Estão os plug-ins perdendo sua potência?
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joabi
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Mauricio Luiz Bertola
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allexcosta
Claudio
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Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Ao abrir a revista Sound On Sound desse mês, me deparei com um editorial muito interessante, que fala sobre um assunto que está cada vez mais tomando as rodas de discussão da galera que trabalha com edição de áudio. é um tema para ler e refletir.
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Com o passar dos últimos anos, os profissionais de áudio tem alertado para uma crise de qualidade musical em todo o mundo causada pelo uso indiscriminado de plug-ins de processamento. O uso destas ferramentas se tornou tão prevalente, que muitas das mixes de hoje se tornaram resistentes à elas; elas estão tão quebradas, que nenhum dos plug-ins atuais são capazes de curá-las. Porque isto está acontecendo? Será melhor se observarmos alguns exemplos.
No começo da indústria de gravação, havia pouco processamento de sinal de qualquer tipo disponível, então as performances eram capturadas basicamente como eram, e se alguém errava, era preciso fazer tudo de novo até sair certo. Cantores desenvolveram boas técnicas de microfone para manter seu nível vocal razoavelmente consistente, e claro que eles cantavam afinados. Bateristas tinham que tocar no tempo, instrumentos precisavam estar afinados e era preciso que todos os músicos fossem capazes de tocar a peça toda do começo ao fim sem erros. Ai alguém inventou o compressor, o que fez que alguns cantores passassem a ser um pouco menos cuidadosos com suas técnicas de microfone. Agora que haviam compressores para igualar os níveis para eles, porque se preocupar tanto?
Avançando algumas décadas, algum especialistas em sismologia teve a ideia de usar seu conhecimento em vibração e análise de forma de onda para aplicar correção de afinação em tempo real. Isso nos deu a caixinha Antares Auto-Tune original, e depois, as versões em plug-in, junto com uma hoste de concorrentes. E de repente uma grande proporção de vocalistas e engenheiros de som adotaram a atitude “a gente concerta na mix” quando se tratava de perfeição de vocal ao invés de insistir em ter tudo certo desde o começo. Em seguida a Melodyne veio e nos deu mais capacidade de correção de afinação, junto com a habilidade de ajustar o tempo de nota. Enquanto isso, as DAWS ofereciam quantificação de áudio bem como MIDI, então se tornou possível vencer uma mix rebelde, mesmo que o tempo original da performance fosse um pouco confuso em partes.
Tristemente, a confiança nestas ferramentas é tão grande, que algumas pessoas acreditam que plug-ins podem consertar praticamente qualquer coisa. Isso significa que uma performance que nunca teria passado nos bons e velhos tempos, hoje é considerada OK para trabalhar. O perigo é que esta deterioração na qualidade do áudio captado vai aumentar mais rápido do que os desenvolvedores de plug-ins conseguem criar ferramentas para consertar as coisas, e é ai que corremos o risco de sermos vencidos pela AIRM, Áudio Inferior Resistente a Mix. A única solução é tentar retornar o padrão. O que significa prestar mais atenção à acústica da sala, posicionamento de microfone e as performances, para que seja preciso cada vez menos Plug-in. Só ai os plug-ins vão reter sua potência à longo prazo.
Fonte: Revista Sound On Sound - Jul/2015
Autor: Paul White - Editor Chefe
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Com o passar dos últimos anos, os profissionais de áudio tem alertado para uma crise de qualidade musical em todo o mundo causada pelo uso indiscriminado de plug-ins de processamento. O uso destas ferramentas se tornou tão prevalente, que muitas das mixes de hoje se tornaram resistentes à elas; elas estão tão quebradas, que nenhum dos plug-ins atuais são capazes de curá-las. Porque isto está acontecendo? Será melhor se observarmos alguns exemplos.
No começo da indústria de gravação, havia pouco processamento de sinal de qualquer tipo disponível, então as performances eram capturadas basicamente como eram, e se alguém errava, era preciso fazer tudo de novo até sair certo. Cantores desenvolveram boas técnicas de microfone para manter seu nível vocal razoavelmente consistente, e claro que eles cantavam afinados. Bateristas tinham que tocar no tempo, instrumentos precisavam estar afinados e era preciso que todos os músicos fossem capazes de tocar a peça toda do começo ao fim sem erros. Ai alguém inventou o compressor, o que fez que alguns cantores passassem a ser um pouco menos cuidadosos com suas técnicas de microfone. Agora que haviam compressores para igualar os níveis para eles, porque se preocupar tanto?
Avançando algumas décadas, algum especialistas em sismologia teve a ideia de usar seu conhecimento em vibração e análise de forma de onda para aplicar correção de afinação em tempo real. Isso nos deu a caixinha Antares Auto-Tune original, e depois, as versões em plug-in, junto com uma hoste de concorrentes. E de repente uma grande proporção de vocalistas e engenheiros de som adotaram a atitude “a gente concerta na mix” quando se tratava de perfeição de vocal ao invés de insistir em ter tudo certo desde o começo. Em seguida a Melodyne veio e nos deu mais capacidade de correção de afinação, junto com a habilidade de ajustar o tempo de nota. Enquanto isso, as DAWS ofereciam quantificação de áudio bem como MIDI, então se tornou possível vencer uma mix rebelde, mesmo que o tempo original da performance fosse um pouco confuso em partes.
Tristemente, a confiança nestas ferramentas é tão grande, que algumas pessoas acreditam que plug-ins podem consertar praticamente qualquer coisa. Isso significa que uma performance que nunca teria passado nos bons e velhos tempos, hoje é considerada OK para trabalhar. O perigo é que esta deterioração na qualidade do áudio captado vai aumentar mais rápido do que os desenvolvedores de plug-ins conseguem criar ferramentas para consertar as coisas, e é ai que corremos o risco de sermos vencidos pela AIRM, Áudio Inferior Resistente a Mix. A única solução é tentar retornar o padrão. O que significa prestar mais atenção à acústica da sala, posicionamento de microfone e as performances, para que seja preciso cada vez menos Plug-in. Só ai os plug-ins vão reter sua potência à longo prazo.
Fonte: Revista Sound On Sound - Jul/2015
Autor: Paul White - Editor Chefe
Claudio- Membro
- Mensagens : 15413
Localização : Rio de Janeiro - RJ
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Interessante... Ouçamos e reflitamos:
36 anos atrás:
35 anos atrás:
21 anos atrás:
36 anos atrás:
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21 anos atrás:
Última edição por allexcosta em Qua Jul 01, 2015 9:52 am, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Conjugação incorreta do verbo refletir)
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Isso é incrível! Eu estava conversando sobre algo parecido com isso ontem com alguns colegas de trabalho que também são músicos e já tiveram experiências de estúdio, gravações e afins. Tudo bem que não usamos termos muito técnicos, mas a conversa girou em torno das experiências que eles acumularam ao longo de anos no cenário musical, incluindo técnicas de gravação, processos de gravação, mixagem essas coisas e eu com o pouco conhecimento e com a pouca experiência que eu tenho mostrava algumas coisas que são feitas hoje. Um hoje possui 60 anos, o outro 40 e alguma coisa e eu 25 anos. O que eu acho interessante é que as nossas idades são separadas por períodos de 20 anos e ao longo desse tempo muita coisa mudou. Muito legal me deparar com este tópico logo no dia seguinte à conversa.
pedrohenrique.astronauta- Membro
- Mensagens : 9200
Localização : Volta Redonda-RJ
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Com tecnologia disponível hoje, quase qualquer um pode fazer uma gravação com boa qualidade!
Falo por mim mesmo rsrs
Falo por mim mesmo rsrs
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Não posso me intrometer numa discussão cujo assunto não domino, mas curiosamente tenho notado isso mesmo nas gravações atuais.
Discos como os citados pelo Allex (incluindo o do Steely Dan) me soam mais bem gravados dos que os de hoje...
Discos como os citados pelo Allex (incluindo o do Steely Dan) me soam mais bem gravados dos que os de hoje...
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
- Mensagens : 16619
Localização : Niterói, RJ
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Se alguns destes artifícios de processamentos não existissem certamente não veríamos com tamanha frequência discos de "artistas" como Xuxa, Eliana, etc., isso pra ser bonzinho com os demais.
Acho que o que está incomodando é a padronização, a preguiça e a falta de talento de muitos que se dizem produtores, técnicos ou sei lá o que, em trabalhar uma música de forma única. Essas ferramentas de processamento digital podem fazer o dia-a-dia do esperto muito cômodo.
Acho que o que está incomodando é a padronização, a preguiça e a falta de talento de muitos que se dizem produtores, técnicos ou sei lá o que, em trabalhar uma música de forma única. Essas ferramentas de processamento digital podem fazer o dia-a-dia do esperto muito cômodo.
afonsodecampos- Membro
- Mensagens : 5138
Localização : Belém do Pará
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
É um assunto complicado. Não sei se culpar as ferramentas é o certo... A música se tornou cada vez mais descartável, e a necessidade de lançar um novo hit a cada instante (desde de que seja muito parecido com o anterior) são o grande problema.
Antigamente era difícil ver um trabalho que tenha levado menos de 10 ou 12 meses pra ficar pronto. Billy Jean, do Michael Jackson, foi mixada 90 e tantas vezes pra escolher a versão definitiva (que foi a segunda). Quem faz isso atualmente? Quem tem verba pra isso? As gravadoras estão falidas...
Por outro lado, a popularização da tecnologia possibilitou que qualquer pessoa lance seu trabalho. Entraram pro mercado os músicos iniciantes, técnicos iniciantes, produtores iniciantes, etc. É ótimo que mais coisas sejam produzidas, mas também existe o lado negativo, que é a qualidade média cair. Pior que o público em geral nem percebe.
Ótima discussão.
joabi- Eterno Colaborador
- Mensagens : 6617
Localização : Campinas - SP
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Eu particularmente fujo dos plugins, primeiro prq são caros e sou anti pirataria
Segundo Q de verdade não acho primordial o uso
Os plugins básicos disponível nas Daw's compressores, equalizadores etc já dão conta de muita coisa
Vejo uma galera obsecada em baixar (roubar) plugins desesperadamente Q sequer sabem como utilizar
A mística da Waves está para o processamento digital assim como a fender está para os instrumentos
Segundo Q de verdade não acho primordial o uso
Os plugins básicos disponível nas Daw's compressores, equalizadores etc já dão conta de muita coisa
Vejo uma galera obsecada em baixar (roubar) plugins desesperadamente Q sequer sabem como utilizar
A mística da Waves está para o processamento digital assim como a fender está para os instrumentos
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
joabi escreveu:
A música se tornou cada vez mais descartável, e a necessidade de lançar um novo hit a cada instante (desde de que seja muito parecido com o anterior) são o grande problema.
Há muito tempo que isso é algo que também penso bastante.
Vamos voltar até a década de 80 e ver o seguinte:
- Em 1982 o Barão Vermelho lançou o seu primeiro álbum, que leva o nome da própria banda.
- Em 1983 foi a vez do Camisa de Vênus lançar o seu primeiro álbum, que também leva o nome da própria banda.
- Em 1984 Os Paralamas do Sucesso lançaram o álbum "O Passo do Lui".
- Em 1985 o RPM lançou o álbum "Revoluções Por Minuto".
- Em 1985 o Ultraje à Rigor lançou o álbum "Nós Vamos Invadir sua Praia".
Vejam... *todas* essas bandas citadas, conseguiram emplacar *TODAS* as músicas dos seus álbuns nas rádios. Nos shows dessas bandas você escutava a plateia cantando todas as músicas. Só o Camisa e o Barão é que tiverem uma ou duas músicas que permaneceram desconhecidas.
Voltando pra para 2015 nos dias de hoje a banda entra em estúdio, grava um CD entre 12 e 15 música, e saí com uma maldição chamada "Música de Trabalho". e aí permanece durante meses massificando só aquela música na cabeça do ouvinte, até enjoar, até dar ânsia de vômito. O restante das músicas do CD são totalmente desconhecidas, não toca em lugar algum e nem você ouve ninguém cantando.
Um exemplo disso é essa tal de banda Malta. Tem uma só música que toca toda hora cujo refrão é algo como "Diz pra mim o que já sei... bláblábláblá". Eu sequer sei o nome dessa música!
Claudio- Membro
- Mensagens : 15413
Localização : Rio de Janeiro - RJ
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Eu só tive uma experiência em estudio, de setembro a outubro de 2014. Eu cheguei com as musicas que ia gravar na ponta dos dedos, pra evitar ficar cortando e emendando. Quando eu errava, o rapaz até falava "da pra usar o que ja foi, vc toca a partir daqui e a gente junta", mas eu falava: ok, guarda essa, mas eu quero tocar denovo do começo.
Até porque, eu queria que o resultado soasse como se tivesse sido gravado nos anos 70 ou começo dos anos 80 .
Se eu ja fui purista assim com o baixo, imagina o que eu acho de correção de pitch!
Até porque, eu queria que o resultado soasse como se tivesse sido gravado nos anos 70 ou começo dos anos 80 .
Se eu ja fui purista assim com o baixo, imagina o que eu acho de correção de pitch!
Stormbringer- Membro
- Mensagens : 4766
Localização : Goiânia
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Stormbringer escreveu:
Se eu ja fui purista assim com o baixo, imagina o que eu acho de correção de pitch!
Como gravação e mixagem não é a minha atividade principal, eu ainda me permito fazer algumas coisas que um profissional da área não poderia.
Fiz um trabalho pra uma banda de MPB aqui do Rio. No dia de gravar as vozes definitivas a cantora veio com uma conversa de que não estava muito bem naquele dia, perguntou se eu poderia utilizar algum recurso pra deixar a voz dela com a afinação correta. Minha resposta foi: "Se você não está bem hoje, então vamos deixar pra gravar as vozes no dia em que você estiver bem. Eu não faço correção de afinação de voz, mas se você quiser posso te indicar um outro estúdio que faça".
Claudio- Membro
- Mensagens : 15413
Localização : Rio de Janeiro - RJ
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
^Aposto que ela ficou boa na hora.
Ricardo- Membro
- Mensagens : 1939
Localização : Curitiba - Pr
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
^ Que nada, levou uma semana pra gravar 8 faixas.
Claudio- Membro
- Mensagens : 15413
Localização : Rio de Janeiro - RJ
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Ouvindo os discos ao vivo da Legião Urbana (banda que gosto muito) fico imaginando a engenharia que o Mairton Bahia teve que usar pra gravar o Bonfá. Nos discos de estúdio tudo é perfeição, nos discos ao vivo é impressiona a falta de segurança. Como um profissional, que ganha rios de dinheiro e vive exclusivamente da música não consegue avançar tecnicamente?
Antes de morrer, o Renato Rocha chegou a falar que boa parte do total de horas cedidas pela EMI eram gastas exclusivamente com a gravação da bateria, o pouco que sobrava ficava para todo o resto.
Antes de morrer, o Renato Rocha chegou a falar que boa parte do total de horas cedidas pela EMI eram gastas exclusivamente com a gravação da bateria, o pouco que sobrava ficava para todo o resto.
afonsodecampos- Membro
- Mensagens : 5138
Localização : Belém do Pará
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
E tem mais...Não é todo mundo que sabe com o "JORGE" estalando no ouvido!
auauauua
auauauua
Juninho Sampaio- FCBR-CT
- Mensagens : 12183
Localização : Salvador-Ba
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
imagina ser baixista duma banda cujo baterista é ruim de tempo?
pra mim o Renato Rocha foi heróico, hahaha
pra mim o Renato Rocha foi heróico, hahaha
Stormbringer- Membro
- Mensagens : 4766
Localização : Goiânia
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
Se o batera não sair, eu caio fora!
Juninho Sampaio- FCBR-CT
- Mensagens : 12183
Localização : Salvador-Ba
Re: Estão os plug-ins perdendo sua potência?
joabi escreveu:
É um assunto complicado. Não sei se culpar as ferramentas é o certo... A música se tornou cada vez mais descartável, e a necessidade de lançar um novo hit a cada instante (desde de que seja muito parecido com o anterior) são o grande problema.
Antigamente era difícil ver um trabalho que tenha levado menos de 10 ou 12 meses pra ficar pronto. Billy Jean, do Michael Jackson, foi mixada 90 e tantas vezes pra escolher a versão definitiva (que foi a segunda). Quem faz isso atualmente? Quem tem verba pra isso? As gravadoras estão falidas...
Por outro lado, a popularização da tecnologia possibilitou que qualquer pessoa lance seu trabalho. Entraram pro mercado os músicos iniciantes, técnicos iniciantes, produtores iniciantes, etc. É ótimo que mais coisas sejam produzidas, mas também existe o lado negativo, que é a qualidade média cair. Pior que o público em geral nem percebe.
Ótima discussão.
É bem por aí. Não é tanto culpa das ferramentas, o problema é o uso que se faz delas. Existe por um lado um rebaixamento cultural no ocidente, principalmente uma crise moral e ética (isso inclui amadores, profissionais, toda população). Existe ao mesmo tempo a popularização da gravação. Não existe mais o filtro das gravadoras (que bom!), existe apenas a divulgação paga (e bem cara) na TV, DVD, internet, etc. A divulgação é por pressão publicitária.
Existe outro fator que é o ESTILO.
Antes do processamento digital alguns estilos mais tradicionais conseguiram resistir por um certo tempo, por exemplo MPB, música gaúcha, nordestina, jazz, blues, etc. Por quê? Esse pessoal das antigas tinha MUITO mais compromisso (em geral, é claro que havia exceções) com a arte. Existia muito mais empenho, cuidado, enfim, como falei, ÉTICA. Hoje qualquer m$%& é arte. A cultura está banalizada e o povo sofre de comodismo.
No mainstrean a exigência é que o sujeito seja vendável e rapidamente absorvido pela massa. O tempo voa e os músicos "aprendem" a tocar e cantar cada vez mais rápido (pobre de quem dá aula, se tornaram apenas tecnocratas). Pra gravar é a mesma coisa, querem gravar e querem que a mágica seja feita instantaneamente com processamentos.
Já no contexto underground, independente o cara não é profissional e não tem tempo pra se aprimorar, porque trabalha, estuda, e acha que pode fazer um trabalho artístico "matado", que o técnico vai fazer sua magia e está tudo ok.
Pra piorar a situação há uma espécie de "necessidade de pertença grupal" de vários produtores, que por automatismo busca se incluir no que todos fazem. O Heavy Metal soa quase todo igual, totalmente comprimido e robotizada (estou falando de processamento, não de arranjos), o rock é a mesma coisa, totalmente limpo e planificado, o tal sertanejo universitário se tornou um festival de auto-tune, até a MPB pende pra plastificação enfadonha.
Existe muito medo em soar diferente, em arriscar, inovar ou mesmo de soar ORGÂNICO. É engraçado ler entrevistas de artistas buscando sempre a originalidade, mas fazendo sempre tudo que todo mundo faz, sempre seguindo cartilhas à risca. Poxa!
Edu- Membro
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