Onde e/ou quando e por que Fretless?!

Pessoas,
já li diversas vezes por aqui, que há baixista que acham que o fretless só cabe em músicas mais lentas/baladas, alguns acham que depende "do que a música pede" e outros não vêem restrição nenhuma.
Como um apaixonado pelo som do fretless, e no intuito de aprender mais, pergunto:
- Para você, onde e/ou quando usar o baixo fretless, e por que de sua opinião?
- Você gosta do fretless mais "chorado", ou mais puxado para o som de acústico?

E mesmo que você nunca tenha tocado um fretless, se tem uma opinião, também convido a compartilhar conosco

Minhas bandas atuam mais pro lado do Rock e Heavy Metal. Onde puder e sentir que o som seja de meu agrado, acabarei usando o Fretless. Tenho uma banda Metal Instrumental onde trouxe o Fretless e gostei bastante de como os arranjos interagiram com as músicas. Como tinha tudo já gravado e pronto, com exceção do baixo, foi um prato cheio explorá-lo e escolher o que tocar nas músicas.

Gosto mais da sonoridade "chorada" usando somente o captador da ponte. Conheci esses timbres puxados pro baixo acústico aqui no fórum e gostei bastante. Porém, pela questão de ter o primeiro timbre a mão é que tenho essa preferência. Caso contrário, provavelmente pesquisaria sobre eles pra ver onde se encaixariam e diria que gosto dos dois timbres. hehehehe

Também quero saber sobre isso. Na verdade sempre achei que o fretless fosse mais usado em musicas mais lentas com timbres chorosos, mas tenho visto algumas coisas que mudam essa opinião.

Atualmente estou tocando em uma banda de Hardcore, e ja cheguei a ensaiar com o fretless. Ficou diferente. Gosto do fretless mais rasgado, hoje estou usando cordas tape, mais vou voltar pras round logo-logo.

O Jeff Ament usa em algumas músicas do Pearl Jam.



Edit> Postei o vídeo errado.

^Tambem gosto de fretless "tratado" como fretted.
Alias, é da forma que uso...

sabendo usar na dose certa fica joinha, mas qdo é tocado "chorado" o tempo todo acho q fica meio enjoativo... prefiro usado como fretted e aplicado as "choradas" nos momentos onde a gente sente que a melodia pede...

Nunca tinha pensado por esse lado. No final das contas, tenho usado ele como um Fretted, explorando também os slides além das frases lentas e "choradas". Aprendi mais uma! hehehehe

... Uso fretless na banda de samba jazz onde toco, por sua sonoridade mais próxima a do acústico, ou seja mais a fundamental, o que combina com o estilo anos 60 da banda. Até tentei algumas vezes usar meu jazzbass fretado, mas parece que falta algo na banda, falta gordura! O ideal seria tocar o acústico mesmo, mas no meu caso, amador e preguiçoso, fico com o elétrico fretless mesmo ... Dá para ser bem feliz!
O fretless também me induz à simplicidade, acabo tocando menos notas ... Para errar menos!
Já comentei algumas vezes sobre o assunto aqui no forum ... Sou fretless de carteirinha! Talvez se tocasse em uma banda com outro estilo, como Motown, por exemplo, ai sim usaria um fretado ... Com cordas lisas.

Para referência:
o baixo que uso http://vimeo.com/14743946
https://www.contrabaixobr.com/t7422p50-baixos-rob-allen#202790
A banda onde toco: https://www.contrabaixobr.com/t13435-banda-amadora-onde-toco

O Andreoli gravou uma balada no ultimo disco do Almah com o Eliezer fretless e ficou animal! acho que vai do instinto do baixista de ver se cabe dentro da música. dei este exemplo do Felipe Andreoli por que foi uma "inovação" o uso deste baixo no metal. Nas palavras dele, o fretless foi usado por "ter um grave sem tanto ataque", confiram as gravações do ultimo disco em outro tópico aqui do fórum.

bodhan

o que é aquilo que aparece atrás do headstock do seu baixo no video da sua banda?

Ah! já achei a resposta, vou deixar a pergunta pra quem ainda não sabe..
a resposta está aqui:
https://www.contrabaixobr.com/t13435-banda-amadora-onde-toco#279553

gosto de fretless em todo momento !!

como o allex disse a expressão deve ser livre , curto ele em jazz sambarock,
minha banda toca mto sambarock e ele encaixa muito bem,
em fim curto muito o som do instrumento e gosto dele na vibe da musica como usam Gary e Jaco usava etc.....


aBrasso

acho que o fretless deve ser usado em músicas onde o timbre do baixo aparece bem.

Eu comecei a entender fretless depois que escutei essa versão de Red Barchetta do album tributo ao Rush, Working Man.

https://www.youtube.com/watch?v=jW1GhZptOWg

Para quem não acha que cabe um fretless em rock, precisa escutar Tony Franklin.

Se eu "pudesse" usaria bem mais o fretless. Mas tem o problema da dificuldade de tocar algumas linhas no fretless. Para quem não estuda tanto como eu ...

Já fiz algumas gigs só de fretless, mas não era rock nem nada, mas para um som mais puxado para jazz, musica instrumental brasileira rola legal demais.
Hoje não ando tocando muito fretless, mas é uma paixão que não acaba nunca hehe
Quanto a sonoridade, acho que tem lugar pra tudo, e da para tirar praticamente todo som usando combinações dos captadores e, principalmente, alternando técnicas de mão direita.

edumoraes escreveu:sabendo usar na dose certa fica joinha, mas qdo é tocado "chorado" o tempo todo acho q fica meio enjoativo... prefiro usado como fretted e aplicado as "choradas" nos momentos onde a gente sente que a melodia pede...

+1

Sempre qua alguém fala que fretless é somente para determinado tipo de música eu mostro isso: Steve DiGiorgio, fretless no metal...

<iframe width="420" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/90R4wve2PP8" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

<iframe width="420" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/fdYsCyPU_Nc" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

^
É verdade, aprendi muito com o DiGiorgio na hora de fazer os arranjos pro Heretic.

<iframe width="100%" height="166" scrolling="no" frameborder="no" src="http://w.soundcloud.com/player/?url=http%3A%2F%2Fapi.soundcloud.com%2Ftracks%2F43741010&show_artwork=true"></iframe>

Na minha opinião fretless cabe em qualquer lugar, e gostaria que mais baixistas pensassem assim. Inclusive fiquei alguns anos só com baixo fretless, toquei de bossa nova à classic rock.

Acho que depende da experiência do baixista com esse tipo de instrumento e do quanto ele gosta do mesmo. Assim saberá como tocar em cada situação, como vale pro fretted, não é diferente.

O tipo de fretless pode ajudar também. Por exemplo, esses anos que toquei só fretless, foram dois J. Bass, e usava combinações de captadores diferentes pra diferentes situações. Como soasse melhor no mix da banda.

Precision e Stingray fazem o serviço tranquilamente por também terem um som encorpado, que privilegia o groove e a condução. Mas têm modelos que não se encaixam em tudo, como os SR da Ibanez. Tenho um fretless deste e ele é lindamente chorado e ponto. Não se tira outro timbre dele.

Resumidamente: pra cada música levo em consideração escolher o "tipo de fretless" além de escolher "fretless ou fretted".

É difícil para baixistas que trabalham pra outras pessoas pensarem assim. Muitos artistas e produtores não esperam/aceitam um timbre de fretless nos seus trabalhos. Baixos fretted são o padrão e continuarão sendo por um bom tempo.

Verdade.

Como sou um simples amador de paga pequena sempre fui bem aceito com meus fretless. Mesmo tendo fretted devo usar apenas em 20% do tempo.

Comigo foi o contrário, tem pouco baixista na minha região e que toque fretless não conheço nenhum (não digo que não tenha) notei que passei a ser mais convidado pelo pessoal quando assumi o fretless.

Sou todo avesso, só preciso de um J. Bass fretted e quantos fretless for possível
Diferente da maioria profissional que tem dez baixos e um único fretless

Eu gosto de som de fretless bem roncadão e anasalado, uma mistura de Jaco com Steve Bailey.

Eu uso tanto na minha banda de Technical Thrash Metal, que são músicas rápidas e pesadas, quanto na minha banda de Blues/Fusion e até na banda que temos pra "brincar", onde tocamos desde Tim Maia até Led Zepellin.

Acho que o Fretless se encaixa em qualquer estilo.

allexcosta escreveu:

Bruno Alcântara escreveu:Na minha opinião fretless cabe em qualquer lugar, e gostaria que mais baixistas pensassem assim.

É difícil para baixistas que trabalham pra outras pessoas pensarem assim. Muitos artistas e produtores não esperam/aceitam um timbre de fretless nos seus trabalhos. Baixos fretted são o padrão e continuarão sendo por um bom tempo.

No grupo que eu toco, eles mandam geralmente a partitura pra gente dois dias antes do ensaio e um MP3 da musica pra gente ouvir. Eu ja vou ouvindo e pensando: "Poxa, acho que vou levar essa no fretless.". Pronto, la vou eu todo feliz estudar e elaborar umas frases. Quando chega no ensaio o maestro fala: Bom... ficou legal, mas tava pensando em levar essa musica no seu outro baixo com trastes. Aí, eu tenho que acatar. Até argumento e tudo mais, so que as vezes as decisoes sao tomadas meio top-down. Pelo menos quando é piano, violao e baixo, eu uso o fretless a vontade, que ninguem reclama

É difícil para baixistas que trabalham pra outras pessoas pensarem assim. Muitos artistas e produtores não esperam/aceitam um timbre de fretless nos seus trabalhos.

Quando chega no ensaio o maestro fala: Bom... ficou legal, mas tava pensando em levar essa musica no seu outro baixo com trastes.

Aparentemente tenho que reformular meu pensamento para: "gostaria que mais produtores, artistas e maestros pensassem assim"

^ Eu ja gravei com um produtor que sempre fala: Um dia desses a gente grava com o fretless. Mas este dia nuna chega. Acho que ate amadurecer a ideia, ele nao tenta. Pelo menos umas das trilhas do CD que eu gravei do meu casamento é com fretless. hehe... Mas ai o produtor era eu mesmo

Pois é, eu me baseei em minha experiência que não é muita. Gravei poucos discos. O ultimo usei fretted em três musicas de um total de doze, com um Fender Jaco Fretted, um Ibanez Fretted de 5, as demais todas com um Fender Jazz Fretless com cordas lisas. O artista, produtor e técnico do estúdio ficaram contentes com o resultado.

^Que bom! É que essa banda que eu toco é conhecida como big band, mas esta mudando um pouco essa identidade de uns tempos pra cá. Entao, qualquer mudança demoooora pra acontecer.

Big Band? Já tentou usar um J. Bass, tipo Jaco?

Pensar já, mas eles sao por demais tradicionais... hehe

Interessante como este cara consegue variar bem o timbre do fretless, ele soa como baixo normal, mas quando ele quer tira o som fretless.

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=zxo50eE0C74#t=763s

para nossa alegria

kakakak



achei o baixo nesta musica muito bem colocado!

ainda quero tocar este arranjo



fretless é lindao demais!

allexcosta escreveu:

Bruno Alcântara escreveu:Sou todo avesso, só preciso de um J. Bass fretted e quantos fretless for possível

O conceito só não funciona muito bem na realidade do baixista de gig ou rato de estúdio.

Eu acho que esses conceitos: "procedência é nada e timbre é tudo", "fretless cabe em qualquer lugar", "não importa quantas cordas você usa pra determinado estilo" e coisas desse tipo são muito bonitos e têm sim uma certa razão mas, na prática e no dia-a-dia, o que ocorre é outra coisa.

*Já perdi GIG's de sertanejo pra gente que toca bem menos do que eu, por não ter um baixo de cinco cordas.
*Inúmeras vezes já fui gravar com um baixo honesto e com um bom timbre e o técnico/dono do estúdio disse: cara, não adianta. Baixo é JB.
*Já cheguei pra um teste de banda de baile e a primeira coisa que o cara me perguntou foi qual baixo eu tinha na bag.
* E a mais nova, fui convidado pra gravar o baixo de umas músicas de uma banda autoral que não tem baixista. E o "dono" da banda, me pertuba pra eu usar um baixo de 4 cordas porque meu baixo de seis cordas não casa com o estilo. Além de, já ter feito quase todas as linhas de baixo " na boca" ¬¬ pra eu só ter o trabalho de gravar.

Conclusão? Sabemos que não temos que ter esses tipos de preconceitos e a maioria soa estúpidos se formos pensar um pouco. Mas na realidade, é outra coisa.

cayo

cara, muito bem colocado!

obrigado por partilhar esta realidade ( nao vivida por mim )

valeu

Cayo Castro escreveu:Conclusão? Sabemos que não temos que ter esses tipos de preconceitos e a maioria soa estúpidos se formos pensar um pouco. Mas na realidade, é outra coisa.

Temos que levar em consideração, também, o local, a região? e em última análise, a época?

^ Também. Mas pelo que tenho conversado com vários músicos de todo o Brasil. Isso não acontece só por aqui, não.

A questão que mais pesa é: os "preconceitos" da pessoa que tá te pagando.

Em um trabalho de minha autoria, eu toco até com um tonante fretless se eu achar que, é aquele som que eu quero. Isso não acontece trabalhando como músico.

Cayo Castro escreveu:
* E a mais nova, fui convidado pra gravar o baixo de umas músicas de uma banda autoral que não tem baixista. E o "dono" da banda, me pertuba pra eu usar um baixo de 4 cordas porque meu baixo de seis cordas não casa com o estilo. Além de, já ter feito quase todas as linhas de baixo " na boca" ¬¬ pra eu só ter o trabalho de gravar.

A questão então, neste caso, é visual? pois você poderia tocar as linhas mesmo assim, não, usando só EADG? Por exemplo: sabemos que o John Myung toca ao vivo em 6 cordas, mas já vi vários vídeos dele em estúdio, gravando com baixos de 4/5 cordas e olhe lá. Já li, também, que tocar ao vivo com um de 6 era exigência do Portnoy...

Aqui em SP já vi muito isso que o Cayo falou também. Imagino que seja igual em qualquer lugar. Visual conta muito (e num tô falando só de baixo).

Tarcísio Caetano escreveu:

Cayo Castro escreveu:
* E a mais nova, fui convidado pra gravar o baixo de umas músicas de uma banda autoral que não tem baixista. E o "dono" da banda, me pertuba pra eu usar um baixo de 4 cordas porque meu baixo de seis cordas não casa com o estilo. Além de, já ter feito quase todas as linhas de baixo " na boca" ¬¬ pra eu só ter o trabalho de gravar.

A questão então, neste caso, é visual? pois você poderia tocar as linhas mesmo assim, não, usando só EADG? Por exemplo: sabemos que o John Myung toca ao vivo em 6 cordas, mas já vi vários vídeos dele em estúdio, gravando com baixos de 4/5 cordas e olhe lá. Já li, também, que tocar ao vivo com um de 6 era exigência do Portnoy...

Não conheço o DT. Mas com certeza, conheço o vocalista da banda. E a questão toda foi pelo baixo ser de seis cordas que pra ele, não casa com rock "experiemental". Nem visualmente e nem por timbre.

Ja vi muitos produtores me falando "se você quer ser profissional, vai prescisar de um fender."

E o pior é que o retardado tinha um fender falso ¬¬

malka_aff escreveu:Ja vi muitos produtores me falando "se você quer ser profissional, vai prescisar de um fender."

E o pior é que o retardado tinha um fender falso ¬¬

kakkakkakakakka

malka_aff escreveu:Ja vi muitos produtores me falando "se você quer ser profissional, vai prescisar de um fender."

E o pior é que o retardado tinha um fender falso ¬¬

HAHAHAHA

Acontece muito. É o que eu falei, não é que esses conceitos que "aprendemos" aqui estão errados. Muito pelo contrário, fazemos parte de uma espécie de elite musical por dizer que, " o que importa é timbre" mas repito, não acontece assim por aí. Pelo menos não se, você quer ganhar uns trocados sendo "free".

Cayo Castro escreveu:Não conheço o DT.

Eu não sabia...
Mas entendi a situação, agora.

O baixista do Death usou um fretless pra gravar um album todo...

matsegredo escreveu:O baixista do Death usou um fretless pra gravar um album todo...

... é que tem muita gente que acaba usando o baixo com trastes para poder sobreviver e ficar vivo no mercado!

Já encontrei bastante preconceito em relação à marcas. Já toquei em banda de rock onde fazia questão que eu levasse fender, e quando levava outra marca nos "ensaios" tocava do mesmo jeito, mas ouvia "poxa, não trouxe o fender?"

Agora, preconceito com fretless nunca aconteceu comigo. Como já disse, por anos toquei somente esse tipo de baixo e até onde eu sei não fui "limado" por isso. Nem em relação a quantidade de cordas. 4, 5 ou 6.

Toquei em uma banda de Country que fazia questão de fretless. E nas demais sempre senti que a galera fica mais contente quando chego de fretless.


Cada caso é um caso. Ou dou sorte


Edit: já toquei em banda de música baiana (axé, micareta) com fretless de 04 cordas, fiz trio de carnaval pra milhares de pessoas (meu maior público).