Customização de um Giannini AE04B Arrow, aka Formigão...

Pessoal,

Na falta do que fazer e de uma palavra mais adequada, tenho pensado em customizar meu Arrow velho de guerra - esse do avatar - cada vez que olho para ele ou toco com ele.

Explico: sempre o achei bonito, mas é bem pesadinho e no que se refere ao desenho, a ergonomia dele deixa a desejar. A curva traseira superior, onde meu antebraço direito costuma ficar apoiado, faz um ângulo de 90º graus em relação à parte frontal, um belo de um canto vivo. Para piorar, um gaiato para quem emprestei o baixo uma vez - que queime no mármore do Inferno - fez o favor de dar uma estragada no verniz/madeira bem ali, o que me incomoda já há uns 20 anos, pois ficou meio lascado e áspero.

Pois bem: minha ideia já há algum tempo é retirar o verniz original - encomendando o serviço a um luthier, obviamente - do corpo e arredondar/suavizar todo o outline dele, à la Pedulla, como este aqui - que até me lembra o meu, com o devido respeito e ressalvas...



É viável? Ficaria muito caro? Vale a pena? Não iria deixar na madeira crua, ia querer alguma proteção - até porque não dá para ver a aparência dela por baixo de todo o verniz, pode ter variações de cor etc. Eu iria aproveitar e mexer na parte elétrica dele também, que está barulhenta demais e, talvez, trocar a ponte. E uma vez, vi a baixista da Mercenárias - nossa, tirei isso do fundo do baú - com um desses Arrow (SNME) com um captador adicional, um "J" colocado logo à frente da ponte, achei interessante - mas talvez desnecessário.

E aí? Opiniões dos baixistas e luthiers serão super bem vindas, obviamente...

Valeu pela atenção!!

Sergio

Não creio que, nem seja viável, nem seja possível deixá-lo dessa forma aí. Ademais, ao perder a originalidade, vc depõe contra um instrumento que já não tem muito valôr de revenda mesmo. O máximo que se pode fazer nele sería arredondar um pouco mais as bordas, mas isso implicaría no reacabamento total do instrumento.
Uma coisa que eu, como luthier e baixista recomendaría para esse seu "formigão", sería "re-shapear" o braço, deixando-o mais fino e estreito. Isso sim alteraría (para melhor) a tocabilidade do instrumento, bem como a colocação de novos trastes.
Trocar a ponte não vai lhe render muito benefício também. A não ser que vc instale uma Badass, que custa uma fortuna; a parte elétrica dele também não precisa de nada, pois o capt (se for o original) é fabricado pela Gotoh e é de boa qualidade. Apenas torcaría os potenciômetros e faria uma boa blindagem. Nada mais.

Nah, Bertola... Não quero fazer transformar uma orelha de porco numa bolsa - ou seja, meu Giannini em Pedulla.

Estou pensando apenas em conforto, as bordas arredondadas do Pedulla são apenas uma referência visual. Originalidade e revenda não são minhas preocupações também, esse baixo é de estimação e não pretendo me desfazer dele nunca. Quanto ao captador "J" que mencionei, o fiz apenas como curiosidade, não acho que tecnicamente - e mesmo visualmente - seja válido. Mas achei interessante essa informação sobre o captador Gotoh... O meu é de 1986, seria original?

Não tenho problemas com o braço dele, até acho confortável. O que me mata é a borda em que apoio meu braço. Aí juntou com a vontade de ter algo diferente e pronto - desastre à vista!!

Sergio

Sim, me parece ser original. Esses capts são muito bons. Não mexa neles! Rs,rs...
O arredondamento da borda pode ser feito sem problemas; porém, como disse acima, todo o acabamento (verniz PU e corante vermelho) terá que ser refeito.

Bertola, minha ideia era exatamente essa: retirar todo o acabamento e , feitas as modificações, aplicar um novo - de preferência, algo incolor e acetinado. Você tem idéia da coloração original da madeira usada nesse baixo? Eu não entendo nada disso, o verniz PU é incolor e recebe o corante ou a madeira é tingida e depois recebe o verniz?

O meu não é realmente vermelho, é um marrom médio, com os veios da madeira visíveis sob o verniz. Me lembro que existia mesmo um vermelho "transparente" e um amigo tinha um que era um marrom muito escuro, quase sólido, SNME.

Grande abraço,

Sergio

O corante é aplicado ao verniz.
A madeira do corpo e do braço é o mogno, madeira rara hoje em dia, de sonoridade ímpar.
Recomendo que o seu luthier retire todo o acabamento original e, depois de feito o abaulamento da lateral, refaça-o com verniz de nitrocelulose, que proporciona um acabamento mais "vintage".

^Desvirtuando: Bertola: MP enviada.

[ ]´s

edu_carvalho escreveu:^Desvirtuando: Bertola: MP enviada.

[ ]´s

Tá falado!

Cara, não mexeria nesse instrumento, talvez no máximo essa alteração (desgaste) pra apoio do braço. Já tive um desses a muitos anos atrás e é um baixo bem legal, bom timbre. Se a vontade é de se aventurar na luthieria, eu compraria peças de um luthier e montaria um instrumento aos poucos. Ou ainda compraria um baixo barato e começaria a fazer as alterações que eu tivesse vontade.

Não, André...

Eu sou maluco, mas nem tanto... Se fizer algo, será através de um luthier qualificado e apenas o arredondamento do contorno, remoção/restauração do acabamento, troca dos potenciômetros e colocação de blindagem.

O resto fica como está... O som dele é muito legal mesmo, bem encorpado e tem um sustain bem legal.

Sergio

Tenho um baixo igual ao seu e vou dizer: também tenho vontade de dar uma mexida no apoio do antebraço, mas acabar com o acabamento original vai tirar todo aquele aspecto legal de baixo velho....

Lembro que quando restaurei o meu (a escala tava empenada e a parte elétrica chiando) os caras da lutheria queriam ficar com ele...

Não vendo de jeito nenhum, gosto muito dele.