Ententendo o Brasil - Pavimentação

Eternas tentativas de entender esse país... Engenheiros, urbanistas e arquitetos podem ajudar...

O que há de errado com o asfalto Brasileiro? Por que não dura um ano? Por que os caras fazem obras de dia atrapalhando o trânsito e por que essas obras são tão mal feitas?

Por que não há um tamanho padrão de pistas, de acostamento, de área de frenagem, etc? Por que curvas negativas?

É tão difícil assim?

^ Essa é simples de explicar... já ouvi muito a minha esposa falar sobre isso, ela é Arquiteta da Prefeitura do Rio.

Primeiro, o material utilizado para fazer o nosso asfalto é de baixíssima qualidade, 90% da matéria prima são pneus velhos moídos, os outros 10% vem de uma mistura de brita com cola feita de borra de petróleo. A coisa é tão crítica e bizarra que quando chega o verão, aquele sol cozinhando o chão com 40 graus no mínimo, você começa a ver o asfalto soltando como simples placas de borracha.

Segundo, porque existe no Brasil a chamada "Indústria do Asfalto", gente que fatura rios de dinheiro refazendo asfaltos uma vez por ano. Se o asfalto fosse de qualidade, e feito pra durar muito, a indústria do asfalto decretaria falência.

Segundo os especialistas no assunto, para não termos mais problemas com isso, o correto seria concretar as principais vias. O Alto da Boa Vista por exemplo, é todo feito de concreto, e por mais de 30 anos não demandou nenhum tipo de manutenção, mas isso vai contra os interesses da máfia do asfalto!

Segundo, porque existe no Brasil a chamada "Indústria do Asfalto", gente que fatura rios de dinheiro refazendo asfaltos uma vez por ano. Se o asfalto fosse de qualidade, e feito pra durar muito, a indústria do asfalto decretaria falência. Segundo os especialistas no assunto, para não termos mais problemas com isso, o correto seria concretar as principais vias. O Alto da Boa Vista por exemplo, é todo feito de concreto, e por mais de 30 anos não demandou nenhum tipo de manutenção, mas isso vai contra os interesses da máfia do asfalto!

Allex, quando é que você vai se convencer que o Estado e a economia brasileira não existem para beneficiar você ou eu....

Porque as empreiteiras ganham x pra fazer bem feito ou mal feito, tanto faz. Os diretores dos der's e denit são de indicação política, geralmente não sabem m alguma de engenharia, ou não deixam fiscalizar pq os interesses são outros.

Enquanto houver indicação política pra tudo, enquanto a licitação levar em conta sempre o menor preço, teremos estradas de m.

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Allex, quando é que você vai se convencer que o Estado e a economia brasileira não existem para beneficiar você ou eu....

Nenhum país faz as coisas para beneficiar o povo. Em qualquer lugar do mundo as decisões são feitas para as elites e pelas elites. Mas países ricos como o Brasil conseguem fazer uma estrada, uma curva positiva, um túnel, uma rua normais...

allexcosta escreveu:

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Allex, quando é que você vai se convencer que o Estado e a economia brasileira não existem para beneficiar você ou eu....

Nenhum país faz as coisas para beneficiar o povo. Em qualquer lugar do mundo as decisões são feitas para as elites e pelas elites. Mas países ricos como o Brasil conseguem fazer uma estrada, uma curva positiva, um túnel, uma rua normais...

E quem disse que aqui também não são? As decisões aqui são ainda mais elitistas, ainda mais beneficiadoras de grupos...
Aliás, concordo com vc, mas aqui no Brasil, para as elites, é como se o povo não existisse, ou fosse uma massa de escravos...

^ Sim, aqui também são. Foi isso que eu disse.

O seu argumento é que no Brasil nada é feito para o povo. Nos outros países também não é, mas eles tem estradas e ruas normais.

allexcosta escreveu:^ Sim, aqui também são. Foi isso que eu disse.

O seu argumento é que no Brasil nada é feito para o povo. Nos outros países também não é, mas eles tem estradas e ruas normais.

Meu argumento é de que as estradas e ruas do Brasil são mal feitas pois isso beneficia grupos econômicos que se locupletam dessa relação com o Estado e seus "gestores" (políticos), que são, ou associados à esses grupos, ou corruptos mesmo.
Saber técnico sobre isso no Brasil, não falta, aliás, desde muito tempo, como demonstrou o Claudio.
Aliás, meu livro (que será lançado em breve), fala exatamente disso: Conta a história de uma estrada de rodagem (a 1ª do Brasil, no séc. XIX), e que foi construída segundo modelos técnicos idênticos aos da Europa na época.
A questão não é tecnológica, mas política, tem à ver com a natureza do Estado e da relação das elites brasileiras com ele. Esse, aliás é o tema de meu próximo trabalho acadêmico.

^ Exato! O conhecimento técnico, as normas e a tecnologia necessária para a execução desse tipo de obra existem, não é de hoje. O problema são os propósitos que circundam não somente este como muitos outros tipos de serviços no Brasil, em todas as esferas.

Como já foi dito, o pavimento de concreto seria a solução por suportar tráfego intenso e pesado com mais conforto e maior eficiência. Mas quem disse que o Estado quer a solução para o problema? Nesse caso, a maior virtude do piso de concreto (alta durabilidade, menor índice de patologias e baixo custo de manutenção) é o que mais pesa contra sua escolha porque gera economia.

E não somente isso, muitas vezes o erro começa ainda na fase de projeto, onde são levantadas questões importantes como a classificação de volume de tráfego e execução. Acredito que nestes casos não exista o "erro" de dimensionamento, tudo é proposital.

O que vejo é obra de pavimentação dimensionada para tráfego leve em vias que não apresentam essa característica. Sem contar com o descaso na execução de etapas importantes como a dos pisos (camadas finais, sub-base e base), que são como o contra-piso de nossa casa, não adianta gastar rios de dinheiro com porcelanato se não fizermos um bom serviço de base.

Senhores, por coincidência meu irmão é mestre em pavimentação e professor na área.
As normas utilizadas no BR são cópias das americanas da década de 30, mesmo que lá haja versões posteriores, todas elas baseadas em pavimentação de aeroportos, desenvolvidas principalmente na construção militar de bases durantes as guerras.
Os materiais são diferentes do nosso, o clima é diferente do nosso, entre outras questões.
Se aplicássemos as normas ultrapassadas que usamos de acordo, nossas estradas seriam muito, muito, muito melhor do que são.
Como já disse, a maior causa da M que nos temos é a política e consequentemente a falta de competência e fiscalização.

PS: até os viadutos que andam caindo são pura falta de fiscalização (no plural mesmo, ainda que seja advento futuro).