Pain of Salvation - Remedy Lane (2002)

Começando nosso passeio pelo mundo do rock e suas vertentes, hoje analisamos o álbum Remedy Lane, da banda sueca Pain of Salvation. Gravado em 2001 e lançado em 2002, Remedy Lane foi o álbum que fez o conjunto ‘estourar’ na cena europeia do heavy metal e rendeu ao grupo o título (imerecido para alguns, justo para outros) de “novo Pink Floyd”. Antes que os fãs mais xiitas dos ingleses reclamem, cabe aqui dizer que a comparação se dá em conta da inserção de elementos diferentes e da constante quebra de rótulos musicais.

O Pain of Salvation já foi tido como uma banda de metal progressivo, principalmente por causa de seus primeiros trabalhos (hoje, segundo o vocalista e dono da banda Daniel Gildenlöw, o grupo só se preocupa em fazer música, independente do rótulo que possam dar). Em Remedy Lane, o grupo adiciona elementos de rock progressivo e um ou outro toque folk, que deram ao disco um ar de novidade no meio do metal progressivo e o fizeram um dos mais aclamados lançamentos do estilo na última década. Como todos os outros álbuns do conjunto, Remedy Lane é conceitual e trata principalmente de amor, luxúria e vida.

O peso do metal progressivo que caracterizou os três primeiros trabalhos do Pain of Salvation pode ser ouvido em faixas como Ending Theme, Of Two Beginnings, Undertow e Rope Ends, música que demonstra outra grande característica do grupo: o uso intenso de síncopes e partes polirrítmicas. As elaboradas melodias vocais e o uso de instrumentos acústicos – que também marcam os trabalhos da banda – estão em Second Love, Dryad of the Woods e This Heart of Mine (I Pledge).

As linhas de baixo do disco são primorosas. O trabalho de Kristoffer Gildenlöw, que saiu da banda em 2006, é impecável. Kristoffer pilota seus baixos de seis cordas (com e sem trastes) com maestria pelas 13 faixas de Remedy Lane (14, se você tiver a versão japonesa), mostrando sua apurada técnica em passagens intrincadas como a já citada Rope Ends. A parte vocal é um tópico à parte. Daniel, Kristoffer e os dois Johan (Hallgren e Langell, respectivamente guitarrista e baterista) criam belas harmonias com suas vozes, dando a cada música um clima diferente. De Remedy Lane para cá, a banda já gravou outros quatro álbuns e atualmente não conta com mais nenhum membro desta época, exceto o vocalista Daniel.

Álbum sensacional. Na verdade, do primeiro álbum do PoS até o Be, eu gosto de todos. Impressionante como o Gildenlöw conseguiu emplacar uma sequência tão boa.
Pena que depois veio o Scarsick, e daí foi só ladeira abaixo...

Parabéns pela coluna Edu , show brother...