30 anos!
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30 anos!
Sábado, 24 de novembro, 10:30h.
Dou partida no carro, olho minha esposa que me sorri no banco ao lado naquela manhã ensolarada e quente e me dirijo para a cidade vizinha, a menos de 20 Km de distância.
O som do carro toca Stormbringer do Deep Purple com volume generoso!!!
Apesar de perto, vou para um lugar bem longe... Vou para minha juventude.
Explico: me dirijo para a escola onde estudei engenharia mecânica de 1978 a 1982, para uma visita, junto com meus colegas de classe.
Sempre nos encontramos periodicamente e mantenho sobre minha mesa, com verdadeiro orgulho o troféu de inox do encontro de 2006 com os dizeres:
Desde o início
Estávamos Unidos,
Naturalmente amigos.
Tempo... Tantos anos.
Recordar é viver,
Ousar é jamais esquecer.
24 anos de formado, turma de 1982.
Desde 1982 eu não entrava naquela escola... O dia a dia, a correria, a rotina, as gig’s nos finais de semana, enfim, tudo conspira para que eu não passar sequer em frente daquela escola.
Encontrar com os colegas na portaria é sempre um prazer indescritível. Só os vejo nesses encontros, mas a amizade de 35 anos fica sólida, como um rocha.
O coração fica batendo forte. Como isso é bom...
O pessoal da escola nos recebe, passo pela portaria, desço as escadas, e o óculos escuros disfarçam o olho vermelho das lágrimas que insistem em brotar.
Ver as salas de aula. Tirar fotos com os colegas (agora todos cinquentões) nas mesmas carteiras... Fazendo as mesmas bagunças... Chamando os colegas com os apelidos de outrora... Cumprimentar um professor daquela época que ainda não se aposentou ou morreu... Que viajem no tempo.
Comparações são inevitáveis.
Na minha época, nas aulas de Práticas Industriais, os alunos operavam os tornos, as fresas, as plainas, as furadeiras... Nós operávamos as projetoras de perfis para medir as roscas dos parafusos. Os ociloscópios... As máquinas de tração. As mesas de medição tridimensionais (tudo analógico, não existia CNC naquela época).
Enfim a gente aprendia a operar tudo. Botando a mão na massa, mesmo com risco de estragar ferramentas e máquinas. E que experiência isso nos dava!
Hoje o professor opera, uma equipe filme, e o telão mostra para os alunos do outro lado do vidro o processo. O aluno não põe a mão nas máquinas.
Nossa carga horária era de 6.000 horas. Hoje, a escola se orgulha de ter 4.500 horas, quando o MEC define como necessário apenas 3.500 horas.
Em 1978 havia cerca de 1.200 alunos confinado no único campus existente, hoje são 11.000 alunos distribuídos em várias cidades.
Mas o mais chocante foi ver que os dormitórios não existem mais. Nossa escola não era internato, mas como tínhamos aulas de manhã, de tarde e alguns dias à noite, havia um imenso dormitório, com centenas de beliches onde podíamos dormir quando passávamos as noites estudando ou as aulas se estendiam até tarde da noite.
Aliás, dormir, era impossível. A zona que fazíamos madrugada a dentro, ficaram famosas... Galinheiro era o verdadeiro nome do dormitório.
Depois, da visita, num restaurante, ver as fotos que os colegas levaram foi sensacional.
A maioria das fotos em que eu aparecia, eu sequer me lembrava de as ter tirado.
Apagar as velas do bolo pode parecer algo tão babaca, principalmente para marmanjos cinqüentões, mas, no sábado, 24 de novembro, apagar aquelas velas, daquele bolo surpresa que as esposas dos formandos prepararam foi inesquecível.
Ter amigos, de tanto tempo, não tem preço. Não tem valor monetário. Mas é um tesouro que é meu e que ninguém me tira!!!
Voltei para casa escutando Stormbringer do Deep Purple para fechar o dia com chave de ouro.
Dou partida no carro, olho minha esposa que me sorri no banco ao lado naquela manhã ensolarada e quente e me dirijo para a cidade vizinha, a menos de 20 Km de distância.
O som do carro toca Stormbringer do Deep Purple com volume generoso!!!
Apesar de perto, vou para um lugar bem longe... Vou para minha juventude.
Explico: me dirijo para a escola onde estudei engenharia mecânica de 1978 a 1982, para uma visita, junto com meus colegas de classe.
Sempre nos encontramos periodicamente e mantenho sobre minha mesa, com verdadeiro orgulho o troféu de inox do encontro de 2006 com os dizeres:
Desde o início
Estávamos Unidos,
Naturalmente amigos.
Tempo... Tantos anos.
Recordar é viver,
Ousar é jamais esquecer.
24 anos de formado, turma de 1982.
Desde 1982 eu não entrava naquela escola... O dia a dia, a correria, a rotina, as gig’s nos finais de semana, enfim, tudo conspira para que eu não passar sequer em frente daquela escola.
Encontrar com os colegas na portaria é sempre um prazer indescritível. Só os vejo nesses encontros, mas a amizade de 35 anos fica sólida, como um rocha.
O coração fica batendo forte. Como isso é bom...
O pessoal da escola nos recebe, passo pela portaria, desço as escadas, e o óculos escuros disfarçam o olho vermelho das lágrimas que insistem em brotar.
Ver as salas de aula. Tirar fotos com os colegas (agora todos cinquentões) nas mesmas carteiras... Fazendo as mesmas bagunças... Chamando os colegas com os apelidos de outrora... Cumprimentar um professor daquela época que ainda não se aposentou ou morreu... Que viajem no tempo.
Comparações são inevitáveis.
Na minha época, nas aulas de Práticas Industriais, os alunos operavam os tornos, as fresas, as plainas, as furadeiras... Nós operávamos as projetoras de perfis para medir as roscas dos parafusos. Os ociloscópios... As máquinas de tração. As mesas de medição tridimensionais (tudo analógico, não existia CNC naquela época).
Enfim a gente aprendia a operar tudo. Botando a mão na massa, mesmo com risco de estragar ferramentas e máquinas. E que experiência isso nos dava!
Hoje o professor opera, uma equipe filme, e o telão mostra para os alunos do outro lado do vidro o processo. O aluno não põe a mão nas máquinas.
Nossa carga horária era de 6.000 horas. Hoje, a escola se orgulha de ter 4.500 horas, quando o MEC define como necessário apenas 3.500 horas.
Em 1978 havia cerca de 1.200 alunos confinado no único campus existente, hoje são 11.000 alunos distribuídos em várias cidades.
Mas o mais chocante foi ver que os dormitórios não existem mais. Nossa escola não era internato, mas como tínhamos aulas de manhã, de tarde e alguns dias à noite, havia um imenso dormitório, com centenas de beliches onde podíamos dormir quando passávamos as noites estudando ou as aulas se estendiam até tarde da noite.
Aliás, dormir, era impossível. A zona que fazíamos madrugada a dentro, ficaram famosas... Galinheiro era o verdadeiro nome do dormitório.
Depois, da visita, num restaurante, ver as fotos que os colegas levaram foi sensacional.
A maioria das fotos em que eu aparecia, eu sequer me lembrava de as ter tirado.
Apagar as velas do bolo pode parecer algo tão babaca, principalmente para marmanjos cinqüentões, mas, no sábado, 24 de novembro, apagar aquelas velas, daquele bolo surpresa que as esposas dos formandos prepararam foi inesquecível.
Ter amigos, de tanto tempo, não tem preço. Não tem valor monetário. Mas é um tesouro que é meu e que ninguém me tira!!!
Voltei para casa escutando Stormbringer do Deep Purple para fechar o dia com chave de ouro.
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Re: 30 anos!
Parabéns Maurício, atrasado mas ainda a tempo! Parabéns não somente pela história de vida, mas por ter mantido em seu coração o que na juventude fazemos de melhor: amigos! Pena que com o tempo a gente vá perdendo essa capacidade. Você provou que pode ser diferente.
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afonsodecampos- Membro
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Re: 30 anos!
Que maravilha hein Maurício!
Imagino o quanto foi emocionante essa visita, parabéns!
Imagino o quanto foi emocionante essa visita, parabéns!
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Carlos Diego- Membro
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