Jacarandás brasileiros, diferenças?

Pessoal,

Fui convencido a mudar meu projeto. Antes eu queria escala em Ébano, mais pela estética e pela boa experiência que tive com o TRBJPII, mas agora estou convencido a usar jacarandá brasileiro. Como sugestão, um amigo orientou-me a aplicar óleo tung para tingir a madeira, deixando-a escala mais escura e idêntica ao Ébano (isso funciona? Não alteraria o timbre da madeira?)

Pesquisando onde comprar, eu encontrei Jacarandá Paulista e o tal do Rio Rosewood (Jacarandá do Rio?). Também falam do Jacarandá da Bahia, mas esse não achei para venda, e parece-me que a comercialização é proibida.

Enfim, independentemente de qual jacarandá brasileiro eu venha a adquirir, eu gostaria de saber se existe diferença na voz dessas madeiras. Ou todos os jacarandás do Brasil soam iguais?

OBS: Já li aqui no fórum que os jacarandás indiano e boliviano soam bem diferente dos brasileiros.


Abraço!!

allexcosta escreveu:

Xiiii... isso não é um bom sinal para o rumo deste topico eheehehehehehe

Melhor ter dado prosseguimento lá no outro tópico sobre tops que você criou.

DONA EDIT:
IMHO, é claro!

É, eu vacilei. Mas foi com boa intenção, pois eu não queria misturar as coisas.

Moderadores, se quiserem fechar aqui.. na boa.

Allex, a intenção maior era por causa da estética. No meu projeto eu quero uma escala bem escura, pretona mesmo, e sem marcação alguma. A minha inspiração é isso aqui:



Agora que descobri a possibilidade de tingir o jacarandá da bahia, assim como me parece fazer a Mlaghus e outros luthieres, eu passei a optar por essa madeira, por causa da sonoridade que em muito me agrada.

A história é essa, mas não quero levar gato por lebre.. comprar uma bahiana e levar diferente.

Dloc escreveu:Pessoal,

Fui convencido a mudar meu projeto. Antes eu queria escala em Ébano, mais pela estética e pela boa experiência que tive com o TRBJPII, mas agora estou convencido a usar jacarandá brasileiro. Como sugestão, um amigo orientou-me a aplicar óleo tung para tingir a madeira, deixando-a escala mais escura e idêntica ao Ébano (isso funciona? Não alteraria o timbre da madeira?)

Pesquisando onde comprar, eu encontrei Jacarandá Paulista e o tal do Rio Rosewood (Jacarandá do Rio?). Também falam do Jacarandá da Bahia, mas esse não achei para venda, e parece-me que a comercialização é proibida.

Enfim, independentemente de qual jacarandá brasileiro eu venha a adquirir, eu gostaria de saber se existe diferença na voz dessas madeiras. Ou todos os jacarandás do Brasil soam iguais?

OBS: Já li aqui no fórum que os jacarandás indiano e boliviano soam bem diferente dos brasileiros.


Abraço!!

Por onde começar...

Bom...
1º - É necessario separar as especies de jacarandá existentes(tanto aqui no brasil como fora)
Dalbergia Nigra - Jacarandá da Bahia como é conhecido mundial mente(Brazilian Rosewood)origem brasil. mata atlantica
Dalbergia Retusa - Cocobolo como é mais conhecido( palisander, pau santo,granadilho.. etc).origem: america central.
Dalbergia Spruceana - Jacaranda da Amazonia.(amazon rosewood)origem: brasil - amazonia legal e internacional(peru, venezuela etc)
Dalbergia Cearensis - Jacaranda violeta( kingwood.)origem brasil. mata atlantica
Dalbergia Sissoo - Indian Rosewood. origem: india, paquistão....
Dalbergia melanoxylon - African Blackwood(Ébano)origem: africa.
Machaerium villosum - Jacarandá paulista ou mineiro.origem brasil. mata atlantica(região entre minas ate são paulo)

Estes foram os que lembrei..(me reservo o direito de ter errado algum nome...afinal sou luthier não botanico)

2º - O que define a "voz" da madeira, três ou quatro caracteristicas principais: Densidade, velocidade de propagação, decaimento logaritimo e frequencia. Digo três ou quatro, porque a frequencia é quase que consequência ou está mais ligado com com propagação sonora....agora pra explicar tudo isso e como funciona, vou "escrever e escrever, e pouco vai se entender"... só entendi na prática, observando os dados de analise, com equipamento pra analisar tudo isso...e logico fazendo instrumentos.

3º - Observe que o nome cientifico do jacaranda paulista é diferente dos da familia dalbergia, o que pode se dizer que não é jacarandá....o motivo disso, por receber o nome de jacarandá?...sei lá, tradição que se passou ao longo dos anos, por ser parecido com o jacarandá....

4º - As direfenças de "voz", no caso o timbre, sempre digo isso: será quase impercepitivel ao ouvido humano, vai depender do conjunto inteiro:madeira do corpo, madeira do top(se tiver)madeira do braço, escala, captadores e preamp(se tiver), não dá pra definir uma "receita" padrão, porque até a madeira muda um pouco seu timbre durante o processo de corte e secagem, e ficar dificil dar 100% de garantia sobre tal madeira puxa mais pro grave, pro agudo, pro medio, ela poderá influenciar contribuir pra tal finalidade...

5º - Dentre outras espécies com cerne escuro como ébano: Coração de nego(que eu particularmente batizei de Ébano da amazonia) macacauba, loro preto, itauba preta...todas estas tem cerne escuro, com variaçoes mais claras, cor preta como ebano...só ebano.

Espero ter ajudado.

Que aula Ronyldo! Obrigado pelos esclarecimentos.

Pela foto abaixo, é possível identificar se é uma Legítimo/Provável Jacarandá da Bahia?

[quote="Dloc"]Que aula Ronyldo! Obrigado pelos esclarecimentos.

Pela foto abaixo, é possível identificar se é uma Legítimo/Provável Jacarandá da Bahia?

Dloc....sinceramente é muito dificil garantir isso no olho, existe muitas semelhanças entre o Nigra,Spruceana e Sissoo. Se fosse comparar com Retusa, aí sim dá pra notar bem a diferença, na cor e no padrão dos veios, o Sisoo até dá pra diferenciar entre os outros, agora nigra e o spruceana, se confunde muito, tanto é que o CITES tem feito pressão no governo brasileiro, pra incluir ou até mesmo considerar o spruceana como sendo Nigra afim de combater a exploração ilegal das duas especies, Só em laboratório especializado poderá dar uma certeza de qual é qual...no mais me arrisco a dizer que é um jacarandá, agora qual???...

Ronyldo, realmente eu estava querendo demais hein?

Pois essa foto é de um possível jacarandá baiano, conforme o vendedor anuncia.