Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
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Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Lucro Brasil faz consumidor pagar o carro mais caro do mundo
"Por que baixar o preço se o consumidor paga?", pergunta um executivo de montadora
Texto: Joel Leite/AutoInforme
(27-06-11) - O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o alto valor da mão de obra, mas os fabricantes não revelam quanto os salários - e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.
A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.
A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: os gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas.
Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.
Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.
Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?
Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.
A carga tributária caiu
O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100hp recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.
Hoje - com os critérios alterados - o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.
Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.
Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.
Isso sem contar as ações do governo, que baixou o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.
As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora de estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais e para choque saliente. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.
A margem de lucro é três vezes maior que em outros países
O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.
O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.
O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.
O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.
Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o Lucro Brasil (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.
Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.
Será possível que a montadora tem um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa não fala sobre o assunto.
Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.
Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.
Porque o mesmo carro é mais barato na Argentina e no Chile?
A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou em fevereiro, no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, os valores comercializados do Corolla nos três países. No Brasil o carro custa U$ 37.636,00, na Argentina U$ 21.658,00 e nos EUA U$ 15.450,00.
O consumidor paraguaio paga pelo Kia Soul U$ 18 mil, metade do preço do mesmo carro vendido no Brasil. Ambos vêm da Coreia. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.
Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.
Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.
A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:
As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial.
Questionada, a empresa enviou nova explicação:
As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas.
Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro, mesmo considerando o preço FOB: o custo de produção, sem a carga tributária.
Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.
Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.
O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um mercado mais competitivo.
City é mais barato no México do que no Brasil por causa do drawback
Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o drawback, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O drawback é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o valor base de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.
Ora, quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).
A propósito, não se deve considerar que o dólar baixo em relação ao real barateou esses componentes?
A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. O que acontece com o Honda City é apenas um exemplo do que se passa na indústria automobilística. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso Lucro Brasil.
Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro do Brasil é mais caro que em outros países porque aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis.
Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. O que vale é o preço que o mercado paga.
E por que o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?
Eu também queria entender - respondeu Takanobu Ito - a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até o McDonald aqui é o mais caro do mundo.
Se a moeda for o Big Mac - confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa U$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não é menor do que o dos brasileiros.
Tem muita coisa torta no Brasil - concluiu o empresário, não é o carro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa U$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.
Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado, disse.
Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:
Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?, questionou.
Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale. O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.
Por que baixar o preço se o consumidor paga?, explicou o executivo.
Em 2003, quando foi lançado, o EcoEsport, da Ford, não tinha concorrente. Era um carro diferente, inusitado. A Ford cobrou caro a exclusividade: segundo informações de uma fonte que tinha grande ligação com a empresa na época, e conhecia os custos do produto, o carro tinha uma margem líquida de US$ 5 mil.
A montadora põe o preço lá em cima. Se colar, colou
Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima, disse um dirigente do setor. É usual, até, a fábrica lançar o carro a um preço acima do pretendido, para tentar posicionar o produto num patamar mais alto. Se colar, colou. Caso contrário, passa a dar bônus à concessionárias até reposicionar o modelo num preço que o consumidor está disposto a pagar.
Um exemplo recente revela esse comportamento do mercado. A Kia fez um pedido à matriz coreana de dois mil Sportage por mês, um volume que, segundo seus dirigentes, o mercado brasileiro poderia absorver. E já tinha fixado o preço: R$ 75 mil. Às vésperas do lançamento soube que a cota para o Brasil tinha sido limitada a mil unidades. A importadora, então, reposicionou o carro num patamar superior, para R$ 86 mil. E, como já foi dito aqui: pra que vender por R$ 75 mil se tem fila de espera pra comprar por R$ 86 mil? A versão com câmbio automático, vendida a R$ 93 mil, tem fila de espera e seu preço sobe para R$ 100 mil no mercado paralelo.
Cledorvino Belini, que também é presidente da Fiat Automóveis e membro do Conselho Mundial do Grupo Fiat, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.
A Anfavea está fazendo um Estudo de Competitividade para mostrar ao governo o que considera uma injusta concorrência da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.
Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção, revelou Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital. É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos, disse.
Com a crise, o setor mostrou que tem (muita) gordura pra queimar. O preço de alguns carros baixou de R$ 100 mil para R$ 80 mil. Carros mais caros tiveram descontos ainda maiores.
São comuns descontos de R$ 5 mil, 10 mil. Como isso é possível se não há uma margem tão elástica pra trabalhar?
A GM vendeu um lote do Corsa Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um executivo da locadora em questão. O preço unitário foi de R$ 19 mil!
As montadoras tradicionais tentam evitar o óbvio, que é a perda de participação para as novas montadoras, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. O dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora, e muito. Além disso, os importados já pagam uma alíquota de 35%, por isso não se trata de uma concorrência desleal, ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro.
Mini no tamanho, big no preço
Mini, Fiat 500, Smart são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda. Que paga R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta que custa R$ 30 mil e já é caro.
Onde estão os R$ 30 mil que o consumidor está pagando a mais pelo Smart e o Cinquecento e os R$ 70 mil a mais pelo Mini Cooper?
A Mercedes-Benz, importadora do Smart, fez as contas a nosso pedido dos acessórios do minicarro. Ele tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. Segundo a empresa, o custo desse pacote seria em torno de R$ 20 mil, considerando os preços de equipamentos para a linha Mercedes, uma vez que o Smart já vem completo e não dispõe dos preços desses equipamentos separados.
Mesmo considerando esses preços ainda não se justifica os R$ 62 mil para um carro que leva apenas duas pessoas.
A Fiat vende o Cinquencento por R$ 62 mil, exatamente, e não por acaso, o mesmo preço do Smart. O carro tem sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração, mas é menor que o Celta. Esse pacote custaria, somando os valores dos equipamentos, conforme preços divulgados pela Fiat, R$ 24 mil. Portanto, no preço cobrado, de R$ 62 mil, tem uma margem de lucro muito maior do que a de um carro comum.
E quem comprar o minúsculo Mini Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.
Claro que tamanho não é documento, especialmente quando se fala de carro. Você poderia dizer que o Ferrari é do tamanho de uma Kombi. Mas o fato é que as montadoras posicionam seus produtos num determinado patamar sem levar em conta o tamanho, o tipo de uso ou o custo do produto, mas apenas o preço que o mercado paga, optando por vender mais caro em vez de priorizar o volume, ganhando na margem de lucro.
Essa política pode ser válida para uma bolsa da Louis Vuitton, um produto supérfluo destinado a uma pequena parcela da elite da sociedade, ou mesmo para uma Ferrari, pra não sair do mundo do automóvel. Mas não deveria ser para um carro comum.
Além disso, existem exemplos de carro muito bem equipado a preços bem mais baixos. O chinês QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais. A ideia original - disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi - era vender o QQ por R$ 19,9 mil. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto Importação.
As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz imposto, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado do mundo.
E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.
Joel Leite - email: joelleite@autoinforme.com.br
Colaboraram: Ademir Gonçalves e Luiz Cipolli
(Original no endereço http://www.webmotors.com.br/wmpublicador/yahooNoticiaConteudo.vxlpub?hnid=45643 )
"Por que baixar o preço se o consumidor paga?", pergunta um executivo de montadora
Texto: Joel Leite/AutoInforme
(27-06-11) - O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o alto valor da mão de obra, mas os fabricantes não revelam quanto os salários - e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.
A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.
A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: os gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas.
Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.
Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.
Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?
Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.
A carga tributária caiu
O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100hp recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.
Hoje - com os critérios alterados - o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.
Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.
Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.
Isso sem contar as ações do governo, que baixou o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.
As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora de estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais e para choque saliente. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.
A margem de lucro é três vezes maior que em outros países
O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.
O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.
O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.
O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.
Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o Lucro Brasil (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.
Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.
Será possível que a montadora tem um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa não fala sobre o assunto.
Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.
Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.
Porque o mesmo carro é mais barato na Argentina e no Chile?
A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou em fevereiro, no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, os valores comercializados do Corolla nos três países. No Brasil o carro custa U$ 37.636,00, na Argentina U$ 21.658,00 e nos EUA U$ 15.450,00.
O consumidor paraguaio paga pelo Kia Soul U$ 18 mil, metade do preço do mesmo carro vendido no Brasil. Ambos vêm da Coreia. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.
Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.
Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.
A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:
As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial.
Questionada, a empresa enviou nova explicação:
As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas.
Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro, mesmo considerando o preço FOB: o custo de produção, sem a carga tributária.
Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.
Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.
O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um mercado mais competitivo.
City é mais barato no México do que no Brasil por causa do drawback
Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o drawback, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O drawback é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o valor base de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.
Ora, quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).
A propósito, não se deve considerar que o dólar baixo em relação ao real barateou esses componentes?
A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. O que acontece com o Honda City é apenas um exemplo do que se passa na indústria automobilística. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso Lucro Brasil.
Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro do Brasil é mais caro que em outros países porque aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis.
Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. O que vale é o preço que o mercado paga.
E por que o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?
Eu também queria entender - respondeu Takanobu Ito - a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até o McDonald aqui é o mais caro do mundo.
Se a moeda for o Big Mac - confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa U$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não é menor do que o dos brasileiros.
Tem muita coisa torta no Brasil - concluiu o empresário, não é o carro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa U$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil.
Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado, disse.
Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:
Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?, questionou.
Ele se refere ao valor percebido pelo cliente. É isso que vale. O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.
Por que baixar o preço se o consumidor paga?, explicou o executivo.
Em 2003, quando foi lançado, o EcoEsport, da Ford, não tinha concorrente. Era um carro diferente, inusitado. A Ford cobrou caro a exclusividade: segundo informações de uma fonte que tinha grande ligação com a empresa na época, e conhecia os custos do produto, o carro tinha uma margem líquida de US$ 5 mil.
A montadora põe o preço lá em cima. Se colar, colou
Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima, disse um dirigente do setor. É usual, até, a fábrica lançar o carro a um preço acima do pretendido, para tentar posicionar o produto num patamar mais alto. Se colar, colou. Caso contrário, passa a dar bônus à concessionárias até reposicionar o modelo num preço que o consumidor está disposto a pagar.
Um exemplo recente revela esse comportamento do mercado. A Kia fez um pedido à matriz coreana de dois mil Sportage por mês, um volume que, segundo seus dirigentes, o mercado brasileiro poderia absorver. E já tinha fixado o preço: R$ 75 mil. Às vésperas do lançamento soube que a cota para o Brasil tinha sido limitada a mil unidades. A importadora, então, reposicionou o carro num patamar superior, para R$ 86 mil. E, como já foi dito aqui: pra que vender por R$ 75 mil se tem fila de espera pra comprar por R$ 86 mil? A versão com câmbio automático, vendida a R$ 93 mil, tem fila de espera e seu preço sobe para R$ 100 mil no mercado paralelo.
Cledorvino Belini, que também é presidente da Fiat Automóveis e membro do Conselho Mundial do Grupo Fiat, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.
A Anfavea está fazendo um Estudo de Competitividade para mostrar ao governo o que considera uma injusta concorrência da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.
Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção, revelou Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital. É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos, disse.
Com a crise, o setor mostrou que tem (muita) gordura pra queimar. O preço de alguns carros baixou de R$ 100 mil para R$ 80 mil. Carros mais caros tiveram descontos ainda maiores.
São comuns descontos de R$ 5 mil, 10 mil. Como isso é possível se não há uma margem tão elástica pra trabalhar?
A GM vendeu um lote do Corsa Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um executivo da locadora em questão. O preço unitário foi de R$ 19 mil!
As montadoras tradicionais tentam evitar o óbvio, que é a perda de participação para as novas montadoras, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. O dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora, e muito. Além disso, os importados já pagam uma alíquota de 35%, por isso não se trata de uma concorrência desleal, ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro.
Mini no tamanho, big no preço
Mini, Fiat 500, Smart são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda. Que paga R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta que custa R$ 30 mil e já é caro.
Onde estão os R$ 30 mil que o consumidor está pagando a mais pelo Smart e o Cinquecento e os R$ 70 mil a mais pelo Mini Cooper?
A Mercedes-Benz, importadora do Smart, fez as contas a nosso pedido dos acessórios do minicarro. Ele tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. Segundo a empresa, o custo desse pacote seria em torno de R$ 20 mil, considerando os preços de equipamentos para a linha Mercedes, uma vez que o Smart já vem completo e não dispõe dos preços desses equipamentos separados.
Mesmo considerando esses preços ainda não se justifica os R$ 62 mil para um carro que leva apenas duas pessoas.
A Fiat vende o Cinquencento por R$ 62 mil, exatamente, e não por acaso, o mesmo preço do Smart. O carro tem sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração, mas é menor que o Celta. Esse pacote custaria, somando os valores dos equipamentos, conforme preços divulgados pela Fiat, R$ 24 mil. Portanto, no preço cobrado, de R$ 62 mil, tem uma margem de lucro muito maior do que a de um carro comum.
E quem comprar o minúsculo Mini Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.
Claro que tamanho não é documento, especialmente quando se fala de carro. Você poderia dizer que o Ferrari é do tamanho de uma Kombi. Mas o fato é que as montadoras posicionam seus produtos num determinado patamar sem levar em conta o tamanho, o tipo de uso ou o custo do produto, mas apenas o preço que o mercado paga, optando por vender mais caro em vez de priorizar o volume, ganhando na margem de lucro.
Essa política pode ser válida para uma bolsa da Louis Vuitton, um produto supérfluo destinado a uma pequena parcela da elite da sociedade, ou mesmo para uma Ferrari, pra não sair do mundo do automóvel. Mas não deveria ser para um carro comum.
Além disso, existem exemplos de carro muito bem equipado a preços bem mais baixos. O chinês QQ, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais. A ideia original - disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi - era vender o QQ por R$ 19,9 mil. Segundo Curi, o preço do QQ poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto Importação.
As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz imposto, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado do mundo.
E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.
Joel Leite - email: joelleite@autoinforme.com.br
Colaboraram: Ademir Gonçalves e Luiz Cipolli
(Original no endereço http://www.webmotors.com.br/wmpublicador/yahooNoticiaConteudo.vxlpub?hnid=45643 )
Silouco- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Brasileiro é realmente trouxa...
O big mac mais caro do mundo, o i-phone mais caro do mundo, o carro mais caro do mundo, o Fender mais caro do mundo. Pode colocar o preço lá em cima que o Brasileiro vai pagar mesmo.
O big mac mais caro do mundo, o i-phone mais caro do mundo, o carro mais caro do mundo, o Fender mais caro do mundo. Pode colocar o preço lá em cima que o Brasileiro vai pagar mesmo.
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Resumo do meu precision: Mais qualidade que Alleva-Coppolo, prazo de entrega maior que da Fodera
CG- Moderador
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
]CG escreveu:Brasileiro é realmente trouxa...
O big mac mais caro do mundo, o i-phone mais caro do mundo, o carro mais caro do mundo, o Fender mais caro do mundo. Pode colocar o preço lá em cima que o Brasileiro vai pagar mesmo.
Justamente....é também o que vem acontecendo com a lutheria.
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Concordo com o texto, porém, acredito que a situação está mudando. Os chineses estão nivelando a concorrência, prova disso é que o lançamento dos JAC fez a Ford oferecer o Fiesta Rocam com ítens semelhantes aos que equipam o J3 por preço compatível ao modelo chinês. Outro exemplo é o Fiat 500 que teve o seu preço reduzido para 40 mil e continua vindo cheio de mimos. Reduziram o preço porque agora é fabricado no México e finalmente, tem mais dois exemplos, que são os modelos mais aguardados do mercado atualmente: Kia Picanto que virá por uma média de 38.000,00 para competir com Mini e Fiat 500 e o Nissan March que será lançado em outubro que será concorrente direto do Gol e novo Uno, e custará, na versão de entrada, com muitos ítens de série, incluindo direção elétricamente assistida, R$26.000,00.
Só para finalizar, acredito que essa mentalidade de "o consumidor paga" está mudando, hoje em dia tem muita gente saindo das 4 grandes (Fiat, Ford, VW e Chevrolet) porque os seus automóveis são praticamente carroças perto das outras opções, principalmente em termos de equipamentos. Por isso as montadoras coreanas, japonesas e chinesas - estas últimas ainda com um certo receito do público - estão começando a tomar conta do mercado. Eu mesmo sou um exemplo disso, não faz muito tempo, abri um tópico aqui no fórum cogitando a troca do meu gol velho. Procurando por notícias na internet, achei melhor esperar, porque quero ver de perto o tal Kia Picanto reestilizado e o Nissan March, para depois trocar de carro. Mas uma coisa é certa, dificilmente ficarei com um carro das quatro grandes...
Só para finalizar, acredito que essa mentalidade de "o consumidor paga" está mudando, hoje em dia tem muita gente saindo das 4 grandes (Fiat, Ford, VW e Chevrolet) porque os seus automóveis são praticamente carroças perto das outras opções, principalmente em termos de equipamentos. Por isso as montadoras coreanas, japonesas e chinesas - estas últimas ainda com um certo receito do público - estão começando a tomar conta do mercado. Eu mesmo sou um exemplo disso, não faz muito tempo, abri um tópico aqui no fórum cogitando a troca do meu gol velho. Procurando por notícias na internet, achei melhor esperar, porque quero ver de perto o tal Kia Picanto reestilizado e o Nissan March, para depois trocar de carro. Mas uma coisa é certa, dificilmente ficarei com um carro das quatro grandes...
NESCAU- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
NESCAU escreveu:tem mais dois exemplos, que são os modelos mais aguardados do mercado atualmente: Kia Picanto que virá por uma média de 38.000,00 para competir com Mini
Kia Picanto pra competir com Mini. Sei. Realmente a mentalidade do consumidor está mudando. Perderam a noção completamente...
drews- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Bem vindos ao capitalismo, amigos.
Enquanto o lucro estiver bom, o preço não vai mudar.
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daniloviana7- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Uma coisa que eu já havia observado foi que depois do fim do IPI reduzido alguns modelos de carro voltaram um pouco mais baratos do que eram antes da redução de imposto, e tinha ficado a dúvida sobre o por que de isto ter acontecido, mas está ai a explicação.
Silouco- Membro
- Mensagens : 444
Localização : Santa Maria DF
Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Guilé escreveu:
Justamente....é também o que vem acontecendo com a lutheria.
Não mexe com isso...
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Foi você que pediu...
NETOULTRA- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Isso não é só pra carro não! É pra tudo.
Lembrei do Felipe Neto e aquela campanha falida dele contra os impostos. Quer dizer, ele acha que são impostos, mas, na verdade, é tudo lucro, em todos os produtos.
Custo Brasil é história pra boi dormir...
Lembrei do Felipe Neto e aquela campanha falida dele contra os impostos. Quer dizer, ele acha que são impostos, mas, na verdade, é tudo lucro, em todos os produtos.
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gobatto- Eterno Colaborador
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Opa, o Fiat 500 que vira do mexico baratinho terá motor 1.4 fire... E sabe-se lá mais o que vai ser retirado. É esperar pra ver.NESCAU escreveu:Concordo com o texto, porém, acredito que a situação está mudando. Os chineses estão nivelando a concorrência, prova disso é que o lançamento dos JAC fez a Ford oferecer o Fiesta Rocam com ítens semelhantes aos que equipam o J3 por preço compatível ao modelo chinês. Outro exemplo é o Fiat 500 que teve o seu preço reduzido para 40 mil e continua vindo cheio de mimos. Reduziram o preço porque agora é fabricado no México e finalmente, tem mais dois exemplos, que são os modelos mais aguardados do mercado atualmente: Kia Picanto que virá por uma média de 38.000,00 para competir com Mini e Fiat 500 e o Nissan March que será lançado em outubro que será concorrente direto do Gol e novo Uno, e custará, na versão de entrada, com muitos ítens de série, incluindo direção elétricamente assistida, R$26.000,00.
Só para finalizar, acredito que essa mentalidade de "o consumidor paga" está mudando, hoje em dia tem muita gente saindo das 4 grandes (Fiat, Ford, VW e Chevrolet) porque os seus automóveis são praticamente carroças perto das outras opções, principalmente em termos de equipamentos. Por isso as montadoras coreanas, japonesas e chinesas - estas últimas ainda com um certo receito do público - estão começando a tomar conta do mercado. Eu mesmo sou um exemplo disso, não faz muito tempo, abri um tópico aqui no fórum cogitando a troca do meu gol velho. Procurando por notícias na internet, achei melhor esperar, porque quero ver de perto o tal Kia Picanto reestilizado e o Nissan March, para depois trocar de carro. Mas uma coisa é certa, dificilmente ficarei com um carro das quatro grandes...
Os chineses estão melhorando um pouco a situação, mas ainda falta um longo caminho pra gente chegar perto de um preço minimamente justo.
O picanto por 38 mil não é barato. O carro é pequeno e 1.0, não tem grandes segredos aí...
As coreanas ofereciam um custo benefício imbatível, mas agora que se estabeleceram começaram a se nivelar às grandes. Tucson era barato, na faixa de 60 mil. O novo Tucson (chamado aqui de ix35), 90 mil. Antigo Sportage, 60 mil. Novo sportage, 95 mil. Azera, 65-70 mil. Sonata (que é de um segmento inferior ao azera), mais de 100 mil.
Espero que as chinesas sejam ainda mais agressivas, e que a concorrência aumente bastante, pois só assim que se reduz preços e melhora a qualidade. Quer dizer, o consumidor é o maestro final dessa coisa toda. Mas como pouca gente se informa da situação lá fora, ou quando sabe, fala "ah mas aqui é diferente mesmo..."...
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Thales_Sr- Moderador
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Guilé escreveu:]CG escreveu:Brasileiro é realmente trouxa...
O big mac mais caro do mundo, o i-phone mais caro do mundo, o carro mais caro do mundo, o Fender mais caro do mundo. Pode colocar o preço lá em cima que o Brasileiro vai pagar mesmo.
Justamente....é também o que vem acontecendo com a lutheria.
Daniel- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Por favor, fiquem à vontade para abrir um tópico de discussão sobre os preços praticados pelas lutherias Brasileiras...
Miscelânea talvez fosse o local mais indicado. Vamos deixar o off-topico pra assuntos não relacionados à música. Obrigado...
Miscelânea talvez fosse o local mais indicado. Vamos deixar o off-topico pra assuntos não relacionados à música. Obrigado...
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allexcosta- Administrador
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Também acho um pouco forçada essa ideia, porém é o que dizem os comparativos pelo mundo a fora...drews escreveu:NESCAU escreveu:tem mais dois exemplos, que são os modelos mais aguardados do mercado atualmente: Kia Picanto que virá por uma média de 38.000,00 para competir com Mini
Kia Picanto pra competir com Mini. Sei. Realmente a mentalidade do consumidor está mudando. Perderam a noção completamente...
Thales: AQUI tem tudo sobre o Fiat 500 MiM.
NESCAU- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Tem alguma referência desses comenários pelo mundo afora? As únicas coisas positivas que vi fora do Brasil sobre Kia e Hyunday eram peças promocionais. Geralmente as publicações especializadas massacram os pobrezinhos.NESCAU escreveu: Também acho um pouco forçada essa ideia, porém é o que dizem os comparativos pelo mundo a fora...
Quanto aos carros chineses, tenho medo do efeito no mercado a médio prazo. Vendo de perto, percebi no acabamento interior: parafusos expostos e já enferrujados (dentro da concessionaria), peças de plástico (aparentando baixa qualidade) desalinhadas, tortas mesmo, revestimentos (carpetes e afins) de aparência duvidosa. Daqui a alguns anos podemos ter hordas de compradores arrependidos...
drews- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Agora os chineses podem até entrar com preços mais baixos, mas logo logo eles entram na onda dos outros. Lucro acima de tudo.
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basslave- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
drews escreveu:Tem alguma referência desses comenários pelo mundo afora? As únicas coisas positivas que vi fora do Brasil sobre Kia e Hyunday eram peças promocionais. Geralmente as publicações especializadas massacram os pobrezinhos.NESCAU escreveu: Também acho um pouco forçada essa ideia, porém é o que dizem os comparativos pelo mundo a fora...
Quanto aos carros chineses, tenho medo do efeito no mercado a médio prazo. Vendo de perto, percebi no acabamento interior: parafusos expostos e já enferrujados (dentro da concessionaria), peças de plástico (aparentando baixa qualidade) desalinhadas, tortas mesmo, revestimentos (carpetes e afins) de aparência duvidosa. Daqui a alguns anos podemos ter hordas de compradores arrependidos...
Mesmo assim o povo compra, lembra os Lada?
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basslave- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Mas é esse mesmo o meu medo. Aqui no sertão tem JAC e Lifan pra todo lado. se daqui a 3 anos estiverem literalmente caindo aos pedaços...basslave escreveu:Mesmo assim o povo compra, lembra os Lada?
drews- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
^ Então eu costumo ler bastante sobre automóveis em blogs, tem o noticias automotivas que é muito bom e o autossegredos. Se não me engano foi em um desses que eu li sobre o Picanto ser um compacto premium. Agora em relação aos carros chineses, eu, a princípio não compraria, como já disseram aí em cima, o medo desses JAC, Liffan, Effa, Chery e afins virar LADA é grande! Hyundai, Kia, Nissan e Mitsubishi já acho tranquilo...
NESCAU- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
NESCAU escreveu:Hyundai, Kia, Nissan e Mitsubishi já acho tranquilo...
Opa, mas Nissan é Japa e um dos melhores carros do mundo. Mitsubishi tá aí há zilhões de anos...
Hyundai e Kia evoluíram muito ultimamente, mas não é tudo farinha do mesmo saco...
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allexcosta- Administrador
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Então não é pelo mundo afora, é pelo Brasil afora.NESCAU escreveu:^ Então eu costumo ler bastante sobre automóveis em blogs, tem o noticias automotivas que é muito bom e o autossegredos. Se não me engano foi em um desses que eu li sobre o Picanto ser um compacto premium.
A Kia/Hyundai adotou uma estratégia de propaganda enganosa, colocando os carros deles como sendo comparados a BMW, Mercedes e tais, e tal comparação nunca aconteceu. Revistas especializadas norte-americanas massacram os coitadinhos. Aqui no Brasil, o elogio é orquestrado, vide o espaço cativo, por exemplo, no AutoEsporte da Globo. Os carros da Kia/Hyundai aparecem até em reportagens sobre desembarque de veículos nos portos... é vergonhoso!
http://novidadesautomotivas.blogspot.com/2010/10/hyundai-e-punida-pelo-conar-pela-11-vez.html
E o consumidor, ao invés de brigar pelo respeito, defende o desrespeitador...
http://www.motorpasion.com.br/default/porque-o-grupo-caoa-hyundai-faz-propagandas-enganosas-no-brasil
drews- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Tbm, não acredito muito na qualidade desses carros coreanos ai, IMHO eles tem grandes chances de virarem os Ladas de amanhã, quando começarem a dar manutenção sai de perto
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basslave- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
^ Aquela Jac Motors eu tenho medo, só compro algum dia se o pessoal vier falar que é bom mesmo que pode ir na fé
Agora oque eu não intendo, pelo menos para os jacús aqui do interior que parece o Brasil só ter : Volks, Ford, Fiat
Enquanto Renault, Peugeout são carros bem melhores acabados... as vezes completos usados saem mais baratos que um gol sem nada. É o medo da desvalorização? mistificação de que a manutenção é carésima?
Ainda não consegui intender...
Agora oque eu não intendo, pelo menos para os jacús aqui do interior que parece o Brasil só ter : Volks, Ford, Fiat
Enquanto Renault, Peugeout são carros bem melhores acabados... as vezes completos usados saem mais baratos que um gol sem nada. É o medo da desvalorização? mistificação de que a manutenção é carésima?
Ainda não consegui intender...
Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Desde 2003 tenho alternado entre Renault e Citroen. Não tenho absolutamente nada a reclamar. nem da manutenção...
drews- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Sobre manutenção, não sei se é impressão minha, mas parece que não existe manutenção barata apartir de 2006
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basslave- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Sim, sim, eu esqueci de mencionar a nacionalidade desses aíallexcosta escreveu:NESCAU escreveu:Hyundai, Kia, Nissan e Mitsubishi já acho tranquilo...
Opa, mas Nissan é Japa e um dos melhores carros do mundo. Mitsubishi tá aí há zilhões de anos...
Hyundai e Kia evoluíram muito ultimamente, mas não é tudo farinha do mesmo saco...
drews escreveu:Então não é pelo mundo afora, é pelo Brasil afora.NESCAU escreveu:^ Então eu costumo ler bastante sobre automóveis em blogs, tem o noticias automotivas que é muito bom e o autossegredos. Se não me engano foi em um desses que eu li sobre o Picanto ser um compacto premium.
A Kia/Hyundai adotou uma estratégia de propaganda enganosa, colocando os carros deles como sendo comparados a BMW, Mercedes e tais, e tal comparação nunca aconteceu. Revistas especializadas norte-americanas massacram os coitadinhos. Aqui no Brasil, o elogio é orquestrado, vide o espaço cativo, por exemplo, no AutoEsporte da Globo. Os carros da Kia/Hyundai aparecem até em reportagens sobre desembarque de veículos nos portos... é vergonhoso!
http://novidadesautomotivas.blogspot.com/2010/10/hyundai-e-punida-pelo-conar-pela-11-vez.html
E o consumidor, ao invés de brigar pelo respeito, defende o desrespeitador...
http://www.motorpasion.com.br/default/porque-o-grupo-caoa-hyundai-faz-propagandas-enganosas-no-brasil
Os dois blogs que eu citei também informam notícias internacionais, muitas aliás, em relação as comparações feitas fora do país já li algumas massacrando e outras elogiando... Em relação à Hyundai eu também sabia dessa situação, e teve também aquele problema com o tipo do óleo do I30...
Porém, não deixo de concordar com você sobre brigar pelo respeito e defender o desrespeitador, só que acredito que essa mentalidade está mudando.
NESCAU- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Esse final de semana eu e meu pai fomos ver um carro novo para comprar pra ele, ele estava afim de ver a nova Sportage da Kia, chegamos lá, a versão top de R$105.000 tem 3 meses de espera... detalhe, 105k para um carro 2.0 sem nada de especial... o mesmo acontece para quase todos os outros carros na mesma faixa de preço... enquanto houver demanda alta, o preço vai subir... hj em dia não tem mais aquele lance de negociar o preço de carro... se vc não quiser comprar o vendedor não faz o mínimo esforço para vender um carro... Isso é reflexo de como o Brasileiro não liga em pagar absurdamente mais caro em um carro...
meio off... para as montadoras e concessionárias está tão fácil vender carro que na Hundyai mal fomos atendidos pq chegamos na concessionária com um Gol...
meio off... para as montadoras e concessionárias está tão fácil vender carro que na Hundyai mal fomos atendidos pq chegamos na concessionária com um Gol...
cvmoretti- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
^e eles tbm não fazem muita questão de pagamento a vista. Financiado é mais vantajoso, e se não puder pagar melhor ainda.
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basslave- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Justamente, olha lá, 1.4 8V EVO.. O mesmo motor do novo Uno 1.4Thales: AQUI tem tudo sobre o Fiat 500 MiM.
Aquele 1.4 16v de 100cv some, pelo menos nas versões mais simples. Com isso, o preço baixa mesmo. Também somem os 7 air bags e ficam só 2.
Premium hoje em dia é um termo que eu leio com ressalvas. Polo e Punto já foram chamados de "premium", pois eram comparados com Corsa e Fiesta.^ Então eu costumo ler bastante sobre automóveis em blogs, tem o noticias automotivas que é muito bom e o autossegredos. Se não me engano foi em um desses que eu li sobre o Picanto ser um compacto premium. Agora em relação aos carros chineses, eu, a princípio não compraria, como já disseram aí em cima, o medo desses JAC, Liffan, Effa, Chery e afins virar LADA é grande! Hyundai, Kia, Nissan e Mitsubishi já acho tranquilo...
Agora, esse termo, ao menos pra mim, vai para os Audi A1, Mini Cooper, e outros nesse nível. E tanto em preço quanto em qualidade, é difícil o Picanto ser colocado na mesma categoria desses dois.
Entenda: Volks, Ford, Fiat e GM (não esqueça dela!), são marcas já estabelecidas aqui no Brasil, e queira ou não, a maioria dos mecânicos sabem dar manutenção nesses carros, além de haver uma oferta de peças muito mais generosa.^ Aquela Jac Motors eu tenho medo, só compro algum dia se o pessoal vier falar que é bom mesmo que pode ir na fé What a Face
Agora oque eu não intendo, pelo menos para os jacús aqui do interior que parece o Brasil só ter : Volks, Ford, Fiat
Enquanto Renault, Peugeout são carros bem melhores acabados... as vezes completos usados saem mais baratos que um gol sem nada. É o medo da desvalorização? mistificação de que a manutenção é carésima?
A peugeot e renault, quando entraram aqui, importavam os veículos. Por preços até interessantes, mas de qualquer forma, veículos importados têm menos oferta de peças. Daí foi criado o estigma de que as francesas são mais frágeis (era verdade), e que têm manutenção mais cara (em parte, ainda é verdade). Confiança é adquirida com tempo e trabalho bem feito.
Dessas últimas a surgirem, eu vejo com bons olhos a JAC, que se ainda não provou seu valor por estar há pouco tempo, pelo menos vem com uma política aparentemente mais séria (abriu 50 concessionárias no primeiro dia no Brasil), e com carros melhor acabados (o J3 eu entrei e achei legal), e até agora parece que só ela conseguiu fazer o mercado se mexer um pouco. A Ford tratou logo de baixar o preço do Fiesta e recheá-lo de opcionais, e a GM fez algo semelhante com o Corsa. Mas se a JAC vai se estabelecer como uma marca séria, só o tempo que vai dizer.
Os blogs são fontes interessantes, principalmente pra acompanhar lançamentos, o noticias automotivas está pegando vários flagras de modelos novos. Porém, não dá pra confiar cegamente no que é dito lá.Os dois blogs que eu citei também informam notícias internacionais, muitas aliás, em relação as comparações feitas fora do país já li algumas massacrando e outras elogiando... Em relação à Hyundai eu também sabia dessa situação, e teve também aquele problema com o tipo do óleo do I30...
Claro, mas enquanto brasileiro continuar negociando preço de prestação ao invés do valor do bem, isso vai continuar acontecendo. Os carros vão continuar caros, e ainda muita gente vai continuar dando dinheiro pra financeira.Esse final de semana eu e meu pai fomos ver um carro novo para comprar pra ele, ele estava afim de ver a nova Sportage da Kia, chegamos lá, a versão top de R$105.000 tem 3 meses de espera... detalhe, 105k para um carro 2.0 sem nada de especial... o mesmo acontece para quase todos os outros carros na mesma faixa de preço... enquanto houver demanda alta, o preço vai subir... hj em dia não tem mais aquele lance de negociar o preço de carro... se vc não quiser comprar o vendedor não faz o mínimo esforço para vender um carro... Isso é reflexo de como o Brasileiro não liga em pagar absurdamente mais caro em um carro...
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Thales_Sr- Moderador
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
e se o cara que comprou financiado não pagar a dívida, e ficar 2 anos sem pagar, o governo devolve o valor "perdido" pro banco que financiou o valor... ou seja quando eles te ligam pra negociar a dívida.... eles já tem dinheiro no bolso, o que eles tirarem de você é lucro!
Meu pai mora na china e comprou um carro popular lá este da foto
Pagou 9 mil reais, completo, airbag duplo, abs, trio elétrico, direcção hidráulica, A/C e tudo mais...
No mesmo mês eu paguei 26 mil reais em um Uno Mille com ar quente e vidro elétrico.... pode isso Arnaldo?
Aproveitando a materia, saiu a continuação dela, mostrando que o que pagam com mão de obra na China é a mesma coisa do Brasil então não tem essa de "na china é mais barato pq a mão de obra é barata" um engenheiro mecânico ganha a mesma coisa que aqui no Brasil....
Meu pai mora na china e comprou um carro popular lá este da foto
Pagou 9 mil reais, completo, airbag duplo, abs, trio elétrico, direcção hidráulica, A/C e tudo mais...
No mesmo mês eu paguei 26 mil reais em um Uno Mille com ar quente e vidro elétrico.... pode isso Arnaldo?
Aproveitando a materia, saiu a continuação dela, mostrando que o que pagam com mão de obra na China é a mesma coisa do Brasil então não tem essa de "na china é mais barato pq a mão de obra é barata" um engenheiro mecânico ganha a mesma coisa que aqui no Brasil....
vcrz- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Thales_Sr escreveu:
Entenda: Volks, Ford, Fiat e GM (não esqueça dela!), são marcas já estabelecidas aqui no Brasil, e queira ou não, a maioria dos mecânicos sabem dar manutenção nesses carros, além de haver uma oferta de peças muito mais generosa.
A peugeot e renault, quando entraram aqui, importavam os veículos. Por preços até interessantes, mas de qualquer forma, veículos importados têm menos oferta de peças. Daí foi criado o estigma de que as francesas são mais frágeis (era verdade), e que têm manutenção mais cara (em parte, ainda é verdade). Confiança é adquirida com tempo e trabalho bem feito.
Dessas últimas a surgirem, eu vejo com bons olhos a JAC, que se ainda não provou seu valor por estar há pouco tempo, pelo menos vem com uma política aparentemente mais séria (abriu 50 concessionárias no primeiro dia no Brasil), e com carros melhor acabados (o J3 eu entrei e achei legal), e até agora parece que só ela conseguiu fazer o mercado se mexer um pouco. A Ford tratou logo de baixar o preço do Fiesta e recheá-lo de opcionais, e a GM fez algo semelhante com o Corsa. Mas se a JAC vai se estabelecer como uma marca séria, só o tempo que vai dizer.
Coitada da GM, estava até esquecendo. Lembro que um tempo atrás ( na época da crise ) falavam que a única GM que ainda dava lucro é a do Brasil...
Sim eu concordo, essa mentalidade antiga ainda prevalece aqui no interior. Muita gente nem sabe que esses carros já são produzidos nacionalmente a muito tempo...
Nada contra a JAC, eu compraria um numa boa, só que eu não tenho muita confiança! prefiro esperar alguém comprar e vir dizer a opinião sobre o carro. É que convenhamos, uma marca "desconhecida" para gente e o Faustão fazendo a propaganda não inspira muita confiança para mim
Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
NESCAU escreveu: Kia Picanto que virá por uma média de 38.000,00 para competir com Mini e Fiat 500 e o Nissan March que será lançado em outubro que será concorrente direto do Gol e novo Uno, e custará, na versão de entrada, com muitos ítens de série, incluindo direção elétricamente assistida, R$26.000,00.
Só para constar o Kia picanto custa na europa 9.940 euros ou 22.500 reais, segundo minhas fontes ( Trabalho atualmente como fornecedor da indústria automobilistica) o March não saira por menos de 32.000 reais.
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Resumo do meu precision: Mais qualidade que Alleva-Coppolo, prazo de entrega maior que da Fodera
CG- Moderador
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Claro, quem compra as novidades sempre se sujeita a ser cobaia de testes... Mesmo em marcas estabelecidas, com modelos novos isso ocorre. Também prefiro esperar.Nada contra a JAC, eu compraria um numa boa, só que eu não tenho muita confiança! prefiro esperar alguém comprar e vir dizer a opinião sobre o carro. É que convenhamos, uma marca "desconhecida" para gente e o Faustão fazendo a propaganda não inspira muita confiança para mim Laughing
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Thales_Sr- Moderador
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Localização : Aracaju/SE
Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
Mas mesmo sendo prototipo de marca consagrada, a parte mecanica geralmente é de um modelo já aprovado (ou não), o que muda mesmo é o design.
Já essa JAC...
Já essa JAC...
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Youtube bloqueado? usa https que resolve
basslave- Membro
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Re: Pra quem acha que o preço dos carros é alto somente por causa dos impostos
CG escreveu:NESCAU escreveu: Kia Picanto que virá por uma média de 38.000,00 para competir com Mini e Fiat 500 e o Nissan March que será lançado em outubro que será concorrente direto do Gol e novo Uno, e custará, na versão de entrada, com muitos ítens de série, incluindo direção elétricamente assistida, R$26.000,00.
Só para constar o Kia picanto custa na europa 9.940 euros ou 22.500 reais, segundo minhas fontes ( Trabalho atualmente como fornecedor da indústria automobilistica) o March não saira por menos de 32.000 reais.
Também acho que R$26.000,00 é barato d+ dentro do "padrão Brasil", mas é o que se diz no Nissan Inova show, vamos aguardar até outubro quando ambos, March e Picanto serão lançados. Pra esse tipo de coisa eu também sou como aquele santo, Tomé eu acho, que só acredita vendo!
NESCAU- Membro
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