Considerações Sobre Medidas

3/4 ou 4/4?

Claudio, você leva seu 3/4 em que carro? Como?

Um Contrabaixo Acústico 3/4 cabe até num Fusca... até hoje só não testei num Ford KA dos antigos. Hoje eu tenho carro grande (Scenic Megane), mas quando eu tinha carro comum, usava o seguinte "macete":

1 - Baixe completamente o banco do carona;
2 - Baixe completamente o banco do motorista;
3 - Entre primeiro como braço do instrumento em diagonal e o corpo de lado;
4 - Depois que o baixo estiver todo dentro do carro, acomode o corpo em paralelo ao banco do motorista;
5 - O corpo fica acomodado inteiro no banco do carona, com o braço indo até lá o final;
6 - Suba o banco do motorista.

Só tem um detalhe: o motorista vai perder completamente a visão do retrovisor do lado do carona... porém, ainda sobram 2 lugas atrás.

Que curioso... achava que ia ser mais trabalhoso.

E um 4/4 é muito maior que o 3/4?

4/4 tem mais som?

O 4/4 é maior, mas isso não significa necessariamente que tenha mais volume de som acúatico que um 3/4... depende bastante da seleção de madeiras e da construção. É bem comum você ver por aí 3/4 com mais volume acústico do que um 4/4.

Mas em se tratando de timbre? 4/4 fala mais? A escala do 4/4 é maior, to certo? Se a escala for maior, a diferença no timbre já aumenta, não?

Você sabe quanto o 4/4 é maior que o 3/4? Será que com a manobra que você ensinou é possível acomodar dentro de um carrinho?

Bem, vamos lá...

Existem quatro tamanhos diferentes de Contrabaixo Acústico: 4/4, 3/4, 2/4 e 1/4. Vamos falar apenas dos dois primeiros, os outros eu só vi por fotos e videos, nunca tive contato.

Existem medidas padrão para 3/4 e 4/4, porém, podem variar de um Luthier pra outro, mesmo que seja uma variação mínima. São Elas (medidas em cm):

1 - Altura total do instrumento:
4/4 (189,99) - 3/4 (181,86)

2 - Altura do corpo:
4/4 (116,09) - 3/4 (111,00)

3 - Comprimento do braço:
4/4 (109,97) - 3/4 (104,90)

4 - Largura do corpo (parte superior):
4/4 (54,11) - 3/4 (51,56)

5 - Largura do corpo (parte inferior):
4/4 (68,07) - 3/4 (65,02)

6 - Início do braço até a extremidade da capo:
4/4 (78,49) - 3/4 (74,93)

A diferença na relação entre os tamanhos, afeta diretamente a sonoridade. Quanto maior for a caixa acústica do instrumento, mais grave, e na maior parte dos casos mais volume também (mais madeira para vibrar). O que faz realmente a diferença no timbre é a seleção de madeiras, numa relação bem simplória, tipo: madeira boa, som bom. Madeira ruim, som ruim. Sem mistérios!

Tenho visto instrumentos 4/4 sendo aplicados mais de Orquestras, dificilmente os vejo em música popular.

Apesar da diferença no tamanho do braço, a maioria das construções utilizam peças do espelho do mesmo tamanho (pelo menos sempre me pareceu ser, nunca peguei uma trena pra medir). Em sites que vendem esse tipo de material, você vai achar espelhos pra 3/4 e 4/4 com as mesmas medidas.

As cordas também variam de comprimento, em geral são: 100 / 103 / 106 / 110 e 114 cm, com as duas últimas sendo mais utilizadas em instrumentos 4/4 (mas isso não é uma regra).

Considerando as medidas que citei lá no início do texto, acredito que num carro pequeno seja mais fácil de acomodar um instrumento 3/4 do que um 4/4. O problema mesmo não será nem o comprimeiro do braço, mas sim o tamanho do corpo.

Só pra manter os devidos créditos, as informações com as medidas lá do início, foram retiradas do paper "Design e Artesanato de Contrabaixo Acústico" do professor Álvaro Gregório da Universidade Anhembi Morumbi.

Valeu Cláudio! Obrigadão pelas infos!

Uma vez em Montevideo, esta eu num ônibus, em plena Avenida 18 de Julio (vide mapa abaixo) e de repente, não mais que de repente, me entra um cara com um 3/4, junto com a filha, provavelmente levando-a à escola. O cara entrou, na boa, fui lá pro fundo do ônibus com a guria e sentou tranquilamente.

Detalhe: em Montevideo, os ônibus não têm roleta! Taí o segredo!

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ClaudioBass escreveu:...Se você já teve algum contato com o mundo vertical, então recomendo que parta direto pro Acústico 3/4. Hoje em dia tem uns baixos Chineses e Brasileiros como o Michael que são bem honestos dentro da faixa de preço deles... por no máximo 2K você consegue um desses.

Claudio, apos ter lido suas orientaçoes e ter em vista o dinheiro tbm prefiro ficar com o acustico, porem eu gostaria de um acustico bem pequeno... ouvi falar que existem 4 tipos: 4/4 3/3 2/4 1/4 assim: o 3/4 ja seria grande para a minha necessidade, sera que eu acho um 2/4 ou 1/4 e qual seria a diferença, sera que voce poderia me ajudar nessa parte...

Obrigado...

raphavelino escreveu:
Claudio, apos ter lido suas orientaçoes e ter em vista o dinheiro tbm prefiro ficar com o acustico, porem eu gostaria de um acustico bem pequeno... ouvi falar que existem 4 tipos: 4/4 3/3 2/4 1/4 assim: o 3/4 ja seria grande para a minha necessidade, sera que eu acho um 2/4 ou 1/4 e qual seria a diferença, sera que voce poderia me ajudar nessa parte...

Dá uma lida nesse post:
http://bass.forumeiros.com/clubes-f12/clube-do-contrabaixo-vertical-tpico-oficial-t125-150.htm#29567

Dificilmente no Brasil você vai achar algo fora dos padrões 3/4 e 4/4... pra ser honesto, não sei nem onde começar a procurar.

Não entendi o motivo de você achar que um 3/4 não serve pra você, mas se for o caso, acho que você só vai conseguir o que quer mandando fazer num Luthier... e aí já viu né??$$$??

Claudião,

estava procurando por um vertical e encontrei esse aqui http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-436065154-baixo-vertical-upright-polvani-novo-preco-_JM

Mandei um email pro Polvani e ele muito educadamente e rapidamente me respondeu sobre as especificações do bass:

Desses foram produzidos creio que 7 peças, eu que construi sim, um está no Japão, outro na Italia, o restante espalhado pelo Brasil.

Madeiras :
- Corpo de Marupá
- Braço de Marfin Costeiro, ( com tensor para regulagens)
- Escala de Canela Bahiana
- Voluta de marfin, Canela e acabamento em massa de madeira.
- Estandarte de imbuia, cavalete com regulagem de altura todo em Marfin.
- Tarraxas Gotoh Jazz Bass
- Circuito desenvolvido por mim, vol, graves , medios.
- A corda aceita sim tocar com arco, é uma Flat Wound para Baixos acusticos
- O instrumento tem Espigão, fica em altura regulável e confortável para pessoas de 1,60 á 1,98m
- A escala e comprimento de corda é do tamanho de um Jazz Bass, ou seja, não há necessidade de adaptação do baixo convenvional para baixo acustico.


(...) necessita saber se há alguma avaria no mesmo, havia um que foi avariado em transporte aéreo e que embora eu solicitasse para enviar onde eu mesmo faria a restauração, não foi enviado, mas nada de sério, porém nao sei dizer qual dos 7 que foi o avariado na voluta.

Pode comprar, qualquer duvida estou á seu dispor.

Então, como um da Germano M. tá saindo caro demais pra mim, o valor desse bass me atraiu bastante. Estou procurando um vertical pra ver se pego a manha, pois estou montando um projeto jazz em trio bem clássico (Milles, Coltrane etc) e logicamente que portabilidade para nós baixistas sempre é bem vinda.

Meu grilo é com relação ao tamanho da escala. Achei meio pequena. Será que dá "o mesmo" som dos Uprights do Germano ou se aproxima satisfatoriamente dos acústicos?

O vídeo não mostra muito bem o som do bass...

Valeu!!

Diogo Kurz escreveu:Claudião,
(...)

Meu grilo é com relação ao tamanho da escala. Achei meio pequena. Será que dá "o mesmo" som dos Uprights do Germano ou se aproxima satisfatoriamente dos acústicos?

Esse baixo do anúncio é um upright só porque a construção dele está na vertical. Mas, na real, trata-se de um baixo elétrico adaptado para tocar na posição vertical. Ele mesmo diz isso neste trecho: "A escala e comprimento de corda é do tamanho de um Jazz Bass, ou seja, não há necessidade de adaptação do baixo convenvional para baixo acustico".

Na minha opinião, um baixo desses é o mesmo que pegar o seu elétrico e passar a tocar com ele na posição vertical. Para o tipo de projeto que você quer fazer, e a sonoridade que deseja alcançar, esse instrumento não é recomendável. Pior ainda se no futuro você pretente utilizar esse baixo para migração pro Acústico.

As cordas que estão neste baixo são Mauro Calixto, essa seria logo de cara a primeira mudança que você precisaria fazer no baixo. Outra coisa que achei estranho, é o fato do baixo não ter uma estante de apoio, vai ser bem complicada a adaptação de apoiar um baixo desses somente no espigão.

Esse outro upright do link abaixo seria mais útil pra você:
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-437015571-baixo-eletrico-double-bass-stagg-edb-34-preto-c-bag-luxo--_JM

^pow valeu pela explicação. Estava realmente desconfiado desse bass. Eu pegaria um Germano pra ficar de vez, se não fosse o preço.

Também não gostaria de pagar 1,5k num vertical pra depois ter que passá-lo, perder mais dinheiro pra pegar um "mais profissional" posteriormente.

Já andei lendo sobre esse stagg aqui no forum e não sei se seria uma boa opção de entrada, visto que por vezes aparecem bons uprights (acho) na faixa de 2k.

Dá uma olhada nesse aqui: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-433656016-baixo-acustico-uprigth-vertical-ladessa-4cativopassivo-_JM

seria a mesma coisa do polvani?

Particularmente, eu não curto a idéia da adaptação de um cavelete de acústico num upright. Por não ter um corpo acústico, eu acho que o cavalete do upright deve ter o maior contato possível com a madeira do corpo, e não somente as duas "pernas" do cavelete do acústico.

Tirando esse detalhe, esse baixo do Ladessa me parece ser bem construído (precisando de limpeza e manutenção). Peça ao vendedor pra te passar a medida do diapasão pra você poder se certificar de que se trata de um 3/4... algo entre 104 e 106cm.

Dpaulo escreveu:Vamos abrir no fórum uma seção "Perguntas para o CláudioBass"..rs
o homem sabe tudo...

Poxa... que nada, o que sei são coisas básicas, há muito o que aprender ainda. Se eu tivesse 10% do conhecimento do Alex, aí sim eu toparia um tópico de perguntas!

apoio a ideia do topico

"Perguntas ao Claudio, trastes nao entram aqui "

kkkk