Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
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Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Prezados,
Segue abaixo a entrevista com o Luthier Jorge Marinho realizada por mim no dia 29 de março de 2009 em Salvador. Essa entrevista era pra ser divulgada na quarta edição da Revista Baixo Brasil, mas em virtude dos últimos acontecimentos, estou postando a entrevista aqui no Fórum. A vantagem é que aqui a entrevista poderá ser divulgada na íntegra, sem os cortes para poder caber em duas páginas.
Como eu não sou um Jornalista, não preparei nenhum material prévio para a entrevista, todas as perguntas foram surgindo na hora. Então, me perdoem se deixei de perguntar algo importante. Espero que vocês gostem da entrevista, e tirem proveito das dicas e ensinamentos que o Luthier nos passa. Vamos lá...
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A arte da Luthieria no Nordeste brasileiro. Uma conversa agradável e descontraída com o Luthier Jorge Marinho, Carioca radicado em Salvador, adotou o Nordeste para exercer a sua profissão e paixão. Marinho foi aprendiz do lendário Luthier Cássio, fala sobre seus projetos atuais, sobre sua forma dedicada e minuciosa de construir seus instrumentos, e a prestação de serviços ao público, demonstrando um vasto conhecimento sobre o assunto. Marinho fala ainda sobre um antigo sonho de estabelecer um Liceu no Nordeste para ensinar a arte da Luthieria.
Como foi o início do Jorge Marinho Luthier? Conte um pouco da sua história.
Minha história começou lá no Rio de Janeiro no início da década de 80 com o lendário Luthier José Cássio Santos Fernandes, mais conhecido como Cássio. Ele trabalhava num Atelier no bairro do Rocha, e eu cheguei até ele com um instrumento que eu mesmo tinha feito, ele gostou muito trabalho e me fez uma proposta. Na época, eu era funcionário público, trabalhava no DNER em regime de escala, e tinha folgas e algum tempo livre para estudar. O Cássio se propôs a ensinar-me a arte da Luthieria, me lapidando aos poucos, porém, em troca, ele disse que não poderia me pagar nada. Só que, pra mim, o maior e verdadeiro pagamento foi ter aprendido tudo o que ele me ensinou. Considero o Cássio um gênio, eu o observava fazendo os instrumentos, a forma trabalhar e pensar no processo, era um cara que realmente sabia o que estava fazendo o tempo todo. Tudo o que eu sei sobre Luthieria, aprendi com o Cássio, desde a seleção das madeiras, veios, passando por colagem e pintura, enfim, todo o processo de construção de um instrumento.
Qual o critério que você utiliza para selecionar as madeiras dos instrumentos que você constrói?
A madeira, sendo um material higroscópico, tem suas propriedades mecânicas, sônicas e elásticas afetadas por condições ambientais ( temperatura, umidade relativa do ar etc). Com base nessas variações é que procuro o som na madeira. Toda madeira ecoa numa determinada freqüência, e é em cima dessa freqüência que eu trabalho. Quando, por exemplo, um baixista me pede pra que o instrumento tenha uma característica sonora voltada para o médio-grave, vou buscar uma madeira que ecoe nessa faixa de freqüência. Outro critério é buscar madeiras secas, preferencialmente peças antigas que já tenham perdido bastante seiva, o que reduz consideravelmente os riscos de empeno. O grande segredo é a madeira estar seca e bem preparada, é fundamental sabermos em que sentido estão indo seus veios, para assim obtermos o sentido correto da propagação do som, proporcionando uma adequada captação do mesmo.
Mas como funciona esse processo na produção industrial em larga escala?
Às vezes eu ouço reclamações de baixistas dizendo que compraram instrumentos de marca, mas que não tem um som tão bom, ao mesmo tempo em que conheço outros que possuem baixos produzidos por Luthiers desconhecidos e que tem um som maravilhoso. Isso tem uma relação direta com a constituição da madeira. Quando o processo industrial passou a ser realizado na China, ficou mais difícil de obter um instrumento com qualidade, porque lá eles cozinham e prensam a madeira numa velocidade muito grande, o que acaba deixando a madeira sem fibra, sem consistência, ela perde os veios, que ficam todos comprimidos, é com se você tentasse escrever numa folha de papel toda amassada, por melhor que seja a caligrafia, vai ficar esquisito.
Como é a relação entre design e timbre? Como o desenho do instrumento pode alterar ou determinar a forma do som?
Isso tem a ver com a própria onda sonora. Por ser concêntrica, quando ela se expande, se você tiver um obstáculo reto, ela não vai dar uma deflexão muito boa. Então, você pode perceber que, até pra não machucar o músico, todo instrumento tem no corpo e na escala um certo boleado, fazendo com que o som se propague de maneira mais adequada. Se você constrói um instrumento muito reto, muito “chapado”, como é o caso dos Rickenbackers, ele tende a ficar com baixa ressonância, a vibração morre muito rápido quando o instrumento está desligado. Eu já fiz a experiência de construir uma réplica de um Rickenbacker, usando o mesmo material e captação, só que com o shape mais boleado, arredondado, o que proporcionou uma ressonância muito melhor, um grave com muito mais sustentação.
E qual a influência na relação entre a escala e a altura das cordas?
Corda muito próxima da escala faz com que saia pouco som, a onda sonora irá se dissipar muito rápido, não haverá um prolongamento. Tudo isso tem a ver com o equilíbrio do instrumento. Madeira boa com design/shape bom vai fazer com que o instrumento tenha uma boa sonoridade.
Ainda dentro dessa relação entre madeiras, timbres, shapes, escalas e cordas, qual a contribuição dos pré-amplificadores?
A Alembic foi a precursora na utilização de pré-amplificadores ainda na década de 70, hoje nós temos a EMG, a Seymour Duncan e outras boas marcas. Com esse advento, podemos dizer que hoje você pode “pecar” um pouco na escolha das madeiras, mas ter um bom pré pra empurrar. Comparando, é como se você tivesse um carro que não tem uma boa estrutura, mas tem um bom motor, então vai fazê-lo andar um pouco mais rápido. Conseguindo aliar um bom conjunto de madeiras com um bom pré, aí você vai ter 100% de aproveitamento.
Com relação aos captadores. Você segue algum critério de escolha? Você costuma recomendar alguma marca? Ou você deixa que o próprio cliente determine o que será utilizado?
Um pouco de cada coisa. Na maioria das vezes, quando me pedem a orientação, eu procuro saber o que o cliente está ouvindo no momento, procuro estudar a sonoridade dos baixistas que ele quer, e saber qual a captação que está sendo usada para poder dar a melhor orientação. Atualmente não foge muito do mercado, continuo trabalhando com Music Man, Seymour Duncan, DiMarzio e EMG. Os Bartolinis são bem raros hoje em dia.
Você é adepto da construção de partes do teu hardware dentro do próprio Atelier, ou você acha que o mercado brasileiro de peças hoje supre bem as necessidades?
Eu acho que o mercado supre bem. Eu gosto de fazer a coisa de forma artesanal, se um músico me pede, por exemplo, pra fabricar uma ponte, aí eu recomendo que seja feita em material orgânico, porque se você quer um produto de metal, então o mercado supre bem. Tem a Badass que está aí até hoje, a Gotoh, a Schaller que fabrica excelentes pontes, então não tem muito que inventar.
Como é ser Luthier no Nordeste? Essa região do país te proporciona algum diferencial em relação ao Sul e Sudeste?
Sim, claro. Aqui no Nordeste, por se tratar de uma região percussiva no que diz respeito a tambores, é diferente do Rio de Janeiro, onde temos Escolas de Samba, mas não temos bandas que utilizam tambores e bumbos como às bandas daqui. Isso foi um desafio muito grande pra mim, pois quando cheguei aqui em Salvador tive que estudar essa nova relação sonora, e descobrir que a grande diferença está nas freqüências. Observando os instrumentos construídos por Luthiers do Sul, repare que são instrumentos pesados, com som muito grave, retumbantes, no estilo Fodera, e quando o músico vai pra um Trio Elétrico, por exemplo, o som some. Ao perceber isso tive a oportunidade de começar a fazer instrumentos com sonoridades diferentes. Hoje eu sei o que é um médio-grave, e quando eu trabalhava com o Cássio no Rio de Janeiro, utilizávamos esse termo apenas para o pré-amplificador e não para a concepção do instrumento como um todo. Naquela época eu tinha a idéia de que contrabaixo tinha que ser algo muito grave, médios nem pensar. Quando, na verdade, o grande segredo é saber utilizar as freqüências para não permitir que o som do Contrabaixo choque com as freqüências do bumbo e do surdo.
Então, pela diversidade e riqueza musical, o Nordeste me proporcionou um conhecimento mais amplo do som. Quando cheguei a Salvador, os músicos daqui eram muito carentes com relação a esse tipo de estudo, eram poucos os profissionais que trabalhavam com Luthieria por aqui. No eixo Rio/São Paulo, o pessoal se preocupa mais com o design do instrumento, aqui as pessoas fazem uma cobrança maior com relação ao som.
Você ainda mantém o hábito do estudo diário da Luthieria?
Sim, estudo todos os dias. Tem muitos Luthiers lá fora que criam coisas fantásticas. Estou sempre buscando material na Internet, livros, trocando informações com outros profissionais daqui do Brasil e no exterior, ganho muitos presentes referentes á material didático, enfim, não parei não, estudo muito e todos os dias.
Segue abaixo a entrevista com o Luthier Jorge Marinho realizada por mim no dia 29 de março de 2009 em Salvador. Essa entrevista era pra ser divulgada na quarta edição da Revista Baixo Brasil, mas em virtude dos últimos acontecimentos, estou postando a entrevista aqui no Fórum. A vantagem é que aqui a entrevista poderá ser divulgada na íntegra, sem os cortes para poder caber em duas páginas.
Como eu não sou um Jornalista, não preparei nenhum material prévio para a entrevista, todas as perguntas foram surgindo na hora. Então, me perdoem se deixei de perguntar algo importante. Espero que vocês gostem da entrevista, e tirem proveito das dicas e ensinamentos que o Luthier nos passa. Vamos lá...
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A arte da Luthieria no Nordeste brasileiro. Uma conversa agradável e descontraída com o Luthier Jorge Marinho, Carioca radicado em Salvador, adotou o Nordeste para exercer a sua profissão e paixão. Marinho foi aprendiz do lendário Luthier Cássio, fala sobre seus projetos atuais, sobre sua forma dedicada e minuciosa de construir seus instrumentos, e a prestação de serviços ao público, demonstrando um vasto conhecimento sobre o assunto. Marinho fala ainda sobre um antigo sonho de estabelecer um Liceu no Nordeste para ensinar a arte da Luthieria.
Como foi o início do Jorge Marinho Luthier? Conte um pouco da sua história.
Minha história começou lá no Rio de Janeiro no início da década de 80 com o lendário Luthier José Cássio Santos Fernandes, mais conhecido como Cássio. Ele trabalhava num Atelier no bairro do Rocha, e eu cheguei até ele com um instrumento que eu mesmo tinha feito, ele gostou muito trabalho e me fez uma proposta. Na época, eu era funcionário público, trabalhava no DNER em regime de escala, e tinha folgas e algum tempo livre para estudar. O Cássio se propôs a ensinar-me a arte da Luthieria, me lapidando aos poucos, porém, em troca, ele disse que não poderia me pagar nada. Só que, pra mim, o maior e verdadeiro pagamento foi ter aprendido tudo o que ele me ensinou. Considero o Cássio um gênio, eu o observava fazendo os instrumentos, a forma trabalhar e pensar no processo, era um cara que realmente sabia o que estava fazendo o tempo todo. Tudo o que eu sei sobre Luthieria, aprendi com o Cássio, desde a seleção das madeiras, veios, passando por colagem e pintura, enfim, todo o processo de construção de um instrumento.
Qual o critério que você utiliza para selecionar as madeiras dos instrumentos que você constrói?
A madeira, sendo um material higroscópico, tem suas propriedades mecânicas, sônicas e elásticas afetadas por condições ambientais ( temperatura, umidade relativa do ar etc). Com base nessas variações é que procuro o som na madeira. Toda madeira ecoa numa determinada freqüência, e é em cima dessa freqüência que eu trabalho. Quando, por exemplo, um baixista me pede pra que o instrumento tenha uma característica sonora voltada para o médio-grave, vou buscar uma madeira que ecoe nessa faixa de freqüência. Outro critério é buscar madeiras secas, preferencialmente peças antigas que já tenham perdido bastante seiva, o que reduz consideravelmente os riscos de empeno. O grande segredo é a madeira estar seca e bem preparada, é fundamental sabermos em que sentido estão indo seus veios, para assim obtermos o sentido correto da propagação do som, proporcionando uma adequada captação do mesmo.
Mas como funciona esse processo na produção industrial em larga escala?
Às vezes eu ouço reclamações de baixistas dizendo que compraram instrumentos de marca, mas que não tem um som tão bom, ao mesmo tempo em que conheço outros que possuem baixos produzidos por Luthiers desconhecidos e que tem um som maravilhoso. Isso tem uma relação direta com a constituição da madeira. Quando o processo industrial passou a ser realizado na China, ficou mais difícil de obter um instrumento com qualidade, porque lá eles cozinham e prensam a madeira numa velocidade muito grande, o que acaba deixando a madeira sem fibra, sem consistência, ela perde os veios, que ficam todos comprimidos, é com se você tentasse escrever numa folha de papel toda amassada, por melhor que seja a caligrafia, vai ficar esquisito.
Como é a relação entre design e timbre? Como o desenho do instrumento pode alterar ou determinar a forma do som?
Isso tem a ver com a própria onda sonora. Por ser concêntrica, quando ela se expande, se você tiver um obstáculo reto, ela não vai dar uma deflexão muito boa. Então, você pode perceber que, até pra não machucar o músico, todo instrumento tem no corpo e na escala um certo boleado, fazendo com que o som se propague de maneira mais adequada. Se você constrói um instrumento muito reto, muito “chapado”, como é o caso dos Rickenbackers, ele tende a ficar com baixa ressonância, a vibração morre muito rápido quando o instrumento está desligado. Eu já fiz a experiência de construir uma réplica de um Rickenbacker, usando o mesmo material e captação, só que com o shape mais boleado, arredondado, o que proporcionou uma ressonância muito melhor, um grave com muito mais sustentação.
E qual a influência na relação entre a escala e a altura das cordas?
Corda muito próxima da escala faz com que saia pouco som, a onda sonora irá se dissipar muito rápido, não haverá um prolongamento. Tudo isso tem a ver com o equilíbrio do instrumento. Madeira boa com design/shape bom vai fazer com que o instrumento tenha uma boa sonoridade.
Ainda dentro dessa relação entre madeiras, timbres, shapes, escalas e cordas, qual a contribuição dos pré-amplificadores?
A Alembic foi a precursora na utilização de pré-amplificadores ainda na década de 70, hoje nós temos a EMG, a Seymour Duncan e outras boas marcas. Com esse advento, podemos dizer que hoje você pode “pecar” um pouco na escolha das madeiras, mas ter um bom pré pra empurrar. Comparando, é como se você tivesse um carro que não tem uma boa estrutura, mas tem um bom motor, então vai fazê-lo andar um pouco mais rápido. Conseguindo aliar um bom conjunto de madeiras com um bom pré, aí você vai ter 100% de aproveitamento.
Com relação aos captadores. Você segue algum critério de escolha? Você costuma recomendar alguma marca? Ou você deixa que o próprio cliente determine o que será utilizado?
Um pouco de cada coisa. Na maioria das vezes, quando me pedem a orientação, eu procuro saber o que o cliente está ouvindo no momento, procuro estudar a sonoridade dos baixistas que ele quer, e saber qual a captação que está sendo usada para poder dar a melhor orientação. Atualmente não foge muito do mercado, continuo trabalhando com Music Man, Seymour Duncan, DiMarzio e EMG. Os Bartolinis são bem raros hoje em dia.
Você é adepto da construção de partes do teu hardware dentro do próprio Atelier, ou você acha que o mercado brasileiro de peças hoje supre bem as necessidades?
Eu acho que o mercado supre bem. Eu gosto de fazer a coisa de forma artesanal, se um músico me pede, por exemplo, pra fabricar uma ponte, aí eu recomendo que seja feita em material orgânico, porque se você quer um produto de metal, então o mercado supre bem. Tem a Badass que está aí até hoje, a Gotoh, a Schaller que fabrica excelentes pontes, então não tem muito que inventar.
Como é ser Luthier no Nordeste? Essa região do país te proporciona algum diferencial em relação ao Sul e Sudeste?
Sim, claro. Aqui no Nordeste, por se tratar de uma região percussiva no que diz respeito a tambores, é diferente do Rio de Janeiro, onde temos Escolas de Samba, mas não temos bandas que utilizam tambores e bumbos como às bandas daqui. Isso foi um desafio muito grande pra mim, pois quando cheguei aqui em Salvador tive que estudar essa nova relação sonora, e descobrir que a grande diferença está nas freqüências. Observando os instrumentos construídos por Luthiers do Sul, repare que são instrumentos pesados, com som muito grave, retumbantes, no estilo Fodera, e quando o músico vai pra um Trio Elétrico, por exemplo, o som some. Ao perceber isso tive a oportunidade de começar a fazer instrumentos com sonoridades diferentes. Hoje eu sei o que é um médio-grave, e quando eu trabalhava com o Cássio no Rio de Janeiro, utilizávamos esse termo apenas para o pré-amplificador e não para a concepção do instrumento como um todo. Naquela época eu tinha a idéia de que contrabaixo tinha que ser algo muito grave, médios nem pensar. Quando, na verdade, o grande segredo é saber utilizar as freqüências para não permitir que o som do Contrabaixo choque com as freqüências do bumbo e do surdo.
Então, pela diversidade e riqueza musical, o Nordeste me proporcionou um conhecimento mais amplo do som. Quando cheguei a Salvador, os músicos daqui eram muito carentes com relação a esse tipo de estudo, eram poucos os profissionais que trabalhavam com Luthieria por aqui. No eixo Rio/São Paulo, o pessoal se preocupa mais com o design do instrumento, aqui as pessoas fazem uma cobrança maior com relação ao som.
Você ainda mantém o hábito do estudo diário da Luthieria?
Sim, estudo todos os dias. Tem muitos Luthiers lá fora que criam coisas fantásticas. Estou sempre buscando material na Internet, livros, trocando informações com outros profissionais daqui do Brasil e no exterior, ganho muitos presentes referentes á material didático, enfim, não parei não, estudo muito e todos os dias.
Última edição por ClaudioBass em Qui maio 14, 2009 1:00 pm, editado 1 vez(es)
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[ ]s Cláudio -- Por que Fretless? porque se Traste fosse bom não teria esse nome!
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Claudio- Membro
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Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Continuação...
Qual o músico brasileiro que você gostaria de ver num palco tocando um Contrabaixo seu?
O André Rodrigues. Acho o André um baixista fantástico. Ele não é tão conhecido nacionalmente falando, as pessoas conhecem mais como o Baixista do Lulu Santos, mas não sabem dos projetos dele, do que ele realmente toca, das linhas de composições na música instrumental e por aí vai.
Você já teve vontade ou tem algum projeto para a construção de um Contrabaixo Acústico?
Estou com um projeto de um Baby Bass, que seria um meio termo entre um Upright e um Contrabaixo Acústico. É um baixo que tem uma caixa de ressonância pequena, com um projeto de espelho baseado num 3/4, permitindo inclusive a execução com Arco. Esse é o projeto atual. O Contrabaixo Acústico seria mais uma coisa de “aposentadoria”, um projeto pessoal pra quando eu já estiver velhinho, estou me preparando pra isso, é algo que quero fazer sem a pretensão de comercialização, nem que leve três ou quatro anos pra acontecer. Quero que este Contrabaixo Acústico esteja inserido naquela linha de instrumentos do século XVII, acho lindos aqueles shapes arredondados, e a sonoridade que eles proporcionam. Já pesquisei bastante sobre esses instrumentos na Internet, inclusive já até comprei a planta de um deles num site especializado, onde me cadastrei e mostrei meu trabalho. Mas, é algo que requer ainda muito estudo, é bem complicado.
Com relação às madeiras para o Baby Bass e para o futuro Contrabaixo Acústico, a região Nordeste te supre bem, ou você acha que vai ser necessário importar material?
Quando eu trabalhava no Rio de Janeiro, tive um professor na Sala Funarte que fez um estudo junto a UNICAMP sobre madeiras similares, e este estudo concluiu que o Abeto, o Maple, Ébano e o próprio Rosewood que vem de Honduras, possui no nosso Jacarandá o seu similar. As características sônicas dessas madeiras são muito parecidas, e às vezes o que as distinguem são detalhes mínimos. Então, a minha idéia é poder pegar um Contrabaixo Acústico, estudar as características de suas madeiras, e buscar as similares nacionais. Quero construir um instrumento com madeiras nossas.
Você tem o conhecimento de outros Luthiers pela região Nordeste que já têm essa prática de buscar a similaridade entre madeiras?
Não. Não tem mesmo. Inclusive eu trouxe muitas coisas pra cá, a Muiracatiara, madeira muito boa para top e back-top, o Louro-Faia, Marfim e outras. Ainda lá no Rio de Janeiro, no início da década de 90, conheci um professor de Botânica, e conversamos muito sobre madeiras. No dia seguinte eu já estava na Sala Funarte e no MAM pesquisando sobre madeiras, e trouxe pra cá todo o resultado desse estudo, cheguei a registrar esse material em livro (não publicado), esse livro é um estudo técnico que me auxilia na escolha das madeiras. Mas, aqui na região, eu não conheço ninguém que faça esse estudo.
Recentemente, um renomado músico brasileiro declarou numa entrevista que não mais utilizaria Contrabaixos feitos por Luthiers brasileiros, porque aqui vocês utilizam cola para móveis, e que ao tocar no exterior, os instrumentos rachavam e empenavam, entre outros problemas. E, sendo assim, ele preferiu adotar um Fodera para resolver esse problema. O que você tem a dizer sobre essa declaração?
Isso deve ter sido uma confusão. Falando como um Luthier que faz instrumentos artesanais, e como assistência técnica de marcas famosas e bem estabelecidas no mercado, tenho vários baixos aqui no Atelier como um Warwick com braço empenado e descolado, tenho um Fodera com braço também empenado, tenho um Fender Jazz Bass com a escala descolada, e por aí vai.
Eu acho que todo Luthier tem o seu histórico de instrumentos que não deram certo, fica difícil julgar o que aconteceu, prefiro acreditar que esse Luthier teve uma má sorte em algum elemento. O que não pode é generalizar, e dizer que baixos feitos por Luthiers são ruins, o que na verdade chega a ser um contrasenso, porque os baixos construídos nas fábricas são feitos por Luthiers.
Com relação à cola, te digo que toda cola tem uma resistividade. Se você utiliza uma cola muito dura, e vai tocar num frio abaixo de 10 graus, a cola vai quebrar. É necessário que o músico informe ao Luthier sobre a possibilidade de utilização do instrumento em temperaturas extremas. Eu tenho sempre esse cuidado de perguntar, embora possa parecer uma pergunta efêmera, sem sentido, eu posso estar tocando hoje na minha casa, e amanhã no Canadá. Mesmo sendo uma coisa básica, eu sempre faço essa pergunta pra que o músico fique tranqüilo com relação a esses problemas que podem surgir. Quando o músico viaja bastante e tem carreira internacional, eu sempre recomendo que ele utilize um case com revestimento térmico, e que antes de entrar na aeronave afrouxe as cordas um pouco.
É preciso entender que, qualquer cola em qualquer parte do mundo, cristaliza em determinadas temperaturas altas e baixas. Agora, se o Luthier tiver a infelicidade de colar um instrumento, usando uma excelente cola, mas com a madeira verde, ainda eliminando seiva, aí realmente configura um erro técnico do Luthier. Eu vi o Nico Assumpção tocando no calor do Rio de Janeiro, e na semana seguinte no Canadá com temperaturas negativas, usando seus baixos Wood, que são instrumentos bem fininhos, esguios, e nenhum problema acontecia.
Tenho Contrabaixos aqui em Salvador com mais de dez anos de colagem, e nunca apresentaram nenhum tipo de problema. Eu não li essa entrevista, mas a declaração de forma generalizada denigre a imagem da Luthieria nacional, realmente não foi uma declaração feliz. Seria mais elegante e honesto ele dizer que o Fodera é o sonho de consumo dele. Até mesmo porque, o instrumento mal cuidado, sendo ele Fodera ou não, um dia poderá, empenar ou descolar, e ai, a quem vai ser atribuída a culpa?
Baixo parafusado ou inteiriço? Qual você prefere?
A minha preferência é fazer o inteiriço, apesar da diferença de propagação sonora pro parafusado ser ínfima. A construção do baixo inteiriço é até mais complicada, porém, em particular, me dá mais prazer, a satisfação é maior. O baixo inteiriço tem um pouco mais de punch do que o baixo parafusado, porque a velocidade de propagação do som pelo corpo do instrumento é maior, e com isso algumas freqüências de médios, médio-agudo e agudos serão mais audíveis, mais intensas. Mas, em contrapartida, eu nunca vi um Fender Jazz Bass inteiriço (risos).
Como é o dia-a-dia do Luthier Jorge Marinho dentro do seu Atelier? Fale um pouco sobre a sua rotina de trabalho.
Eu sou assistência técnica autorizada da Tagima, Condor Tech e Yamaha, mas aos poucos estou tentando reduzir os trabalhos com assistência, porque o dia-a-dia é meio cansativo.
Eu tenho que trabalhar nos projetos de construção, nos projetos a construir, como é o caso do Baby Bass no qual estou trabalhando há dois anos, e os serviços normais de atendimento ao público com reparos e.regulagens. Sou bastante procurado pra esses serviços, não só em Salvador, mas também em toda a Bahia e outros estados do Nordeste, e a maioria dos problemas são relativos a braços empenados em instrumentos de marcas famosas, quase nenhum de Luthier.
Você tem ainda algum sonho a ser realizado dentro da Luthieria? Algo que vá fazer com que você se sinta realizado, um cara completo.
Sim, claro, tenho sim. Eu fiz um projeto e estou procurando parceria para torná-lo viável. O problema é que eu ainda não descobri a quem apresentar. Eu sempre encontro pessoas que adoram o projeto, têm interesse etc, mas são pessoas que não têm recursos para fazê-lo acontecer.
O projeto é criação de um Liceu aqui no Nordeste para ensinar a arte da Luthieria para jovens entre 16 e 19 anos, mas só aqueles que estejam indo bem no colégio. Esse é o requisito para a entrada de um aluno no projeto. O que falta hoje para viabilizar esse projeto é saber a quem procurar nas grandes empresas, parceiros que queiram e possam investir. O projeto já está todo estruturado, com estudo de área, equipamentos e tudo mais necessário pra a implantação. A Luthieria não tem uma vida acadêmica no Brasil, existem cursos isolados nos grandes centros. Esse projeto visa passar todo o conhecimento que adquiri ao longo desses anos, da mesma forma com que aprendi e sou até hoje muito grato ao Luthier Cássio, a idéia do Liceu é formar profissionais pra suprir a carência desse mercado de trabalho, prestar assessoria.
Pra terminarmos, gostaria que você deixasse uma palavra para os nossos leitores, que podem ser pessoas inclusive que desejam adotar um instrumento feito por um Luthier.
Que a turma continue acreditando no nosso trabalho, que procurem cobrar, e não fazer das declarações dos outros uma coisa ruim, que venha a denegrir a nossa imagem. Na verdade, ninguém faz coma intenção de desfazer, nós fazemos com a intenção de que o músico se sinta bem e feliz com um bom instrumento, então, é essa diferença que eu espero que as pessoas compreendam. Falar mal todo mundo fala, isso é normal, mas é fundamental você saber o nível do Luthier que você está contratando para construir seu instrumento. Procure o Luthier que estuda a sua arte, esse é o que ama a profissão, é o que vai fazer bem feito.
Pra quem tiver maiores interesses e deseje obter mais informações, o Web Site do Luthier Jorge Marinho é: www.marinhoguitars.com
Qual o músico brasileiro que você gostaria de ver num palco tocando um Contrabaixo seu?
O André Rodrigues. Acho o André um baixista fantástico. Ele não é tão conhecido nacionalmente falando, as pessoas conhecem mais como o Baixista do Lulu Santos, mas não sabem dos projetos dele, do que ele realmente toca, das linhas de composições na música instrumental e por aí vai.
Você já teve vontade ou tem algum projeto para a construção de um Contrabaixo Acústico?
Estou com um projeto de um Baby Bass, que seria um meio termo entre um Upright e um Contrabaixo Acústico. É um baixo que tem uma caixa de ressonância pequena, com um projeto de espelho baseado num 3/4, permitindo inclusive a execução com Arco. Esse é o projeto atual. O Contrabaixo Acústico seria mais uma coisa de “aposentadoria”, um projeto pessoal pra quando eu já estiver velhinho, estou me preparando pra isso, é algo que quero fazer sem a pretensão de comercialização, nem que leve três ou quatro anos pra acontecer. Quero que este Contrabaixo Acústico esteja inserido naquela linha de instrumentos do século XVII, acho lindos aqueles shapes arredondados, e a sonoridade que eles proporcionam. Já pesquisei bastante sobre esses instrumentos na Internet, inclusive já até comprei a planta de um deles num site especializado, onde me cadastrei e mostrei meu trabalho. Mas, é algo que requer ainda muito estudo, é bem complicado.
Com relação às madeiras para o Baby Bass e para o futuro Contrabaixo Acústico, a região Nordeste te supre bem, ou você acha que vai ser necessário importar material?
Quando eu trabalhava no Rio de Janeiro, tive um professor na Sala Funarte que fez um estudo junto a UNICAMP sobre madeiras similares, e este estudo concluiu que o Abeto, o Maple, Ébano e o próprio Rosewood que vem de Honduras, possui no nosso Jacarandá o seu similar. As características sônicas dessas madeiras são muito parecidas, e às vezes o que as distinguem são detalhes mínimos. Então, a minha idéia é poder pegar um Contrabaixo Acústico, estudar as características de suas madeiras, e buscar as similares nacionais. Quero construir um instrumento com madeiras nossas.
Você tem o conhecimento de outros Luthiers pela região Nordeste que já têm essa prática de buscar a similaridade entre madeiras?
Não. Não tem mesmo. Inclusive eu trouxe muitas coisas pra cá, a Muiracatiara, madeira muito boa para top e back-top, o Louro-Faia, Marfim e outras. Ainda lá no Rio de Janeiro, no início da década de 90, conheci um professor de Botânica, e conversamos muito sobre madeiras. No dia seguinte eu já estava na Sala Funarte e no MAM pesquisando sobre madeiras, e trouxe pra cá todo o resultado desse estudo, cheguei a registrar esse material em livro (não publicado), esse livro é um estudo técnico que me auxilia na escolha das madeiras. Mas, aqui na região, eu não conheço ninguém que faça esse estudo.
Recentemente, um renomado músico brasileiro declarou numa entrevista que não mais utilizaria Contrabaixos feitos por Luthiers brasileiros, porque aqui vocês utilizam cola para móveis, e que ao tocar no exterior, os instrumentos rachavam e empenavam, entre outros problemas. E, sendo assim, ele preferiu adotar um Fodera para resolver esse problema. O que você tem a dizer sobre essa declaração?
Isso deve ter sido uma confusão. Falando como um Luthier que faz instrumentos artesanais, e como assistência técnica de marcas famosas e bem estabelecidas no mercado, tenho vários baixos aqui no Atelier como um Warwick com braço empenado e descolado, tenho um Fodera com braço também empenado, tenho um Fender Jazz Bass com a escala descolada, e por aí vai.
Eu acho que todo Luthier tem o seu histórico de instrumentos que não deram certo, fica difícil julgar o que aconteceu, prefiro acreditar que esse Luthier teve uma má sorte em algum elemento. O que não pode é generalizar, e dizer que baixos feitos por Luthiers são ruins, o que na verdade chega a ser um contrasenso, porque os baixos construídos nas fábricas são feitos por Luthiers.
Com relação à cola, te digo que toda cola tem uma resistividade. Se você utiliza uma cola muito dura, e vai tocar num frio abaixo de 10 graus, a cola vai quebrar. É necessário que o músico informe ao Luthier sobre a possibilidade de utilização do instrumento em temperaturas extremas. Eu tenho sempre esse cuidado de perguntar, embora possa parecer uma pergunta efêmera, sem sentido, eu posso estar tocando hoje na minha casa, e amanhã no Canadá. Mesmo sendo uma coisa básica, eu sempre faço essa pergunta pra que o músico fique tranqüilo com relação a esses problemas que podem surgir. Quando o músico viaja bastante e tem carreira internacional, eu sempre recomendo que ele utilize um case com revestimento térmico, e que antes de entrar na aeronave afrouxe as cordas um pouco.
É preciso entender que, qualquer cola em qualquer parte do mundo, cristaliza em determinadas temperaturas altas e baixas. Agora, se o Luthier tiver a infelicidade de colar um instrumento, usando uma excelente cola, mas com a madeira verde, ainda eliminando seiva, aí realmente configura um erro técnico do Luthier. Eu vi o Nico Assumpção tocando no calor do Rio de Janeiro, e na semana seguinte no Canadá com temperaturas negativas, usando seus baixos Wood, que são instrumentos bem fininhos, esguios, e nenhum problema acontecia.
Tenho Contrabaixos aqui em Salvador com mais de dez anos de colagem, e nunca apresentaram nenhum tipo de problema. Eu não li essa entrevista, mas a declaração de forma generalizada denigre a imagem da Luthieria nacional, realmente não foi uma declaração feliz. Seria mais elegante e honesto ele dizer que o Fodera é o sonho de consumo dele. Até mesmo porque, o instrumento mal cuidado, sendo ele Fodera ou não, um dia poderá, empenar ou descolar, e ai, a quem vai ser atribuída a culpa?
Baixo parafusado ou inteiriço? Qual você prefere?
A minha preferência é fazer o inteiriço, apesar da diferença de propagação sonora pro parafusado ser ínfima. A construção do baixo inteiriço é até mais complicada, porém, em particular, me dá mais prazer, a satisfação é maior. O baixo inteiriço tem um pouco mais de punch do que o baixo parafusado, porque a velocidade de propagação do som pelo corpo do instrumento é maior, e com isso algumas freqüências de médios, médio-agudo e agudos serão mais audíveis, mais intensas. Mas, em contrapartida, eu nunca vi um Fender Jazz Bass inteiriço (risos).
Como é o dia-a-dia do Luthier Jorge Marinho dentro do seu Atelier? Fale um pouco sobre a sua rotina de trabalho.
Eu sou assistência técnica autorizada da Tagima, Condor Tech e Yamaha, mas aos poucos estou tentando reduzir os trabalhos com assistência, porque o dia-a-dia é meio cansativo.
Eu tenho que trabalhar nos projetos de construção, nos projetos a construir, como é o caso do Baby Bass no qual estou trabalhando há dois anos, e os serviços normais de atendimento ao público com reparos e.regulagens. Sou bastante procurado pra esses serviços, não só em Salvador, mas também em toda a Bahia e outros estados do Nordeste, e a maioria dos problemas são relativos a braços empenados em instrumentos de marcas famosas, quase nenhum de Luthier.
Você tem ainda algum sonho a ser realizado dentro da Luthieria? Algo que vá fazer com que você se sinta realizado, um cara completo.
Sim, claro, tenho sim. Eu fiz um projeto e estou procurando parceria para torná-lo viável. O problema é que eu ainda não descobri a quem apresentar. Eu sempre encontro pessoas que adoram o projeto, têm interesse etc, mas são pessoas que não têm recursos para fazê-lo acontecer.
O projeto é criação de um Liceu aqui no Nordeste para ensinar a arte da Luthieria para jovens entre 16 e 19 anos, mas só aqueles que estejam indo bem no colégio. Esse é o requisito para a entrada de um aluno no projeto. O que falta hoje para viabilizar esse projeto é saber a quem procurar nas grandes empresas, parceiros que queiram e possam investir. O projeto já está todo estruturado, com estudo de área, equipamentos e tudo mais necessário pra a implantação. A Luthieria não tem uma vida acadêmica no Brasil, existem cursos isolados nos grandes centros. Esse projeto visa passar todo o conhecimento que adquiri ao longo desses anos, da mesma forma com que aprendi e sou até hoje muito grato ao Luthier Cássio, a idéia do Liceu é formar profissionais pra suprir a carência desse mercado de trabalho, prestar assessoria.
Pra terminarmos, gostaria que você deixasse uma palavra para os nossos leitores, que podem ser pessoas inclusive que desejam adotar um instrumento feito por um Luthier.
Que a turma continue acreditando no nosso trabalho, que procurem cobrar, e não fazer das declarações dos outros uma coisa ruim, que venha a denegrir a nossa imagem. Na verdade, ninguém faz coma intenção de desfazer, nós fazemos com a intenção de que o músico se sinta bem e feliz com um bom instrumento, então, é essa diferença que eu espero que as pessoas compreendam. Falar mal todo mundo fala, isso é normal, mas é fundamental você saber o nível do Luthier que você está contratando para construir seu instrumento. Procure o Luthier que estuda a sua arte, esse é o que ama a profissão, é o que vai fazer bem feito.
Pra quem tiver maiores interesses e deseje obter mais informações, o Web Site do Luthier Jorge Marinho é: www.marinhoguitars.com
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Claudio- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Bela entrevista, Claudio!!!
Você está na profissão errada, que tal investir uma grana e assumir a BB?
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Olha a bucha....
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
muito bom
so faltou perguntar aquela parte que o entrevistado da baixo brasil fala sobre baixo acustico que qualquer um serve kkk
so faltou perguntar aquela parte que o entrevistado da baixo brasil fala sobre baixo acustico que qualquer um serve kkk
dibass- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
O cara é sinistro.....estudioso, com conteúdo....dá até vontade de mandar fazer um baixo com ele.
Excelente entrevista Claudião !!
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Muito boa a entrevista. Explicando td no míííííínimos detalhes...isso que é luthier!
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Guilé escreveu:O cara é sinistro.....estudioso, com conteúdo....dá até vontade de mandar fazer um baixo com ele.
Definiu bem Guilé... o Marinho é sinistro mesmo... nós começamos a bater o papo às 14:00 e terminamos às 20:00, o cara sabe tudo dessa arte. Saí de lá com essa mesma sensação "Eu tenho que ter um baixo feito por esse cara". E se Deus quiser, já deixei meio "conversado" com ele, meu próximo Fretless vai ter a assinatura dele.
A galera que aprendeu Luthieria com o Cássio, são todos excelentes profissionais. Quando o Marinho me disse que foi aprendiz do Cássio, não me restou mais dúvidas de que ele é da turma dos Top de Linha!
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Claudio- Membro
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korg- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Bem legal!
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LuCaSbass- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
P*** entrevista, o Marinho é muito legal, não denega informação e o entrevistador saiu-se mt bem !
lcalazans- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
É.....
Acho que não preciso dizer muita coisa! Essa explicação sobre a cola foi fantástica! Mostrou o "X" da questão!
Muito bom!
Agora, sei que é uma pergunta pouco discreta, e se não for possível responder entenderei: Quanto custa, aproximadamnete, um baixo 4 cordas feito por um luthier desse gabarito, sem ser esses instrumentos exóticos?
Abraços
Acho que não preciso dizer muita coisa! Essa explicação sobre a cola foi fantástica! Mostrou o "X" da questão!
Muito bom!
Agora, sei que é uma pergunta pouco discreta, e se não for possível responder entenderei: Quanto custa, aproximadamnete, um baixo 4 cordas feito por um luthier desse gabarito, sem ser esses instrumentos exóticos?
Abraços
URSOBHZ- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
URSOBHZ escreveu:
Agora, sei que é uma pergunta pouco discreta, e se não for possível responder entenderei: Quanto custa, aproximadamnete, um baixo 4 cordas feito por um luthier desse gabarito, sem ser esses instrumentos exóticos?
Realmente, uma falha minha nessa entrevista e até no bate-papo fora da entrevista, é que em momento algum eu falei em valores com o Marinho, até eu tenho essa curiosidade, mas com certeza ele te responde isso por e-mail e/ou por telefone... é claro que ele vai dizer que a composição de preços depende de uma série de fatores, mas poderá te dar uma noção de valor.
Agora... o que pude perceber quando estive lá, é que um instrumento feito por ele parece ser bem mais em conta do que alguns "famosos" por aí... Assim que eu estiver podendo ($), vou encomendar um Fretless com ele, espero que seja logo no início de 2010.
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Claudio- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
acho q nao claudio
dei uma olhada no site sao instrumentos caros mais ou menos no mesmo preco do eliezer
dei uma olhada no site sao instrumentos caros mais ou menos no mesmo preco do eliezer
dibass- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Tenho um baixo de Marinho que me acompanha desde 1998, tá zerado. Braço confortável, material de 1ª e tem um som muito bom. Recomendo o trabalho dele.
E por falar no baixo... olha ele na meu avatar!
E por falar no baixo... olha ele na meu avatar!
Última edição por André Souza em Dom Jun 28, 2009 2:55 am, editado 1 vez(es)
André Souza- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
André Souza escreveu:Tenho um baixo de Marinho que me acompanha desde 1998, tá zerado.
Vc costumava levar esse baixo na Jam do Solar do Unhao? Tenho a impressao de ter visto esse baixo lah em Jorge nos primeiros estagios de construcao.
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allexcosta- Administrador
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Foi lá na JAM uma vez só. É bem capaz de você tê-lo visto com Marinho mesmo.
André Souza- Membro
- Mensagens : 2168
Localização : Salvador; Bahia
Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Valeu Liba!
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Claudio- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Gostei da entrevista. Realmente o Marinho é desses caras q quando falam, falam com propriedade.
Very good boy!
Very good boy!
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Rodolfo
Rodolfo Katatau- Membro
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Muito boa a entrevista...valeu Claudio...abraço.
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Luthier em salvador
Salve Claudio, demorei mas cheguei...Tenho muito que responder e agradecer a voce a todos os participantes do fórum. Desde já quero registrar que os valores do site estão defasados, enfim, estou pra lançar a linha nova, inclusive a do Baby Bass. Os modelos de 4 cordas estarão na faixa de R$2.000,00 e os de 5 cordas R$3.500,00 o Baby Bass ficará abaixo dos R$3.500,00. Enfim, estou trabalhando...abração
marinhoguitars- Membro
- Mensagens : 1
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Grande Marinho , bem vindo ao fórum , você dispensa apresentações , a galéra aqui já te conhece bem ...eu não o conheço em pessoa , mas adimiro e respeito muito seu trabalho...e gostei da sua tabela de preços...talvez no começo de 2010 eu te procure pra fazer um 4 cordas...abração
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Localização : Bauru
Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
marinhoguitars escreveu:
Salve Claudio, demorei mas cheguei...Tenho muito que responder e agradecer a voce a todos os participantes do fórum.
Grande Marinho... seja bem vindo ao nosso Fórum... é uma enorme satisfação ter você aqui conosco, grande Luthier!!!
marinhoguitars escreveu:
Desde já quero registrar que os valores do site estão defasados, enfim, estou pra lançar a linha nova, inclusive a do Baby Bass. Os modelos de 4 cordas estarão na faixa de R$2.000,00 e os de 5 cordas R$3.500,00 o Baby Bass ficará abaixo dos R$3.500,00.
Legal, bom saber... com esses preços o nosso Fretless vai sair mais rápido do que eu imaginava!
Gostei de saber que o projeto do Baby Bass já está nos "finalmentes", quando tiver fotos e mais detalhes, posta aqui pra nós ok?
Seja bem vindo e um grande abraço.
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Claudio- Membro
- Mensagens : 15413
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Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Bem vindo, Marinho!!
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Renato- Membro
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Localização : Mogi Guaçu SP (Made in Recife PE)
Re: Entrevista com o Luthier Jorge Marinho (na íntegra)
Marinho, bem-vindo!
Claudio sempre falou muito bem de vc. Seria ótimo se pudesse postar fotos de suas "crias" , para o pessoal do fórum conhecer mais seu trabalho e os baixos!
Claudio sempre falou muito bem de vc. Seria ótimo se pudesse postar fotos de suas "crias" , para o pessoal do fórum conhecer mais seu trabalho e os baixos!
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korg- Membro
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