Los Angeles: uma desventura no Deserto
3 participantes
Página 1 de 1
Los Angeles: uma desventura no Deserto
Los Angeles: uma Desventura no Deserto
Quando cheguei, por volta das 17:05h, daquela 5ª feira, no hall de elevadores do 6º andar do Hilton Hotel de Hollywood, a primeira coisa que percebi, foi a falta de música ambiente.
Afinal, era muito agradável chegar naquele hall, chamar o elevador e ficar escutando aqueles arranjos instrumentais bem feitos de cordas limpas de clássicos de rock dos ano 70.
Desde terça, era sempre a mesma “vibe” o som ambiente naquele hall. Isso tornava a espera pelo elevador um momento muito agradável.
Mas naquela 5ª, o som ambiente estava emudecido. Também estava exausto. Afinal tinha participado de uma reunião difícil no Brasil, na segunda-feira, em seguida pegado um avião para Miami e ato contínuo, outro para Los Angeles.
Nos voos, o máximo que consegui foram breves cochilos de alguns minutos. Mas assim que desembarquei em Los Angeles por volta de 10h de terça (hora local) e peguei a van que já me esperava, percebi que teria que correr muito para tomar um banho, comer rapidamente alguma coisa e já participar de minha primeira reunião na terra do Tio Sam, marcada para as 15h.
Depois disso foi atender uma agenda cheia com compromissos marcados das 7h as 22h...
Mas naquela 5ª feira, eu e uns amigos, decidimos “boicotar” o jantar formal que estava marcado das 19 as 21h para podermos dar uma passeada em Los Angeles.
Até aquela hora, tudo que tinha visto de Los Angeles eram as imagens da janela da van que me pegou no aeroporto e me levou para o Hilton Hotel, em Hollywood em cerca de 50 min.
Estava a menos de 300m da porta principal de entrada do Estúdio Universal desde terça e só podia olhar da janela de meu quarto aquele paraíso, tão perto, e ao mesmo tempo, tão distante...
Sabia que naquele local estava o Hard Rock Café mais famoso dos EUA, onde fora filmado Pulp Fiction, e onde nas paredes estavam penduradas as guitarras e baixos dos maiores músicos de rock.
2h. Era tudo o que tínhamos para passear e fazer compras, pois as 21h, tudo fecha em Los Angeles.
Nisso chega o elevador, já tem um cara lá. Entro, cumprimento e vejo que o Lobby já está selecionado. Assim que começa a descida o elevador dá um forte tranco, as luzes se apagam por um segundo, e quando volta, o elevador está parado, o painel de comando apagado e a porta interna levemente aberta.
Vejo o outro cara correr para o painel e apertar desesperadamente os botões apagados. Nada acontece. Aponto para o interfone vermelho de emergência e falo: Use the red fone! O cara pega o interfone, tenta tirá-lo do compartimento e não consegue. Ele fica branco, dá 2 passo para trás, se segura na barra de segurança e começa visivelmente a entrar em pânico.
Pensei: tô ferrado! Eu é que tenho que resolver a situação.
Consigo tirar o fone vermelho e apertar o botão de emergência. Em segundos uma voz feminina pergunta o que houve. Explico. Informo o número do elevador, quantas pessoas tinham, se tinha mulher ou criança e se havia pânico. Informo que estou calmo, mas o outro cara parece estar bem nervoso.
Depois de uns 5 minutos ela me fala que a equipe de resgate já estava a caminho e pede para eu conversar com o outro cara para acalmá-lo. Desligo o interfone e começo a conversar com o cara, que descubro ser americano e depois de 20 min de papo já estamos velhos amigos. E o cara visivelmente mais calmo.
Assim que desliguei o interfone já escuto barulho da equipe de resgaste tentando abrir o elevador.
Depois de uns 20 min, conseguem abrir uma fresta, pedem para termos calma e que iriam nos resgatar. Pediram para nos segurarmos com força na barra de segurança e não nos movimentarmos.
Mais 10 min e o barulho para. Ai eu começo a ficar preocupado. Já havia se passado 40 min. E o fato da equipe do hotel ter desistido não parecia bom sinal.
Toca o interfone e peço para o americano atender. Ele pergunta porque. Digo que meu inglês não é bom, pois eu nunca tinha estudado inglês em minha vida, era autodidata e tudo que tinha aprendido de inglês na vida era através de livros, filmes e músicas.
Ele espantado me diz que eu me expressava muito bem, e que tinha certeza que eu sempre estudara inglês pois achou meu inglês muito fluente.
Fiquei contente com o comentário do americano. Pude perceber que o interfone tinha viva voz e quando escutei a atendente informar que apesar de todos os esforços, a equipe de resgaste do hotel não conseguiu abrir o elevador, e que já tinham chamado o corpo de bombeiros, que tinha uma sede dentro do Estúdio Universal em frente e que chegariam em poucos minutos, eu pirei.
Afinal, meus colegas estavam esperando para curtir apenas 2h de Los Angeles, que aquela altura dos acontecimentos já eram 80 min. Esperar os bombeiros seria definitivamente tornar impossível o passeio tão aguardado por Los Angeles.
Falei para o americano que iria tentar fechar a porta interna para ver se o elevador voltaria a funcionar, o que ele concordou.
Fechei, mas nada. Dai tentei abrir novamente a porta interna. Foram uns 4 min de tentativas.
Quando consegui e as ferragens da porta externa apareceram eu fiquei contente e o americano ficou nervoso e disse que era perigoso eu mexer.
Trepei nas ferragens e subi com o braço para fora para achar a trava da porta externa. Nesse instante o americano quis me impedir, dizendo que eu estava colocando minha vida e a dele em risco. Mas falei que conhecia o sistema e que ele ficasse calmo.
Consegui achar a trava e destravar, abri a porta externa e percebi que o elevador estava entre 2 andares e pulei para o andar inferior. A equipe de resgate (umas 5 pessoas) ficaram me olhando incrédulos sair do elevador e pular para o andar abaixo. Só depois que eu já estava seguro é que foram correndo resgatar o americano.
O cara saiu eufórico... me chamando de herói. Eu sai desesperado em direção ao Lobby para me encontrar com o pessoal que estava me procurando sem saber o que estava acontecendo.
Na café da manhã do dia seguinte o gerente geral, com 2 assessores foram até minha minha mesa e ficaram uns 20 min pedindo desculpas e mostrando as providências que tinha tomado para que nunca mais alguém ficasse preso no elevador do hotel...
O passeio por Los Angeles que seria de 2 horas, foi de apenas 1... Mas mesmo assim deu para passarmos numa loja de eletrônicos, e ainda jantarmos no Hard Rock Café da Universal Studios. Tirei várias fotos, inclusive do Cadillac que fica girando no centro do bar e toquei na guitarra do Kurt Cobain. Fizemos uma zona incrível naquele lugar, e logicamente, fomos os últimos a sair...
Quando cheguei, por volta das 17:05h, daquela 5ª feira, no hall de elevadores do 6º andar do Hilton Hotel de Hollywood, a primeira coisa que percebi, foi a falta de música ambiente.
Afinal, era muito agradável chegar naquele hall, chamar o elevador e ficar escutando aqueles arranjos instrumentais bem feitos de cordas limpas de clássicos de rock dos ano 70.
Desde terça, era sempre a mesma “vibe” o som ambiente naquele hall. Isso tornava a espera pelo elevador um momento muito agradável.
Mas naquela 5ª, o som ambiente estava emudecido. Também estava exausto. Afinal tinha participado de uma reunião difícil no Brasil, na segunda-feira, em seguida pegado um avião para Miami e ato contínuo, outro para Los Angeles.
Nos voos, o máximo que consegui foram breves cochilos de alguns minutos. Mas assim que desembarquei em Los Angeles por volta de 10h de terça (hora local) e peguei a van que já me esperava, percebi que teria que correr muito para tomar um banho, comer rapidamente alguma coisa e já participar de minha primeira reunião na terra do Tio Sam, marcada para as 15h.
Depois disso foi atender uma agenda cheia com compromissos marcados das 7h as 22h...
Mas naquela 5ª feira, eu e uns amigos, decidimos “boicotar” o jantar formal que estava marcado das 19 as 21h para podermos dar uma passeada em Los Angeles.
Até aquela hora, tudo que tinha visto de Los Angeles eram as imagens da janela da van que me pegou no aeroporto e me levou para o Hilton Hotel, em Hollywood em cerca de 50 min.
Estava a menos de 300m da porta principal de entrada do Estúdio Universal desde terça e só podia olhar da janela de meu quarto aquele paraíso, tão perto, e ao mesmo tempo, tão distante...
Sabia que naquele local estava o Hard Rock Café mais famoso dos EUA, onde fora filmado Pulp Fiction, e onde nas paredes estavam penduradas as guitarras e baixos dos maiores músicos de rock.
2h. Era tudo o que tínhamos para passear e fazer compras, pois as 21h, tudo fecha em Los Angeles.
Nisso chega o elevador, já tem um cara lá. Entro, cumprimento e vejo que o Lobby já está selecionado. Assim que começa a descida o elevador dá um forte tranco, as luzes se apagam por um segundo, e quando volta, o elevador está parado, o painel de comando apagado e a porta interna levemente aberta.
Vejo o outro cara correr para o painel e apertar desesperadamente os botões apagados. Nada acontece. Aponto para o interfone vermelho de emergência e falo: Use the red fone! O cara pega o interfone, tenta tirá-lo do compartimento e não consegue. Ele fica branco, dá 2 passo para trás, se segura na barra de segurança e começa visivelmente a entrar em pânico.
Pensei: tô ferrado! Eu é que tenho que resolver a situação.
Consigo tirar o fone vermelho e apertar o botão de emergência. Em segundos uma voz feminina pergunta o que houve. Explico. Informo o número do elevador, quantas pessoas tinham, se tinha mulher ou criança e se havia pânico. Informo que estou calmo, mas o outro cara parece estar bem nervoso.
Depois de uns 5 minutos ela me fala que a equipe de resgate já estava a caminho e pede para eu conversar com o outro cara para acalmá-lo. Desligo o interfone e começo a conversar com o cara, que descubro ser americano e depois de 20 min de papo já estamos velhos amigos. E o cara visivelmente mais calmo.
Assim que desliguei o interfone já escuto barulho da equipe de resgaste tentando abrir o elevador.
Depois de uns 20 min, conseguem abrir uma fresta, pedem para termos calma e que iriam nos resgatar. Pediram para nos segurarmos com força na barra de segurança e não nos movimentarmos.
Mais 10 min e o barulho para. Ai eu começo a ficar preocupado. Já havia se passado 40 min. E o fato da equipe do hotel ter desistido não parecia bom sinal.
Toca o interfone e peço para o americano atender. Ele pergunta porque. Digo que meu inglês não é bom, pois eu nunca tinha estudado inglês em minha vida, era autodidata e tudo que tinha aprendido de inglês na vida era através de livros, filmes e músicas.
Ele espantado me diz que eu me expressava muito bem, e que tinha certeza que eu sempre estudara inglês pois achou meu inglês muito fluente.
Fiquei contente com o comentário do americano. Pude perceber que o interfone tinha viva voz e quando escutei a atendente informar que apesar de todos os esforços, a equipe de resgaste do hotel não conseguiu abrir o elevador, e que já tinham chamado o corpo de bombeiros, que tinha uma sede dentro do Estúdio Universal em frente e que chegariam em poucos minutos, eu pirei.
Afinal, meus colegas estavam esperando para curtir apenas 2h de Los Angeles, que aquela altura dos acontecimentos já eram 80 min. Esperar os bombeiros seria definitivamente tornar impossível o passeio tão aguardado por Los Angeles.
Falei para o americano que iria tentar fechar a porta interna para ver se o elevador voltaria a funcionar, o que ele concordou.
Fechei, mas nada. Dai tentei abrir novamente a porta interna. Foram uns 4 min de tentativas.
Quando consegui e as ferragens da porta externa apareceram eu fiquei contente e o americano ficou nervoso e disse que era perigoso eu mexer.
Trepei nas ferragens e subi com o braço para fora para achar a trava da porta externa. Nesse instante o americano quis me impedir, dizendo que eu estava colocando minha vida e a dele em risco. Mas falei que conhecia o sistema e que ele ficasse calmo.
Consegui achar a trava e destravar, abri a porta externa e percebi que o elevador estava entre 2 andares e pulei para o andar inferior. A equipe de resgate (umas 5 pessoas) ficaram me olhando incrédulos sair do elevador e pular para o andar abaixo. Só depois que eu já estava seguro é que foram correndo resgatar o americano.
O cara saiu eufórico... me chamando de herói. Eu sai desesperado em direção ao Lobby para me encontrar com o pessoal que estava me procurando sem saber o que estava acontecendo.
Na café da manhã do dia seguinte o gerente geral, com 2 assessores foram até minha minha mesa e ficaram uns 20 min pedindo desculpas e mostrando as providências que tinha tomado para que nunca mais alguém ficasse preso no elevador do hotel...
O passeio por Los Angeles que seria de 2 horas, foi de apenas 1... Mas mesmo assim deu para passarmos numa loja de eletrônicos, e ainda jantarmos no Hard Rock Café da Universal Studios. Tirei várias fotos, inclusive do Cadillac que fica girando no centro do bar e toquei na guitarra do Kurt Cobain. Fizemos uma zona incrível naquele lugar, e logicamente, fomos os últimos a sair...
Última edição por Maurício_Expressão em Dom Nov 04, 2012 8:06 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : correção digitação)
____________________________
Regras do Fórum - CUMPRIMENTO OBRIGATÓRIO - Regras de Netiqueta - TODOS LEIAM POR FAVOR
https://www.youtube.com/user/ForumContrabaixoBR
Re: Los Angeles: uma desventura no Deserto
^ Experiência inesquecível, heim, Maurício?
Que bom que no fim deu tudo certo, mesmo que pela metade do tempo!
Que bom que no fim deu tudo certo, mesmo que pela metade do tempo!
____________________________
Divida a ideia e multiplique o resultado: perguntas e respostas técnicas se tornam solidárias, se postadas em fórum aberto!
voilamarques.com
Re: Los Angeles: uma desventura no Deserto
Nesse exato momento o outro cara deve estar em uma reunião com um advogado decidindo a estratégia do "sue" e a quantia a ser pedida...
Se houver uma próxima vez o certo é não fazer nada. Você pode sair de uma situação dessas com alguns Foderas na mala...
E digo mais, se esse cara tem um ataque cardíaco, morre e a família resolve te processar ia ser uma verdadeira carnificina...
Se houver uma próxima vez o certo é não fazer nada. Você pode sair de uma situação dessas com alguns Foderas na mala...
E digo mais, se esse cara tem um ataque cardíaco, morre e a família resolve te processar ia ser uma verdadeira carnificina...
____________________________
O fascismo não é só uma opção política, mas também uma doença da alma...
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Tópicos semelhantes
» Um deserto...e música como nenhuma outra.
» John Mayer Live in Los Angeles
» Lojas de instrumentos usados em Los Angeles
» Vitória no Deserto (Aline Barros). Iniciando (toscamente) com vídeos.
» Lojas nos USA/Canadá: Los Angeles, Seattle, Vancouver e Toronto
» John Mayer Live in Los Angeles
» Lojas de instrumentos usados em Los Angeles
» Vitória no Deserto (Aline Barros). Iniciando (toscamente) com vídeos.
» Lojas nos USA/Canadá: Los Angeles, Seattle, Vancouver e Toronto
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos