IEEE Spectrum - Sound Design How Geoff Martin is B&O Hith The High Notes

Bom, traduzi uma reportagem sobre desenvolvimento de equipamentos de audio, e dentro
do possível postarei outras.

Link para a publicação original.
http://spectrum.ieee.org/consumer-electronics/audiovideo/bang-olufsens-geoff-martin-pursues-the-perfect-sound

Revista: IEEE Spectrum de 02/2013
Seção: Dream Jobs
Titulo: Sound Design How Geoff Martin is Helping the Bang & Olufsen Hit The High Notes

Reportagem traduzida.

Tonmeister
Geoff Martin trás a sensibilidade de um músico e a precisão de um engenheiro para o desenvolvimento de alto-falantes.

Se você ama música e além disso é engenheiro o que voce escolhe seguir? O que fazer? Se tornar um Tonmeister, é claro. E foi isso que George Martin fez. Agora ele é o Tonmeister oficial da da Bang & Olufsen’s,  a companhia Dinamarquesa que desde 1925 tem mostrado ao mundo que é possível produzir equipamentos de áudio de alto desempenho que também valem como peça de decoração. A palavra alemã Tonmeister, explica Martin, refere-se a alguém que se especializou em música e engenharia. “No passado se você queria gravar algo precisava contratar duas pessoas. Um era o engenheiro de gravação, que conhece muito de acústica, microfones e eletrônica. O outro é o produtor que entende de música e sabe como se comunicar e conduzir os músicos. O Tonmeister pode fazer isso sozinho.

Na Bang & Olufsen, Martin trabalha com engenheiros e designers para garantir que os equipamentos produzidos realmente soem bem. Em outras palavras ele é os ouvidos da Bang & Olufsen, e atender as altas expectativas dos clientes que adquirem caixas de som de U$20.000,00 é uma responsabilidade enorme. Esse trabalho de desenvolvimento é realizado na sala isolada, a prova de som, a prova de vibração, sem janelas,  ouvindo varias configurações e protótipos de alto-falantes da B&O, onde tem também uma tela grande para checar informações, e cadeiras confortáveis para ouvintes convidados. Quando a porta é fechada faz aquele clank bem legal. Essa sala de audições é útil quando ele e seus colegas estão conduzindo pesquisas para publicação cientifica, mas os produtos desenvolvidos para o público são avaliados de outra maneira,  pois serão usados em salas de diferentes tamanhos, com objetos de diversos materiais, como vidro, madeira, azulejos.Um dos maiores desafios para desenvolver alto-falantes perfeitos é que você não tem controle sobre as condições de uso a que serão submetidos ou que tipo de música o cliente gosta de ouvir. "Minha playlist é das mais estranhas do mundo", diz ele, "Tem uma do Metallica, em seguida Canto Gregoriano, Stravinsky e aí vem uma da Lady Gaga..." Os equipamentos da B&O tem que reproduzir qualquer tipo de música, em qualquer configuração de equalização e sempre soar incrível. Então durante a etapa de design cada equipamento é submetido a audição em uma grande variedade de salas. Se for detectada alguma ressonância em 3khz por exemplo, isso pode ser corrigido digitalmente apenas adicionando um filtro na unidade processadora do sinal digital.

De certo modo Martin passou a vida toda se qualificando para esse trabalho. Ele cresceu em New Foundland. Onde a música Folk é uma tradição bem forte e praticamente todos conhecem e se dedicam a música de alguma maneira.“Naquele tempo se você não sabia tocar nenhum instrumento você era estranho”, lembra ele. Quando adolescente, teve aulas de piano no coral da igreja. Depois se formou em música pela Memorial University of Newfoundland e continou os estudos na Mcgill University, em Montreal. Mas sua tese de PH. D intitulada "Techniques for Simulating Diffused Early Reflections in Two Dimensional Synthetic Acoustic Environments" era uma das mais especificas do departamento. Profissionalmente tocou orgão, regeu corais, foi técnico de estúdio e também engenheiro de som. Em 2002, logo após concluir seu doutorado, Soren Bach professor adjunto da Mcgill University e que trabalhou para a B&O, contou a Martin que a B&O estava procurando alguém com a sua experiencia. Martin se candidatou a oportunidade, e em pouco tempo iniciou suas atividades na sede da B&O em Struer, no oeste da Dinamarca.

Seu projeto era desenvolver  o primeiro sistema de som automotivo da Bang & Olufsen. Ele e sua equipe começaram do zero, “nós ainda nem tínhamos um cliente” diz Martin. Considerando a reputação da B&O no design de equipamentos para som o ambiente, eles sabiam que com o sistema de som automotivo não podia ser diferente. Depois de desenvolver o primeiro protótipo com 14 alto-falantes e 1000 watts Martin e sua equipe conseguiram o primeiro cliente, o esportivo de luxo Audi R8. E foi aí que a engenharia começou. “um carro é um lugar muito ruim para colocar um sistema de som” Diz Martin, “é barulhento e é difícil colocar os alto-fantes nas posições certas, mas tínhamos um controle cirúrgico sobre cada um dos drivers e podiamos configurar individualmente os filtros, ganho e delay de todos”. Foram aplicados 285 filtros para compensar as deficiências neste ambiente. Os problemas surgiram em lugares inesperados “quando o piloto ou passageiro se movia o cinto de segurança vibrava em 83hz e isso quase a mesma frequência do subwoofer. Identificar esse problema estressou um pouco.”. Esse sistema de som automotivo da B&O custa US$ 80.000,00 e a montadora alemã Audi espera instala-lo em 5% dos Audi R8 produzidos. Atualmente esse sistema também pode ser encontrado nos Mercedez-AMG, Aston Martin e BMW. Martin não acompanha mais os projetos de som automotivo, sua responsabilidade agora é analisar e criar novas tendencias. “Aproximadamente metade do que eu faço é pensar sobre como vamos estar ouvindo música daqui a 10 anos. Não pensar só em qual vai ser a novidade do próximo produto, mas imaginar como serão os produtos depois do próximo” diz ele.

Uma das maiores vantagens da profissão de Martin, é que ela proporciona uma qualidade de vida invejável. Quando entrou para a B&O sua noiva trabalhava em Ohio e eles discutiram onde iriam viver.  E o que eles decidiram? Dinamarca, pois os benefícios em áreas como saúde e educação eram mais atraentes do que eles encontrariam nos EUA ou Canada. O ritmo de trabalho na Dinamarca é bem tranquilo.  “Trabalhamos das 8 as 16h, 4 dias por semana e na sexta é até as 15h. E praticamente tudo que não fica pronto até as 16h pode esperar até o dia seguinte. A idéia que possamos passar tempo com a família e aproveitar nossas vidas”. Mas isso não quer dizer falta de dedicação, ao contrário, ele é energético e perfeccionista “Nunca estou satisfeito com o produto final, não há um ponto em que podemos dizer ah agora esta ótimo”. Mas as vezes a equipe considera um produto pronto pronto para ser lançado, mas alguns ouvidos ainda dizem o contrario. Nesses casos, amenizar o problema pode significar atraso no lançamento. “Não faço isso com frequência  pois segurar o lançamento sempre tem implicações comerciais” comenta Martin. Claramente podemos ver que Martin encontrou o trabalho da sua vida, e realmente podemos chamar isso de trabalho. Mas ele diz que não “Ser um Tonmeister vai muito além de um emprego, é o que vc é.

Bem legal o texto.

Mas creio q onde se lê "U$20.00,00" deve ser U$20.000,00 , não?

Coloque o link da publicação original.

Vlw pelas dicas! ambas informações foram adicionadas.