R.I.P CLT
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Re: R.I.P CLT
Na minha opinião, quanto mais o Estado regulamenta, mais problemas traz (custos, burocracia, insatisfação, estagnação, sobrecarrega judiciário...). O Estado ao meu ver deveria definir parâmetros mínimos e fiscalizar isso e só.
Exemplo: jornada de trabalho, salário mínimo, condições higiênicas dos locais de trabalho, idade e anos de trabalho para se aposentar, férias.
O mercado naturalmente deveria se ajustar.
Uma CLT extremamente paternalista é muiiiito bom para quem tem emprego. É sensacional. Mas tão bom para o empregado, essa mesma CLT extremamente paternalista é terrrrível para o desempregado.
Enquanto houver uma visão maniqueísta de qualquer situação, os dois lados perdem.
Por que o patrão tem que ser o malvado e o empregado o bonzinho? Por que não dá para o patrão ganhar e ter lucro (que ao meu ver não é pecado) e o empregado ter uma remuneração justa e ter uma vida digna (que ao meu ver também não é impossível)?
Independente de leis e fiscalização, o patrão ruim e explorador do empregado vai dar um jeito de ser ruim e explorador. E o empregado ruim e explorador do patrão também vai dar um jeito de ser ruim e explorador.
O chato e injusto é quando o patrão ruim e explorador se aproveita de um empregado honesto e quanto um empregado ruim e explorador se aproveita de um patrão honesto...
Exemplo: jornada de trabalho, salário mínimo, condições higiênicas dos locais de trabalho, idade e anos de trabalho para se aposentar, férias.
O mercado naturalmente deveria se ajustar.
Uma CLT extremamente paternalista é muiiiito bom para quem tem emprego. É sensacional. Mas tão bom para o empregado, essa mesma CLT extremamente paternalista é terrrrível para o desempregado.
Enquanto houver uma visão maniqueísta de qualquer situação, os dois lados perdem.
Por que o patrão tem que ser o malvado e o empregado o bonzinho? Por que não dá para o patrão ganhar e ter lucro (que ao meu ver não é pecado) e o empregado ter uma remuneração justa e ter uma vida digna (que ao meu ver também não é impossível)?
Independente de leis e fiscalização, o patrão ruim e explorador do empregado vai dar um jeito de ser ruim e explorador. E o empregado ruim e explorador do patrão também vai dar um jeito de ser ruim e explorador.
O chato e injusto é quando o patrão ruim e explorador se aproveita de um empregado honesto e quanto um empregado ruim e explorador se aproveita de um patrão honesto...
Re: R.I.P CLT
Coluna de opinião bem interessante na Folha/UOL de hoje, da economista Laura Carvalho.
Ela diz que a reforma vai decepcionar até os seus atuais defensores.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/laura-carvalho/2017/07/1900627-na-economia-o-todo-e-diferente-da-soma-das-partes.shtml
Ela diz que a reforma vai decepcionar até os seus atuais defensores.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/laura-carvalho/2017/07/1900627-na-economia-o-todo-e-diferente-da-soma-das-partes.shtml
Normando Neto- Membro
- Mensagens : 1104
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Re: R.I.P CLT
^ A Laura é ótima.
Ah, Coder, mais fácil do que ter CLT com 6 horas de trabalho, no Brasil, é fazer uma revolução socialista em nível mundial (o que está beeeem longe de acontecer). A dinâmica de acumulação capitalista, dentro da qual nos inserimos como periferia, nos lega a condição de "colonizados" economicamente. Se nem na França, Alemanha, EUA, Inglaterra etc., que são o que chamamos de primeiro mundo (têm salários mais altos, serviços de qualidade, em geral) a jornada de trabalho está conseguindo se manter em 6/7 horas diárias, quem dirá na periferia do capital, onde as pessoas têm que trabalhar 8, 10 horas diárias em dois empregos para ganhar metade do que ganha um trabalhador médio dos EUA, o qual recebe 7 dólares/hora (enquanto nós recebemos 1 dólar/hora).
Então, nem rola. Capitalismo é para poucos
Ah, Coder, mais fácil do que ter CLT com 6 horas de trabalho, no Brasil, é fazer uma revolução socialista em nível mundial (o que está beeeem longe de acontecer). A dinâmica de acumulação capitalista, dentro da qual nos inserimos como periferia, nos lega a condição de "colonizados" economicamente. Se nem na França, Alemanha, EUA, Inglaterra etc., que são o que chamamos de primeiro mundo (têm salários mais altos, serviços de qualidade, em geral) a jornada de trabalho está conseguindo se manter em 6/7 horas diárias, quem dirá na periferia do capital, onde as pessoas têm que trabalhar 8, 10 horas diárias em dois empregos para ganhar metade do que ganha um trabalhador médio dos EUA, o qual recebe 7 dólares/hora (enquanto nós recebemos 1 dólar/hora).
Então, nem rola. Capitalismo é para poucos
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Sin duda, ainda é grátis.Coder escreveu:^ Sonhar é preciso!
AndréBurger- Membro
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Re: R.I.P CLT
Normando Neto escreveu:Coluna de opinião bem interessante na Folha/UOL de hoje, da economista Laura Carvalho.
Ela diz que a reforma vai decepcionar até os seus atuais defensores.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/laura-carvalho/2017/07/1900627-na-economia-o-todo-e-diferente-da-soma-das-partes.shtml
Eu tinha lido esta coluna mais cedo. Excelente!
cardozo- Membro
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Localização : Rio de Janeiro
Re: R.I.P CLT
Este portal de direito é muito bom. Ele tem umas indicações pessimistas sobre a CLT. Principalmente no que tange as gestantes.
https://jota.info/artigos/reforma-trabalhista-retrocesso-em-20-pontos-26042017
https://jota.info/artigos/reforma-trabalhista-retrocesso-em-20-pontos-26042017
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
Localização : Rio de Janeiro
Re: R.I.P CLT
Entrevista no Uol, de hoje, com Procurador Geral do Trabalho:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/07/1901143-reforma-oficializa-fraude-diz-procurador-geral-do-trabalho.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/07/1901143-reforma-oficializa-fraude-diz-procurador-geral-do-trabalho.shtml
Normando Neto- Membro
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Localização : Jacobina - Bahia
Re: R.I.P CLT
Excelente texto.Normando Neto escreveu:Entrevista no Uol, de hoje, com Procurador Geral do Trabalho:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/07/1901143-reforma-oficializa-fraude-diz-procurador-geral-do-trabalho.shtml
Para você ver como a mídia empurra "verdades" goela abaixo das pessoas e elas aceitam....
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Localização : Niterói, RJ
Re: R.I.P CLT
Dos tópicos, o que me deixou MUITO P da vida é o negócio de gestante poder trabalhar em lugar insalubre até certo grau. A população fica indiganada com o bebê que levou um tiro antes de nascer mas deixa esses absurdo passarem.
Como sempre quem defendeu a reforma olhava para 3 pontos de maravilha mas esquecia (talvez propositadamente) que ela mexia em mais de 120 pontos.
A atração pela palavra MODERNIDADE é forte.
Vou começar a colocar nos meus anúncios do ML: "Guitarra X ultra moderna para tocar no home office"
Como sempre quem defendeu a reforma olhava para 3 pontos de maravilha mas esquecia (talvez propositadamente) que ela mexia em mais de 120 pontos.
A atração pela palavra MODERNIDADE é forte.
Vou começar a colocar nos meus anúncios do ML: "Guitarra X ultra moderna para tocar no home office"
AndréBurger- Membro
- Mensagens : 925
Localização : São Paulo
Re: R.I.P CLT
^ É que a relação de trabalho moderna é o trabalho "flexível", "livre", "na hora que você quiser" e todos esses clichês que a gente escuta o tempo todo.
Na verdade, o moderno é o precário, o que não significa que com legislação trabalhista, considerada ultrapassada por todo veículo de comunicação hegemônico que se vê por aí, o trabalho é necessariamente melhor. Pode não ser, mas é fato, e não é opinião minha e nem de ninguém, que a massa salarial dos países que reformaram a as legislações trabalhistas caíram em relação ao que existia anteriormente. Não se faz uma reforma pra melhorar as condições de trabalho, e sim pra piorar. Isso tem relação direta com as crises capitalistas dos últimos 40, 50 anos, que tornaram insustentáveis os modelos de trabalho assalariados de anteriormente sem mexer no que se gera a partir da exploração do trabalho (mais-valor), e isso é inaceitável porque freia o processo de acumulação de capital.
Então, vão vir mais reformas, menos salário, menos previdência, mais horas de trabalho para ganhar o mínimo, mais problemas, mais doenças ocupacionais, mais depressão, mais suicídios ocasionados por trabalho, mais mulheres grávidas sofrendo por terem que trabalhar em condições insalubres etc. Só esperar.
E nada disso tem nada a ver com a ética do patrão e nem com a ética do trabalhador. Se seu patrão te pagar 2k pra trabalhar como caixa de mercado, o mercado dele vai se ferrar diante da concorrência, porque os outros pagam 800 mangos. Isso vai diminuir o mais-valor acumulado e, consequentemente, a taxa de reinvestimento e a margem de lucro. Então, não tem ética nenhuma aí. As nossas necessidades estão fora de questão, e se puderem baixar nosso salário, que é, via de regra, o que a gente precisa para se reproduzir enquanto força de trabalho, eles baixam e a gente vive pior. Não há segredo nisso e sempre foi assim.
Na verdade, o moderno é o precário, o que não significa que com legislação trabalhista, considerada ultrapassada por todo veículo de comunicação hegemônico que se vê por aí, o trabalho é necessariamente melhor. Pode não ser, mas é fato, e não é opinião minha e nem de ninguém, que a massa salarial dos países que reformaram a as legislações trabalhistas caíram em relação ao que existia anteriormente. Não se faz uma reforma pra melhorar as condições de trabalho, e sim pra piorar. Isso tem relação direta com as crises capitalistas dos últimos 40, 50 anos, que tornaram insustentáveis os modelos de trabalho assalariados de anteriormente sem mexer no que se gera a partir da exploração do trabalho (mais-valor), e isso é inaceitável porque freia o processo de acumulação de capital.
Então, vão vir mais reformas, menos salário, menos previdência, mais horas de trabalho para ganhar o mínimo, mais problemas, mais doenças ocupacionais, mais depressão, mais suicídios ocasionados por trabalho, mais mulheres grávidas sofrendo por terem que trabalhar em condições insalubres etc. Só esperar.
E nada disso tem nada a ver com a ética do patrão e nem com a ética do trabalhador. Se seu patrão te pagar 2k pra trabalhar como caixa de mercado, o mercado dele vai se ferrar diante da concorrência, porque os outros pagam 800 mangos. Isso vai diminuir o mais-valor acumulado e, consequentemente, a taxa de reinvestimento e a margem de lucro. Então, não tem ética nenhuma aí. As nossas necessidades estão fora de questão, e se puderem baixar nosso salário, que é, via de regra, o que a gente precisa para se reproduzir enquanto força de trabalho, eles baixam e a gente vive pior. Não há segredo nisso e sempre foi assim.
Willian Casagrande- Membro
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Localização : Londrina/PR
Re: R.I.P CLT
^ A tal "modernidade" que essa gente prega e que muitos aqui acreditam (por pura e simples ignorância e ideologia) é voltar ao século XIX...
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
- Mensagens : 16619
Localização : Niterói, RJ
Re: R.I.P CLT
Um simples arranhão na perversa estrutura trabalhista e a hegemonia intelectual mostra grande mobilização até aqui mesmo num simples fórum de contrabaixo. Enquanto essa turma estiver com o monopólio da mídia, instituições de cultura, ensino, e o poder absoluto do establishment burrocrático não haverão mais avanços com reformas. As tímidas alterações somente ocorreram por causa do altarmante saldo de quase 20 milhoes de desempregados. Infelizmente não podemos esperar que reformas realmente profudas venham a ocorrer diante desse quadro de domíno intelectual. Somente existe esperança se houverem resultados positivos em decorrência dessa pequena reforma trabalhista num prazo não muito maior do que um ano, daí sim talvez o pessoal se concientize da necessidade de ampliação das reformas. Houve somente um arranhão nos ideais do establishment progressita, infelizmente o processo continua.
rafacar- Membro
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Localização : Eu moro aqui, você mora ali.
Re: R.I.P CLT
Willian Casagrande escreveu:Já postei uma vez, vou postar de novo: a reforma trabalhista na Espanha deu super certo. Rebaixou os salários, criou vagas com remunerações pífias e deixou uma legião de jovens super capacitados com salários de 1000 euros, o que é 1 mínimo e mais um pouco. O link, mas é de um jornal comuna, o El Pais, então cuidado para não se contaminarem com o espírito bolchevique: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/06/16/economia/1497635788_119553.html
No meu caso, mais ou menos isso mesmo. Tenho uma graduação e uma pós e não ganho dois mínimos. Levando em conta o que eu gastei pra estudar e morar, mesmo que em uma estadual, ainda não paguei meus estudos.
Mas, vamos lá, né? A flexibilização é o futuro. Se nada der certo, viro Uber e dobro a jornada, mas aí teria que alugar um carro, porque o meu nem tem ar-condicionado...
Com todo o respeito do mundo, não sei sua área de atuação mas ou você abriu mão de remuneração por algo que gosta muito mas não dá dinheiro ou é um profissional bem mediano... Tenho um motoqueiro aqui na empresa que entrega gás o dia todo e todo mês tira 2k, a propósito ele é clt.... Esse cara não tem nem primeiro grau completo....
Outra coisa quando a gente tenta comparar o Brasil com algum país de primeiro mundo tentando aplicar o que tem de bom lá vcs dizem que não dá pra comparar Brasil com EUA... Quando é algo de ruim, a comparação é justa... Confuso....
NETOULTRA- Membro
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Localização : Belém - Made in Ceará
Re: R.I.P CLT
rafacar escreveu:Um simples arranhão na perversa estrutura trabalhista e a hegemonia intelectual mostra grande mobilização até aqui mesmo num simples fórum de contrabaixo. Enquanto essa turma estiver com o monopólio da mídia, instituições de cultura, ensino, e o poder absoluto do establishment burrocrático não haverão mais avanços com reformas. As tímidas alterações somente ocorreram por causa do altarmante saldo de quase 20 milhoes de desempregados. Infelizmente não podemos esperar que reformas realmente profudas venham a ocorrer diante desse quadro de domíno intelectual. Somente existe esperança se houverem resultados positivos em decorrência dessa pequena reforma trabalhista num prazo não muito maior do que um ano, daí sim talvez o pessoal se concientize da necessidade de ampliação das reformas. Houve somente um arranhão nos ideais do establishment progressita, infelizmente o processo continua.
"Establishment progressista"? Sério?
Sei lá! Fico viajando com essa galera. Acham que estão defendendo idéias novas, mas só vejo vocês requentando idéias velhas que nunca deram certo no Brasil e se aliando ao que de pior sempre houve nesse país em termos de política, isso em nome de combater fantasmas ("um fantasma ronda o Brasil", 170 anos depois de Marx anunciá-lo na Europa e 30 anos depois de ele ser expulso simbolicamente em Berlim, 1988).
E acreditam que no Brasil existe capitalismo.
Não me leve a mal, mas para mim isso beira a insanidade.
Normando Neto- Membro
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Localização : Jacobina - Bahia
Re: R.I.P CLT
Queria muito que me explicassem como é feito esse malabarismo intelectual que atribui o subdesenvolvimento brasileiro a um establishment progressista, ainda mais num país que é governado por oligarquias rurais desde sua criação
Abs
Abs
GRRS- Membro
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Localização : São Paulo
Re: R.I.P CLT
Analisando essa cadeia hereditária, quero me livrar dessa situação precária. Onde o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre. E o motivo todo mundo já conhece, é que o de cima sobe e o de baixo desce.
Coder- Membro
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Localização : Brasil
Re: R.I.P CLT
Coder escreveu:Analisando essa cadeia hereditária, quero me livrar dessa situação precária. Onde o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez fica mais pobre. E o motivo todo mundo já conhece, é que o de cima sobe e o de baixo desce.
É isso! Hehe!
O que eu mais vejo é assalariado ou micro empresário pensando como grandes empresários, que são justamente aqueles que estão no congresso e senado, defendendo sua própria visão do que deve ser o mercado e as relações trabalhistas, uma grande distorção.
O povo está se deixando vender pelas ideias impostas pela mídia (grandes empresários financiados por outros enormes empresários) e perdendo o poder de questionamento por suas próprias ideias e convicções.
Entendam de uma vez por todas: o que é bom para eles nem de longe é bom para a gente, seres comuns do final da cadeia alimentar.
Quando se fala em reforma trabalhista, é possível imaginar que haja algum benefício ao trabalhador? Que poder nós temos em pleitear alguma coisa?
Agora que já foi e Inês é morta, voltaremos a conversar daqui a algum tempo, quando a situação estiver bem pior.
Vai ficar ruim até para quem aprovou este absurdo.
cardozo- Membro
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Re: R.I.P CLT
NETOULTRA escreveu:
Com todo o respeito do mundo, não sei sua área de atuação mas ou você abriu mão de remuneração por algo que gosta muito mas não dá dinheiro ou é um profissional bem mediano... Tenho um motoqueiro aqui na empresa que entrega gás o dia todo e todo mês tira 2k, a propósito ele é clt.... Esse cara não tem nem primeiro grau completo....
Outra coisa quando a gente tenta comparar o Brasil com algum país de primeiro mundo tentando aplicar o que tem de bom lá vcs dizem que não dá pra comparar Brasil com EUA... Quando é algo de ruim, a comparação é justa... Confuso....
Sou jornalista, mas atualmente trabalho com marketing digital. A remuneração média para um profissional de agência de marketing digital, no início, aqui em Londrina, é de 1000 a 1500 pilas. Há agências em São Paulo pagando 2 mil reais para formados em comunicação social trabalharem 44 horas por semana, e não são poucas. Conheço, inclusive, designers que começaram ganhando isso, que é um salário de empregada doméstica na capital do Estado. Com todo o respeito às duas profissões, foi só uma comparação nível de estudo formal/salário, que aliás explica que esse parâmetro às vezes falha.
Se eu sou mediano ou não? Não sei, acho que sim, então eu ganho o que a média ganha. I.e, menos de dois mínimos. Mas, curiosamente, tenho dezenas de conhecidos que trabalham em agências e ganham a mesma coisa, talvez menos. Então, não creio ser uma questão de mérito, senão todos seriam medianos, o que é muito pouco provável. Conheci profissionais ótimos que ficaram 20 anos numa redação, aí trabalhando como jornalistas, e que nunca ganharam um aumento na vida e, lá pelas tantas dos 40 anos de idade, foram demitidos. O fato de serem bons profissionais (um deles o melhor repórter de política da cidade) não significou absolutamente nada nessa hora.
Então, a competência/nível de escolarização não tem uma relação imediata com preço da força de trabalho. Há trabalhadores muito mal remunerados, como professores secundaristas e de Ensino Básico, que recebem o mesmo que eu, talvez um pouco mais, para uma jornada semanal de 20h, sem contar o planejamento de aulas e tudo mais; por ouro lado, a maioria dos profissionais que recebe os maiores salários tem alto nível de formação, são mais intelectualizados etc.
O meu novo vizinho também entrega gás e com certeza ganha mais do que eu ganho. Meus pais são funcionários públicos, não fizeram curso superior e ganham 3 vezes o que eu ganho, pra mais. Esse parâmetro é tão frouxo que eu poderia ficar o dia inteiro aqui dando exemplos incongruentes. E é frouxo não porque está errado, mas porque não dá conta de explicar tudo.
Obs: eu não abri mão de remuneração e nem trabalho com algo que gosto, mas sim com algo que me emprega. Eu fiquei um ano tentando emprego em redação, que era onde eu achava que conseguiria me estabelecer, tanto financeiramente quanto por gostar do que fazia à época, e não consegui. A propósito, o discurso do mérito, da meritocracia, é a ideologia perfeita para as pessoas, ferradas pela vida cotidiana, acreditarem o fracasso dos pobres é sempre individual, não diz respeito a mais nada.
Última edição por Willian Casagrande em Seg Jul 17, 2017 12:33 pm, editado 1 vez(es)
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
GRRS escreveu:Queria muito que me explicassem como é feito esse malabarismo intelectual que atribui o subdesenvolvimento brasileiro a um establishment progressista, ainda mais num país que é governado por oligarquias rurais desde sua criação
Abs
Hahahaha
Eu também queria essa explicação. Mas, ela não vai vir, então é só ficar rindo desse absurdo até cansarem de usar como "argumento"...
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Willian um off topic ,voce já pensou em trocar de profissão...quando eu era Tecnico Eletronico,estudava pacas,lia aqueles manuais e datasheets imensos,fazia horas noturnas em empresas que não podem parar,etc tudo para ver o vendedor da firma chegar as 8 e sair as 5 e ganhar bem mais que eu,quando me apercebi mudei de area,hoje ganho o dobro que minha função anterior e com certeza 40 % a mais que os vendedores ixpertos com qual trabalhei.Ouvindo um pouco da sua situação profissional me parece que sua area esta saturada,algo parecido ocorreu aqui ,quando todo mundo estudava Adm,Programação de CNC,e em seguida Analise de Sistemas/CComp.
Com excesso de profissionais o valor dos salarios cai.Minha cunhada ainda não tem Pos,e ja embolsa 3 salarios minimos,na area da Educação.
Falei demais,mas so querendo ajudar.Um abraçol
Com excesso de profissionais o valor dos salarios cai.Minha cunhada ainda não tem Pos,e ja embolsa 3 salarios minimos,na area da Educação.
Falei demais,mas so querendo ajudar.Um abraçol
SILVIAO- Membro
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Re: R.I.P CLT
SILVIAO escreveu:Willian um off topic ,voce já pensou em trocar de profissão...quando eu era Tecnico Eletronico,estudava pacas,lia aqueles manuais e datasheets imensos,fazia horas noturnas em empresas que não podem parar,etc tudo para ver o vendedor da firma chegar as 8 e sair as 5 e ganhar bem mais que eu,quando me apercebi mudei de area,hoje ganho o dobro que minha função anterior e com certeza 40 % a mais que os vendedores ixpertos com qual trabalhei.Ouvindo um pouco da sua situação profissional me parece que sua area esta saturada,algo parecido ocorreu aqui ,quando todo mundo estudava Adm,Programação de CNC,e em seguida Analise de Sistemas/CComp.
Com excesso de profissionais o valor dos salarios cai.Minha cunhada ainda não tem Pos,e ja embolsa 3 salarios minimos,na area da Educação.
Falei demais,mas so querendo ajudar.Um abraçol
Já, já pensei há uns 3 anos e comecei um período de preparação para mestrado (estudar bastante, pegar ritmo de leitura, lapidar um objeto de estudo, tudo isso trabalhando 9 horas por dia e vivendo, então é um troço lento de se fazer). A questão não é nem financeira (é, também, porque a carreira acadêmica, por pior que esteja se tornando, ainda é melhor do que o mercado de trabalho dos comunicadores), mas mais de realização mesmo. Eu estaria melhor ganhando o que ganho, desde que fazendo algo que gosto, então estou atrás disso.
A minha área tá saturada mesmo. O que tem de jornalista desempregado, fazendo frila a preço de banana ou em agência de publicidade ganhando um conto e meio, não tá no gibi. Com todas essas mudanças estruturais na imprensa, migração pro digital, extinção de jornais, demissão de jornalistas etc., é cada vez mais difícil trabalhar com jornalismo mesmo - no marketing, tem um monte de trampo, mas os salários são uma piada e não há nenhuma possibilidade de ascensão, seja salarial ou de outro tipo. Então, tô fora, assim que der.
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Aqui em SP tá a mesma coisa pra quem é do jornalismo...
Breno_Barnabe- Membro
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Re: R.I.P CLT
Willian Casagrande escreveu:NETOULTRA escreveu:
Com todo o respeito do mundo, não sei sua área de atuação mas ou você abriu mão de remuneração por algo que gosta muito mas não dá dinheiro ou é um profissional bem mediano... Tenho um motoqueiro aqui na empresa que entrega gás o dia todo e todo mês tira 2k, a propósito ele é clt.... Esse cara não tem nem primeiro grau completo....
Outra coisa quando a gente tenta comparar o Brasil com algum país de primeiro mundo tentando aplicar o que tem de bom lá vcs dizem que não dá pra comparar Brasil com EUA... Quando é algo de ruim, a comparação é justa... Confuso....
Sou jornalista, mas atualmente trabalho com marketing digital. A remuneração média para um profissional de agência de marketing digital, no início, aqui em Londrina, é de 1000 a 1500 pilas. Há agências em São Paulo pagando 2 mil reais para formados em comunicação social trabalharem 44 horas por semana, e não são poucas. Conheço, inclusive, designers que começaram ganhando isso, que é um salário de empregada doméstica na capital do Estado. Com todo o respeito às duas profissões, foi só uma comparação nível de estudo formal/salário, que aliás explica que esse parâmetro às vezes falha.
Se eu sou mediano ou não? Não sei, acho que sim, então eu ganho o que a média ganha. I.e, menos de dois mínimos. Mas, curiosamente, tenho dezenas de conhecidos que trabalham em agências e ganham a mesma coisa, talvez menos. Então, não creio ser uma questão de mérito, senão todos seriam medianos, o que é muito pouco provável. Conheci profissionais ótimos que ficaram 20 anos numa redação, aí trabalhando como jornalistas, e que nunca ganharam um aumento na vida e, lá pelas tantas dos 40 anos de idade, foram demitidos. O fato de serem bons profissionais (um deles o melhor repórter de política da cidade) não significou absolutamente nada nessa hora.
Então, a competência/nível de escolarização não tem uma relação imediata com preço da força de trabalho. Há trabalhadores muito mal remunerados, como professores secundaristas e de Ensino Básico, que recebem o mesmo que eu, talvez um pouco mais, para uma jornada semanal de 20h, sem contar o planejamento de aulas e tudo mais; por ouro lado, a maioria dos profissionais que recebe os maiores salários tem alto nível de formação, são mais intelectualizados etc.
O meu novo vizinho também entrega gás e com certeza ganha mais do que eu ganho. Meus pais são funcionários públicos, não fizeram curso superior e ganham 3 vezes o que eu ganho, pra mais. Esse parâmetro é tão frouxo que eu poderia ficar o dia inteiro aqui dando exemplos incongruentes. E é frouxo não porque está errado, mas porque não dá conta de explicar tudo.
Obs: eu não abri mão de remuneração e nem trabalho com algo que gosto, mas sim com algo que me emprega. Eu fiquei um ano tentando emprego em redação, que era onde eu achava que conseguiria me estabelecer, tanto financeiramente quanto por gostar do que fazia à época, e não consegui. A propósito, o discurso do mérito, da meritocracia, é a ideologia perfeita para as pessoas, ferradas pela vida cotidiana, acreditarem o fracasso dos pobres é sempre individual, não diz respeito a mais nada.
Entendo, mas apenas para deixar claro foi você que tentou criar uma relação Títulos x Remuneração quando falou que era Graduado e Pós Graduado e não ganhava 2 mínimos.... Outra coisa uma pessoa que trabalha 20 anos em um lugar e nunca ganhou um aumento na minha opnião é muito acomodado... O problema é que as pessoas ( muitas delas ) não querem pagar o preço, se arriscar, buscar uma renda extra, inovar... Elas querem ficar ali no feijão com arroz a espera de um milagre que nunca vai acontecer... Fui executivo de uma grande empresa durante 14 anos, hoje sou um pequeno empresário ( emprego 10 pessoas ) mas afirmo com toda certeza, o mercado ta cheio de oportunidades... Eu mesmo tenho 2 vagas em aberto e não consigo encontrar gente que queira trabalhar de verdade... As pessoas querem um emprego que ajude elas a pagar as contas e com o mínimo de esforço possível, esse tipo de gente comigo não dá.
Enquanto era funcionário me dediquei ao máximo, mudei de estado 3 vezes por causa da empresa, viajava aos domingos, trabalhava 12 hrs por dia muitas vezes, cuidava da empresa como se fosse minha, sempre fiz muito além do que era minha obrigação, comecei trabalhando dentro da cozinha e fui promovido mais de 10 vezes em 14 anos... Será coincidência? Nesse mesmo período passaram dezenas de colegas de trabalho que me chamavam de besta, babão, que ficaram alguns meses na empresa e hoje estão do mesmo jeito de algum tempo atrás... Nunca tive padrinho e cresci por meus esforços então posso afirmar que pelo menos pra mim a Meritocracia funciona, ela é pra todos? Óbvio que não, nem na natureza é... Nos Estados Unidos tem gente quebrando como tem gente Crescendo na África... Jogar a responsabilidade da minha vida na mão do governo é algo que eu particularmente nunca fiz... Mas enfim...
NETOULTRA- Membro
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Re: R.I.P CLT
NETOULTRA escreveu:
Entendo, mas apenas para deixar claro foi você que tentou criar uma relação Títulos x Remuneração quando falou que era Graduado e Pós Graduado e não ganhava 2 mínimos.... Outra coisa uma pessoa que trabalha 20 anos em um lugar e nunca ganhou um aumento na minha opnião é muito acomodado... O problema é que as pessoas ( muitas delas ) não querem pagar o preço, se arriscar, buscar uma renda extra, inovar... Elas querem ficar ali no feijão com arroz a espera de um milagre que nunca vai acontecer... Fui executivo de uma grande empresa durante 14 anos, hoje sou um pequeno empresário ( emprego 10 pessoas ) mas afirmo com toda certeza, o mercado ta cheio de oportunidades... Eu mesmo tenho 2 vagas em aberto e não consigo encontrar gente que queira trabalhar de verdade... As pessoas querem um emprego que ajude elas a pagar as contas e com o mínimo de esforço possível, esse tipo de gente comigo não dá.
Enquanto era funcionário me dediquei ao máximo, mudei de estado 3 vezes por causa da empresa, viajava aos domingos, trabalhava 12 hrs por dia muitas vezes, cuidava da empresa como se fosse minha, sempre fiz muito além do que era minha obrigação, comecei trabalhando dentro da cozinha e fui promovido mais de 10 vezes em 14 anos... Será coincidência? Nesse mesmo período passaram dezenas de colegas de trabalho que me chamavam de besta, babão, que ficaram alguns meses na empresa e hoje estão do mesmo jeito de algum tempo atrás... Nunca tive padrinho e cresci por meus esforços então posso afirmar que pelo menos pra mim a Meritocracia funciona, ela é pra todos? Óbvio que não, nem na natureza é... Nos Estados Unidos tem gente quebrando como tem gente Crescendo na África... Jogar a responsabilidade da minha vida na mão do governo é algo que eu particularmente nunca fiz... Mas enfim...
Eu usei a minha própria situação de exemplo pra demonstrar que essa relação não é imediata e, também, pra dizer que isso traz um bocado de frustração pra muitas pessoas, como no meu caso.
Esse jornalista em específico que eu citei recebia anuênios, que é o tipo de "aumento" ratificado por acordo trabalhista envolvendo sindicato dos trabalhadores e patrões na área. Ou seja, é um aumento concedido já levando embutido a inflação, então é basicamente um reajuste. Parece que você desconhece o mercado de trabalho dos jornalistas pra achar incomum alguém trabalhar 20 anos e não receber aumento, nem ser promovido (o que às vezes nem significa aumento salarial, e se ele vem é muitas vezes irrosório para o tanto de trabalho e responsabilidade que se recebe). Não é incomum, assim como não é incomum ser um professor secundarista a vida inteira e, com 60 anos de trabalho e 35 de carreira, já no topo, receber 4 ou 5 mil reais antes de aposentar (aí, o salário cai de novo, ou pelo menos caía com o fator previdenciário).
E dizer que a"meritocracia" é ideologia pras pessoas aceitarem a exploração e suas condições de vida de m* não significa que não há esforço pessoal. Aliás, há, e ele sempre faz a diferença, de uma forma ou de outra. Senão, a vida seria um continuum de determinismos, com pobres sendo pobres sempre e ricos sendo ricos sempre, sendo que, no capitalismo, a mobilidade social é evidente, ainda que limitada, muitas vezes. Só que não é essa a função dessa ideologia. Ela opera na eliminação de algo de responsabilidade coletiva pelo sucesso de uns e fracasso de muitos outros e mascara que uma coisa depende da outra. Sempre foi assim. O sucesso da empresa onde eu trabalho depende do trabalho social e médio de todos os trabalhadores, assim como da gerência do patrão, mas não há equivalência entre as partes no sentido de receber por esse sucesso. Você acabou de afirmar: "ela não é para todos". Pois é, nunca vai ser, não tem como ser, por mais que todos se esforcem. E o que a meritocracia diz? "Problema é seu, se vire". E as pessoas se viram aí, no dia-a-dia, como sempre se viraram, subindo na vida, descendo etc.
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Willian Casagrande escreveu: Você acabou de afirmar: "ela não é para todos". Pois é, nunca vai ser, não tem como ser, por mais que todos se esforcem. E o que a meritocracia diz? "Problema é seu, se vire". E as pessoas se viram aí, no dia-a-dia, como sempre se viraram, subindo na vida, descendo etc.
Já que o problema é meu, eu vou tentar resolver ao invés de ficar pensando o quanto a vida é injusta ou como o Temer tá acabando com o país ( e ele tá mesmo )... A questão é que todos os problemas vividos no brasil/mundo são dados de um problema... Não vão mudar, muito menos ficar melhor... O Sistema é regressivo, cada vez vai ficar pior, mas e aí fazer o quê? Eu prefiro me adaptar a ele da forma que for, não significa que será fácil e nem muito prazeroso mas fazer o que? EU prefiro fazer minha correria de 14 hrs por dia a ter que ficar conformado com o quanto o mundo é injusto e o governo não colabora.. Mas como falei, cada um vê as coisas de um jeito...
NETOULTRA- Membro
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Re: R.I.P CLT
NETOULTRA escreveu:
Já que o problema é meu, eu vou tentar resolver ao invés de ficar pensando o quanto a vida é injusta ou como o Temer tá acabando com o país ( e ele tá mesmo )... A questão é que todos os problemas vividos no brasil/mundo são dados de um problema... Não vão mudar, muito menos ficar melhor... O Sistema é regressivo, cada vez vai ficar pior, mas e aí fazer o quê? Eu prefiro me adaptar a ele da forma que for, não significa que será fácil e nem muito prazeroso mas fazer o que? EU prefiro fazer minha correria de 14 hrs por dia a ter que ficar conformado com o quanto o mundo é injusto e o governo não colabora.. Mas como falei, cada um vê as coisas de um jeito...
Ok. Você prefere navegar nesse sentido, no ritmo dessa ideologia; eu, não, mas está funcionando assim, desse jeito aí que cê descreveu.
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Então não é nada segurar a espiral de queda sem fim em que o país se encontrava, agora setores da economia dão sinais de melhora, fim da pelegada dos sindicatos, maior segurança jurídica na justiça do trabalho, reformas para gerar emprego sem extinguir nenhum direito trabalhista, redução da inflação causada por tanto crédito que o governo petista injetava no mercado…
O trabalhador é beneficiado com emprego e boa remuneração, não com ‘direitos’ trabalhistas que minam a geração de empregos e desenvolvimento. Enquanto isso, num distante país não existem férias, nem 13º, nem FGTS, nem seguro desemprego, e só as pessoas do mundo todo querem ir pra lá, as que querem trabalhar lógico, pois quem gosta de viver às custas de seguro desemprego vai defendendo mesmo essa loucura que é isso daqui…
E malabarismo intelectual é colocar a culpa nas oligarquias rurais, que são dos idos de 1930, fechando os olhos para os estragos que os progressistas fizeram no país durante os anos de governo petista. E tudo sob o manto de uma pseudo-ciência, oferecem como ciência aquilo que ela não pode proporcionar! Pois eventos históricos sempre admitem várias interpretações, notadamente quando envolvem conflitos, e obviamente, as partes em disputa têm divergentes pontos de vista sobre os acontecimentos e farão deles relatos desiguais.
O trabalhador é beneficiado com emprego e boa remuneração, não com ‘direitos’ trabalhistas que minam a geração de empregos e desenvolvimento. Enquanto isso, num distante país não existem férias, nem 13º, nem FGTS, nem seguro desemprego, e só as pessoas do mundo todo querem ir pra lá, as que querem trabalhar lógico, pois quem gosta de viver às custas de seguro desemprego vai defendendo mesmo essa loucura que é isso daqui…
E malabarismo intelectual é colocar a culpa nas oligarquias rurais, que são dos idos de 1930, fechando os olhos para os estragos que os progressistas fizeram no país durante os anos de governo petista. E tudo sob o manto de uma pseudo-ciência, oferecem como ciência aquilo que ela não pode proporcionar! Pois eventos históricos sempre admitem várias interpretações, notadamente quando envolvem conflitos, e obviamente, as partes em disputa têm divergentes pontos de vista sobre os acontecimentos e farão deles relatos desiguais.
rafacar- Membro
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Localização : Eu moro aqui, você mora ali.
Re: R.I.P CLT
Cite 1 país (nem 5, nem 10, nem 20, 1 só tá bom) que fez uma reforma trabalhista e aumentou os salários da população no geral. Só 1 tá bom.
E outra, a inflação não aumenta por causa da concessão de crédito pra consumo interno. O mercado interno no Brasil sempre foi, isso desde antes dos governos do PT, uma desgraça. Por isso que o pessoal do ISEB, da USP e etc. se debatia, lá nos anos 50/60, em entender como implantar o capitalismo modernizado num país desses, que tinha um consumo tão pífio. A inflação é alta porque a dívida pública é alta. A taxa de juros é alta porque a dívida pública é alta. Se você observar a curva de crescimento da inflação nos anos 1990/2000/2010 e sobrepor essa curva ao crescimento da dívida pública (FHC saiu do governo, estava em 400 bi; Lula saiu e estava em 1 tri; Dilma saiu e estava em quase 4 tri), verá que uma coisa puxa a outra.
Portanto, não vem com esse tro-lo-ló midiático de dizer que a população, parcelando geladeira, fogão e carro popular em 80x, que são bens salariais em qualquer país desenvolvido, está aumentando a inflação. Isso é mentira.
E outra, a inflação não aumenta por causa da concessão de crédito pra consumo interno. O mercado interno no Brasil sempre foi, isso desde antes dos governos do PT, uma desgraça. Por isso que o pessoal do ISEB, da USP e etc. se debatia, lá nos anos 50/60, em entender como implantar o capitalismo modernizado num país desses, que tinha um consumo tão pífio. A inflação é alta porque a dívida pública é alta. A taxa de juros é alta porque a dívida pública é alta. Se você observar a curva de crescimento da inflação nos anos 1990/2000/2010 e sobrepor essa curva ao crescimento da dívida pública (FHC saiu do governo, estava em 400 bi; Lula saiu e estava em 1 tri; Dilma saiu e estava em quase 4 tri), verá que uma coisa puxa a outra.
Portanto, não vem com esse tro-lo-ló midiático de dizer que a população, parcelando geladeira, fogão e carro popular em 80x, que são bens salariais em qualquer país desenvolvido, está aumentando a inflação. Isso é mentira.
Willian Casagrande- Membro
- Mensagens : 3676
Localização : Londrina/PR
Re: R.I.P CLT
As diferenças entre Brasil e Estados Unidos são inúmeras. Cultura, história, tradição, tecnologia, desenvolvimento, tamanho da economia, etc., etc, etc.
Como pode-se imaginar que adotando leis trabalhistas iguais às deles nós nos tornaríamos iguais no resto?
Voltamos ao tempo do "o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil"?
Parece até que adotando relações trabalhistas americanas poderíamos concorrer com os americanos, ou adotando relações chinesas poderíamos concorrer com a China.
Acho que o buraco é muito mais embaixo.
Como pode-se imaginar que adotando leis trabalhistas iguais às deles nós nos tornaríamos iguais no resto?
Voltamos ao tempo do "o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil"?
Parece até que adotando relações trabalhistas americanas poderíamos concorrer com os americanos, ou adotando relações chinesas poderíamos concorrer com a China.
Acho que o buraco é muito mais embaixo.
Normando Neto- Membro
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Localização : Jacobina - Bahia
Re: R.I.P CLT
^ Pois é. E nem é tudo lindo e maravilho como nos fazem crer. O número de greves nos EUA tem aumentado muito nos últimos anos, por conta da precarização do trabalho. Teve até um dai de greves de imigrantes contra as medidas tomadas pelo Trump: http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-02/um-dia-sem-imigrantes-paralisa-empresas-e-servicos-nos-eua
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Chegando tarde, mas gostaria de deixar algumas considerações.
No caso em discussão, na minha opinião, o problema continuará sendo o mesmo de antes, falta seriedade de ambas as partes (empregador e empregado), bem como a total ausência de fiscalização.
A lei vigente - excluindo o paternalismo do judiciário trabalhista - pouco importa, as coisas continuam sendo feitas as avessas. No Brasil tem lei que 'pega' e lei que não! Isso não pode dar certo.
Quanto ao acidente de trabalho, no caso do home office, em tese, pouco muda, pois o acidente de trabalho ou o afastamento por doença continua garantindo benefício ao empregado. O acidente de trabalho - segundo sei - é o preferido do INSS, pois na verdade ele acarreta aumento de contribuição previdenciária da empresa - que varia entre 1,5% a 6% (RAT/FAP). O controle de jornada é dever do empregador, então, se ele não tiver como provar, terá que pagar hora extra nestes casos também.
A jornada 12x36 existe há tempos, sem previsão legal e, não raro, foi invalidada pelo judiciário. Aqui haveria a necessidade de se assegurar segurança a todos.
Alguns pontos mereciam uma atenção da legislação, já antiga e omissa em alguns casos. Também acho válido o argumento que deveria ter sido alvo de maior debate e reflexão, pois não ficou de bom grado. Mas, somos um povo totalmente omisso quanto às nossas obrigações como cidadão, sempre fomos. Seguimos o lema da vaca (ou algo do gênero) que é: "cagando e andando".
Que a reforma foi elaborada pelo empresariado, acredito que sim, mas eu acho que a seriedade das partes, e severa fiscalização, é que faz a diferença na relação. O problema é, como já dito, aquele empregador que faz errado, continuará fazendo, como da mesma forma o empregado que não age de forma correta, que manterá o modus operandi, e, lá na poltrona, os órgãos de fiscalização, sempre omissos.
No caso em discussão, na minha opinião, o problema continuará sendo o mesmo de antes, falta seriedade de ambas as partes (empregador e empregado), bem como a total ausência de fiscalização.
A lei vigente - excluindo o paternalismo do judiciário trabalhista - pouco importa, as coisas continuam sendo feitas as avessas. No Brasil tem lei que 'pega' e lei que não! Isso não pode dar certo.
Quanto ao acidente de trabalho, no caso do home office, em tese, pouco muda, pois o acidente de trabalho ou o afastamento por doença continua garantindo benefício ao empregado. O acidente de trabalho - segundo sei - é o preferido do INSS, pois na verdade ele acarreta aumento de contribuição previdenciária da empresa - que varia entre 1,5% a 6% (RAT/FAP). O controle de jornada é dever do empregador, então, se ele não tiver como provar, terá que pagar hora extra nestes casos também.
A jornada 12x36 existe há tempos, sem previsão legal e, não raro, foi invalidada pelo judiciário. Aqui haveria a necessidade de se assegurar segurança a todos.
Alguns pontos mereciam uma atenção da legislação, já antiga e omissa em alguns casos. Também acho válido o argumento que deveria ter sido alvo de maior debate e reflexão, pois não ficou de bom grado. Mas, somos um povo totalmente omisso quanto às nossas obrigações como cidadão, sempre fomos. Seguimos o lema da vaca (ou algo do gênero) que é: "cagando e andando".
Que a reforma foi elaborada pelo empresariado, acredito que sim, mas eu acho que a seriedade das partes, e severa fiscalização, é que faz a diferença na relação. O problema é, como já dito, aquele empregador que faz errado, continuará fazendo, como da mesma forma o empregado que não age de forma correta, que manterá o modus operandi, e, lá na poltrona, os órgãos de fiscalização, sempre omissos.
Bastiao- Membro
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Re: R.I.P CLT
Bastiao escreveu:No caso em discussão, na minha opinião, o problema continuará sendo o mesmo de antes, falta seriedade de ambas as partes (empregador e empregado), bem como a total ausência de fiscalização.
A lei vigente - excluindo o paternalismo do judiciário trabalhista - pouco importa, as coisas continuam sendo feitas as avessas. No Brasil tem lei que 'pega' e lei que não! Isso não pode dar certo.
Não é "pouco importa". A lei é uma expressão desses conflitos entre trabalho e capital, então se eu consigo uma lei que resguarde os direitos do trabalho, eu consigo alguma coisa. Se eu tenho um conjunto de reformas que degradam as condições de trabalho e reconfiguram as formas de trabalho legalizado de forma regressiva, eu tenho uma derrota, como trabalhador. Pode muito bem ser que as leis não sejam fiscalizadas, não sejam cumpridas etc., mas se não fosse uma lei que batesse o martelo sobre 44 horas semanais, e não 60 horas, trabalharíamos 60 horas.
Quanto ao acidente de trabalho, no caso do home office, em tese, pouco muda, pois o acidente de trabalho ou o afastamento por doença continua garantindo benefício ao empregado. O acidente de trabalho - segundo sei - é o preferido do INSS, pois na verdade ele acarreta aumento de contribuição previdenciária da empresa - que varia entre 1,5% a 6% (RAT/FAP). O controle de jornada é dever do empregador, então, se ele não tiver como provar, terá que pagar hora extra nestes casos também.
Não há diferença entre tempo de trabalho/tempo de não-trabalho quando se faz home office. Você pode até cronometrar suas 8 horas no escritório da sua casa, mas, para o patrão, você vai fazer 8 horas, sem hora extra, mesmo que você trabalhe 10 horas, o que não é difícil quando se faz home office (trabalhar mais ou menos de acordo com o dia). Então, a propensão a se trabalhar mais é maior, devido à ausência de barreiras espaciais entre o local de trabalho e o local de descanso. Logo, se há uma mistura espacial entre duas esferas da vida (trabalho e não-trabalho), comprovar acidentes de trabalho/doenças provenientes do trabalho dentro do seu âmbito privado é muito mais difícil. Não tem nenhum gerente, que assume a função de fiscalização do seu trabalho, na sua casa. Se já é difícil você comprovar doença crônica, seja qual for, como doença laboral quando está cumprindo horário na empresa (ou seja, quando todo mundo sabe que você está lá, todo dia, digitando das 8h às 18h e contraiu uma tendinose por isso, sei lá), imagine em casa.
A jornada 12x36 existe há tempos, sem previsão legal e, não raro, foi invalidada pelo judiciário. Aqui haveria a necessidade de se assegurar segurança a todos.
Ok. Teria que ler melhor isso, mas a princípio me parece um rearranjo em cima do que já existia mesmo.
Alguns pontos mereciam uma atenção da legislação, já antiga e omissa em alguns casos. Também acho válido o argumento que deveria ter sido alvo de maior debate e reflexão, pois não ficou de bom grado. Mas, somos um povo totalmente omisso quanto às nossas obrigações como cidadão, sempre fomos. Seguimos o lema da vaca (ou algo do gênero) que é: "cagando e andando".
Isso não foi debatido com ninguém. Foi uma canetada, que não teve participação nem das centrais pelegas, quanto mais das que não são, e menos ainda dos trabalhadores comuns. Mas, faz parte do golpe institucionalizado que estamos vivendo: os caras tinham alguns meses pra reformar a grande maioria das leis que afetam severamente a população brasileira (reformas previdenciária, trabalhista, tributária etc.) e vão fazer tudo isso à canetada, rápido, sem ouvir ninguém, no grito. Já viram a matéria do Valor de uns dois dias atrás que sugeria o cancelamento das eleições de 2018 para que as reformas andassem? É a isso que me refiro: para a reforma urgente do capitalismo em crise, dentro da qual a nossa pele vai ser arrancada, tanto melhor se não tiver democracia, nem mesmo a mais aparente instituição democrática, que é o voto. Se for pra passar por cima, passam. Não tem segredo e nem lei que ajuda nesse caso.
Que a reforma foi elaborada pelo empresariado, acredito que sim, mas eu acho que a seriedade das partes, e severa fiscalização, é que faz a diferença na relação. O problema é, como já dito, aquele empregador que faz errado, continuará fazendo, como da mesma forma o empregado que não age de forma correta, que manterá o modus operandi, e, lá na poltrona, os órgãos de fiscalização, sempre omissos.
Seguir a letra de uma lei que nos ferra enquanto trabalhadores é ratificá-la, só isso. Não vai ser melhor só por isso. A gente tem uma tara na fiscalização da lei, como se a lei fosse um espírito que pairasse sobre nossas cabeças, ditando como a gente deve fazer. Nós fazemos a lei, de acordo com o conflito entre as classes, e essa lei geralmente favorece a manutenção e reprodução da propriedade privada, já que o Estado é burguês desde que a burguesia o tomou para si, há mais de 200 anos. Então, claro que o empresariado é que fez essa reforma, assim como os bancos e fundos privados de investimento em aposentadoria fizeram a da previdência. Só ir atrás de quem são os conselheiros dos ministros, com quem eles se reúnem.
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Se a tal "reforma" foi elaborada por um governo corrupto e ilegítimo e um congresso formado em sua maioria por pilantras , e, se não ouve participação de 90% da população afetada (e prejudicada), isso que eles chamam de "reforma", não passa de um golpe, uma medida discricionária.
Reformas e modernizações são necessárias, mas há sempre que perguntar como são feitas e a quem interessa...
Reformas e modernizações são necessárias, mas há sempre que perguntar como são feitas e a quem interessa...
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: R.I.P CLT
Mauricio Luiz Bertola escreveu:Se a tal "reforma" foi elaborada por um governo corrupto e ilegítimo e um congresso formado em sua maioria por pilantras , e, se não ouve participação de 90% da população afetada (e prejudicada), isso que eles chamam de "reforma", não passa de um golpe, uma medida discricionária.
Reformas e modernizações são necessárias, mas há sempre que perguntar como são feitas e a quem interessa...
Sim, é isso.
Mas, pensemos: num país em que o simples fato de se posicionar a favor de uma medida de impulsionamento do capitalismo modernizante, que é a reforma agrária, é coisa de "socialista", o que dizer? Vai lá perguntar para os americanos e ingleses que fizeram reforma agrária nos séculos XVIII e XIX se eles estavam pensando em socialismo. Se não tivesse reforma agrária, não teria alimento barato, não diminuiriam o valor da força de trabalho (que é o que a gente precisa pra se reproduzir enquanto força de trabalho, só isso), não se especializariam em produção de manufaturas e não liderariam na divisão mundial do trabalho, enquanto a gente e o resto dos periféricos está imerso no latifúndio, na importação de primários etc. A gente não conseguiu fazer nem o básico justamente porque lá fora, nos países centrais capitalistas, eles fizeram, se desenvolveram, exportam tecnologia, têm salários altos etc. Aí, da-lhe reforma, precarização, porcarias pra gente etc. Mas, lá tá rolando também, ninguém se salva...
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Willian Casagrande escreveu:Cite 1 país (nem 5, nem 10, nem 20, 1 só tá bom) que fez uma reforma trabalhista e aumentou os salários da população no geral. Só 1 tá bom.
E outra, a inflação não aumenta por causa da concessão de crédito pra consumo interno. O mercado interno no Brasil sempre foi, isso desde antes dos governos do PT, uma desgraça. Por isso que o pessoal do ISEB, da USP e etc. se debatia, lá nos anos 50/60, em entender como implantar o capitalismo modernizado num país desses, que tinha um consumo tão pífio. A inflação é alta porque a dívida pública é alta. A taxa de juros é alta porque a dívida pública é alta. Se você observar a curva de crescimento da inflação nos anos 1990/2000/2010 e sobrepor essa curva ao crescimento da dívida pública (FHC saiu do governo, estava em 400 bi; Lula saiu e estava em 1 tri; Dilma saiu e estava em quase 4 tri), verá que uma coisa puxa a outra.
Portanto, não vem com esse tro-lo-ló midiático de dizer que a população, parcelando geladeira, fogão e carro popular em 80x, que são bens salariais em qualquer país desenvolvido, está aumentando a inflação. Isso é mentira.
Muito desonesto de sua parte insinuar que eu disse coisa que não disse da parcelinha do carnê de 100 pila do povão.
Concessão de crédito gera inflação principalmente quando são BILHÕES, repito BILHÕES, para Joesley, Odebrecht, Eike, financiamento de obras públicas inclusive no exterior, expansão desenfreada do mercado imobiliário, supersalários e super-aposentadorias para o funcionalismo público, e a impressora de dinheiro comendo solta pra suportar isso, tudo que a corja progressista adora da cartilha ideológica nefasta do keynesianismo.
E quem é prejudicado por tudo isso que o PT e seus progressistas keynesianos promoveram? Quem mais é prejudicado são os pobres. Mas como sempre vem aquele tró-ló-ló universitário colocando a culpa no "capetalismo".
PS.: De reformas trabalhistas tão superficiais como a que ocorreu não esperem grandes resultados mesmo, pois de relevante mesmo só o fim da contribuição para a máfia sindical, deve vir daí tamanho chororô husa hua hsuas haus ahushaus huas
rafacar- Membro
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Localização : Eu moro aqui, você mora ali.
Re: R.I.P CLT
^ Tá bom. Tô esperando sua resposta ainda: 1 país que fez reforma trabalhista e aumentou os salários da população em geral.
Willian Casagrande- Membro
- Mensagens : 3676
Localização : Londrina/PR
Re: R.I.P CLT
rafacar escreveu:
Muito desonesto de sua parte insinuar que eu disse coisa que não disse da parcelinha do carnê de 100 pila do povão.
Concessão de crédito gera inflação principalmente quando são BILHÕES, repito BILHÕES, para Joesley, Odebrecht, Eike, financiamento de obras públicas inclusive no exterior, expansão desenfreada do mercado imobiliário, supersalários e super-aposentadorias para o funcionalismo público, e a impressora de dinheiro comendo solta pra suportar isso, tudo que a corja progressista adora da cartilha ideológica nefasta do keynesianismo.
Bilhões que geralmente vão para os mesmos financiadores de campanha de sempre, as mesmas empreiteiras de sempre, desde a ditadura civil-militar. Tudo isso aí que cê citou foi um projeto de "desenvolvimentismo" de novo tipo que a burguesia nacional e o PT abraçaram, que foi ótimo para as construtoras, que inclusive apoiaram o negócio. Nada disso quebrou país nenhum. Financiamento de obras públicas no exterior é um mecanismo de manutenção do subimperialismo brasileiro, ou você acha que a gente vai na Bolívia instalar unidade da Petrobrás, ou na África, pra perder dinheiro? Cara, o Brasil é uma potência regional, domina os outros países do subcontinente. Manda a ver na exploração da mão-de-obra e lucra um monte com essas obras, que a classe média estúpida acha que é um absurdo: "nooossa, porto em Cuba, não sei o que na Venezuela". Acorda, o capital não tem nacionalidade. Os maiores compradores do petróleo venezuelano são os EUA, os seja, o dinheiro dos EUA abasteceu o chavismo, então pra você os EUA são bolivarianos etc. Deixe de reducionismos, ou cê vai continuar reproduzindo essas asneiras até morrer.
E quem é prejudicado por tudo isso que o PT e seus progressistas keynesianos promoveram? Quem mais é prejudicado são os pobres. Mas como sempre vem aquele tró-ló-ló universitário colocando a culpa no "capetalismo".
PS.: De reformas trabalhistas tão superficiais como a que ocorreu não esperem grandes resultados mesmo, pois de relevante mesmo só o fim da contribuição para a máfia sindical, deve vir daí tamanho chororô husa hua hsuas haus ahushaus huas
Não acho que os mais prejudicados foram os pobres. É só ver a valorização real do salário mínimo, a diminuição brutal do mapa da fome etc. Tenho uma penca de críticas aos governos petistas, todas elas muito diferentes das suas, como o apassivamento total da classe trabalhadora, as políticas de aliança com meio mundo (afinal, governo se faz assim, e eles pagaram o preço e se atolaram em tudo que quem governa nesse esquemão daqui se atola).
Se foi tão superficial, porque a dificuldade pra aprovar? Se não muda nada, por que fez? Não adianta tapar com a peneira: essa reforma, assim como as outras que virão, serão uma desgraça única para os trabalhadores. Mas, não espero que cê entenda isso, né (aliás, nem sei porque perco meu tempo respondendo às suas provocações...)
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Willian Casagrande escreveu:^ Tá bom. Tô esperando sua resposta ainda: 1 país que fez reforma trabalhista e aumentou os salários da população em geral.
^Nunca saberemos a resposta. E ela não existe pelo simples fato de que a classe trabalhadora não tem com o que barganhar. É um jogo covarde, no qual você não tem chance de ganhar.
Eu acho engraçado porque o PT chegou ao poder em 2003, e é o culpado de toda essa m$%& que assola o país.
Eu ví crise de abastecimento, desemprego e inflação galopante no governo militar, depois com o Sarney, ví FHC entregar a Vale a preço de banana, ví gente da estirpe de Maluf, Moreira Franco e ACM manipulando, chantageando, tirando proveito.
Depois ví o PT (que de esquerda nem tinha muita coisa, mas isso nem importa) tomar um cheque mate da direita corrupta e drogada e ficar impossibilitado de governar, e por fim, um juiz corrupto e partidário fazendo o jogo do grande empresariado, afoito pelas vantagens prometidas no grande acordo firmado com os verdadeiros poderosos desse país.
A gente se engana porque quer...
Rico- Eterno Colaborador
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Re: R.I.P CLT
Bilhões que geralmente vão para os mesmos financiadores de campanha de sempre, as mesmas empreiteiras de sempre, desde a ditadura civil-militar. Tudo isso aí que cê citou foi um projeto de "desenvolvimentismo" de novo tipo que a burguesia nacional e o PT abraçaram, que foi ótimo para as construtoras, que inclusive apoiaram o negócio. Nada disso quebrou país nenhum. Financiamento de obras públicas no exterior é um mecanismo de manutenção do subimperialismo brasileiro, ou você acha que a gente vai na Bolívia instalar unidade da Petrobrás, ou na África, pra perder dinheiro? Cara, o Brasil é uma potência regional, domina os outros países do subcontinente. Manda a ver na exploração da mão-de-obra e lucra um monte com essas obras, que a classe média estúpida acha que é um absurdo: "nooossa, porto em Cuba, não sei o que na Venezuela". Acorda, o capital não tem nacionalidade. Os maiores compradores do petróleo venezuelano são os EUA, os seja, o dinheiro dos EUA abasteceu o chavismo, então pra você os EUA são bolivarianos etc. Deixe de reducionismos, ou cê vai continuar reproduzindo essas asneiras até morrer.
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Touché.
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Touché.
Rico- Eterno Colaborador
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Re: R.I.P CLT
E que política econômica keynesiana o PT implantou? Ou melhor, como é possível implantar uma política keynesiana num país periférico, de terceiro mundo, dependente? Esse negócio só existiu em meia dúzia de países, que elevaram seu gasto público em bilhões porque o capitalismo tava bombando com as guerras nos "30 anos dourados" - que só foram dourados pra quem morava nos States/Europa, porque aqui foi a mesma m* de sempre.
No auge das políticas econômicas keynesianas, essa meia dúzia de países ostentava um gasto público de 30%, 35% do PIB. Isso nunca aconteceu aqui, malemá chegamos nos 20% uma única vez na história desse país. Então, o Estado não é inchado, não gasta demais com o social, nem com salário, nem com nada, embora tenha um monte de apaniguado que ganhe uma fortuna mesmo e isso seja um horror. Se cês colocam na ponta do lápis juros da dívida (200 bi), amortizações (200 bi) e o próprio assalto legalizado que é a dívida (3.11 tri!) essa história de Joesley, Petrobras e porto em Cuba, por mais corrupção que tenha havido, vira conversa de boteco. É corrupção de varejo perto do naco de pele que tiram da gente todo dia.
No auge das políticas econômicas keynesianas, essa meia dúzia de países ostentava um gasto público de 30%, 35% do PIB. Isso nunca aconteceu aqui, malemá chegamos nos 20% uma única vez na história desse país. Então, o Estado não é inchado, não gasta demais com o social, nem com salário, nem com nada, embora tenha um monte de apaniguado que ganhe uma fortuna mesmo e isso seja um horror. Se cês colocam na ponta do lápis juros da dívida (200 bi), amortizações (200 bi) e o próprio assalto legalizado que é a dívida (3.11 tri!) essa história de Joesley, Petrobras e porto em Cuba, por mais corrupção que tenha havido, vira conversa de boteco. É corrupção de varejo perto do naco de pele que tiram da gente todo dia.
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Mauricio Luiz Bertola escreveu:Se a tal "reforma" foi elaborada por um governo corrupto e ilegítimo e um congresso formado em sua maioria por pilantras , e, se não ouve participação de 90% da população afetada (e prejudicada), isso que eles chamam de "reforma", não passa de um golpe, uma medida discricionária.
Reformas e modernizações são necessárias, mas há sempre que perguntar como são feitas e a quem interessa...
Perdão, mas se considerarmos tais adjetivos, especialmente nas casas legislativas, nunca tivemos uma lei válida. 😂
Bastiao- Membro
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Re: R.I.P CLT
Professor Bertola, na minha opinião, o PT só se elegeu pela ajuda dos partidos aliados, leia PMDB, somente se manteve no poder com a mesma ajuda, e só caiu porque perdeu este apoio.
O único golpe aplicado até pela classe política foi nos roubar o tempo todo, nunca importou o partido efetivamente.
Houve um "golpe" para eleger quem quer que seja, e um "golpe" para tirar quem quer que seja. O único interesse destes ilustres é sentar na cadeira de quem decide como vai ser a partilha. De resto, não há qualquer diferença.
O único golpe aplicado até pela classe política foi nos roubar o tempo todo, nunca importou o partido efetivamente.
Houve um "golpe" para eleger quem quer que seja, e um "golpe" para tirar quem quer que seja. O único interesse destes ilustres é sentar na cadeira de quem decide como vai ser a partilha. De resto, não há qualquer diferença.
Bastiao- Membro
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Re: R.I.P CLT
Bastiao escreveu:Professor Bertola, na minha opinião, o PT só se elegeu pela ajuda dos partidos aliados, leia PMDB, somente se manteve no poder com a mesma ajuda, e só caiu porque perdeu este apoio.
O único golpe aplicado até pela classe política foi nos roubar o tempo todo, nunca importou o partido efetivamente.
Houve um "golpe" para eleger quem quer que seja, e um "golpe" para tirar quem quer que seja. O único interesse destes ilustres é sentar na cadeira de quem decide como vai ser a partilha. De resto, não há qualquer diferença.
Discordo. Lula não foi eleito com golpe. Dilma também não. A associação com PMDB e demais partidos de direita foi feita sim, sob o argumento da governabilidade, mas não houve golpe ou tramóias naquelas eleições.
Houve golpe no período da ditadura militar. Houve maracutaia e sujeira na eleição do Collor. Houve mau uso do dinheiro público na eleição do FHC, e houve golpe no processo que afastou Dilma.
Não pense que venho aqui defender o PT, mas eu acho que seu argumento foi equivocado.
Rico- Eterno Colaborador
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Re: R.I.P CLT
^ Lula não foi eleito por conta das alianças que fez com os partidos de sempre. Foi eleito porque é uma liderança popular, a maior da história da esquerda no país. Isso não é pouca coisa, tanto que até hoje ele seria eleito, mesmo depois de todo o empenho em prendê-lo, cancelar direitos políticos, caçar o governo etc.
E "não há diferença" não existe. Estudando seriamente a política eleitoral brasileira, é fácil perceber quem é quem nos partidos, quem representa as burguesias aristocráticas (DE/PFL, PSDB, que são as viúvas da UDN), quem é o resto da socialdemocracia pelega (PC do B, PSB, parte do PT) e tudo mais. Se tudo nos aparece enquanto uma sujeira una e indivisível, é porque estamos vendo demais TV e lendo de menos a realidade.
Aliás, ninguém nunca me respondeu isso: se era a mesma coisa, por que Dilma não ficou? A resposta é: não é a mesma coisa e nunca será a mesma coisa. O PT não é um partido burguês, por mais que queira se comportar como tal. Por isso, foi expulso do consenso, tão logo não foi possível cumprir o que tinha de cumprir. As reformas não iam passar sob o governo do PT. Não havia como estabelecer um consenso desses entre centrais/movimentos sociais e esse desmanche social todo. Então, caíram.
E "não há diferença" não existe. Estudando seriamente a política eleitoral brasileira, é fácil perceber quem é quem nos partidos, quem representa as burguesias aristocráticas (DE/PFL, PSDB, que são as viúvas da UDN), quem é o resto da socialdemocracia pelega (PC do B, PSB, parte do PT) e tudo mais. Se tudo nos aparece enquanto uma sujeira una e indivisível, é porque estamos vendo demais TV e lendo de menos a realidade.
Aliás, ninguém nunca me respondeu isso: se era a mesma coisa, por que Dilma não ficou? A resposta é: não é a mesma coisa e nunca será a mesma coisa. O PT não é um partido burguês, por mais que queira se comportar como tal. Por isso, foi expulso do consenso, tão logo não foi possível cumprir o que tinha de cumprir. As reformas não iam passar sob o governo do PT. Não havia como estabelecer um consenso desses entre centrais/movimentos sociais e esse desmanche social todo. Então, caíram.
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Exatamente.Bastiao escreveu:Mauricio Luiz Bertola escreveu:Se a tal "reforma" foi elaborada por um governo corrupto e ilegítimo e um congresso formado em sua maioria por pilantras , e, se não ouve participação de 90% da população afetada (e prejudicada), isso que eles chamam de "reforma", não passa de um golpe, uma medida discricionária.
Reformas e modernizações são necessárias, mas há sempre que perguntar como são feitas e a quem interessa...
Perdão, mas se considerarmos tais adjetivos, especialmente nas casas legislativas, nunca tivemos uma lei válida. 😂
Meu atual trabalho de pesquisa na UFF, está relacionado á passagem do século XIX para o XX. Nele eu estudo a relação entre as Elites Empresariais e o Estado (seja ele Imperial ou Republicano - aliás, é nessa passagem mesma o foco). Nele, você observará como contratos, concessões, leis, regulamentos e etc tem "endereço certo", obtido vía armações e conchavos.
Aliás, se você quer sobre o mesmo tema, com recorte mais recente, recomendo que leia o livro do meu amigo Prof. Pedro Campos:
http://www.eduff.uff.br/index.php/livros/6-estranhas-catedrais-as-empreiteiras
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Localização : Niterói, RJ
Re: R.I.P CLT
Willian Casagrande escreveu:^ Tá bom. Tô esperando sua resposta ainda: 1 país que fez reforma trabalhista e aumentou os salários da população em geral.
Rico escreveu:Willian Casagrande escreveu:^ Tá bom. Tô esperando sua resposta ainda: 1 país que fez reforma trabalhista e aumentou os salários da população em geral.
^Nunca saberemos a resposta. E ela não existe pelo simples fato de que a classe trabalhadora não tem com o que barganhar. É um jogo covarde, no qual você não tem chance de ganhar.
Oi queridos,
Quem está desempregado quer emprego, aumento salarial é irrelevante para esse pessoal e diante de índices alarmantes de desemprego.
Enfim, a reforma trabalhista da França de 2012 reduziu o alarmante desemprego de 23,5% para 18,6%.
E a reforma trabalhista da Alemanha que fez parte do plano Hartz de 2002/2003, reduziu o desemprego que girava em 10%, e hoje a Alemanha vive um bom momento.
Ah, mas não foi erradicado o desemprego né!?!?. Ora, também não foi erradicada a legislação trabalhista. Foram só reformas superficiais.
Países com menor regramento trabalhista ainda continuam sendo os que oferecem melhores salários ao trabalhador, vide, EUA, Dinamarca, Suécia, Nova Zelândia, onde não se vê nem tamanha sindicalização e judicialização
Não é à toa não que os trabalhadores fogem das “melhores” leis trabalhistas.
Mas existe uma explicação. Países com leis trabalhistas muito rígidas são geralmente lugares ruins para se fazer negócio. Lucro é considerado pecado; empresários são tidos como vilões. Pouca gente se aventura a investir ou abrir vagas de trabalho em lugares assim.
Já os países onde as leis trabalhistas são mais leves costumam ter mais liberdade para empreender, tradição de respeito à propriedade, facilidade para investir e, por causa disso tudo, mais oportunidades para os pobres.
É a facilidade de fazer negócios, e não um punhado de palavras escritas no papel, que garante direitos e dignidade aos trabalhadores.
Encerro minha participação neste tópico por aqui, deixando-os livres para esquerdarem à vontade.
rafacar- Membro
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Localização : Eu moro aqui, você mora ali.
Re: R.I.P CLT
rafacar escreveu:Quem está desempregado quer emprego, aumento salarial é irrelevante para esse pessoal e diante de índices alarmantes de desemprego.
Não é. Quem está desempregado quer emprego que pague bem, não só emprego. A partir do momento em que está empregado, esse ex-desempregado já vai querer ganhar mais do que ganha, que via de regra é uma porcaria.
Enfim, a reforma trabalhista da França de 2012 reduziu o alarmante desemprego de 23,5% para 18,6%.
E a reforma trabalhista da Alemanha que fez parte do plano Hartz de 2002/2003, reduziu o desemprego que girava em 10%, e hoje a Alemanha vive um bom momento.
Ah, mas não foi erradicado o desemprego né!?!?. Ora, também não foi erradicada a legislação trabalhista. Foram só reformas superficiais.
As reformas trabalhistas não vêm para não aumentar o índice de emprego, mas para aumentá-lo em um outro tipo de contrato mais precário, seja por terceirizações ou outros tipos de contratos piores. Vêm para diminuir a massa salarial e, assim, conseguir empregar mais com menos salário. É da dinâmica do capital, isso desde que ele existe, reduzir a participação do trabalho vivo na constituição do capital total (trabalho vivo é a nossa força de trabalho) para baixar o valor das mercadorias e, assim, aumentar o mais-valor e, consequentemente, o lucro, que tende a queda sempre. Por isso é mais rentável empregar máquinas e técnicas que aumentam a produção do que contratar, de modo que caímos no desemprego estrutural com as últimas revoluções tecnológicas e cibernéticas dos anos 70/80. Da mesma forma, é necessário valorizar o valor, então o emprego de técnicas, maquinários e insumos é primordial para os capitalistas competirem no mercado e oferecer mercadorias e serviços pelos menores preços (como afirmei, quanto mais se investe no capital morto, não-variável, mais se abaixa o valor das mercadorias porque o tempo de trabalho para criá-las é menor). Então, não há como uma reforma trabalhista, nos marcos do capitalismo hoje, aumentar salários ou melhoras as condições de trabalho, porque a necessidade é de diminuir o valor, aumentar a intensidade do trabalho, buscar contratos mais baratos para o capital e pagar menos remunerações. A massa salarial nos EUA diminuir drasticamente desde os anos 80, só pesquisar pra constatar.
Enfim, nunca disse que reformas trabalhistas não aumentam empregos, só que esses empregos tendem a ser mais precários, cada vez piores, por conta de um problema intrínseco ao modo de produção capitalista: a tendência à queda da taxa de lucro, o que produz as crises, as quais são saídas para solucionar o entrave da acumulação de capital. A forma de solucionar isso é uma só: diminuir a participação do trabalho vivo na composição orgânica do capital, e isso só se faz diminuindo a massa salarial e aumentando, na composição orgânica do capital, o trabalho mortificado em insumos, máquinas etc. (que não criam valor, por isso a contradição). Todo país faz isso, e todo mundo fará, porque a crise é sistêmica e não há outra alternativa nos marcos do capitalismo senão fazer reformas precarizantes.
Países com menor regramento trabalhista ainda continuam sendo os que oferecem melhores salários ao trabalhador, vide, EUA, Dinamarca, Suécia, Nova Zelândia, onde não se vê nem tamanha sindicalização e judicialização
Não é à toa não que os trabalhadores fogem das “melhores” leis trabalhistas.
Os EUA têm 25% do PIB mundial, ainda. Só conseguem ter altos salários por conta do imperialismo e porque espalhou multinacionais pelo mundo todo, de modo que consegue pagar 3 mil dólares/mês para um operário, 10x mais do que um operário ganha aqui. Isso não tem nada a ver com legislação trabalhista. Você citou os países escandinavos, que todo mundo sabe que historicamente têm uma vasta legislação trabalhista e social, mais a Nova Zelândia, que passou por uma reforma recentemente que aboliu uma série de direitos. Isso, como afirmei acima, está sendo demolido aos poucos em todos os cantos, porque é um entrave na acumulação de valor. Só que não dá pra comparar um país subdesenvolvido e periférico como o Brasil, exportador de produtos primários, desindustrializado, com um país pequeno, industrializado, exportador de tecnologia (que é mercadoria "topzera", feita por quem está no topo da divisão social do trabalho mundial) e, principalmente, muito menos desigual.
Ainda há estado social, embora menos, nos países da Oceania. A Austrália mesmo tem uma lei de proteção social às mães que dá um tempo bem grande para criar filhos sem trabalhar. Aqui no Brasil, a licença maternidade é de 4 meses, 6 no serviço público, enquanto lá é de mais de 2 anos, sendo que a mãe escolhe aderir ou não. Aqui, levando em conta o que é o Brasil historicamente, isso seria impensável.
Mas existe uma explicação. Países com leis trabalhistas muito rígidas são geralmente lugares ruins para se fazer negócio. Lucro é considerado pecado; empresários são tidos como vilões. Pouca gente se aventura a investir ou abrir vagas de trabalho em lugares assim.
Já os países onde as leis trabalhistas são mais leves costumam ter mais liberdade para empreender, tradição de respeito à propriedade, facilidade para investir e, por causa disso tudo, mais oportunidades para os pobres.
É a facilidade de fazer negócios, e não um punhado de palavras escritas no papel, que garante direitos e dignidade aos trabalhadores.
Bom era quando não tinha lei nenhuma, né, na primeira e parte da segunda metade do século XIX. Crianças trabalhando 12h por dia, adultos, umas 16h. Vê-se que existia uma total garantia de direitos para a população trabalhadora.
Sobre os países com mais leis trabalhistas serem ruins para negócios, é claro que são. A burguesia quer lucrar o máximo, e lei trabalhista, ambiental etc. atrapalha. Então, melhor ir onde não tem, né? Ou driblar as que existem, tanto que existe trabalho escravo até hoje no mundo.
Encerro minha participação neste tópico por aqui, deixando-os livres para esquerdarem à vontade.
Disponha
Willian Casagrande- Membro
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Re: R.I.P CLT
Willian Casagrande escreveu:rafacar escreveu:Quem está desempregado quer emprego, aumento salarial é irrelevante para esse pessoal e diante de índices alarmantes de desemprego.
Não é. Quem está desempregado quer emprego que pague bem, não só emprego. A partir do momento em que está empregado, esse ex-desempregado já vai querer ganhar mais do que ganha, que via de regra é uma porcaria.
Olha, eu discordo. Quem está desempregado, com filhos e endividado vai aceitar a primeira coisa que aparecer, pagando bem ou mal... Só quem já passou por isso sabe o quanto é desesperador.
Coder- Membro
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