Música Paraense - A conexão Afro/Latina/Caribenha - Parte 1

Bom, a música paraense contemporanea sempre esteve impregnada da conexão afro/latina/caribenha. Por hora, vamos falar dessa característica.

Estou bastante afastado (mais de 15 anos) da cena musical paraense. Os exemplos que vou mostrar, são fácilmente localizados no YouTube. E claro, não representam a totalidade da fonte musical do Pará. Muitas outras coisas que gostaria de mostrar, não achei na internet. É outro sinal da falta de divulgação e da distancia. É interessante notar a diversidade e a fusão de estilos e ritmos na alma do artista paraense.

Confesso que, pessoalmente, não gosto de certos estilos e ritmos, que hoje, fazem bastante sucesso popular por lá. Essas novidades, mal comparadas, são similares às porcarias do tipo Lelek, lek, lek ... alguns sertanejos universitários, arrocha, etc .. Em Belém, apareceram o tecnobrega, eletrobrega, tecnomelody, brega pop, etc ... É o "pogresso" ...

Pra mim, ainda pulsam como raiz, o boi-bumbá, carimbó, cumbia, forró, guitarradas, lambada, lundu, marujada, siriá e até o zouk ...

Vamos lá ...

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Lucinnha Bastos, cantora, violonista e compositora paraense. Filha de Luciano Bastos, fundador da Banda Sayonara, tradicional banda de bailes em Belém.



Banda Sayonara (formação de 2011), tradicional banda de baile de Belém.




Continua ...

Piti piti foi a música de maior sucesso na Bahia durante uns 3 anos, lá nos anos 80. O Pará se parece com a Bahia em muita coisa...

^ Durante muito tempo as casas noturnas daqui viraram Salvador, na explosão do Axé e do carnaval fora de época. Surgiam 100 bandas de axé por dia em Belém. Era muito engraçado (e angustiante) ver os canários papa-chibé pronunciarem com sotaque carregado "painho" e outros coisitas como se fossem baianos. E isso cobrando um preço bem baixinho. Nessa época as bandas de baile como Sayonara e outras renomadas que tinham espaço e cache garantidos sofreram o pão que o d* amassou. Foi um tempo de baixa para os músicos paraenses.

De qualquer forma essa "explosão" do axé baiano é sempre lembrado como exemplo para a classe, quem dera a música paraense tivesse a organização, força, sabedoria, sorte e competência para estourar mundo a fora.