Legna na fogueira...
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Legna na fogueira...
Olá a todos. Hoje vou começar a fazer algo que me diverte muito, ou seja "botar legna na fogueira", o que espero fazer com certa regularidade. O primeiro assunto a receber a honra do gesto é o tão desconhecido, estranho, amado, cobiçado, odiado, detestado... (rolo de tambores)...
braço desmontável!
Para quem acha que isso é novidade, algo "típico" do "distorcido" mundo moderno, vai uma foto de um baixo italiano de cerca de 1850, do Giuseppe Baldantoni, originalmente concebido com - pasme - braço desmontável E regulável...
Além do baixo ser simplesmente lindo, o sistema - apesar de rústico - é extremamente eficaz e funcional. Permite, além da desmontagem, regular a projeção do braço para dentro ou fora do instrumento, como o sistema que usei para o "Odessa".
Só gostaria de sublinhar uma coisa... 1850, galera! Novidade? Ah, mas não é mesmo.
braço desmontável!
Para quem acha que isso é novidade, algo "típico" do "distorcido" mundo moderno, vai uma foto de um baixo italiano de cerca de 1850, do Giuseppe Baldantoni, originalmente concebido com - pasme - braço desmontável E regulável...
Além do baixo ser simplesmente lindo, o sistema - apesar de rústico - é extremamente eficaz e funcional. Permite, além da desmontagem, regular a projeção do braço para dentro ou fora do instrumento, como o sistema que usei para o "Odessa".
Só gostaria de sublinhar uma coisa... 1850, galera! Novidade? Ah, mas não é mesmo.
Re: Legna na fogueira...
AndreaSpada escreveu:
(...) regular a projeção do braço para dentro ou fora do instrumento, como o sistema que usei para o "Odessa".
Não entendi essa parte, como seria isso?
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[ ]s Cláudio -- Por que Fretless? porque se Traste fosse bom não teria esse nome!
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Claudio- Membro
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Re: Legna na fogueira...
Olá, Claudio! É muito simples, porém é uma idéia genial. Você pode fazer com que o braço se projete mais ou menos para fora de seu encaixe, chegando mais ou menos próximos às cordas.
Dessa forma, é possível ajustar a ação do instrumento acompanhando as variações de clima. o resultado é parecido com o que se consegue alterando o ângulo do braço, mas dessa outra forma o pé do braço permanece em contato com o bloco em sua totalidade. Alguns dizem que o resultado acústico é melhor, mas eu já experimentei os dois tipos em um baixo meu e não consegui ver absolutamente nenhuma diferença. Eu desenvolvi também um protótipo que permite os dois tipos de regulágem em uma única instalação - meu contrabaixo acústico agendado para março, um "Saffirah", vai ter esse sistema.
Aliás, desculpa perguntar agora, mas esse é o lugar apropriado para esse tipo de assuntos, ou seria melhor colocar esse tópico em outro lugar? não tenho grande experiência em forums...
Grande abraço!
Dessa forma, é possível ajustar a ação do instrumento acompanhando as variações de clima. o resultado é parecido com o que se consegue alterando o ângulo do braço, mas dessa outra forma o pé do braço permanece em contato com o bloco em sua totalidade. Alguns dizem que o resultado acústico é melhor, mas eu já experimentei os dois tipos em um baixo meu e não consegui ver absolutamente nenhuma diferença. Eu desenvolvi também um protótipo que permite os dois tipos de regulágem em uma única instalação - meu contrabaixo acústico agendado para março, um "Saffirah", vai ter esse sistema.
Aliás, desculpa perguntar agora, mas esse é o lugar apropriado para esse tipo de assuntos, ou seria melhor colocar esse tópico em outro lugar? não tenho grande experiência em forums...
Grande abraço!
Re: Legna na fogueira...
AndreaSpada escreveu:Olá, Claudio! É muito simples, porém é uma idéia genial. Você pode fazer com que o braço se projete mais ou menos para fora de seu encaixe, chegando mais ou menos próximos às cordas.
Ahhh ok... estava imaginando que fosse algo desse tipo, mas como sou leigo/curioso no assunto, resolvi perguntar. Mas, pro caso de aproximar ou afastar as cordas do Espelho, não seria mais recomendável um Cavalete ajustável? pelo menos eu acho que, em termos de construção, daria menos trabalho não?
Outra coisa... quando você ajusta o braço pra frente a fim de aproximá-lo das cordas, você acaba "reduzindo" a área de contato do pé do braço com o corpo do instrumento, certo? se eu estiver correto, aí eu pergunto... esse movimento interfere em termos de transmissão de vibração entre corpo e braço, ou é algo imperceptível?
AndreaSpada escreveu:
Dessa forma, é possível ajustar a ação do instrumento acompanhando as variações de clima.
Como é essa relação ajustes/clima ?
AndreaSpada escreveu:
Aliás, desculpa perguntar agora, mas esse é o lugar apropriado para esse tipo de assuntos, ou seria melhor colocar esse tópico em outro lugar? não tenho grande experiência em forums...
Fique tranquilo, está no lugar correto sim, esse sub-fórum trata de assuntos ligados ao Contrabaixo Acústico.
Obrigado pelas respostas!
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Claudio- Membro
- Mensagens : 15413
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Re: Legna na fogueira...
1) Sim, um cavalete ajustável acaba fazendo o mesmo trabalho. É menos trabalhoso de se fazer sim, mas depende muito do gosto do fregues... eu já gostei muito de cavalete ajustáveis (excuindo o Damasco, todo meu baixo saiu do meu atelier com um cavalete regulável...), mas hoje em dia não morro de amores com essa solução. Com certeza, é bom ter uma ou outra solução, mas não as duas juntas. O baixo com o qual toco tem as duas, e na hora de desmontar-remontar, perco muito mais tempo regulando os pés do cavalete (que invariavelente mexem, rodam, etc...) do que encaixar o braço e afinar.
2) Não, a redução da área de contato é sempre muito pequea (muitas vezes na ordem de decimo de millimetros - no máximo 2mm), e não muda absolutamente nada em termos acusticos - nada mensurável, eu acredito, muito menos audível.
3) Relação ajuste/clima? Depende do gosto do músico, acho. Quanto mais calor, maior a ação das cordas, em geral. O oposto é verdadeiro, também.
Existem estudos bastante interessante sobre o funcionamento do braço e as implicações de um braço desmontável. Na época de Stradivari, os braços eram pregados ao corpo, por cima das faixas - nem mesmo entravam no bloco como hoje em dia.
2) Não, a redução da área de contato é sempre muito pequea (muitas vezes na ordem de decimo de millimetros - no máximo 2mm), e não muda absolutamente nada em termos acusticos - nada mensurável, eu acredito, muito menos audível.
3) Relação ajuste/clima? Depende do gosto do músico, acho. Quanto mais calor, maior a ação das cordas, em geral. O oposto é verdadeiro, também.
Existem estudos bastante interessante sobre o funcionamento do braço e as implicações de um braço desmontável. Na época de Stradivari, os braços eram pregados ao corpo, por cima das faixas - nem mesmo entravam no bloco como hoje em dia.
Re: Legna na fogueira...
E esse mudernoso Baldantoni aí é modelo violão! Cada vez gosto mais desse formato pra contrabaixos!
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www.myspace.com/grupoaguaviva
Re: Legna na fogueira...
Puxa vida, 1850 !
Sinceramente eu pensei que fosse atual essa solução.
Obrigado por compartilhar.
Sinceramente eu pensei que fosse atual essa solução.
Obrigado por compartilhar.
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Eduardo Malta
Clube do Contrabaixo Vertical #21 || Clube Hartke #18 || Clube da Voila Marques #28 || Clube Eliel Marcos Double Bass #4
edumalta- Membro
- Mensagens : 1083
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Re: Legna na fogueira...
AndreaSpada escreveu:1) Sim, um cavalete ajustável acaba fazendo o mesmo trabalho. É menos trabalhoso de se fazer sim, mas depende muito do gosto do fregues... eu já gostei muito de cavalete ajustáveis (excuindo o Damasco, todo meu baixo saiu do meu atelier com um cavalete regulável...), mas hoje em dia não morro de amores com essa solução. Com certeza, é bom ter uma ou outra solução, mas não as duas juntas. O baixo com o qual toco tem as duas, e na hora de desmontar-remontar, perco muito mais tempo regulando os pés do cavalete (que invariavelente mexem, rodam, etc...) do que encaixar o braço e afinar.
Sim, imagino que ter as duas soluções implantadas no mesmo instrumento acabe sendo muito mais trabalhoso do que prático.
Eu também não gosto de cavaletes ajustáveis, já experimentei e não curti... nas experiências que tive com o ajustável, o som do instrumento sofreu alterações perceptíveis.
Agora, me diz outra coisa...
Você não acha que o braço removível pode acabar reduzindo a vida útil das cordas em função de colocar e tirar tensão toda vez em que é necessário montar e desmontar o braço? isso não compromete a "elasticidade" e a afinação?
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Claudio- Membro
- Mensagens : 15413
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Re: Legna na fogueira...
Olha, dependendo das cordas sim, pode comprometer a vida util delas. Por exemplo, nada de Pirastro Obligato! Já quebrei várias desse jeito. Mas uma boa corda, por exemplo uma permanent, no caso das Pirastro, ou uma Thomastik da vida, se bem colocadas e cuidadas, não sofrem alteraçoes de nenhuma forma. Aliás, elas nem saem das cravelhas. Ficam presas por um simples sitema de correias ao próprio braço, como também o estandarte, e a remontagem se da em questão de minutos (de 3 a 5 minutos, não mais do que isso).
Re: Legna na fogueira...
Valeu Andrea, obrigado.
Eu não sou Luthier e nem tenho essa pretensão, mas da mesma forma acho que todo Baixista de Acústico deve estudar, pesquisar e conhecer as particularidades do instrumento e da sua construção... e isso eu faço de forma constante, estou sempre lendo e conversando com amigos Luthiers, e sem o menor receio de fazer perguntas, por mais simples que possam parecer. Fico bastante contente em ver que as respostas que você me deu estão dentro daquilo que leio e pesquiso.
Mais uma vez, obrigado!
Eu não sou Luthier e nem tenho essa pretensão, mas da mesma forma acho que todo Baixista de Acústico deve estudar, pesquisar e conhecer as particularidades do instrumento e da sua construção... e isso eu faço de forma constante, estou sempre lendo e conversando com amigos Luthiers, e sem o menor receio de fazer perguntas, por mais simples que possam parecer. Fico bastante contente em ver que as respostas que você me deu estão dentro daquilo que leio e pesquiso.
Mais uma vez, obrigado!
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Claudio- Membro
- Mensagens : 15413
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Re: Legna na fogueira...
AndreaSpada escreveu:... Mas uma boa corda, por exemplo uma permanent, no caso das Pirastro, ou uma Thomastik da vida, se bem colocadas e cuidadas, não sofrem alteraçoes de nenhuma forma...
Andrea, como "cuidar das cordas" nesse sistema que vc usa?
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Divida a ideia e multiplique o resultado: perguntas e respostas técnicas se tornam solidárias, se postadas em fórum aberto!
voilamarques.com
Re: Legna na fogueira...
Olá, simpatia! Estão lindos nessa foto!
Bom, como em tudo, o resultado final depende do começo. É importante colocar as cordas como eram colocadas as cordas de tripas... não é facil de explicar. Vou precisar achar ou produzir fotos e aí fazer um pequeno "tutorial" sobre a instalação das cordas. Aliás, isso me lembra tua idéia de um workshop para músicos sobre construção-manutenção-cuidados do contrabaixo, do ponto de vista de um lutier...
O que acha de pensarmos alguma coisa juntos a esse respeito?
Assim que me instalar no novo atelier, dentro de duas ou três semanas espero, vai ficar tudo mais fácil, pois teremos espaço para serestas e outros encontros.
Acho a idéia não só atraente como também estou vendo bastante necessária.
Que tal?
Bom, como em tudo, o resultado final depende do começo. É importante colocar as cordas como eram colocadas as cordas de tripas... não é facil de explicar. Vou precisar achar ou produzir fotos e aí fazer um pequeno "tutorial" sobre a instalação das cordas. Aliás, isso me lembra tua idéia de um workshop para músicos sobre construção-manutenção-cuidados do contrabaixo, do ponto de vista de um lutier...
O que acha de pensarmos alguma coisa juntos a esse respeito?
Assim que me instalar no novo atelier, dentro de duas ou três semanas espero, vai ficar tudo mais fácil, pois teremos espaço para serestas e outros encontros.
Acho a idéia não só atraente como também estou vendo bastante necessária.
Que tal?
Re: Legna na fogueira...
Obrigada, Andrea!!
Vou esperar as fotos, mas vc não sabe como, desde a semana passada, eu tenho pensado naquela nossa história de workshop de luteria e encontros contrabaixísticos!!...
Deve ser o tal do "transmimento de pensação", hahahaha!
Uau!! Acho a idéia de realmente pensarmos nisso juntos ótima! Não sei se vc sabe, mas adoro essas muvucas contrabaixísticas, hahaha!
Vou esperar as fotos, mas vc não sabe como, desde a semana passada, eu tenho pensado naquela nossa história de workshop de luteria e encontros contrabaixísticos!!...
Deve ser o tal do "transmimento de pensação", hahahaha!
Uau!! Acho a idéia de realmente pensarmos nisso juntos ótima! Não sei se vc sabe, mas adoro essas muvucas contrabaixísticas, hahaha!
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