O que o sertanejo universitário trouxe... ( Divagação )

Amigos, venho percebendo algo há um bom tempo. O verdadeiro BUM de músicos ( aquele que toca algum instrumento ) desde a ascensão do sertanejo universitário como estilo em destaque em quase todo Brasil. Apesar de ter nascido em 1990 e ter começado a tocar violão com 10 anos, já vi várias eras musicais. Pagode, a tentativa de volta do Rock, Forró, Axé, Música Eletrônica e agora o Sertanejo. Talvez a galera que more em cidade grande não perceba com tanta distinção mas quem mora em cidade pequena como eu, percebe facilmente como a música da moda muda os hábitos da galera da sua faixa etária. E digo que, nunca na história desse país conheci tanta gente querendo, aprendendo, e tocando quanto a essa.

Na minha época de adolescência era muito difícil formar uma banda. Conhecer outros músicos, então??? Era raríssimo. Sempre era "ah, um amigo de um amigo meu toca", "um cara que mora ali na minha rua sabe tocar".... Hoje em dia, numa cidade distante dos grandes centros como a minha, a quantidade de músicos é absurda. Duplas sertanejas são formadas ás pencas e todas com sua banda de apoio com músicos amadores que ás vezes estão se aventurando na sua primeira aventura musical.

Vocês concordam? Acham que isso tem alguma coisa a ver com o Sertanejo Universitário ser um estilo relativamente fácil de tocar ou é impressão minha...?
Enfim, divaguem sobre o tema...

Acho que é uma influência natural. Note que estes artistas do sertanejo universitário são jovens, o que pelo menos na minha opinião faz com que o público alvo (neste caso o público jovem) queira emular o que eles fazem, seja no comportamento ou aprender a tocar um instrumento.
Acho que o fato do violão ser o instrumento predominante nesse caso facilita. É um instrumento relativamente barato e mais fácil de encontrar do que instrumentos elétricos.

Ponto de vista interessante !
Moro no Rio de Janeiro e sinceramente não é tão perceptível, pelo menos para mim esse "BUM" de músicos, migrando para esse estilo ou de ver pessoas querendo aprender a tocar algum instrumento por causa dele e sinceramente não vejo por aqui o sertanejo universitário fazendo esse sucesso todo.
O que normalmente motiva muito um "moleque" a aprender tocar alguma coisa, principalmente o que é moda, é tentar fazer sucesso com as menininhas, tirar onda com a galera do colégio, da rua e etc...
Não curto o estilo, não acompanho, mas observo que de uma forma geral os músicos que acompanham os artistas tocam pra caramba e as bandas são muito boas.

^ Sim... também não é uma coisa que eu ouça em casa. Mas já acompanhei bandas iniciantes daqui e raramente ainda acontece de me chamarem em cima da hora pra tocar. E eu particulamente acho super legal o meio. As duplas crescendo tecnicamente, investindo em banda boa mesmo e querendo crescer. Tocando toda semana e ás vezes até mais de uma vez na semana. Já aconteceu de eu tocar quinta, sexta e sábado. Indo tocar no interior e tudo.
Acho super válido, se realmente houve BUM.

^ A sua observação é apenas parcial, e refere-se a um processo que ocorre numa área geográfica (qualitativamente falando) do país, e está mais relacionada com a melhoría do padrão de vida médio do brasileiro e com a oferta ampliada de instrumentos musicais e tecnologias (várias) relacionadas à esse segmento do mercado.
Aqui no Rio de Janeiro isso não ocorre. O único segmento ligado ao mercado musical que vem ampliando seu "processo reprodutivo" (ecoomicamente falando), aqui é o da "música gospel".
No mais, é o que o Fabio Motta observou.
Quanto aos músicos que acompanham as duplas, são profissionais, muitos inclusive formados em escolas públicas ou privadas, e que tocam profissionalmente sem necessariamente ter relação unívoca com o tipo de música que eles mesmo (pessoalmente) ouvem e curtem.