ORIENTAÇÃO ESPECÍFICA - BAIXO NO ROCK

Pessoal,

Tenho uma banda de Pop/Rock que toca principalmente sucessos dos anos 80 e 90, nacional e internacional. Tínhamos duas guitarras e um teclado na formação antiga, mas estava complicado fazer um som limpo desta forma. Hoje temos uma guitarra e um teclado, pela versatilidade do teclado e pelo guitarrista que ficou preencher bastante. No clima de mudanças vamos colocar alguns hits dos anos 2000 até hoje. Queremos música pra frente e dançante, colocaremos até algo de MPB e Black Music.

Eu estou tocando o estilo a pouco mais de um ano, tinha tocado antes algumas vezes com amigos mas nada de shows. Tenho experiência de mais de quinze anos em forró tradicional como: Dominguinhos, Santana, Gonzagão, Amelinha, Nando Cordel e outros. Já tendo tocado Axé e Pagode por uns cinco anos. Tenho um gosto bem eclético e ouço muita coisa.

Depois de contextualizar um pouco vocês sobre mim, queria ouvir a experiência de quem toca Rock e Pop/Rock em relação ao papel do baixo neste ritmos, a ícones do baixo, métodos de baixo e outros materiais de estudo. A minha preocupação é trazer de forma cabida a experiência com outros ritmos com bastante swingue/balanço. Particularmente não curto linhas de baixo com cavalgada em tônica, baixo com palheta e festival de escalas a 100Km/h. Quero trazer o chão que a banda precisa, mas tentar dar a minha cara que seria usar a linguagem de outros ritmos que conheço. Sem baderna, estudando para fazer um som bacana e que eu goste.

Zuma já me deu a dica de ouvir bastante pra fazer vocabulário, acatei e vou preparar material. Gosto da forma que toco, mas como este é um ritmo novo quero entendê-lo e nada melhor do que quem já toca este estilo pra poder falar. Ah... Dica de baixistas que fazem baile, ou gigs de estilos diferentes também são bem vindas.

André Souza escreveu:
Particularmente não curto linhas de baixo com cavalgada em tônica, baixo com palheta e festival de escalas a 100Km/h. Quero trazer o chão que a banda precisa,

Dependendo do que você vai tirar, basicamente terá que fazer isso que você não curte. Vais tirar o som de quais bandas?

Nacional:
Capital Inicial, Legião Urbana, Plebe Rude, Engenheiros do Hawai, Paralamas do Sucesso, Rappa, Charlie Brown Jr., Léo Jaime, Kid Abelha, Cazuza, Barão Vermelho...

Internacional:
RHCP, Credence, Bon Jovi, Nirvana, Dire Straits, Guns N' Roses, 4 Non Blondies, Pink Floyd, The Police, U2, Maroon 5, Michael Jackson...


Nem todos acima tem linhas de baixo retinha de uma nota. Não quero tirar a característica do baixo das músicas, se não puder. Mas ao mesmo tempo não gosto de tributo... Tocar exatamente igual a gravação. Até porque existem outras versões dos próprios artistas.

^André toquei Pop/Rock em uma banda por mais ou menos 5 anos.
Não tem segredo.

Tirando algumas musicas que tem a linha de baixo mais elaborada, o restante é cabeça dos acordes, algumas inversões e tocar colado com o bumbo.

Pra quem tocou forró vai ser mamão com açucar.

É difícil explicar estilo. O melhor mesmo é ouvir e tocar.

Não tenho nenhum background em rock e na maioria das vezes que toquei músicas do estilo me virei do meu jeito, mas sei lá, se quiser ouvir tenho uma gravação antiga de uma música que pode ser considerada rock e nunca escutei a original tá aí. Espero que ajude.

Eu toco metal, mas eu daria só uma dica: esqueça os preconceitos. Every breath you take do The Police tem uma linha retinha de baixo. Um linha inesquecível e maravilhosamente retinha de baixo. Nem tudo que é som precisa daquele groove espetacular para fazer as pessoas curtirem e dançarem. E já que vai tocar anos 80 que tal um B-52´s e um Duran Duran? Abraço e sorte lá.

Siodoni:
Também acho e é o que tenho feito. Mas os puristas querem a transcrição e resolvi não ignorá-los pra ver se consigo um meio-termo estando feliz e agregando.

Allex:
Gostei, com contexto. Não é original mas está bom. Hoje penso assim, mas não quero deixar de ouvir os mais ortodoxos para achar um limite. Ou até mudar a forma de pensar.

Eduardo Tob:
É justamente isso Eduardo. Entendo o que falou e concordo. E por isso não acho que toda linha de baixo em Rock deva ser retinha. Se a original é emblemática a ponto de tocá-lá na íntegra que seja, mas só cabeça de nota sempre como regra que é complicado.

Dispa-se de preconceitos, seja simples, pega um quatro cordas com X-Tender, ouça os audios abaixo e seja feliz...

Palhetão, retinha e baixo afinado em drop D
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Palhetão
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Simples funcional e funkeada
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A mais simples de todas:
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^
Boa, adoro Lulu e as linhas das músicas dele são bem bacanas.

The Adventures of Rain Dance Maggie é bem simples, mas me agrada horrores.
Do RHCP recomendo que escute os álbuns Californication e Blood Sugar Sex Magik.

Ouça muito Beatles e tire algumas coisas deles

Outra dica, se segure e pelo menos nos rocks esqueça o que é slap. Tapping pode ser uma tecnica que você use eventualmente.

Vou dar algumas sugestões para a sua pesquisa... O produtor Liminha tem muitas coisas bacanas no gênero, já que produziu bastante grupos de rock/pop. Alguns exemplos:

Marina Lima - Fugáz, À francesa
Titãs - Marvin, Comida
Paralamas do Sucesso - Uns dias, Mensagem de amor, Romance ideal

Lulu Santos também é muito bom, como já citaram, principalmente o que ele fez até o começo da década de 90. (Satisfação, A cura, O último romântico, Um certo alguém, etc)

No pop/rock internacional eu curto artistas como Seal (Crazy, The Killer, Prayer for the dying, Kiss from a rose, etc), Phil Collins (Something happened on the way to heaven, Two hearts, Easy lover, etc) e Peter Gabriel (Sledgehammer, Salsbury Hill, Digging in the dirt, etc).
E os clássicos que não podem ficar de fora da sua pesquisa, lógico: AC/DC, Deep Purple, Rolling Stones, Queen, The Beatles, Pink Floyd, The Police, etc, etc, etc... kkk

André,
Em covers, sempre toquei - e ainda toco - todas essas bandas que vc citou. Mas também já tive que fazer o caminho inverso - do rock / pop ir para o forró e o sertanejo. Como fiz isso - talvez lhe ajude:

1. Esqueça um pouco - mas só um pouco - as convenções (o pessoal aqui tb chamou de preconceito). Rockabilly, por exemplo, não é só "T 3ª e 5ª" - assim como forró tb não é só isso. Nem hard Rock é "só pentatônica com hammer on".

2. Ouça bastante os discos/bandas. Tenta sacar a essência da coisa - cada baixista, em qq estilo de música, tem sua identidade tb (daí o "largar as convenções"). Ainda mais as bandas que vc citou - o baixo - entenda-se "as linhas de baixo de cada uma", no geral e sendo grosseiro, não têm tanto a ver uma com a outra: Rappa / Kid Abelha, RHCP/Pink Floyd/Michael Jackson ???? rsrs.

3. Tire as músicas para os ensaios, mas não se limite a ouvir os sons só pra isso e muito menos a tirar a música "só uma vez". Ouça de novo, pegue aquele detalhe que vc não percebeu na(s) primeira(s) vez(es) - vá lapidando o seu cover entre um ensaio e outro - não é "tributo" não, mas vejo como uma forma de se tornar íntimo daquele som, conseguir fazer o que vc classificou como "característica do baixo das músicas", além de que haverá técnicas que vc não tocava antes, que vc pode aprender a partir daí. E outra, estando íntimo da linha original vc conseguirá improvisar melhor sobre as bases da guita e teclado - por extensão, vc estará colocando sua personalidade no seu trabalho.

Bom, foi isso que eu fiz quando precisei ir para o caminho inverso rock->forró, sertanejo, axé.

Ah sim, naquela época não tinha tanta disseminação, mas hoje tem: vídeos do youtube, cara. Também irão te ajudar.