Importância da influência familiar no gosto musical das pessoas.

De geração em geração.

Segundo o neurocientista Hauke Egermann (http://www.egermann.net/wp-content/uploads/2018/11/Review_Egermann_Parents_Influence.pdf), do Departamento de Música da Universidade de York, é possível influenciar a musicalidade dos filhos mas existe uma idade limite para essa influência: “a influência dos pais tende a ser mais eficaz durante o período crítico antes dos 10 anos, quando a puberdade começa”. Mais próximos da adolescência eles ficam mais avessos às preferências dos pais, preferindo seguir o gosto dos colegas.

Também segundo Egermann, a exposição a uma variedade maior de músicas está ligada, por meio de estudos acadêmicos, a resultados sociais positivos e maior aceitação à diversidade na vida adulta: "Ao tocar para as crianças uma variedade de gêneros antes da puberdade, eles se tornam adultos mais abertos a outros tipos de músicas. Os benefícios de ter um gosto mais amplo na música incluem a capacidade de gerenciar suas emoções de forma mais eficaz, socializar e se relacionar com os outros com mais facilidade, bem como ter uma melhor compreensão de outras culturas”.

Uma pesquisa realizada recentemente pelo Deezer com 10.000 pais com filhos menores de 18 anos em cinco países (Brasil, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos) apontou que sete em cada dez pais do mundo (72%) tentam influenciar o gosto musical dos filhos (no Brasil, 85%). Para 57% desses pais, essa influência serve para "educar" os filhos para ter uma visão aberta da variedade musical no mundo, enquanto 33% fazem isso para que os filhos gostem das mesmas coisas que eles. Esse interesse pela "educação musical" é algo que guia mais os pais (75%) do que as mães brasileiras (70%), embora a pesquisa mostre que 41% das mães relatam que tiveram melhores respostas dos filhos do que os pais (25%).

Entre as táticas usadas para influenciar os filhos a mais escolhida (56%) foi levar os pequenos aos shows. No Brasil, isso acontece desde muito cedo: 2 a 3 anos (19%), 4 a 5 (18%), 6 e 7 (15%) e 8 e 9 (11%). Entre os gêneros que os pais mais apresentam para seus filhos está pop brasileiro (categoria que inclui MPB) com 42%, seguido de rock, sertanejo, gospel e pop. Já a resposta das crianças vai por outro caminho. Os pais relatam maior aceitação dos filhos com gospel (97% responderam positivamente ao gênero), pop brasileiro (96%), pop (94%).

Dados interessantes:

- fãs de punk podem ter dificuldades para influenciar seus filhos (é o gênero com maior baixa de aceitação entre as crianças no Brasil, 63%. Fãs de heavy metal, por sua vez, têm mais dificuldades para influenciar seus filhos com esse gênero (21% declaram mais desafiador seus filhos aceitarem e relataram reações negativas);

- 23% dos entrevistados das pessoas nascidas depois dos anos 2000 (Geração Z) assumem que sua maior influência são os irmãos, enquanto que 20% dos nascidos após o início da década de 1980 e até ao final da década de 1990 (Millennials) atribuem boa parte de seu gosto musical aos seus filhos;

- 40% dos jovens da Geração Z descobrem novos artistas e músicas através de plataformas digitais e aplicativos, contra somente 15% dos nascidos entre meados das décadas de 1940 a 1960 (Baby Boomers). Os avanços nos meios de comunicação também refletem nos resultados. Os entrevistados da Geração Y (Millennials) tiveram seus gostos moldados à partir do rádio - e os da Geração Z à partir da televisão.

Lembrando que existe também outra pesquisa Deezer sobre a definição do gosto musical e está indica que a idade limite é até os 23 anos - https://www.gazetaonline.com.br/entretenimento/cultura/2018/11/pesquisa-indica-que-brasileiro-define-gosto-musical-ate-os-23-anos-1014156424.html - mas aí a questão é outra.

Se alguém tiver acesso ao original dessa pesquisa (eu só tive acesso à matérias que se referem à ele), por gentileza, compartilhe. Tenho interesse acadêmico nesse tema.

Abraço.

https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/08/10/pais-brasileiros-sao-os-que-mais-tentam-influenciar-gosto-musical-de-filhos.htm
https://revistacrescer.globo.com/Curiosidades/noticia/2018/12/e-possivel-influenciar-o-gosto-musical-dos-filhos-mas-so-ate-certa-idade-saiba-qual.html
https://mundodamusicamm.com.br/index.php/comunicacao/item/272-de-acordo-com-pesquisa-da-deezer-mae-so-influencia-gosto-musical-do-filho-ate-os-10-anos.html
https://gente.ig.com.br/cultura/2017-08-06/deezer.html
https://24horasnews.com.br/entretenimento/estudo-da-deezer-comprova-influencia-familiar-no-gosto-musical-das-pessoas.html

Rick Beato, do youtube, diz que educou o filho mostrando jazz e musicas mais elaboradas qdo ele era bb, para qdo crescesse já tivesse mais familiaridade com esse tipo de som. hj o mlk cresceu, tem um puto ouvido f***, diz que nao é absoluto mas é um relativo extremamente bem treinado, distingue e canta cada nota de qualquer acorde tocado, e acabou gostando de heavy metal.

Acredito 100% nisso, e não so na musica. O que a familia consome influencia diretamente.

Eu só sei que aqui em casa cada um gosta de uma coisa , tanto de meus Pais para mim quanto eu e minha mulher para filhos .

É um tal de K-pop que vou contar ... Menudo dos anos 2019

Venho de uma família que tinha vários músicos. Meu avô, meu padrinho, primos, etc...
Lá em casa ouvia-se muita música erudita, ao qual me acostumei desde criança, e MPB.

vinibassplayer escreveu:Rick Beato, do youtube, diz que educou o filho mostrando jazz e musicas mais elaboradas qdo ele era bb, para qdo crescesse já tivesse mais familiaridade com esse tipo de som. hj o mlk cresceu, tem um puto ouvido f***, diz que nao é absoluto mas é um relativo extremamente bem treinado, distingue e canta cada nota de qualquer acorde tocado, e acabou gostando de heavy metal.

Ter um filho assim seria um grande desgosto para o Alex.

fheliojr escreveu:

vinibassplayer escreveu:Rick Beato, do youtube, diz que educou o filho mostrando jazz e musicas mais elaboradas qdo ele era bb, para qdo crescesse já tivesse mais familiaridade com esse tipo de som. hj o mlk cresceu, tem um puto ouvido f***, diz que nao é absoluto mas é um relativo extremamente bem treinado, distingue e canta cada nota de qualquer acorde tocado, e acabou gostando de heavy metal.

Ter um filho assim seria um grande desgosto para o Alex.

Que nada, Allex gosta do Slayer...
Você não sabia?

allexcosta escreveu:

Gosto de várias coisas consideradas rock. Viajei de Boston pra NY só pra ver o G3 com Vai, Satriani e Malmsteen... Participação do Petrucci e Neal Schon.

3 horas e meia e foi um showzão.

São músicas bem "guitarrísticas", né?
Na minha adolescência guitarrística escutei muito esses do G3.

O legal é depois voltar e escutar sem a mentalidade de um guitarrista. Você escuta várias coisas antes ocultas nas músicas devido a imaturidade e coisas de guitarrista.

Claro, falando por mim. Não sei o seu caso.

Não venho de família de músico. Certamente o fato de eu ter me interessado por ela foi em função da influencia da minha irmã, a quem muito admiro e que é a pessoa mais "musicalizada" da família.

allexcosta escreveu:

fheliojr escreveu:Ter um filho assim seria um grande desgosto para o Alex.

Meu filho é roqueiro e, como tal, acha guitarra a coisa mais legal do mundo e diz que baixo não serve pra nada e que é um instrumento que não dá nem pra escutar...

Desculpe, Alex, foi só uma brincadeira q, dada a realidade (desconhecida por mim), acabou sendo de mau gosto.

Isso é fase. Quando morava com a minha mãe vivia dizendo que detestava tudo o que ela ouvia. Hoje minha playlist inclui as pérolas:

- Elis
- Gal
- Bethania
- Elba Ramalho

Se tu me dissesse naquela época que eu iria curtir isso um dia, eu daria risada.

Quando eu era criança, meu pai cantava em bares e eventos. O repertório era basicamente MPB, bossa e uns lances tipo Frank Sinatra e Rod Stewart. Cresci ouvindo isso e até hoje gosto bastante, apesar de ter uma preferência por rock e heavy metal. Hoje ele ouve esses sertanejos que só falam de bebida e traição e eu fico me perguntando o que aconteceu com ele haha.