Como pronunciar jazz?
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Re: Como pronunciar jazz?
Sério mesmo, de onde você tirou isso?allexcosta escreveu:Breno_Barnabe escreveu:"Fui na padaria e comprei pão é léite".allexcosta escreveu:...assim como "a, ê, i, ô, u" tá errado.
"O baixista toca as notas com muita précisão"
"Eu tive qué ir embora mais cédo"
"As madéiras do meu baixo são Basswood e Maple"
"Vamos tomar uma cérvéja?"
Nada a ver, brother. Tô falando do nome das vogais, todo mundo entendeu. O som "ê" existe em Português, as letras "ê" e "ô" não existem.
Breno_Barnabe- Membro
- Mensagens : 5361
Localização : São Paulo
Re: Como pronunciar jazz?
^ É estranha a sonoridade para a gente, mas é verdade.
joabi- Eterno Colaborador
- Mensagens : 6617
Localização : Campinas - SP
Re: Como pronunciar jazz?
Eu não to dizendo que não.
Breno_Barnabe- Membro
- Mensagens : 5361
Localização : São Paulo
Re: Como pronunciar jazz?
Breno_Barnabe escreveu:Sério mesmo, de onde você tirou isso?
De qualquer dicionário...
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Como pronunciar jazz?
diga em voz alta:
abcdefg
eu falo ê
já em
mnopq
eu falo ó
abcdefg
eu falo ê
já em
mnopq
eu falo ó
Fernando Zadá- Moderador
- Mensagens : 14307
Re: Como pronunciar jazz?
Fernando Zadá escreveu:diga em voz alta:
abcdefg
eu falo ê
Errado.
Fernando Zadá escreveu:já em
mnopq
eu falo ó
Certo.
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Como pronunciar jazz?
I beg to differ...allexcosta escreveu:Errado.Fernando Zadá escreveu:diga em voz alta:
abcdefg
eu falo ê
A letra "o" infelizmente não tem marca de diferenciação fonética nesse dicionário, mas, segundo Michaelis, transcrição fonética de português, a letra "e" tem o som fechado "ê" (/e/ e não /ɛ/) e a letra "o" tem o som aberto "ó" (/ɔ/ e não /o/):
https://michaelis.uol.com.br/escolar-espanhol/transcricao-fonetica-do-portugues/
https://michaelis.uol.com.br/escolar-frances/transcricao-fonetica-do-portugues/
Raul S.- Membro
- Mensagens : 1784
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Re: Como pronunciar jazz?
Pra mim sempre foi letra ê mas ai acho que entra regionalismo mesmo.....
Mas pra ser sincero nesse caso ai acho que tanto faz....
Mas pra ser sincero nesse caso ai acho que tanto faz....
Fernando Zadá- Moderador
- Mensagens : 14307
Re: Como pronunciar jazz?
compartilho das duas afirmaçõesFernando Zadá escreveu:Pra mim sempre foi letra ê mas ai acho que entra regionalismo mesmo.....
Mas pra ser sincero nesse caso ai acho que tanto faz....
Raul S.- Membro
- Mensagens : 1784
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Re: Como pronunciar jazz?
Francisco da Silveira Bueno era paulista, de Atibaia.....
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
- Mensagens : 16619
Localização : Niterói, RJ
Re: Como pronunciar jazz?
EDIT (quotei errado)
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 3252
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Re: Como pronunciar jazz?
Mauricio Luiz Bertola escreveu:Francisco da Silveira Bueno era paulista, de Atibaia.....
Re: Como pronunciar jazz?
Fernando Zadá escreveu:Pra mim sempre foi letra ê mas ai acho que entra regionalismo mesmo.....
Mas pra ser sincero nesse caso ai acho que tanto faz....
E realmente tanto faz mesmo, Fernando. Essa abordagem gramatical da comunicação é antiga, defasada. Ninguém fala como escreve. Absolutamente ninguém no planeta terra. Como eu tô dizedo há 3 posts, ninguém fala som de "ô" em "contrabaixo". A gente fala "contrabáixu", com o "u" fraquinho. Isso é fonética. Em "a, b, c, d, e", uns vão pronunciar "é", outros "ê" por questão fonética. Mesma coisa em relação ao "dô" num solfejo. Aí a pessoa se acostuma e acaba falando desse jeito. Isso não tem importância absolutamente alguma para a Língua Portuguesa. Importância absolutamente igual a zero. Qualquer linguísta do mundo confirma isso.
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 3252
Localização : Doha - Qatar
Re: Como pronunciar jazz?
Sim. É justamente por isso que ele é um gramático e não um linguísta. Gramáticos não fazem questão alguma de comunicar, não têm compromisso algum de obter compreensão dos interlocutores.
É igual a questão dos matemáticos versus os físicos. Os gramáticos seriam os matemáticos e os linguistas seriam os físicos.
"...linguistas questionam o seguinte: até que ponto podemos exigir a perfeita aplicação da Língua Portuguesa se existem tantas regras gramaticais que nunca serão observadas pelas pessoas mais importantes, por seus usuários?
Eles também afirmam que gramática tradicional não contempla os fenômenos da língua oral e, muitas vezes, define a língua literária como a única forma correta de falar e escrever."
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/gramatica-linguistica/59898
É igual a questão dos matemáticos versus os físicos. Os gramáticos seriam os matemáticos e os linguistas seriam os físicos.
"...linguistas questionam o seguinte: até que ponto podemos exigir a perfeita aplicação da Língua Portuguesa se existem tantas regras gramaticais que nunca serão observadas pelas pessoas mais importantes, por seus usuários?
Eles também afirmam que gramática tradicional não contempla os fenômenos da língua oral e, muitas vezes, define a língua literária como a única forma correta de falar e escrever."
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/gramatica-linguistica/59898
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 3252
Localização : Doha - Qatar
Re: Como pronunciar jazz?
^ Dilua a língua o bastante, e eventualmente você não terá mais língua.
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Como pronunciar jazz?
já penso diferente: dilua a língua o bastante e eventualmente você terá mais língua rs
não gosto de misturar língua falada com escrita, isso gera muito preconceito e prejudica a evolução do idioma; gramáticos morrem cedo
é interessante saber o que é norma e o que não é, mas, no fim das contas, acho uma grande perda de tempo
se as escolas ensinassem mais comunicação e menos molde, talvez as pessoas se interessassem mais. linguística deveria ter mais peso no currículo do que tempos verbais arcaicos e proibições
não gosto de misturar língua falada com escrita, isso gera muito preconceito e prejudica a evolução do idioma; gramáticos morrem cedo
é interessante saber o que é norma e o que não é, mas, no fim das contas, acho uma grande perda de tempo
se as escolas ensinassem mais comunicação e menos molde, talvez as pessoas se interessassem mais. linguística deveria ter mais peso no currículo do que tempos verbais arcaicos e proibições
Raul S.- Membro
- Mensagens : 1784
Localização : -
Re: Como pronunciar jazz?
Como amante da língua portuguesa, penso diferente. Regras linguísticas existem e, ainda que elas mudem ao longo do tempo, elas devem ser respeitadas e aprendidas por todos. Simplesmente aboli-las, penso, é nivelar tudo por baixo, é ser rasteiro, é ser preguiçoso e escamotear o erro, transformando-o falsamente em algo que ele não é, em acerto.
Sem querer entrar no terreno das discussões políticas, lembrei-me de um velho vídeo no qual o Enéas dizia as seguintes palavras, muito pertinentes à importância do respeito à nossa língua.
"Fala-se muito mal no Brasil e escreve-se pior.
Políticos e jornalistas, numa falta de higiene vernacular, só usam o jargão, o caçanje e solecismos, com desculpa de linguagem moderna. Mas a língua é o maior patrimônio de um povo! Desrespeitá-la é desrespeitar a própria nacionalidade.
Perguntaram a Confúcio, 2000 anos atrás, o que faria ele, em primeiro lugar, se tivesse que administrar um País. “Seria evidentemente corrigir a linguagem!”, respondeu ele. Seus interlocutores ficaram surpreendidos e indagaram por quê. Foi a seguinte a resposta do mestre: “Se a linguagem não for correta, o que se diz não é o que se pretende dizer. Se o que se diz não é o que se pretende dizer, o que deve ser feito deixa de ser feito. Se o que deve ser feito deixa de ser feito, a moral e as artes decaem. Se a moral e as artes decaem, a justiça se desbarata. Se a justiça se desbarata, as pessoas ficam entregues ao desamparo e à confusão. Não pode, portanto, haver arbitrariedade no que se diz.
É isso que importa acima de tudo.”
E, além disso, também me lembro das imortais palavras da Chiquinha...
Sem querer entrar no terreno das discussões políticas, lembrei-me de um velho vídeo no qual o Enéas dizia as seguintes palavras, muito pertinentes à importância do respeito à nossa língua.
"Fala-se muito mal no Brasil e escreve-se pior.
Políticos e jornalistas, numa falta de higiene vernacular, só usam o jargão, o caçanje e solecismos, com desculpa de linguagem moderna. Mas a língua é o maior patrimônio de um povo! Desrespeitá-la é desrespeitar a própria nacionalidade.
Perguntaram a Confúcio, 2000 anos atrás, o que faria ele, em primeiro lugar, se tivesse que administrar um País. “Seria evidentemente corrigir a linguagem!”, respondeu ele. Seus interlocutores ficaram surpreendidos e indagaram por quê. Foi a seguinte a resposta do mestre: “Se a linguagem não for correta, o que se diz não é o que se pretende dizer. Se o que se diz não é o que se pretende dizer, o que deve ser feito deixa de ser feito. Se o que deve ser feito deixa de ser feito, a moral e as artes decaem. Se a moral e as artes decaem, a justiça se desbarata. Se a justiça se desbarata, as pessoas ficam entregues ao desamparo e à confusão. Não pode, portanto, haver arbitrariedade no que se diz.
É isso que importa acima de tudo.”
E, além disso, também me lembro das imortais palavras da Chiquinha...
Re: Como pronunciar jazz?
^ Perfeito...
Na Bahia até dia desses (não sei se ainda é assim) se alfabetizava da seguinte forma:
a
bê
cê
dê
é
fê
guê
agá
i
ji
lê
mê
nê
ó
pê
quê
rê
si
tê
u
vê
xis
zê
Eu fui alfabetizado assim e por muitos anos achava que esses eram os nomes das letras.
Uma vez que, na pré-adolescência, descobri que isso não era nomenclatura padrão, me senti ultrajado e passei a adotar o 'efe' ao invés de 'fê', o 'esse' ao invés de 'si', etc, etc...
Encaro isso também como respeito a terceiros, a pessoas com quem eu convivo e me comunico. Pra mim é o mesmo que eu chegar numa banda e falar pra todo mundo "galera, vamos tocar essa em 'cê grande'" ao invés de falar 'dó maior'. Existe uma padronização para aquilo, assim como existe uma padronização da língua e de tudo que a ela é pertinente, incluindo a fonética.
É claro que não se pode querer tudo 100% padronizado num país de dimensões continentais e os regionalismos têm o seu valor cultural.
Mas eu, que sou de Salvador, não vou viajar pra Porto Alegre e chegar na rua falando "é ninhuma mô pai, possa crê, é idéa pivete...". Por quê não? Porque faço o mínimo esforço pra poder discernir língua padrão, neutra e aceitável de algo que só se fala na minha cidade natal.
Na minha cidade roda de carro é "jante", o profissional de lanternagem ou funilaria é o "chapista". Lá carne salgada de porco é chamada "carne de salpresa" e a gente sai pela cidade pra comer uma "moqueca de maturi", um "bolinho de estudante" ou uma "passarinha".
É óbvio que eu sei que isso são coisas regionais e jamais falaria isso em SP por exemplo. Isso é respeito à língua e ao interlocutor.
Eu acho errado você falar regionalismo com um interlocutor que não é do seu bairro ou da sua cidade. Acho que carioca devia falar "assadeira" ao invés de "tabuleiro" quando sai de lá. Porque pro Brasil todo tabuleiro é outra coisa...
Acho que o Paulista devia se tocar e falar carteira de motorista, habilitação ou CNH quando sai de SP, porque ninguém sabe que diabos é "carta".
Acho que o curitibano deveria ser respeitoso o suficiente pra não falar "vina" quando sai de Curitiba.
E uma vez que você sabe que a letra 'e' se pronuncia 'é', qual o motivo de continuar falando 'ê'?
Pra mim soa como "moro na maior cidade do país e os outros que mudem". E isso não é legal...
Na Bahia até dia desses (não sei se ainda é assim) se alfabetizava da seguinte forma:
a
bê
cê
dê
é
fê
guê
agá
i
ji
lê
mê
nê
ó
pê
quê
rê
si
tê
u
vê
xis
zê
Eu fui alfabetizado assim e por muitos anos achava que esses eram os nomes das letras.
Uma vez que, na pré-adolescência, descobri que isso não era nomenclatura padrão, me senti ultrajado e passei a adotar o 'efe' ao invés de 'fê', o 'esse' ao invés de 'si', etc, etc...
Encaro isso também como respeito a terceiros, a pessoas com quem eu convivo e me comunico. Pra mim é o mesmo que eu chegar numa banda e falar pra todo mundo "galera, vamos tocar essa em 'cê grande'" ao invés de falar 'dó maior'. Existe uma padronização para aquilo, assim como existe uma padronização da língua e de tudo que a ela é pertinente, incluindo a fonética.
É claro que não se pode querer tudo 100% padronizado num país de dimensões continentais e os regionalismos têm o seu valor cultural.
Mas eu, que sou de Salvador, não vou viajar pra Porto Alegre e chegar na rua falando "é ninhuma mô pai, possa crê, é idéa pivete...". Por quê não? Porque faço o mínimo esforço pra poder discernir língua padrão, neutra e aceitável de algo que só se fala na minha cidade natal.
Na minha cidade roda de carro é "jante", o profissional de lanternagem ou funilaria é o "chapista". Lá carne salgada de porco é chamada "carne de salpresa" e a gente sai pela cidade pra comer uma "moqueca de maturi", um "bolinho de estudante" ou uma "passarinha".
É óbvio que eu sei que isso são coisas regionais e jamais falaria isso em SP por exemplo. Isso é respeito à língua e ao interlocutor.
Eu acho errado você falar regionalismo com um interlocutor que não é do seu bairro ou da sua cidade. Acho que carioca devia falar "assadeira" ao invés de "tabuleiro" quando sai de lá. Porque pro Brasil todo tabuleiro é outra coisa...
Acho que o Paulista devia se tocar e falar carteira de motorista, habilitação ou CNH quando sai de SP, porque ninguém sabe que diabos é "carta".
Acho que o curitibano deveria ser respeitoso o suficiente pra não falar "vina" quando sai de Curitiba.
E uma vez que você sabe que a letra 'e' se pronuncia 'é', qual o motivo de continuar falando 'ê'?
Pra mim soa como "moro na maior cidade do país e os outros que mudem". E isso não é legal...
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
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Re: Como pronunciar jazz?
existindo essa consciência e respeito, concordo 100%, allex
Raul S.- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
Quando pronuncio a pergunta "Isso é sério , seria certo ?
Deveria dizer , "Isso é sério , séria cérto ?
Deveria dizer , "Isso é sério , séria cérto ?
Cantão- Moderador
- Mensagens : 21976
Localização : Bauru
Re: Como pronunciar jazz?
Cantão escreveu:Quando pronuncio a pergunta "Isso é sério , seria certo ?
Deveria dizer , "Isso é sério , séria cérto ?
https://www.contrabaixobr.com/t41380-como-pronunciar-jazz#844687
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Como pronunciar jazz?
allexcosta escreveu:
Na Bahia até dia desses (não sei se ainda é assim) se alfabetizava da seguinte forma:
a
bê
cê
dê
é
fê
guê
agá
i
ji
lê
mê
nê
ó
pê
quê
rê
si
tê
u
vê
xis
zê
fê, guê, lê, mê, nê, rê, si?
Isso eu nunca tinha escutado na escola, sério mesmo...
E você tá implicando com a galera de SP que fala dô? O problema é mesmo SP? Pra vocês a letra "g" é "guê", e você tá implicando com quem fala "ê" ao invés de "é"?
É contraditório. É aquela coisa que a Bíblia fala em algum lugar (olha, logo eu me baseando na Bíblia): "não seja demasiadamente justo".
"Porque SP fala 'dô', que absurdo, vocês assassinam a língua".
Aí o camarada me fala que na Bahia "g" é "guê", "m" é "mê"...
Chega a ser hilário.
Definitivamente o problema não é SP. Você mesmo já admitiu que tem birra daqui.
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 3252
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Re: Como pronunciar jazz?
E vintage, como vocês pronunciam? "Víntage; vinteige ou vintage" mesmo?
NESCAU- Membro
- Mensagens : 2426
Localização : Criciúma, SC, Brasil
Re: Como pronunciar jazz?
Jãozeiro escreveu:fê, guê, lê, mê, nê, rê, si?
Isso eu nunca tinha escutado na escola, sério mesmo...
Imagino que não. Você não foi alfabetizado no nordeste, foi?
Apesar de achar que pelo simples fato de possuir conexão com a internet, você conhece cada pormenor de cada lugar do mundo, isso nem passa perto de ser verdade.
Essa música do Luiz Gonzaga mostra exatamento como é:
https://www.youtube.com/watch?v=6CSTAaVREtg
Jãozeiro escreveu:E você tá implicando com a galera de SP que fala dô? O problema é mesmo SP? Pra vocês a letra "g" é "guê", e você tá implicando com quem fala "ê" ao invés de "é"?
(...)
"Porque SP fala 'dô', que absurdo, vocês assassinam a língua".
Aí o camarada me fala que na Bahia "g" é "guê", "m" é "mê"...
Chega a ser hilário.
Definitivamente o problema não é SP. Você mesmo já admitiu que tem birra daqui.
Você claramente não entendeu nada do que escrevi, mas tenho certeza que fui bem claro nas minhas palavras, portanto não me alongarei tentando explicar.
Última edição por allexcosta em Sex Jun 07, 2019 9:44 am, editado 1 vez(es)
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Como pronunciar jazz?
allexcosta escreveu:Acho que o Paulista devia se tocar e falar carteira de motorista, habilitação ou CNH quando sai de SP, porque ninguém sabe que diabos é "carta"
Allex, quantos baianos você conhece que saem da Bahia sem falar baianês? Kkkkkkk
Quantos nortistas vem pro sudeste descarregados de todo o idioma deles?
Nenhum, ou pouquíssimos!
O que você disse é entendido da seguine forma: "paulistano vai pra Bahia falando coisa de paulistano, que desrespeito. Já baiano não. A maioria dos baianos vai a SP e sabe que tem que adotar a linguagem neutra para uma melhor comunicação. Nós baianos sabemos disso e por isso que não somos reconhecidos como baianos em outros lugares, pois adequamos nosso falar ao lugar em que visitamos."
Para, né? Hehe
SP inteira vê um baiano e sabe de onde ele é em 10 segundos de conversa.
Assim como qualquer um do nordeste refonhece que tal pessoa é do RS pelo jeito de falar.
Ninguém tá desrespeitando ninguém...
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 3252
Localização : Doha - Qatar
Re: Como pronunciar jazz?
NESCAU escreveu:E vintage, como vocês pronunciam? "Víntage; vinteige ou vintage" mesmo?
Vintêige é o pior. Dá até um negócio quando escuto, hehe
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 3252
Localização : Doha - Qatar
Re: Como pronunciar jazz?
Jãozeiro escreveu:Allex, quantos baianos você conhece que saem da Bahia sem falar baianês? Kkkkkkk
Quantos nortistas vem pro sudeste descarregados de todo o idioma deles?
Bem, nortista eu não sei bem porque convivi pouco com pessoal do norte.
A esmagadora maioria dos baianos que conheci que viajam fazem um esforço pela comunicação. Viajo o Brasil com bandas formadas por baianos desde 1988. Músico começando que chega em SP e pede 'cacetinho' na padaria normalmente só faz uma vez. Quando ele percebe que há um ruído na comunicação por causa do regionalismo já tenta se informar sobre os costumes locais para que aquilo não se repita.
Apesar de uma boa parcela dos baianos ou nordestinos que vivem em SP serem pessoas de origem humilde com pouca ou nenhuma escolaridade, isso não quer dizer que aqueles de nós que possuem acesso à informação e à leitura nos comportamos dessa forma.
Há uma imensa preocupação do nordestino médio, alfabetizado, de respeitar a língua que fala e evitar mal-entendidos por regionalismos.
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
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Re: Como pronunciar jazz?
Entendi...allexcosta escreveu:Cantão escreveu:Quando pronuncio a pergunta "Isso é sério , seria certo ?
Deveria dizer , "Isso é sério , séria cérto ?
https://www.contrabaixobr.com/t41380-como-pronunciar-jazz#844687
A nota "G", se escreve "sol" mas se pronuncia "sól"... "C" se escreve "dó" , mas é errado pronunciar "dô" , e um monte de gente diz "dô"...eu ouço a anos "dó" e "dô", nunca encanei com isso , mas acharia estranho se ouvisse pronunciarem "sól" , sem o acento...já pensou...algo do tipo "soul" ? Kkkkk
Cantão- Moderador
- Mensagens : 21976
Localização : Bauru
Re: Como pronunciar jazz?
^ "Dô" pra mim soa tão estranho quanto "soul".
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Como pronunciar jazz?
Mas que discussão acalorada que rendeu isso, hein! kkkk
De uma simples pergunta sobre "jás" ou "djés" surgiu até o Enéas Carneiro! É por isso que eu amo esse fórum.
Esse negócio do "dô", eu não ser por que, mas solfejo "dô ré mi fá sol lá si dó" desde que aprendi os nomes das notas. Mas a nota isolado chamo de "dó", o "dô" só escapa de vez em quando. Vai entender...
Concordo com tudo o que foi dito até agora. O importante é ter consciência e respeito pela comunicação. Existe uma norma culta que nos coloca no mesmo patamar para nos comunicarmos e isso deve ser respeitado por todos, mas são regionalismos que tornam nossa língua tão viva e rica.
Eu adoro falar na gíria e adoro conhecer as gírias de outros lugares do país. Aqui no fórum eu me esforço para escrever corretamente e ser o mais claro possível, mas pessoalmente falo tipo "E aí, mano, cê tá bão?"; "Vamo vortá lá"; "É nóis, maluco"; "Tá ligado que essa fita aí é pesada, né, mano?" e por aí vai kkkk
De uma simples pergunta sobre "jás" ou "djés" surgiu até o Enéas Carneiro! É por isso que eu amo esse fórum.
Esse negócio do "dô", eu não ser por que, mas solfejo "dô ré mi fá sol lá si dó" desde que aprendi os nomes das notas. Mas a nota isolado chamo de "dó", o "dô" só escapa de vez em quando. Vai entender...
Concordo com tudo o que foi dito até agora. O importante é ter consciência e respeito pela comunicação. Existe uma norma culta que nos coloca no mesmo patamar para nos comunicarmos e isso deve ser respeitado por todos, mas são regionalismos que tornam nossa língua tão viva e rica.
Eu adoro falar na gíria e adoro conhecer as gírias de outros lugares do país. Aqui no fórum eu me esforço para escrever corretamente e ser o mais claro possível, mas pessoalmente falo tipo "E aí, mano, cê tá bão?"; "Vamo vortá lá"; "É nóis, maluco"; "Tá ligado que essa fita aí é pesada, né, mano?" e por aí vai kkkk
Vtrpira- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
É...acho que acostumei com isso por ouvir desde pequeno.allexcosta escreveu:^ "Dô" pra mim soa tão estranho quanto "soul".
Cantão- Moderador
- Mensagens : 21976
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Re: Como pronunciar jazz?
allexcosta escreveu:
Apesar de uma boa parcela dos baianos ou nordestinos que vivem em SP serem pessoas de origem humilde com pouca ou nenhuma escolaridade, isso não quer dizer que aqueles de nós que possuem acesso à informação e à leitura nos comportamos dessa forma.
Sim, você, eu e muitos do fórum aqui somos uma minoria. No Brasil inteiro é uma minoria. E não é algo esnobe de se dizer. É só uma realidade (triste). Eu tenho forte apego a boa escrita, norma culta, tudo certinho (embora eu erre, igual a qualquer outra pessoa). Em relação à língua falada sou bem desapegado.
A língua falada é simples. Só existem dois porquês (análogos ao why e because), e os dois se pronunciam iguais. Mas na escrita na norma são 4 porquês, fáceis de entender e a turma complica.
Outra coisa que sei que 99,99% dos brasileiros não sabem: vocativo. Pode ser nego rico, pobre... ninguém sabe uma coisa hiper básica que é o vocativo.
Por exemplo:
Oi João. (errado)
Oi, João. (certo)
Última edição por Jãozeiro em Sex Jun 07, 2019 12:30 pm, editado 1 vez(es)
Jãozeiro- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
Vtrpira escreveu:Eu adoro falar na gíria e adoro conhecer as gírias de outros lugares do país. Aqui no fórum eu me esforço para escrever corretamente e ser o mais claro possível, mas pessoalmente falo tipo "E aí, mano, cê tá bão?"; "Vamo vortá lá"; "É nóis, maluco"; "Tá ligado que essa fita aí é pesada, né, mano?" e por aí vai kkkk
Cara, gíria é minha vida, hehe.
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 3252
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Re: Como pronunciar jazz?
Jãozeiro escreveu:Em relação à língua falada sou bem desapegado.
Eu também sou.
Se você ler as coisas que escrevi com um pouco de boa vontade verá que não é disso que estou falando.
allexcosta- Administrador
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Rick Charles- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
^Parece outra língua !
Por isso a preocupação da Academia brasileira em fazer regras para o nosso Português _ BR que já é diferente do Português original , pois da forma que está andando,
nós próprios dentro do País , não nos entenderíamos .
Tenho um amigo Gaúcho que me ensinou que tangerina lá se chama de bergamota !
Por isso a preocupação da Academia brasileira em fazer regras para o nosso Português _ BR que já é diferente do Português original , pois da forma que está andando,
nós próprios dentro do País , não nos entenderíamos .
Tenho um amigo Gaúcho que me ensinou que tangerina lá se chama de bergamota !
Re: Como pronunciar jazz?
Uchoa escreveu:Tenho um amigo Gaúcho que me ensinou que tangerina lá se chama de bergamota !
Em Curitiba é "mimosa".
allexcosta- Administrador
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Re: Como pronunciar jazz?
Alex se refere a fonética!
Juninho Sampaio- FCBR-CT
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Re: Como pronunciar jazz?
allexcosta escreveu:Uchoa escreveu:Tenho um amigo Gaúcho que me ensinou que tangerina lá se chama de bergamota !
Em Curitiba é "mimosa".
mas é mimÓsa ou mimÔsa kkkkkkkkkkk
vinibassplayer- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
vinibassplayer escreveu:allexcosta escreveu:Uchoa escreveu:Tenho um amigo Gaúcho que me ensinou que tangerina lá se chama de bergamota !
Em Curitiba é "mimosa".
mas é mimÓsa ou mimÔsa kkkkkkkkkkk
É mexerica!
Pronuncia-se "mixirica". kkkk
Vtrpira- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
na Bahia, laranja-da-bahia se chama apenas laranja? rs
uma curiosidade: cresci fazendo distinção de tangerina, mexerica e poncã como variedades diferentes da mesma fruta
uma curiosidade: cresci fazendo distinção de tangerina, mexerica e poncã como variedades diferentes da mesma fruta
Raul S.- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
Raul S. escreveu:na Bahia, laranja-da-bahia se chama apenas laranja? rs
Chama "laranja de umbigo". Só vim a conhecer o nome "laranja-bahia" quando viajei pra fora do meu estado natal.
E montanha-russa na Rússia chama só montanha?
allexcosta- Administrador
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Localização : Terra
Re: Como pronunciar jazz?
cheguei também a conhecer por esse nome, e faz muito mais sentido! rsallexcosta escreveu:Raul S. escreveu:na Bahia, laranja-da-bahia se chama apenas laranja? rs
Chama "laranja de umbigo". Só vim a conhecer o nome "laranja-bahia" quando viajei pra fora do meu estado natal.
E montanha-russa na Rússia chama só montanha? ;)
Raul S.- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
Esse tópico me fez lembrar deste outro tópico aqui (https://www.contrabaixobr.com/t33726-529-mil-alunos-ficam-com-nota-zero-em-redacao-no-enem-2014) e, em particular dessa observação do Allex.
Do tópico
Mauricio Luiz Bertola escreveu:
E SEMPRE foi assim...
allexcosta escreveu:
Não, Bertola...
O Brasil de outrora tinha alfabetizados e analfabetos. Pessoas com instrução de nível primário conseguiam escrever e interpretar textos, tinham excelente caligrafia, pontuação e ortografia...
Li uma vez uma carta de meu bisavô enderaçada ao governador do estado da Bahia que era uma verdadeira aula de Português. A ordem das idéias e a construção das frases era muito melhor que qualquer texto escrito por um advogado ou jornalista de hoje. E meu bisavô só tinha estudado até a quarta série do primeiro grau.
Conteúdo da carta, que minha mãe possui até hoje:
"Em nome do Partido Liberal desta Vila e de seu Termo dirijo-me a V. Exª. significando um voto de franco apoio e leal adesão ao novo Governo Republicano que acaba de inaugurar-se sob os aplausos do heróico povo brasileiro, que mais uma vez soube dar prova de civismo e do quanto é patriota, concorrendo para a realização de tão grandiosa idéia, de modo assaz digno e louvável, dando por esta forma um ensinamento às Nações cultas, pois sem derramamento de sangue, pois muitas dessas mesmas Nações para obterem reformas de menos transferência e importância lhes tem custado luta, e luta fratricida.
Eu, como mero cidadão, que sempre vivi na obscuridade, regurgitando de satisfação e prazer por ver meu País marchar para o apogeu da grandeza promovendo os meios de que mais carecemos, que são o do direito de igualdade, união e fraternidade, peço permissão a V. Exª. para aproveitar o presente ensejo, a fim de fazer algumas ponderações a respeito desta infeliz Vila para o que solicito de V. Exª. um pouco de atenção.
Não deve ser estranho a V. Exª. as lutas políticas desta terra, que tem sido, por infelicidade de seus habitantes, teatro de cruentas cenas, onde todos os atos de barbaridade e vandalismo se tem praticado, desde o assassinato, o desrespeito ao santuário das famílias, o roubo, devastação de fazendas e o que é mais, Exm°. Sr., a demolição completa de mais da metade das casas desta Vila, onde causa horror, indignação mesmo o aspecto tétrico dela, onde só se vê ruínas, destroços sobre destroços.
É para lamentar-se que um Termo tão ubérrimo como este, dotado de tantas riquezas naturais, marche para o aniquilamento geral.
Mas, já que me surgiu a aurora que nos deve trazer a liberdade, já que a República veio trazer-nos – como se espera – a garantia do direito e da propriedade, eu, Exm° Sr., suplico, em nome da população pacífica e bem intencionada deste Termo, queira lançar benéficas vistas de V. Exª a esta desventurada parte do Estado da Bahia, do qual V. Exª é mui digno e distinto Governador, e não consinta reprodução desses fatos, que tanto depõem contra os infelizes habitantes e só servem para macular o glorioso nome do Brasil e dar mostras de que nele só reina a ignorância, a selvageria, além da perda considerável de vidas e bens, como desgraçadamente aqui tem acontecido.
Agora mesmo, Exm° Senhor, temos medo do reaparecimento dessas cenas por constar-nos que alguns Conservadores que se haviam retirado desta Vila, levados pelos remorsos de consciência, em virtude dos atos de barbaridades que praticavam contra seus adversários na Situação do seu partido, blasonando que é chegada a época desejada e que nos hão de trucidar do mesmo modo, supondo que, com a redentora Proclamação da República, lhes será permitido aquele mesmo apoio e assentimento dos partidos monárquicos.
Os Liberais desta terra, Exm°. Senhor, só aspiram, só desejam a paz, a tranquilidade, a garantia da ordem e da liberdade individual e seu desideratum estão dispostos a caminhar a fim de levantar este Termo do abatimento em que jaz. Mas tememos que idéia criminosa de meia-dúzia de homens que até hoje tem contado com a impunidade de seus graves crimes, insistam em prosseguir na mesma carreira e deste modo obriguem os mesmos Liberais deixar a estrada da moderação que têm seguido. Convicto da certeza da escolha de V. Exª para Governador e que não seria indiferente à sorte de seus concidadãos, espero que V. Exª usará de escrupulosa isenção na escolha das autoridades desta Vila, procurando sempre homens que venham única e exclusivamente ser a garantia da Lei, da Ordem e do Direito de cada um. Com o que inolvidável serviço a nós, os habitantes de Chique-Chique que sempre havemos de bem dizer e sagrar seu laureado nome.
Saúde e Fraternidade.
Gustavo de Magalhães Costa."
Do tópico
Mauricio Luiz Bertola escreveu:
E SEMPRE foi assim...
allexcosta escreveu:
Não, Bertola...
O Brasil de outrora tinha alfabetizados e analfabetos. Pessoas com instrução de nível primário conseguiam escrever e interpretar textos, tinham excelente caligrafia, pontuação e ortografia...
Li uma vez uma carta de meu bisavô enderaçada ao governador do estado da Bahia que era uma verdadeira aula de Português. A ordem das idéias e a construção das frases era muito melhor que qualquer texto escrito por um advogado ou jornalista de hoje. E meu bisavô só tinha estudado até a quarta série do primeiro grau.
Conteúdo da carta, que minha mãe possui até hoje:
"Em nome do Partido Liberal desta Vila e de seu Termo dirijo-me a V. Exª. significando um voto de franco apoio e leal adesão ao novo Governo Republicano que acaba de inaugurar-se sob os aplausos do heróico povo brasileiro, que mais uma vez soube dar prova de civismo e do quanto é patriota, concorrendo para a realização de tão grandiosa idéia, de modo assaz digno e louvável, dando por esta forma um ensinamento às Nações cultas, pois sem derramamento de sangue, pois muitas dessas mesmas Nações para obterem reformas de menos transferência e importância lhes tem custado luta, e luta fratricida.
Eu, como mero cidadão, que sempre vivi na obscuridade, regurgitando de satisfação e prazer por ver meu País marchar para o apogeu da grandeza promovendo os meios de que mais carecemos, que são o do direito de igualdade, união e fraternidade, peço permissão a V. Exª. para aproveitar o presente ensejo, a fim de fazer algumas ponderações a respeito desta infeliz Vila para o que solicito de V. Exª. um pouco de atenção.
Não deve ser estranho a V. Exª. as lutas políticas desta terra, que tem sido, por infelicidade de seus habitantes, teatro de cruentas cenas, onde todos os atos de barbaridade e vandalismo se tem praticado, desde o assassinato, o desrespeito ao santuário das famílias, o roubo, devastação de fazendas e o que é mais, Exm°. Sr., a demolição completa de mais da metade das casas desta Vila, onde causa horror, indignação mesmo o aspecto tétrico dela, onde só se vê ruínas, destroços sobre destroços.
É para lamentar-se que um Termo tão ubérrimo como este, dotado de tantas riquezas naturais, marche para o aniquilamento geral.
Mas, já que me surgiu a aurora que nos deve trazer a liberdade, já que a República veio trazer-nos – como se espera – a garantia do direito e da propriedade, eu, Exm° Sr., suplico, em nome da população pacífica e bem intencionada deste Termo, queira lançar benéficas vistas de V. Exª a esta desventurada parte do Estado da Bahia, do qual V. Exª é mui digno e distinto Governador, e não consinta reprodução desses fatos, que tanto depõem contra os infelizes habitantes e só servem para macular o glorioso nome do Brasil e dar mostras de que nele só reina a ignorância, a selvageria, além da perda considerável de vidas e bens, como desgraçadamente aqui tem acontecido.
Agora mesmo, Exm° Senhor, temos medo do reaparecimento dessas cenas por constar-nos que alguns Conservadores que se haviam retirado desta Vila, levados pelos remorsos de consciência, em virtude dos atos de barbaridades que praticavam contra seus adversários na Situação do seu partido, blasonando que é chegada a época desejada e que nos hão de trucidar do mesmo modo, supondo que, com a redentora Proclamação da República, lhes será permitido aquele mesmo apoio e assentimento dos partidos monárquicos.
Os Liberais desta terra, Exm°. Senhor, só aspiram, só desejam a paz, a tranquilidade, a garantia da ordem e da liberdade individual e seu desideratum estão dispostos a caminhar a fim de levantar este Termo do abatimento em que jaz. Mas tememos que idéia criminosa de meia-dúzia de homens que até hoje tem contado com a impunidade de seus graves crimes, insistam em prosseguir na mesma carreira e deste modo obriguem os mesmos Liberais deixar a estrada da moderação que têm seguido. Convicto da certeza da escolha de V. Exª para Governador e que não seria indiferente à sorte de seus concidadãos, espero que V. Exª usará de escrupulosa isenção na escolha das autoridades desta Vila, procurando sempre homens que venham única e exclusivamente ser a garantia da Lei, da Ordem e do Direito de cada um. Com o que inolvidável serviço a nós, os habitantes de Chique-Chique que sempre havemos de bem dizer e sagrar seu laureado nome.
Saúde e Fraternidade.
Gustavo de Magalhães Costa."
Última edição por Zubrycky em Sex Jun 07, 2019 10:21 pm, editado 1 vez(es)
Re: Como pronunciar jazz?
Raul S. escreveu:uma curiosidade: cresci fazendo distinção de tangerina, mexerica e poncã como variedades diferentes da mesma fruta
Mano, e eu que só pouco tempo atrás fui descobrir que tangerina é a mesma coisa que mexerica. Foi um choque pra mim. Kkkkkkkkk
Jãozeiro- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
Zubrycky escreveu:Conteúdo da carta, que minha mãe possui até hoje:
"Em nome do Partido Liberal desta Vila e de seu Termo dirijo-me a V. Exª. significando um voto de franco apoio e leal adesão ao novo Governo Republicano que acaba de inaugurar-se sob os aplausos do heróico povo brasileiro, que mais uma vez soube dar prova de civismo e do quanto é patriota, concorrendo para a realização de tão grandiosa idéia, de modo assaz digno e louvável, dando por esta forma um ensinamento às Nações cultas, pois sem derramamento de sangue, pois muitas dessas mesmas Nações para obterem reformas de menos transferência e importância lhes tem custado luta, e luta fratricida.
Eu, como mero cidadão, que sempre vivi na obscuridade, regurgitando de satisfação e prazer por ver meu País marchar para o apogeu da grandeza promovendo os meios de que mais carecemos, que são o do direito de igualdade, união e fraternidade, peço permissão a V. Exª. para aproveitar o presente ensejo, a fim de fazer algumas ponderações a respeito desta infeliz Vila para o que solicito de V. Exª. um pouco de atenção.
Não deve ser estranho a V. Exª. as lutas políticas desta terra, que tem sido, por infelicidade de seus habitantes, teatro de cruentas cenas, onde todos os atos de barbaridade e vandalismo se tem praticado, desde o assassinato, o desrespeito ao santuário das famílias, o roubo, devastação de fazendas e o que é mais, Exm°. Sr., a demolição completa de mais da metade das casas desta Vila, onde causa horror, indignação mesmo o aspecto tétrico dela, onde só se vê ruínas, destroços sobre destroços.
É para lamentar-se que um Termo tão ubérrimo como este, dotado de tantas riquezas naturais, marche para o aniquilamento geral.
Mas, já que me surgiu a aurora que nos deve trazer a liberdade, já que a República veio trazer-nos – como se espera – a garantia do direito e da propriedade, eu, Exm° Sr., suplico, em nome da população pacífica e bem intencionada deste Termo, queira lançar benéficas vistas de V. Exª a esta desventurada parte do Estado da Bahia, do qual V. Exª é mui digno e distinto Governador, e não consinta reprodução desses fatos, que tanto depõem contra os infelizes habitantes e só servem para macular o glorioso nome do Brasil e dar mostras de que nele só reina a ignorância, a selvageria, além da perda considerável de vidas e bens, como desgraçadamente aqui tem acontecido.
Agora mesmo, Exm° Senhor, temos medo do reaparecimento dessas cenas por constar-nos que alguns Conservadores que se haviam retirado desta Vila, levados pelos remorsos de consciência, em virtude dos atos de barbaridades que praticavam contra seus adversários na Situação do seu partido, blasonando que é chegada a época desejada e que nos hão de trucidar do mesmo modo, supondo que, com a redentora Proclamação da República, lhes será permitido aquele mesmo apoio e assentimento dos partidos monárquicos.
Os Liberais desta terra, Exm°. Senhor, só aspiram, só desejam a paz, a tranquilidade, a garantia da ordem e da liberdade individual e seu desideratum estão dispostos a caminhar a fim de levantar este Termo do abatimento em que jaz. Mas tememos que idéia criminosa de meia-dúzia de homens que até hoje tem contado com a impunidade de seus graves crimes, insistam em prosseguir na mesma carreira e deste modo obriguem os mesmos Liberais deixar a estrada da moderação que têm seguido. Convicto da certeza da escolha de V. Exª para Governador e que não seria indiferente à sorte de seus concidadãos, espero que V. Exª usará de escrupulosa isenção na escolha das autoridades desta Vila, procurando sempre homens que venham única e exclusivamente ser a garantia da Lei, da Ordem e do Direito de cada um. Com o que inolvidável serviço a nós, os habitantes de Chique-Chique que sempre havemos de bem dizer e sagrar seu laureado nome.
Saúde e Fraternidade.
Gustavo de Magalhães Costa."
Conteúdo fino mesmo, de primeira, impecável. Deu gosto de ler.
Jãozeiro- Membro
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Re: Como pronunciar jazz?
Zubrycky escreveu:Esse tópico me fez lembrar deste outro tópico aqui (https://www.contrabaixobr.com/t33726-529-mil-alunos-ficam-com-nota-zero-em-redacao-no-enem-2014) e, em particular dessa observação do Allex.
Do tópico
Mauricio Luiz Bertola escreveu:
E SEMPRE foi assim...
allexcosta escreveu:
Não, Bertola...
O Brasil de outrora tinha alfabetizados e analfabetos. Pessoas com instrução de nível primário conseguiam escrever e interpretar textos, tinham excelente caligrafia, pontuação e ortografia...
Li uma vez uma carta de meu bisavô enderaçada ao governador do estado da Bahia que era uma verdadeira aula de Português. A ordem das idéias e a construção das frases era muito melhor que qualquer texto escrito por um advogado ou jornalista de hoje. E meu bisavô só tinha estudado até a quarta série do primeiro grau.
Conteúdo da carta, que minha mãe possui até hoje:
"Em nome do Partido Liberal desta Vila e de seu Termo dirijo-me a V. Exª. significando um voto de franco apoio e leal adesão ao novo Governo Republicano que acaba de inaugurar-se sob os aplausos do heróico povo brasileiro, que mais uma vez soube dar prova de civismo e do quanto é patriota, concorrendo para a realização de tão grandiosa idéia, de modo assaz digno e louvável, dando por esta forma um ensinamento às Nações cultas, pois sem derramamento de sangue, pois muitas dessas mesmas Nações para obterem reformas de menos transferência e importância lhes tem custado luta, e luta fratricida.
Eu, como mero cidadão, que sempre vivi na obscuridade, regurgitando de satisfação e prazer por ver meu País marchar para o apogeu da grandeza promovendo os meios de que mais carecemos, que são o do direito de igualdade, união e fraternidade, peço permissão a V. Exª. para aproveitar o presente ensejo, a fim de fazer algumas ponderações a respeito desta infeliz Vila para o que solicito de V. Exª. um pouco de atenção.
Não deve ser estranho a V. Exª. as lutas políticas desta terra, que tem sido, por infelicidade de seus habitantes, teatro de cruentas cenas, onde todos os atos de barbaridade e vandalismo se tem praticado, desde o assassinato, o desrespeito ao santuário das famílias, o roubo, devastação de fazendas e o que é mais, Exm°. Sr., a demolição completa de mais da metade das casas desta Vila, onde causa horror, indignação mesmo o aspecto tétrico dela, onde só se vê ruínas, destroços sobre destroços.
É para lamentar-se que um Termo tão ubérrimo como este, dotado de tantas riquezas naturais, marche para o aniquilamento geral.
Mas, já que me surgiu a aurora que nos deve trazer a liberdade, já que a República veio trazer-nos – como se espera – a garantia do direito e da propriedade, eu, Exm° Sr., suplico, em nome da população pacífica e bem intencionada deste Termo, queira lançar benéficas vistas de V. Exª a esta desventurada parte do Estado da Bahia, do qual V. Exª é mui digno e distinto Governador, e não consinta reprodução desses fatos, que tanto depõem contra os infelizes habitantes e só servem para macular o glorioso nome do Brasil e dar mostras de que nele só reina a ignorância, a selvageria, além da perda considerável de vidas e bens, como desgraçadamente aqui tem acontecido.
Agora mesmo, Exm° Senhor, temos medo do reaparecimento dessas cenas por constar-nos que alguns Conservadores que se haviam retirado desta Vila, levados pelos remorsos de consciência, em virtude dos atos de barbaridades que praticavam contra seus adversários na Situação do seu partido, blasonando que é chegada a época desejada e que nos hão de trucidar do mesmo modo, supondo que, com a redentora Proclamação da República, lhes será permitido aquele mesmo apoio e assentimento dos partidos monárquicos.
Os Liberais desta terra, Exm°. Senhor, só aspiram, só desejam a paz, a tranquilidade, a garantia da ordem e da liberdade individual e seu desideratum estão dispostos a caminhar a fim de levantar este Termo do abatimento em que jaz. Mas tememos que idéia criminosa de meia-dúzia de homens que até hoje tem contado com a impunidade de seus graves crimes, insistam em prosseguir na mesma carreira e deste modo obriguem os mesmos Liberais deixar a estrada da moderação que têm seguido. Convicto da certeza da escolha de V. Exª para Governador e que não seria indiferente à sorte de seus concidadãos, espero que V. Exª usará de escrupulosa isenção na escolha das autoridades desta Vila, procurando sempre homens que venham única e exclusivamente ser a garantia da Lei, da Ordem e do Direito de cada um. Com o que inolvidável serviço a nós, os habitantes de Chique-Chique que sempre havemos de bem dizer e sagrar seu laureado nome.
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Gustavo de Magalhães Costa."
Você esqueceu de colocar que eu observei que a família do Allex era exceção, não a regra àquela época...
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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