Gravação, Mixagem e Masterização: Detalhes de uma produção

Após muitos anos trabalhando com o bom e velho Sonar em plataforma Windows, quero compartilhar com os amigos um pouco da minha primeira produção em plataforma Macintosh utilizando o Logic Pro e Waveburner

A produção em questão é o CD da banda Syntagma Trio, do amigo e Forista Ricardo Petrone. Foi gravado no Ship Room Estúdio, no dia 19 de dezembro entre 08:30 e 22:00. Isso mesmo, foram 14 horas de locação de estúdio, 11 músicas gravadas, e pausa apenas pro almoço.

Antes de começar o review, quero fazer alguns agradecimentos:

Ao amigo Daniel Salgado (Seu Ship), por proporcionar uma locação de 14 horas do Ship… não é nada fácil parar um estúdio um dia inteiro em função de uma só banda. Valeu Irmão!

Aos músicos do Syntagma Trio, Ricardo Lyndon e Elias, pela confiança que depositaram em minhas mãos para execução desse trabalho. Valeu galera, mandaram super bem!

Ao amigo José Bichoff (Joabi), pela colaboração, presteza e acima de tudo muita paciência em responder meus mais de 20 e-mails. O Zé é uma verdadeira enciclopédia ambulante de gravação, mixagem e masterização, sabe tudo do assunto…. e ainda por cima não tem o menor receio em ensinar e transmitir conhecimento. Valeu Zé!

E… por fim, a todos os amigos do Fórum que gostam do assunto, e que farão comentários e críticas que irão enriquecer muito esse tópico técnico!

Bem… esse tópico vai ficar enorme, vou dividí-lo em três partes: 1 - Gravação, 2 - Mixagem e 3 - Masterização.

Vamos lá…

Logo cedo já comecei quebrando a cara, deveria ter seguido a minha intuição e ter deixado o estúdio todo preparado na véspera do trabalho. Acabei levando 4 horas pra montar tudo… microfonar bateria, equalizar o mínimo, captar trechos de testes e etc. Dessa forma, de 8:30 até 12:30 trabalhei em função apenas da montagem e preparação do set. Vamos ver algumas fotos:

iMac, 4 Fones AKG K-44, 3 microfones Shure SM-57 e Sennheiser E-602-II


Uma parte do conjunto de cabos, todos Planet Waves


A interface M-Audio Fast Track Ultra 8R, Monitores Yamaha HS50 e os pedestais para microfonação da bateria



Antes de mostrar a microfonação da bateria, vou contar um segredo… algo que nem o pessoal do Syntagma sabia. Para microfonar a bateria, cheguei a pegar um Kit Shure com sete peças, queria seguir a fórmula padrão de um trabalho mais conservador, pra não ter erro. Só que… aí…. num dia desses com 15 minutos sem ter o que fazer, estava lendo uns artigos na Sound on Sound sobre gravação de bateria, onde um engenheiro de som afirmou que muitas produções de bandas de rock conhecidas, as baterias são gravadas com dois microfones, e algumas com apenas um!

Foi aí que eu decidi, por minha conta e risco, mudar os planos de microfonação da bateria desse trabalho. Resolvi deixar de lado todas aquelas fórmulas pré concebidas, e fazer a coisa da forma como eu achava que seria melhor para aquela ocasião. Dispensei o Kit de bateria e coloquei em campo meus velhos amigos SM57, apenas 3, e peguei a dica com o Joabi de um microfone mais apropriado para bumbo. Pronto! estava feita a "maluquice", e se desse errado eu teria jogado no lixo um esforço de 14 horas de trabalho… Então, confiando nas minhas intuições, resolvi fazer o que descrevo abaixo nas fotos…. parece doideira, mas funcionou!

Bateria montada, antes de ser microfonada.


Aqui entrei com um SM57 por baixo do prato de condução, e bem próximo á pele do surdo, e de quebra ainda captou uma sobra do China e do Ton grave.


Aqui entrei com outro SM57 com prioridade pro Ton agudo, captando sobras do Ton grave, do Atack e do Splash


Aqui eu abandonei a Fórmula de posicionar o microfone baixo e num ângulo de 45 graus, coloquei o mic bem mais alto, e totalmente virado pra caixa. Acho que foi um dos melhores sons de caixa que já captei!


Aqui não tem mistério, um Sennheiser E-602-II inserido na abertura da resposta.


Agora uma visão geral da bateria toda microfonada!



A Guitarra foi um caso bem particular, necessitou de um dia de pré-produção pra ver o que eu ia fazer com todo esse paramento que o guitarrista usa. Só ele entende como essa ligação abaixo é feita, tem um Synth, uma pedaleira e um Footswitch que é ligado de cabeça pra baixo. Detalhe: A saída da guitarra é em estéreo. Com isso, acabei gravando a Guitarra em 3 canais. Um canal pra saída left, outro pra saída right, e um terceiro canal com a Guitarra totalmente limpa, sem nenhum processamento. Minha idéia com isso era que se alguma coisa desse errado no pré processamento dos efeitos, pelo menos eu teria uma Guitarra totalmente limpa para trabalhar com os plugins posteriormente, e alcançar o mesmo resultado do Synth/Pedaleira.


No contrabaixo utilizei o pré David Eden, essa verdadeira caixinha mágica de timbres. Também trabalhei numa pré produção com o Ricardo Petrone pra chegarmos ao timbre da preferência dele, o que foi extremamente fácil de conseguir com o Eden Pré.


Aqui uma visão da interface como todo o cabeamento necessário


Aqui o iMac já montado, e com os monitores devidamente "calibrados"


O Baterista Elias Pereira


O Guitarrista Lyndon Storch


O Baixista Ricardo Petrone

Nesta segunda parte, vou tentar mostrar o máximo de detalhes que conseguir sobre a fase de mixagem. Nas imagens dos plugins vocês poderão ver todos os parâmetros de configurações que foram utilizados. Como mostra a foto abaixo, montei um mixer pra esse trabalho com a seguinte configuração:

Mixer completo


Canal 01 - Guitarra Left:
Send Pre Fader 0.0dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan -50
Fader -2.0dB

Compressor Waves CLA-76



Canal 02 - Guitarra Right:
Send Pre Fader 0.0dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan -40
Fader -2.0dB

Compressor Waves CLA-76



Canal 03 - Guitarra Limpa:
Send Pos Fader 0.0dB -> Bus1 (Close Verb)
Send Pre Fader 0.0dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan +50
Fader -3.0dB

Compressor Waves CLA-76


Logic Channel EQ



Canal 04 - Bateria Left:
Send Pos Fader +6.0dB -> Bus1 (Close Verb)
Send Pre Fader +1.7dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan -35
Fader -1.0dB

Compressor Waves CLA-76


Logic Channel EQ



Canal 05 - Bateria Center:
Send Pos Fader +6.0dB -> Bus1 (Close Verb)
Send Pre Fader +1.7dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan +35
Fader 0.0dB

Compressor Waves CLA-76


Logic Channel EQ



Canal 06 - Bateria Right:
Send Pos Fader +6.0dB -> Bus1 (Close Verb)
Send Pre Fader +1.7dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan +10
Fader -2.0dB

Compressor Waves CLA-76


Logic Channel EQ



Canal 07 - Bateria Kick:
Send Pos Fader +6.0dB -> Bus1 (Close Verb)
Send Pre Fader +1.7dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan 0
Fader 0.0dB

Modelador Solid Station Logic E-Channel


Low Cut



Canal 08 - Baixo:
Send Pos Fader +1.0dB -> Bus1 (Close Verb)
Send Pre Fader 0.0dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan +15
Fader 0.0dB

Compressor Waves CLA-76


Low Cut



Canal 09 - Teclado:
Send Pos Fader 0.0dB -> Bus3 (Long Verb)
Send Pre Fader +6.0dB -> Bus5 (Phone Mix)
Pan +40
Fader 0.0dB

Waves VEQ4


Modelador Solid Station Logic E-Channel



Bus1 - Close Verb (Reverb de convolução com alcance curto)
Fader -5.0dB

Logic Space Designer - Close Verb



Bus2 - Mid Verb (Reverb de convolução com alcance médio)
Fader -8.0dB

Logic Space Designer - Mid Verb



Bus3 - Long Verb (Reverb de convolução com alcance longo)
Fader 0.0dB

Logic Space Designer - Long Verb



Bus4 - Delay Stereo
Fader 0.0dB

Waves HDelay



Bus5 - Phone Mix
Fader 0.0dB
Out 5/6

Logis Multimiter


Alguns detalhes:

Ao invés de utilizar um plugin de reverb para cada canal, preferi criar um BUS para cada uma das  três principais utilizações: reverb curto, médio e longo. Dessa forma, utilizando os recursos de pos-fader, eu mandava o sinal do canal para o tipo mais apropriado de reverb. Essa prática diminui muito a carga de processamento.

O BUS4 entrou um efeito de Delay, que segue o mesmo conceito do reverb.

O BUS5, Phone Mix, é uma mandada de pre-fader para os canais OUT 5 e OUT 6, onde estava ligada a medusa de fones. Dessa forma, enviava para os fones dos músicos um sinal pré processado, com melhor controle de atenuação de volumes.

Agora vamos ouvir alguns takes mixados por grupos:

Guitarra canais esquerdo e direito

Guitarra com sinal limpo

Guitarra completa com os três canais

Bateria

Bateria e Baixo

Teclado

Na última fase do processo, resolvi testar um aplicativo para masterização chamado WaveBurner que vem no pacote de instalação do Logic. Testei, gostei muito e virei fã do WB, aplicativo porreta!

Com ele, você sequencia as músicas já na organização em que será gerado o seu CD, insere dados de CD-TEXT e no final ainda manda o trabalho pronto pro gravador. Ele permite trabalhar com plugins em regiões individuais de faixas, e também com plugins da Master… além, claro, dos tradicionais trabalhos de cortes e fades.

Como eu já havia trabalhado com todos os plugins individuais de canais lá no Logic, aqui no WaveBurner precisei apenas de utilizar os plugins que atuam na Master. Nesta fase do trabalho, o amigo Joabi deu mais uma ajuda que foi fundamental para a conclusão do trabalho. Ele falou sobre o sequenciamento de plugins para poder trabalhar a faixa de dinâmica, e poder dar á música um volume final consistente. Então vamos ver as telas:

Esta é a visão geral da tela do WaveBurner


Pra começar, um limiter, o Waves L1, com Threshold bem baixo


Em seguida, novamente o equalizador Waves VEQ4, trabalhando de forma moderada!


Um compressor nativo do Logic, trabalhando no padrão 2:1


A compressor Waves VComp, também em 2:1, porém com attack rápido!


O Waves Ultramaximizer, com Threshold em -7.0, com atenuação atuando em até +6.0dB


Por fim, o plugin Waves Noise Reduction, trabalhando de forma muuuuito atenuada, só pra garantir a clareza da faixa após toda essa gama de compressão.



Agora, finalmente, apresento-lhes a música Horizonte dos Eventos, composta por Ricardo Petrone, Lyndon Storch e Elias Pereira, devidamente mixada e masterizada!


É isso… espero que vocês gostem desse tópico, e que outros amigos possam compartilhar suas experiências nesse fantástico mundo da gravação, mixagem e masterização.

parabens, syntagma trio e estudio ship room!!

Oh loko Claudio! Demais mesmo!

Excelente tópico para encerrar o ano com chave de ouro! Muito bom!! Curti bastante o resultado também!!

Antes de começar o review, quero fazer alguns agradecimentos:

Ao amigo Daniel Salgado (Seu Ship), por proporcionar uma locação de 14 horas do Ship… não é nada fácil parar um estúdio um dia inteiro em função de uma só banda. Valeu Irmão!



Tem de agradecer NADA NÃO IRMÃO.
Desde que você entrou pro Estudio & me acolheu no Fórum.
Melhorei muito, como pessoa e profissional.
A HONRA é toda nossa, em receber o SYNTAGMA e ajudar como espelho do teu trabalho.
(tão primoroso, detalhista,e verdadeiramente pautado na PAIXÃO PELO FAZ.)

Show de bola!! Merece um selo de qualidade do Ivan!
Parabéns pelo trabalho bem feito e pela disposição em comentar todo o processo aqui.

Caramba, estou vendo este tópico ou melhor, aula, aqui no trabalho (isso mesmo...vou virar o ano aqui ). Assim que chegar em casa vou ouvir as gravinas!!

Cláudio, já te falei o que achei do resultado, mas vale repetir aqui. Ficou um baita som!!

Parabéns pela sua organização no trabalho e na postagem dos resultados, vendo agora os plugins consigo traçar todo o seu percurso nessa produção. Fiquei muito feliz de ver você colocar em prática algumas idéias que trocamos e saber que isso ajudou, de alguma forma.

Parabéns e sucesso ao Syntagma Trio pelo CD, especialmente ao Ricardo Petrone, participante do fórum, que certamente irá dividir mais sobre essa experiência com todos nós.

Já é quase meia-noite, portanto desejo aos que continuam acessando esse tópico uma boa virada de ano e um excelente 2012.

Abraços

Parabéns Claudio
ficou muito bom esses sons que você colocou pra ouvirmos

O Mac é bem prático mesmo, nunca usei pra áudio, mas pra programas gráficos é uma mão na roda
pra você qual foi a maior diferença dos programas ?

e mais uma vez parabéns pela produção

Agradeço em nome do Syntagma, Ao Claudio, Daniel ("Seu" Ship) E todos do Forum que sempre ajudam de alguma forma!
Me ponho à disposição para qualquer duvida /esclarecimento sobre nosso trabalho.
É Bom de mais ... 1 dos meus sonhos se tornando realidade!!!
Sem Mais, e Feliz Ano Novo,
Ricardo Petrone

Que tópico maravilhoso...parabéns a todos os envolvidos no projeto...

Valeu galera, obrigado! que bom que vocês curtiram!

marujo escreveu:
O Mac é bem prático mesmo, nunca usei pra áudio, mas pra programas gráficos é uma mão na roda
pra você qual foi a maior diferença dos programas ?

Os plugins nativos do Logic são muito bons, achei bem superior aos plugins nativos do Sonar. Os recursos de edição não-destrutiva também são bem poderosos!

Mas, a maior diferença está mesmo na plataforma. Rodei a gravação das 11 músicas (9 horas de REC-ON) com *todos* os plugins ligados. Durante a gravação os músicos já recebiam em seus fones o som pré-mixado, bem próximo do resultado final. Nesse processo, o Mac não acusou nem perto de 30% de uso de CPU, não congelou e nem travou, passou no teste de "stress" extremo com muita facilidade, e isso processando 3 canais auxiliares com reverb de convolução, que é pesado pacas. Em ambiente Windows eu jamais conseguiria isso!

mais um pra dar os parabéns....muito bom mesmo...

Claudiao, tu é o cara.... um exemplo a ser seguido...

Parabens e sucesso a cada dia! ainda nao consegui ouvir o som por estar no trabalho mas chegando em casa vou escutar com toda a certeza

Muito legal ver o processo todo detalhado... parabéns pelo trabalho!

Sempre tive essa curiosidade de ver o processo de gravação detalhado, mesmo sem entender quase nada dessa área. Parabéns para todos os envolvidos no trabalho, o resultado final ficou muito bom!

Parabéns Claudio, excelente tópico. Deixo aqui um relato sobre seus vídeos do Sonar, que pra mim, foi um divisor de águas. Parabéns mais uma vez e obrigado!

Parabéns Claudio, pelo belo e muito bem explicado tópico. Parabéns também ao grande amigo Ricardo Petrone e aos seus asseclas... Que belo som!

Parabéns!

Cláudio, comenta um pouco sobre a distribuição dos instrumentos no estéreo. Acho que esse foi um ponto que você experimentou bastante, em função da instrumentação utilizada, não é?

Valeu galera, obrigado pelos comentários!

joabi escreveu:
Cláudio, comenta um pouco sobre a distribuição dos instrumentos no estéreo. Acho que esse foi um ponto que você experimentou bastante, em função da instrumentação utilizada, não é?

Sem dúvidas, esse foi um ponto que fiz experimentos dos mais variados, até poder chegar em algo que os ouvidos aprovassem.

Como fiz uma pré-produção com a guitarra, eu já tinha uma idéia pré concebida para o estéreo desse instrumento, e também o da bateria. Só que, na prática, as idéias pré concebidas naufragaram, e acabei tendo que fazer muitos experimentos pra chegar num ponto bom.

Comecei trabalhando com guitarra canal1 50% pra esquerda, guitarra canal2 50% pra direita e guitarra limpa no centro... e isso me deu a exata noção do erro que cometei ao fazer com que a guitarra ocupasse praticamente toda a faixa estéreo, não valorizando a própria guitarra, e matando frequências de outros instrumentos. Foi aí que depois de vários experimentos acabei trabalhando com a guitarra canal1 em 50% pra esquerda, guitarra canal2 40% também pra esquerda, e guitarra limpa 50% pra direita. Isso clareou muito a música, meio que "desafogou" a faixa central do estéreo, e deixou essa região livre pra ser ocupada pela bateria.

A bateria foi outra que na idéia era uma coisa, e a prática mostrou outra bem diferente. Era meio óbvio pensar: microfone mais a esqueda, vou abrir 35% pra esquerda. Microfone mais a direita vou abrir 35% pra direita. Microfone central coloquei em 5% pra esquerda e o microfone do bumbo em 5% pra direita. Pronto... estava feita a pior mixagem de bateria de todos os tempos. Quem falou que o microfone central tem que ficar no centro da mixagem? Essa mixagem matou completamente o som da caixa/contratempo, que estava no microfone em 35% pra direita. Pra piorar, o bumbo soando mais acentuado pra direita estava criando uma espécie de "lacuna" no centro da música.

Aí, decidi juntar as quatro peças da bateria e mais o baixo, e mixar essas cinco peças juntas. O microfone mais a esquerda foi o único que não mexi, deixei mesmo em 35% pra esquerda. O microfone central eu coloquei em 35% pra direita. O microfone da direita (caixa/contratempo), trouxe em 10% pra direita, e o bumbo coloquei no centro (dica do Joabi). Mas... ainda estava faltando a "cereja do bolo"... e ela veio quando coloquei o baixo em 15% pra direita, bem coladinho na caixa/contratempo, mas com espaço suficiente pra destaque desses três elementos. A conclusão disso foi que, sem dúvidas, é muito importante inserir a trilha de contrabaixo na hora da mixagem das peças de bateria!

O teclado veio de forma bem coadjuvante, são apenas algumas citações, e não comprometeu ficando aberto 40% pra direita, percebe-se que é um teclado que está soando naquela região. Tive apenas o cuidado em colocar esse instrumento em lado completamente oposto ao das guitarras Synth.

Nos trabalhos de mixagens das outras músicas, utilizei bastante os recursos de automação de PAN, principalmente naquelas músicas onde entra o elemento Vocal.

Zubrycky escreveu:Parabéns Claudio, pelo belo e muito bem explicado tópico. Parabéns também ao grande amigo Ricardo Petrone e aos seus asseclas... Que belo som!

Parabéns!

Zuby, meu caro... Sempre muito Cordial e Gentil!
Obrigado!

Claudio, que esmero hein....
parabéns pelo trabalho e pela aula, parabéns ao Daniel também e ao Syntagma, espetacular!
SHOW!

Muito bom, mandou bem demais!!!

Parabéns pelo trabalho

Claudio que topico é esse?
Os detalhes em todas as etapas, o perfeccionismo, ou seja, estou sem palavras.
Mais uma GRANDIOSA contribuição ao forum.

Claudio, poderia falar mais da história dos Bus? Eu sempre vejo o pessoal falar de bus e não faço ideia do que é um Bus,


Pelo o que eu entendi na sua mix você cria trilhas extras, coloca o plugin desejado (ou nao, no caso do phone) e coloca como in um bus e como out o destino desejado (os out no caso do phone e a saida normal no caso dos reverbs)

fala mais ae

Pequena ficha Tecnica ( Syntagma):

Lyndon Storch (Guitarra)
. Scheckter Hell Raiser - Com Captador Exafônico Roland
. Synth pedal Board - Roland GR-55
. Controlador midi Roland FC- 300
. 03 foot Switch Roland FS -06
Contato: lyndonstorch@hotmail.com

Ricardo Petrone (Baixo)
Yamaha BB424
Pre Amp- David Eden
Voz - (Estes efeitos o Claudio sabe bem melhor que usamos)
Teclado - Casio Sampling Keyboard 01-SK1
Contato: riccardopetro@yahoo.com.br ou MP do Fórum

Elias Pereira (Bateria)
PDP Drums da DW Drums
Zildjan cimbals - (Diversos)
Contato: eliasspereira@gmail.com

JCBASS escreveu:Claudio, que esmero hein....
parabéns pelo trabalho e pela aula, parabéns ao Daniel também e ao Syntagma, espetacular!
SHOW!

Obrigado JC.. Ainda vem muito mais por aí...

Gostaria de ouvir o resultado, mas não apareceu link algum aqui pra mim.

"/

malka_aff escreveu:Claudio, poderia falar mais da história dos Bus? Eu sempre vejo o pessoal falar de bus e não faço ideia do que é um Bus,

Malka, depois o Cláudio te diz como ele usou nessa música, mas posso te ajudar. O Buss (Bus), ou barramento, é um 'caminho virtual' para onde você pode direcionar qualquer áudio que foi gravado, através da própria saída de um canal ou de uma mandada (chamada send ou cue, dependendo do software). Esse barramento é interno do software, você pode imaginar como um 'encanamento' virtual.
Geralmente é usado com um canal do tipo Auxiliar (Aux), mas não necessariamente. Alguns usos interessantes:

1- Para somar o áudio de vários canais. Por exemplo, se você tiver um baixo gravado com 2 canais (DI+Mic), depois de aplicar a equalização individualmente em cada som, voc[e pode querer comprimir a soma dos dois ao invés de comprimir individualmente. Basta então direcionar a saída de cada canal para um Bus, digamos o Bus 1, e criar um canal Aux para "ouvir" o som que chega desses dois canais, já somados. Todos os efeitos que você aplicar ao canal Aux será aplicado na soma dos dois sons, e não mais individualmente.

2- Em submixes. De forma semelhante ao anterior, suponha que você queira somar os diversos canais de uma bateria. Geralmente é usado um Bus estéreo nesse caso, digamos Bus 1-2. Com isso você consegue ajustar o volume da bateria inteira movendo um único Fader (no canal Aux), bem como ter controle de Mute, Solo, e inserir plugins. Bastante útil.

3- Como mandadas de Fones para os músicos. Usado como nas submixes, mas mandando o canal Aux para uma saída 'de verdade', onde está ligados o(s) fone(s). O Aux serve como um controle de volume e permite equalizar de um jeito diferente do que o técnico está ouvindo.

4- Mandadas para plugins, etc. Esse é legal! Alguns plugins, principalmente os compressores possuem uma função chamada Side Chain, que funciona da seguinte forma: você pode enviar o sinal do Bumbo da bateria para um Bus (Bus 1, por exemplo). Coloque um compressor no baixo e ajuste a entrada do SideChain para "ouvir" o sinal que está no Bus 1. Dessa forma o compressor somente vai atuar quando o Bumbo tocar, nos demais momentos ele estará inativo. Isso é bastante usado para dar boa definição entre baixo e bumbo e ajuda a 'syncar' um pouco mais.

^Putz, eu usava Bus principalmente para reverb mas isso ai foi uma aula!!
Valeu demais cara!!

Que bela contribuição! Que registro técnico primoroso.
Uma verdadeira aula de como foi feito essa gravação.
E que processo diferente de captação do som, bem peculiar e diferente da microfonação da bateria, e também do tratamento do som, bem distinto do tradicional Pro-tools.
Cada vez mais concluo que o estúdio onde se grava a música é fundamental na produção de um CD.
Tudo influencia diretamente no produto final.

Muito bom o review, a gravação ficou excelente, todos os envolvidos no projeto estão de parabéns!

Este é um lugar de aprender!

joabi escreveu:

Malka, depois o Cláudio te diz como ele usou nessa música, mas posso te ajudar.

Muito obrigado Joabi, basicamente o Bus é um caminho virtual? eu uso ele pra mandar sinais de uma trilha pra outro lugar que não seja a Main Mix (os monitores)?

malka_aff escreveu:Claudio, poderia falar mais da história dos Bus? Eu sempre vejo o pessoal falar de bus e não faço ideia do que é um Bus,

Bem... o amigo Joabi já deu uma aula sobre assunto, de forma como eu não conseguiria fazer.

Nessa gravação do Syntagma, utilizei o recurso de BUS para processamento dos efeitos de reverb, delay, chorus e cue mix (mix de fones).

Esse recurso ajuda muito a economizar CPU. Ao invés de por exemplo, inserir o reverb de convolução em 10 canais (o que é bastante crítico), fica bem mais leve pro sistema se você mandar o sinal pra ser processado num BUS. No caso do Syntagma, eles utilizam muitos recursos de Synth o tempo todo e em todas as músicas, com isso eles precisam ouvir o sinal pós processado, que eu enviava pra eles através do BUS de fones (cue mix) Output 5-6... o sinal que chegava ao meu fone era diferente, vinha antes do processamento (pre-fader). Como captei a parte superior da bateria somente com 3 microfones (o mesmo tipo de microfone captando frequências diferentes), no final achei por bem utilizar compressores individuais com parâmetros próprios para cada um deles, e acabei usando o BUS na bateria somente pra dar a ambiência com o reverb de alcance curto!

Só mais um detalhe... pra utilizar o cue mix de forma eficiente, é necessário que a interface tenha saídas de áudio independentes da Master. No caso da Fast Track Ultra 8R, o próprio manual da interface diz que: Output 1-2 = Master, Output 3-4 = Retorno, e a partir da Output 5-6 são saídas que você pode endereçar de forma livre (mas acreio que isso não seja um regra, pode haver variações de uma interface pra outra. O Joabi pode esclarecer isso melhor). Os fones do Syntagma estavam ligados no BUS que endereçava Output 5-6, e o meu fone estava plugado na Master. Aquele Livro de Logic Pro que indiquei, tem uma seção que fala somente sobre cue mix, tem muitas dicas legais de como utilizar bem esse recurso!

muito obrigado Claudio, ontem, mexendo no reaper, ja vi onde faço esse endereçamento e inserts. E também comecei a tomar coragem e começar a usar cut low e equalizadores e compressores, tenho que aprender logo a usar essas coisas =D.

Ninguem teria algumas trilhas simples pra eu mixar? algo como uma guitarra, baixo, bateria e vocal. Assim eu treino mixagem e tudo o mais.

malka_aff escreveu:
Ninguem teria algumas trilhas simples pra eu mixar? algo como uma guitarra, baixo, bateria e vocal. Assim eu treino mixagem e tudo o mais.

Tem sim, o Lucas postou uns 2 tópicos com essa finalidade:
https://www.contrabaixobr.com/t17961-vamos-mixar-1
https://www.contrabaixobr.com/t17995-vamos-mixar-2

eu comecei a baixar essas mas deu problema nos downloads, vou tentar de novo hoje ou essa semana.

LuCaSbass escreveu:^Putz, eu usava Bus principalmente para reverb mas isso ai foi uma aula!!
Valeu demais cara!!

Acabei nem falando de Reverbs e Delays, que são o uso mais comum...
Acho que se enquadra no último caso que citei.

malka_aff escreveu:

Muito obrigado Joabi, basicamente o Bus é um caminho virtual? eu uso ele pra mandar sinais de uma trilha pra outro lugar que não seja a Main Mix (os monitores)?

É isso mesmo, Malka!

ClaudioBass escreveu:
Esse recurso ajuda muito a economizar CPU. Ao invés de por exemplo, inserir o reverb de convolução em 10 canais (o que é bastante crítico), fica bem mais leve pro sistema se você mandar o sinal pra ser processado num BUS.

Muito bem lembrado, Cláudio! Reverbs são pesados mesmo, além do mais existem várias situações que usamos um reverb para criar uma ambiência artificial, tentando dar a sensação de que todos os instrumentos estão no mesmo espaço. Não faria sentido colocar 10 Reverbs com a mesma configuração nos canais individuais dos instrumentos.

ClaudioBass escreveu:Só mais um detalhe... pra utilizar o cue mix de forma eficiente, é necessário que a interface tenha saídas de áudio independentes da Master. No caso da Fast Track Ultra 8R, o próprio manual da interface diz que: Output 1-2 = Master, Output 3-4 = Retorno, e a partir da Output 5-6 são saídas que você pode endereçar de forma livre (mas acreio que isso não seja um regra, pode haver variações de uma interface pra outra. O Joabi pode esclarecer isso melhor).

Até onde sei são exatamente iguais, só muda a nomenclatura mesmo. Output 1-2 são o padrão para a saída Master. Algumas interfaces dão a opção de ajustar os níveis de saída (entre -10dB ou +4dB) através de configuração do software ou seletor no próprio equipamento.

Nossa! Belíssimo trabalho Claudião!!

Preciso ter isso como exemplo e começar a fuçar mais nessas maravilhas que o mundo moderno nos proporciona..

Thales_Sr escreveu:Show de bola!! Merece um selo de qualidade do Ivan!
Parabéns pelo trabalho bem feito e pela disposição em comentar todo o processo aqui.

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Parabens pela gravacao, Claudio e galera da Syntagma! Gostei muito, principalmente porque sou muito interessado nesse lance de mixagem e etc. Como eu sou guitarrista tambem, gostaria de saber mais detalhes do equipamento do Lyndon.
Mas gostei muito do passo a passo da mixagem e do resultado final, tanto musicalmente quanto no sentido de gravacao. Achei a captacao de primeira e a mixagem e masterizacao nada alem de primorosas!

LucasSalles123 escreveu:Parabens pela gravacao, Claudio e galera da Syntagma! Gostei muito, principalmente porque sou muito interessado nesse lance de mixagem e etc. Como eu sou guitarrista tambem, gostaria de saber mais detalhes do equipamento do Lyndon.Mas gostei muito do passo a passo da mixagem e do resultado final, tanto musicalmente quanto no sentido de gravacao. Achei a captacao de primeira e a mixagem e masterizacao nada alem de primorosas!

Me passe 1 MP com suas questões, que pedirei P/ O próprio te responder por email, ok?
Abraços!

Cláudio não sei porque não consigo visualizar aqui os links dos áudios.... tem como postar somente os link sem sem embebed?

Obrigado.

^ Pois é... eu não sei o que aconteceu com os arquivos, o 4Shared simplesmente sumiu com os fragmentos de MP3 da mixagem que deixei lá.

Baixa daqui:
http://192.168.0.102/shares/Download-Area/pacotes-zip/mixagem-syntagma.zip

Claudião, acho que você errou o link.
192.168.0.102 está com cara de rede local...

estes links sumiram p/ mim, tb.

Não rolou Cláudio....