R.I.P Lincoln Olivetti

Grande músico e arranjador brasileiro. Meus sentimentos a família e amigos. Uma pena mesmo.

Eita...

Convivi com o Lincoln na época que ele era casado com uma cantora bem mais jovem cujo nome não lembro agora,. Rolou uns shows com ela no Mato Grosso do Sul em 1995 se me lembro bem. Ele tocava teclado e fazia os samples.

Cara mais doido... Costumava falar de criaturas imaginárias como os aguaravistas e aguaronautas (ele de fato as via convivendo entre nós) e de uma tribo remota da Amazônia que cultuava o deus Asfar.

Nunca descobri se era um distúrbio mental ou brincadeira.

Pena que perdi essas fotos... O cara era um gênio. Se trancava na bat-caverna (apelido do estúdio na casa dele no Rio) e em alguns dias produzia um disco com arranjos de alto nível, sozinho...

E se ele gostasse do cara, fazia de graça... Lembro dele falando: "vai lá que gravo de graça pra vocês, dinheiro eu ganho no disco do Roberto Carlos e da Xuxa".

Grande perda. RIP...

Caramba, acima de tudo foi uma experiência que muitos gostariam de ter, só de estar ao lado e ver como esses caras trabalham já é um grande aprendizado.

Na boa, quem não conhece, procure conhecer... Alguns exemplos do nível dos arranjos:

Conheci há uns 10 anos atrás quando começei a me interessar por black music/funk/soul... arranjos de altisssimo nivel . Coisa fina mesmo !

Aqui um texto que o Ed Motta postou no Facebook dele , como sei que alguns aqui não usão .

"Eu durmo muito mal sempre, mas essa noite estava especial de dificuldade... Venho olhar a internet, e me deparo com a notícia mais triste dos últimos tempos : Lincoln Olivetti não está mais aqui, foi para outro plano.
O cara que formatou a música brasileira no padrão de disciplina gringo, na forma de compor, arranjar, tecnicamente em qualquer sentido etc.
Ele merece em homenagem gigante, ser nome de algo que represente acuracidade, competência e futuro.
O disco solo dele e do Robson Jorge, é uma referência de que é possível fazer um disco bem gravado MESMO, em qualquer condição, basta dedicação e talento.
Tem tanta história bacana sobre o mestre Lincoln, que meu Deus, esse cara sim merecia uma biografia, tem relevância.
Eu conheço o Lincoln Olivetti desde criança, na casa da minha tia Maria em Ramos, me lembro dele no final dos anos 70 com Robson Jorge, nos lendários churrascos da família Maia.
É gratificante que ele tenha nos últimos anos recebido carinho da geração mais jovem, com homenagens, e o mais importante convites para que ele continuasse exercendo sua sabedoria nos estúdios.
Estou muito triste, mas uma força artística como a dele já é parte do todo, é mais do que uma figura de santo, é gigante, é o todo, do copo d'água até o oceano.
Muito importante reconhecer, estudar e entender que apesar do Lincoln ser brasileiro, morado a vida inteira aqui, o discurso e referência da música dele não são exatamente "brasileiros" tem volta e meia esse viés muito em conta de alguns convites que eram feitos para trabalhar com artistas mais brasilianistas. Ele ia lá, e de um estúdio no RJ colocava todo mundo num formato realmente internacional, como nunca mais se viu aqui, não por ausência de talento, mas por preguiça, dá trabalho fazer certo no estúdio, execução, timbre etc.
A quantidade de vezes que escutei o 2o disco solo dele é absurda, e claro isso desde os anos 80.
Tecnicamente a única referência do Brasil que eu sempre tive foi Lincoln Olivetti, o cara que fazia uma "festa no interior" soar igual Earth, Wind & Fire, o cara que fazia os discos ficarem bem gravados, arrancar leite de pedra dos músicos etc.
Trabalhamos juntos somente uma vez, talvez pelo respeito que sempre tive, não queria banalizar a presença do mestre. Nessa ocasião em 1996/97 ele me convidou para fazer um disco junto, eu como tenho muita reverência, e sei exatamente como funciona aquilo tudo, preferi respeitar a história, e não me meter a fazer algo que fosse aquém da parceria amalgamada com o também gênio Robson Jorge.
Eu espero que o Brasil seja generoso, respeitoso, consciente, e homenageie com dignidade o cara que sabia tirar maior proveito de um estúdio, do talento dos músicos etc. Coisa rara... Depois "a turma" se especializou em adestrar gente sem talento, bandinha de menino rico, e ainda vender disco de ouro ou o que for, tamanha carência intelectual que não é de hoje...
Para as minhas convicções sobre música, é o final de uma era, de quando música popular era feita por músico de verdade, de extrema competência.
Agora é observar anestesiado, calado, essa geração sonsa, nefasta que momentaneamente comanda o barco... Vai afundar já já, porque não tem capitão, marinheiro, nada... Está tudo relativisado, desafinado, mal tocado, mal feito, mal concebido e ainda por cima sem ambição de nada.
Lincoln Olivetti é agora a energia protetora de quem olha a música com honestidade.
God bless U master, vc não veio ao planeta a passeio, vc realmente fez, e vai ensinar eternamente. RIP."

Grande perda pra música. R.I.P.

Essa eu curto demais !!!

Tô triste pra caramba...

Não pela morte do cara em si, que é inevitável, mas por tudo que isso representa.

Nunca fui muito de dizer "na minha época" nem nada disso, mas escutando as rádios hoje em dia, sempre me pego pensando como seria bom se músicos como Olivetti ainda estivessem à frente da produção musical Brasileira.

Eram produções onde o som doce e ao mesmo tempo marcante do piano Rhodes dominava o ambiente com sequências harmônicas riquíssimas.

Me pergunto: O que aconteceu? Por que esses acordes e esses timbres não são mais usados? Por que é tudo tão agudo, tão ordinário, tão descartável? Por que é tão desagradável ouvir a música produzida hoje em dia?

Sempre que me pego pensando nessas coisas tento dizer pra mim mesmo: "a música não é pior, você que está velho". Mas sei que só estou tentando me enganar...

Tomara que o Lincoln esteja visitando a Tribo dos Arandinhas que cultuavam o deus Asfar e que se instalaram na Amazônia muitos séculos atrás, como ele mesmo dizia... E que nessa tribo exista uma p*** banda de funk pra ele dirigir.

Tio , acredito que eu seja alguns poucos anos mais novo que você , mas tenho o mesmo sentimento que o seu com relação a música atual . e pela minha idade ( tenho 30 ) acredito que peguei o finalzinho dos melhores anos da música brasileira , e sinto muito por isso . E sinceramente não vejo num futuro próximo pra essa situação dá música mudar . Claro se você procurar bastante , ainda se acha muita coisa boa , mas totalmente fora do mainstream , e das rádios !!! Graças a Deus temos como , a cada dia descobrir tesouros dá música , é o que nos ajuda a ter esperança de que quem sabe daqui uns anos ( que espero não demorar ) agente volte a ver na tv , ouvir no rádio , músicas como esse grande mestre nos proporcionou escutar !!!

Simplesmente um gênio da produção musical, não tenho mais nada a dizer, porque meus amigos acima já o fizeram e eu seria redundante. Fica apenas um sentimento triste de uma perda talvez irreparável.

R.I.P.

R.I.P.

Esse era um dos músicos que estava em quase todas grandes gravações na televisão, tirste perda, meus sentimentos.

Um grande músico mesmo, de competência inquestionável!
R.I.P...

Me pergunto: O que aconteceu? Por que esses acordes e esses timbres não são mais usados? Por que é tudo tão agudo, tão ordinário, tão descartável? Por que é tão desagradável ouvir a música produzida hoje em dia?

Sempre que me pego pensando nessas coisas tento dizer pra mim mesmo: "a música não é pior, você que está velho". Mas sei que só estou tentando me enganar...

Penso exatamente dessa forma.
Ademais Allex, "ficar velho" é adquirir uma consciência crítica que as novas gerações do nosso mundo estão perdendo, exatamente por não escutar "os mais velhos".
Longe de ser conservador, de pregar o imobilismo ou o saudosismo, mas é uma característica desse nosso mundo atual híper-fragmentado e atomizado que mais me assusta, e que vai levar a um violento rebaixamento das condições culturais da humanidade em nome do lucro à qualquer custo....
Quando um cara como esse se vai, a "ponte" com o futuro fica mais difícil....

RIP

Engraçado quando bate um sentimento triste por uma pessoa que vc não conhecia (meu caso).
As musicas dele tinham uma assinatura muito forte, principalmente as dos anos 70 e 80.
Como eu sempre fui de escutar muito as musicas de década de 70 foi natural procurar uma boa referencia aqui Brasil e ele era minha referencia.
RIP, enfim...

*R.I.P*

O Editorial da Bass Player do mês passado fala justamente disso que o Alex pontuou, mas a beleza ainda está aí, só não tem mais espaço no rádio.

No texto, o Inglez de Souza diz, "Parece exagero, mas o esquema sobre o qual a cultura musical se ergueu lá atrás tem no rádio uma veia fundamental". Continua, " A mídia de massa investiu tanto em porcaria e a massa aceitou de tal forma, que acabamos chegando ao entediante contexto em que estamos".

Fica difícil não "cultuar a nostalgia" com tanta porcaria no ar.

*R.I.P*

R.I.P. Maestro.

Muito triste... Ainda mais pelo fato de saber que na grande mídia, os grandes nomes da MPB que estão falecendo nunca serão substituídos!

Mas pelo menos uma nova dupla sertaneja ocupará esse espaço. Nada contra quem gosta, mas mais do mesmo sempre me deixa chateado.

Não seria melhor diversificar? Pelo menos uma nova dupla de polca ou de xaxado poderia aparecer de vez em quando....

R.I.P.