Baixo Yakim Mate
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Baixo Yakim Mate
Olá a todos!
Eis aqui o mais novo/velho membro da família Zubrycky, algo diferente que veio diretamente da Argentina: Nicolino, um baixo Yakim Mate!
(Como o dia aqui está muito corrido, farei uma introdução e, para facilitar a leitura, dividirei os assuntos)
Para começar eis aqui algumas fotos desse baixo que estavam no anúncio original dele.
Yakim é a marca de instrumentos feitos na Argentina pela família Yakimczuk (Primeiro pelo sr. Onofre Yakimczuk, o luthier que fez as primeiras guitarras e baixos elétricos na Argentina, e, mais recentemente, pelo filho dele, Paulo Samuel Yakimczuk).
De acordo com as minhas investigações feitas com amigos meus aqui no Brasil e na Argentina (investigações que continuam até agora e ainda não foram completamente finalizadas), me foi dito, no início da minha busca por informações, que o instrumento foi feito na Argentina nos anos 60 e que é definitivamente um Yakim (e não um KUC, conforme inicialmente anunciado e como foi informado para a pessoa que comprou esse baixo em Buenos Aires).
De qualquer forma, aqui vale ressaltar que a história dos baixos vintage argentinos é incrivelmente confusa e pouquíssimo documentada e eu mesmo precisei consultar vários luthiers na Argentina até descobrir o fabricante desse baixo) e o nome desse modelo Yakim em especial é Mate porque a inspiração para o design deste baixo é, em uma dessas coisas tipicamente argentinas, uma cuia de chimarrão (Essa última informação me foi passada por um amigo do Paulo Samuel Yakimczuk) e, em espanhol, a cuia de chimarrão se chama mate.
(Essa é uma cuia de chimarrão feita com porongo).
Semana passada consegui conversar com o Paulo Yakimczuk e confirmei algumas coisas com ele.
1) O instrumento é um Yakim.
2) O instrumento foi feito por Don Onofre Yakimczuk (Lembrando que Don Onofre foi a primeira pessoa a fazer instrumentos elétricos na Argentina).
3) A parte elétrica deste instrumento foi feita por um engenheiro eletrônico chamado Morgan (que anos mais tarde, após a dissolução da sociedade com Don Onofre, começou a fazer instrumentos com a marca dele, sendo que esses instrumentos eram feitos por outros luthiers e Morgan apenas cuidava da parte elétrica).
Essa dissolução fez com que a Yakim desenvolvesse captadores próprios nos anos 60.
4) As tarraxas não são as originais. Elas foram trocadas em algum momento durante a longa história deste instrumento. Isso não me surpreende porque tenho um bandolim Giannini dos anos 50 que teve que ter as tarraxas substituídas porque a madrepérola do botão delas se desintegrou com o passar do tempo, algo que inutilizou completamente todas as tarraxas.
5) O baixo não é dos anos 60, mas sim do final da década de 50, o que faz desse instrumento não apenas um contemporâneo dos primeiros Fenders, mas também um dos primeiros contrabaixos elétricos feitos na Argentina.
(Continua)
Eis aqui o mais novo/velho membro da família Zubrycky, algo diferente que veio diretamente da Argentina: Nicolino, um baixo Yakim Mate!
(Como o dia aqui está muito corrido, farei uma introdução e, para facilitar a leitura, dividirei os assuntos)
Para começar eis aqui algumas fotos desse baixo que estavam no anúncio original dele.
Yakim é a marca de instrumentos feitos na Argentina pela família Yakimczuk (Primeiro pelo sr. Onofre Yakimczuk, o luthier que fez as primeiras guitarras e baixos elétricos na Argentina, e, mais recentemente, pelo filho dele, Paulo Samuel Yakimczuk).
De acordo com as minhas investigações feitas com amigos meus aqui no Brasil e na Argentina (investigações que continuam até agora e ainda não foram completamente finalizadas), me foi dito, no início da minha busca por informações, que o instrumento foi feito na Argentina nos anos 60 e que é definitivamente um Yakim (e não um KUC, conforme inicialmente anunciado e como foi informado para a pessoa que comprou esse baixo em Buenos Aires).
De qualquer forma, aqui vale ressaltar que a história dos baixos vintage argentinos é incrivelmente confusa e pouquíssimo documentada e eu mesmo precisei consultar vários luthiers na Argentina até descobrir o fabricante desse baixo) e o nome desse modelo Yakim em especial é Mate porque a inspiração para o design deste baixo é, em uma dessas coisas tipicamente argentinas, uma cuia de chimarrão (Essa última informação me foi passada por um amigo do Paulo Samuel Yakimczuk) e, em espanhol, a cuia de chimarrão se chama mate.
(Essa é uma cuia de chimarrão feita com porongo).
Semana passada consegui conversar com o Paulo Yakimczuk e confirmei algumas coisas com ele.
1) O instrumento é um Yakim.
2) O instrumento foi feito por Don Onofre Yakimczuk (Lembrando que Don Onofre foi a primeira pessoa a fazer instrumentos elétricos na Argentina).
3) A parte elétrica deste instrumento foi feita por um engenheiro eletrônico chamado Morgan (que anos mais tarde, após a dissolução da sociedade com Don Onofre, começou a fazer instrumentos com a marca dele, sendo que esses instrumentos eram feitos por outros luthiers e Morgan apenas cuidava da parte elétrica).
Essa dissolução fez com que a Yakim desenvolvesse captadores próprios nos anos 60.
4) As tarraxas não são as originais. Elas foram trocadas em algum momento durante a longa história deste instrumento. Isso não me surpreende porque tenho um bandolim Giannini dos anos 50 que teve que ter as tarraxas substituídas porque a madrepérola do botão delas se desintegrou com o passar do tempo, algo que inutilizou completamente todas as tarraxas.
5) O baixo não é dos anos 60, mas sim do final da década de 50, o que faz desse instrumento não apenas um contemporâneo dos primeiros Fenders, mas também um dos primeiros contrabaixos elétricos feitos na Argentina.
(Continua)
Última edição por Zubrycky em Ter Fev 27, 2024 2:47 pm, editado 4 vez(es) (Motivo da edição : Colocar informações sobre as tarraxas.)
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Re: Baixo Yakim Mate
Sobre o nome do baixo: Ao pensar no nome, queria dar não apenas um nome argentino ao instrumento, mas também um nome que representasse a argentinidade deste contrabaixo (Algo sobre o qual falarei mais adiante)
Depois de muito pensar, decidi chamá-lo Nicolino em homenagem ao grande boxeador argentino Nicolino Locche, conhecido pela alcunha de "El Intocable".
(Continua)
Depois de muito pensar, decidi chamá-lo Nicolino em homenagem ao grande boxeador argentino Nicolino Locche, conhecido pela alcunha de "El Intocable".
(Continua)
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Re: Baixo Yakim Mate
Zubrycky escreveu:Sobre o nome do baixo: Ao pensar no nome, queria dar não apenas um nome argentino ao instrumento, mas também um nome que representasse a argentinidade deste contrabaixo (Algo sobre o qual falarei mais adiante)
Depois de muito pensar, decidi chamá-lo Nicolino em homenagem ao grande boxeador argentino Nicolino Locche, conhecido pela alcunha de "El Intocable".
(Continua)
Vc também tem essa mania de dar nomes aos seus instrumentos? kkkk
Eu sempre coloco nome, porque acho que os nossos instrumentos tem personalidade e são companheiros por um bom período das nossas vidas e por isso merecem ser nomeados. Também acho que foi uma coisa que li em O Senhor dos Anéis que a arma de um grande guerreiro sempre tinha nome (algo assim)
Isso dava até um bom tópico, hein? Nomes dos seus instrumentos e o "porquê do nome" (Abre aí Zubrycky!). Todos os instrumentos que já tive até hoje tiveram nomes. Às vezes demoro um pouco pra decidir o nome definitivo, mas sempre coloco. Ao todo já tive 6 baixos diferentes.
B3ck1m2n- Membro
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Re: Baixo Yakim Mate
B3ck1m2n escreveu:
Vc também tem essa mania de dar nomes aos seus instrumentos? kkkk
Eu sempre coloco nome, porque acho que os nossos instrumentos tem personalidade e são companheiros por um bom período das nossas vidas e por isso merecem ser nomeados. Também acho que foi uma coisa que li em O Senhor dos Anéis que a arma de um grande guerreiro sempre tinha nome (algo assim)
Isso dava até um bom tópico, hein? Nomes dos seus instrumentos e o "porquê do nome" (Abre aí Zubrycky!). Todos os instrumentos que já tive até hoje tiveram nomes. Às vezes demoro um pouco pra decidir o nome definitivo, mas sempre coloco. Ao todo já tive 6 baixos diferentes.
Também tenho essa mania, embora não tenha dado nome a todos os instrumentos ( ).
Concordo contigo sobre o porquê dos instrumentos merecerem um nome.
P.S.: A ideia do tópico é ótima!
P.S.2: (Edição) Acabei de descobrir que esse tópico já existe...
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Re: Baixo Yakim Mate
(Mais um preâmbulo antes do review)
Sobre a história de como esse instrumento chegou até a mim (Normalmente não falo sobre isso, mas, neste caso, creio que anedota é boa e merece ser contada): Desde novembro do ano passado, quando voltei da Argentina, fiquei com a ideia de ter um baixo argentino (Afinal de contas, sou filho de argentinos e toda a.
Em dezembro, recebi de um amigo o link da OLX com o anúncio deste instrumento. De cara, como os que me conhecem podem imaginar muito bem, me apaixonei pelo design único dele. Contactei o vendedor (que reside em Brasília) e recebi fotos e vídeos que mostravam o som (que som, senhores!) e o estado de conservação impecável desse instrumento.
Me entusiasmei e, como o preço cabia no meu orçamento, ficamos de fazer negócio mas, nesse meio tempo, o baixo acabou sendo vendido (Ele estava em consignação com o vendedor e o dono do baixo - que tinha comprado o baixo em Buenos Aires - o vendeu para outra pessoa). O vendedor brasiliense me pediu desculpas e eu lhe disse "tudo bem, essas coisas acontecem".
O tempo passou, me esqueci completamente do assunto e uma noite dessas, ainda em dezembro, recebi uma mensagem de whatsapp de alguém que eu nunca tinha falado antes na vida e, para a minha total surpresa, essa pessoa me mandou fotos do baixo para saber se eu tinha interesse em comprá-lo (!!!) e, para a minha ainda maior total surpresa, essa pessoa estava em São Paulo (!!!).
Com tudo isso (e somando o fato de que o preço estava um pouco maior do que o que foi anunciado lá em Brasília mas era o que eu teria pago pelo baixo mais o frete), percebi que as mãos do Destino estavam agindo e que aquele baixo teria que ser meu, de forma que acabei comprando-o.
(A seguir, o review propriamente dito).
Sobre a história de como esse instrumento chegou até a mim (Normalmente não falo sobre isso, mas, neste caso, creio que anedota é boa e merece ser contada): Desde novembro do ano passado, quando voltei da Argentina, fiquei com a ideia de ter um baixo argentino (Afinal de contas, sou filho de argentinos e toda a.
Em dezembro, recebi de um amigo o link da OLX com o anúncio deste instrumento. De cara, como os que me conhecem podem imaginar muito bem, me apaixonei pelo design único dele. Contactei o vendedor (que reside em Brasília) e recebi fotos e vídeos que mostravam o som (que som, senhores!) e o estado de conservação impecável desse instrumento.
Me entusiasmei e, como o preço cabia no meu orçamento, ficamos de fazer negócio mas, nesse meio tempo, o baixo acabou sendo vendido (Ele estava em consignação com o vendedor e o dono do baixo - que tinha comprado o baixo em Buenos Aires - o vendeu para outra pessoa). O vendedor brasiliense me pediu desculpas e eu lhe disse "tudo bem, essas coisas acontecem".
O tempo passou, me esqueci completamente do assunto e uma noite dessas, ainda em dezembro, recebi uma mensagem de whatsapp de alguém que eu nunca tinha falado antes na vida e, para a minha total surpresa, essa pessoa me mandou fotos do baixo para saber se eu tinha interesse em comprá-lo (!!!) e, para a minha ainda maior total surpresa, essa pessoa estava em São Paulo (!!!).
Com tudo isso (e somando o fato de que o preço estava um pouco maior do que o que foi anunciado lá em Brasília mas era o que eu teria pago pelo baixo mais o frete), percebi que as mãos do Destino estavam agindo e que aquele baixo teria que ser meu, de forma que acabei comprando-o.
(A seguir, o review propriamente dito).
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