Trio Corrente - Volume 2 (2011)

O Trio Corrente é um dos mais respeitados e reverenciados trios de música instrumental do Brasil atualmente. Elogiados por gente como Rosa Passos, Ron Carter, Paquito D'Rivera e Hamilton de Holanda, o trio formado por Fábio Torres no piano e rhodes, Edu Ribeiro na bateria e Paulo Paulelli no contrabaixo acústico e elétrico faz música instrumental com personalidade própria, com arranjos super elaborados de clássicos da música brasileira, além de composições dos integrantes. Apesar de virtuosos, os três tocam sempre priorizando a música, o que torna o disco super agradável de se ouvir, mesmo com inúmeros solos e convenções.

O segundo trabalho do trio busca uma sonoridade mais requintada que o primeiro. O disco inicia com "Refém da Solidão", de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, onde o trio já mostra o que podemos esperar no disco. Convenções e muito suingue marcam a música que também conta com improvisos de tirar o fôlego de Paulo Paulelli e Fábio Torres. Dorival Caymmi é homenageado na segunda faixa, "O Bem do Mar", onde o destaque fica para o contrabaixo acústico de Paulelli e a sensibilidade de Fábio Torres.

"Mistura e Manda" é um choro de Nelson Ayres. O Trio mostra aqui uma forma super moderna de se executar esse tradicional ritmo brasileiro, e que é uma das características do Corrente. Fábio Torres assume a melodia em um Fender Rhodes, enquanto Edu Ribeiro e Paulelli fazem conduções contrapontísticas com muito suíngue e criatividade, além de improvisos super criativos.

As duas faixas que dão sequencia ao disco são autorais. "Venezuelana" é uma bonita balada de Fábio Torres, que mostra que além de pianista e arranjador é um compositor de extremo bom gosto e sensibilidade. "Alecrim" é um samba de autoria de Paulelli, com destaque para os belos solos de Fábio e Edu Ribeiro, além da impressionante condução de Paulelli.

"Sarau Pra Radamés", de Paulinho da Viola, é mais um choro que ganha um super arranjo do trio. Destaque para as conduções e improvisos de Paulelli e Edu. "O Guarani da Palhoça", de Paulo Paulelli, ganhou uma belíssima introdução de baixo acústico. A bonita melodia da música é tocada pelo Rhodes de Fábio Torres, que também faz um ótimo improviso.

"Amor Até O Fim" é um clássico de Gilberto Gil e sua gravação mais marcante foi de Elis Regina e seu grupo fantástico, com Luizão Maia, Paulo Braga, Cesar Camargo Mariano e Hélio Delmiro. Inspirados pelos mestres, o Trio Corrente desconstroi a música em 8 minutos de muita criatividade, dinâmica e técnica. "Volta e Meia" é uma bonita composição de Fábio Torres e dá sequencia ao disco com muita sensibilidade por parte do trio.

"Deixa", de Baden Powell e Vinícius de Moraes, ganha uma bonita introdução de piano antes de iniciar um arranjo nada convencional, onde os compassos compostos e muitas convenções ditam o ritmo. Por fim, o disco é encerrado com mais uma música de Paulelli, "Ao Meu Amigo Messias", um choro que se encaixou muito bem na abordagem do trio.

O Trio Corrente é, para mim, um dos melhores grupos que a música brasileira que já tivemos. Quando recebi o disco passei quase duas semanas só escutando o disco, e até hoje escuto várias vezes. A elegância, virtuosismo, bom gosto e integridade sonora do trio é realmente nota 10! Altamente recomendado!

Parabéns por mais essa resenha Lucas. Ainda não ouvi nenhum trabalho do Trio Corrente, mas já ouvi algumas músicas e gostei muito. Achei o Paulo Paulelli muito criativo e gostei dos timbres diferenciados que ele tira do seu baixo elétrico.

... mais uma valiosa dica do amigo Lucas. Tenho o primeiro trabalho deles de 2006. Muito bom. Já comprei o vol2 no site CdBaby.com
Obrigado! Abração!

Esse Trio Corrente é uma coisa fantástica, já vi ao vivo, pancada pura, Paulo Paulelli é um dos melhores baixistas brasileiros de sua geração.

Não conheço, vou procurar.

Valeu galera! Aqui a playlist do programa Showlivre que eles fizeram na ocasião do lançamento do disco ano passado... Algumas músicas e algumas entrevistas!

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Mais uma vez de parabéns Lucas!

Paulelii é F#$@#.

Abraço.

Gostei mais deste do que do primeiro disco... acho que alternar entre piano e rhodes foi uma ótima idéia. O Corrente é dos poucos grupos levando pra frente e mudando a linguagem dos trios de música brasileira. Vi um workshop deles umas semanas atrás e foi muito legal, o Fabio Torres parece tocar melhor a cada ano, ta com a criatividade lá em cima.
Uma coisa me incomodou um pouco no disco... o timbre do baixo elétrico ta muito feio. Talvez seja o lance do Paulelli ter serrado o baixo ou só questão de eq ou ampli, mas são umas linhas muito legais, com sonoridades muito estranhas rsrs

Também não gostei do timbre que ouvi no vídeo, o baixo é o mesmo há muito tempo com todas as alterações de shape e trastes, ele pode ter alterdao a eletrônica ou optou por esta timbragem mesmo.