começo,e ,devido à juventude muitas vezes ficava irritado, como o tempo vi que tinham razão,aceitei ,corrigi e cresci muito musicalmente.

Veja o que o Dunga responde, logo na primeira pergunta, aos 01:09

Putz como guitarrista e baixista posso comentar o seguinte:
são instrumentos muito diferentes onde só as cordas coincidem e facilitam pra quem já toca guitarra mas a funçãoo e a pegada são tão diferentes que quando comecei de cara pensei:
putz vou aprender direito esse troço que não tem coisa pior que guitarrista tocando baixo.
A concepção é muito diferente e pra ser sincero no baixo curto ser simples e nem curto improvisar solo, coisa que na guitarra adoro, as vezes faço gigs com amigos guitarristas e já vou logo avisando:
não fica abrindo chorus de improviso em todas as músicas que não curto não.

Uma dica procure uns métodos de baixo e batera que ajudam pacas a rever a concepção e sair da linha guitarristica.

Billy Shenan (sei lá como escreve) por exemplo eu acho chato pacas mas é gosto particular.

Fernando Zadá escreveu:Putz como guitarrista e baixista posso comentar o seguinte:
a funçãoo e a pegada são diferentes
tem coisa pior que guitarrista tocando baixo.
A concepção é muito diferente
Billy Shenan (sei lá como escreve) por exemplo eu acho chato pacas mas é gosto particular.

(2)

Fattality!!

Só uma coisa:

Eu tb acho o Sheeham chato pra k@#$@$%@#$@#%@%@ralho!! Como baixista é um ótimo guitarrista...
Amigo que fundou o tópico,assista muitos vídeos do Billy Sheeham e veja o que NÃO deve fazer em uma gig,sob o risco de acontecer isto:

Eu penso que "fritando" ou não, o importante é fazer bem feito, e sem deixar de lado a sua própria personalidade.
Se você tem esse impulso de sempre fazer algo a mais, pode ser que simplesmente esse seja o seu estilo.
Não tem certo e errado.

Caso você sinta a necessidade (por conta própria, e não pq alguém te diz que vc está exagerando) de ser mais controlado, você vai se direcionar pra isso meio que naturalmente. Pelo menos eu acho que vai rs.
Agora, uma coisa é verdade: repetir sempre as mesmas ideias pode tirar o efeito delas.
Então, acredito que qualquer músico que queira seguir uma linha mais "cheia de notas" tem que diversificar, procurar dominar um pouco de várias técnicas, conhecer muito bem escalas, campo harmônico*...

Dito tudo isto, esse estilo "over" de tocar também requer bastante atenção, para não chocar com os outros instrumentos.

Dois grandes problemas desse estilo costumam ser:
-chocar com as guitarras: bastante fácil de acontecer. Se forem dois guitarristas então, é mais fácil achar espaço no metrô de SP às 7h da manhã do que achar espaço entre os arranjos deles.
- "abandonar" a batera: por mais que eu defenda o estilo "se der vontade, toque quantas notas vc quiser", ignorar a bateria, principalmente a linha de bumbo, pode deixar uma sensação de vazio bem grande.

*Exceção: conhecer apenas a escala maior e a pentatônica, ter Sheehan no sobrenome, desenvolver uma técnica absurda e ser um dos baixistas de maior personalidade na história do rock. (não disse que ele é o melhor baixista do rock, isso seria uma opinião pessoal. Opinião pessoal que, por acaso, é a minha )

Po pessoal, para o estilo da banda Dele, o Billy Sheehan estava mais que certo em fritar mesmo.Amigo ouça MArcus Miller,Sizão machado, toque "junto" as musicas dos estilos que voce gosta, Bernard Edwards do Chic é uma referencia obrigatória para esta função de cozinha , principalmente no Funk;
Quem acha que o Billy Sheehan é mau baixista pode tentar fazer um teste com esse amigo dele aqui pra ver se é facil tocar o que ele toca:

SILVIAO escreveu:
Quem acha que o Billy Sheehan é mal baixista pode tentar fazer um teste com esse amigo dele aqui pra ver se é facil tocar o que ele toca:

Bem, acho que ninguém aqui, até agora, disse isso...eu obviamente não acho ele mau baixista,só acho chato...

Realmente me expressei mal.Eu gosto do estilo dele,ja ouviu o trabalho dele no Niacin?

^ Putz aquele com o Billy Cobhan?
To com um video aqui e consegui assistir uns 5 minutos
Acho chato pacas!

Lembro que naquela já clássica vídeo-aula o Arthur Maia enfatizava em suas considerações finais a importância do baixo cumprir sua função na música, e, quando houver oportunidade, solar. Ele fazia uma analogia com futebol, como se a "cozinha" fosse a defesa do time: o goleiro seria o batera e o zagueiro o baixista. Jogaríamos para o time, na defesa, mas isso não quer dizer que de vez em quando, no MOMENTO CERTO, o zagueiro e até mesmo o goleiro (nesse caso, vale a analogia, mas no futebol real tem que ser no momento certo MESMO ) não possam subir para o ataque e marcar seus gols...
Era mais ou menos isso que ele falava, mas faz quase 10 anos que vi essa vídeo aula, então isso é mais ou menos o que minha memória me permite lembrar ...

eu entendi tudo que me falaram... e muito obrigado

Achei um método do Giffoni sobre ritmos brasileiros.. vou estudar ele.. e ouvir umas músicas do Sá Reston e de Axé (valeu Alex) hahahaha =)

Guilherme Lizardo escreveu: ... e ouvir umas músicas do Sá Reston...

rapaz.. ACURI é f*** hahahaha

Sobre referências de como fazer mais a "cozinha", o "chão" da música, tem um exemplo bom aqui: o trabalho do baixista Serginho Carvalho na música "Pétala", de Djavan. O cara toca um absurdo, mas ele foi bem minimalista nessa canção, mas ainda assim todas as notas que foram tocadas encaixaram-se perfeitamente na proposta da música. O grande lance nela são os espaços, e a música "respira" muito bem, com nenhum instrumento "querendo" chamar a atenção:



Esse lance de "fazer o baixo aparecer" e tal, eu lembro quando eu estava começando, enchia as músicas de nota também
Mas aí com o tempo fui tendo contato com outros músicos, estudando mais, tocando com mais gente, e fui mudando a abordagem. Os toques que a galera que tocava há mais tempo (seja em conversas ou lendo entrevistas dos grandes baixistas) me ajudaram muito nisso...
Hoje em dia eu procuro ouvir mais o que está à minha volta, prestar atenção na bateria, na harmonia, no trabalho das guitarras e teclado(quando há) e buscar um espaço que não se choque com estes. Se o lance for pouca nota, então vai ser pouca nota. Se der pra encaixar uma frase, eu tento fazer uma que preste . E quando tem alguém solando, simplifico ao máximo a linha do baixo, pro solista poder ter um bom chão pra se basear e ter seu solo valorizado... muitas vezes fico só nas tônicas na hora de um solo de guitarra

Rapaz tem uns gringos que são os caras tb...

Pino Palladino, Nathan East, Lee Sklar... Essa são da cozinha meeeeeeesmo!

O Palladino tem um trabalho bem legal com o John Mayer, o Nathan com muitos, mas principalmente o Eric Clapton e um trabalho de Jazz muito bom no Fourplay e o Lee já acompanhou meio mundo... de James Taylor a Phill Collins...