Trastejamento Indesejável

Prezados, boa tarde.

Possuo dois baixos atualmente, um SX Jazz Bass 4 cordas e um Tagima TBM5.

O que ocorre:

AMBOS estão trastejando exatamente na nota G da casa 5 corda D.
Os dois, no mesmo local.

Será que é algo de armazenamento que está desregulando/empenando os braços em um certo padrão? (Armazeno em soft case da Rock Bag e eles andam muito comigo de carro - toda sexta e sábado)
Ou eu to com a pegada muito forte e to desgastando essa parte dos trastes?
Achei bem curioso isso.

Observação: Os baixos estão regulados (Confortáveis e não notei nenhuma alteração gritante de posicionamento e envergadura).

O que pode ser ?

As vezes é só a ação muito baixa mesmo. Toco de uma maneira que meus baixos (mesmo com as cordas coladas no traste) não trastejam na minha mão, já na de terceiros...

Instrumento dentro de carro é complicado, variação de temperatura é absurda. Já esqueci uma vez no porta malas, num sol dos infernos... Mexeu todo mas foi resolvido.

Pega um pedaço de uma régua e vê se o sexto traste tá alto.

As cordas tão seguindo o raio da escala? O braço tá com relief?

afonsodecampos escreveu:Instrumento dentro de carro é complicado, variação de temperatura é absurda. Já esqueci uma vez no porta malas, num sol dos infernos... Mexeu todo mas foi resolvido.

Pois é. Procuro sempre deixá-los bem acomodados e o mínimo possível dentro do carro evitando sol e muito calor mas é inevitável as vezes.

allexcosta escreveu:Pega um pedaço de uma régua e vê se o sexto traste tá alto.

As cordas tão seguindo o raio da escala? O braço tá com relief?

Farei isso hoje a noite.

Perdoe a ignorância mas desconheço o que seja "relief", ou pelo menos com esse nome. Poderia me explicar?

RobertoGrecoJr escreveu:Farei isso hoje a noite.

Perdoe a ignorância mas desconheço o que seja "relief", ou pelo menos com esse nome. Poderia me explicar?

É a pequena curva que um braço deve ter. Em condições normais, ele não deve ser reto como uma flecha. Quando você pressiona primeiro traste e algum traste próximo do fim do braço, deve haver uma folga entre o topo do traste e a corda. 0.3mm é um número comum para instrumentos tipo Fender.

allexcosta escreveu:

RobertoGrecoJr escreveu:Farei isso hoje a noite.

Perdoe a ignorância mas desconheço o que seja "relief", ou pelo menos com esse nome. Poderia me explicar?

É a pequena curva que um braço deve ter. Em condições normais, ele não deve ser reto como uma flecha. Quando você pressiona primeiro traste e algum traste próximo do fim do braço, deve haver uma folga entre o topo do traste e a corda. 0.3mm é um número comum para instrumentos tipo Fender.

Obrigado pela atenção e pela aula.
Irei verificar todos estes parâmetros hoje a noite e retorno aqui com as informações.

Deixar instrumento dentro de carro no calor do RJ é a mesma coisa que manusear uma Lugger sem saber do que se trata... (Tá.... exagerei... kkkkk...).
Esse problema aí pode ser resolvido facilmente, através de um "rebatimento" do trastes ou seu polimento. Procedimentos que devem ser feitos por luthier experiente.

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Deixar instrumento dentro de carro no calor do RJ é a mesma coisa que manusear uma Lugger sem saber do que se trata... (Tá.... exagerei... kkkkk...).
Esse problema aí pode ser resolvido facilmente, através de um "rebatimento" do trastes ou seu polimento. Procedimentos que devem ser feitos por luthier experiente.

Eles ficam no carro mais a noite mesmo, durante a locomoção pros shows/casa.
Uma única vez ficaram de dia mas porque era extrema necessidade.

Obrigado pela dica !

vê se os dois trastes à frente estao trastejando tbm ou se é só nesse ponto. pode ser que o traste esteja levantado, normalmente qdo a madeira vai secando naturalmente, o traste tende a ser "ejetado" pq a madeira meio que encolhe e o traste levanta. aconteceu com meu TBM5 tbm, já é um baixo de quarta mão entao é natural isso acontecer.

faz o seguinte, pega um pedaço de regua ou algo reto de uns 10cm +-, coloca em cima do traste e balança de um lado pro outro. se tiver folga e a regua mover é pq o traste tá alto, aí vc pega uma chave de fenda e bate com o fundo do cabo uma vez de leve pra ver se abaxa o traste pro lugar novamente e repete o teste.

isso caso apenas esse traste esteja levantado, se tiverem outros, o aconselhado é tirar o braço, deixar ele retinho, dar um reaperto em todos os trastes e fazer retifica geral. e qdo for regular, deixa uma folguinha(relief) como o alex falou: afina tudo, entona as oitavas, altura das cordas, aí ce pega uma capotraste e coloca na primeira casa e pressiona a 15ª casa, o relief é essa curva suave que o braço faz, que deve passar no maximo um cartao de telefone.

acima disso, só um luthier pra dar certeza, pq eu sou só um curioso msm!

vinibassplayer escreveu:...faz o seguinte, pega um pedaço de regua ou algo reto de uns 10cm +-, coloca em cima do traste e balança de um lado pro outro. se tiver folga e a regua mover é pq o traste tá alto...

Não entendi bem isso. Se um traste estiver alto, não seria o contrário, esta régua não se moveria?

Só pra constar. Não concordo muito com o "rebatimento", especialmente se feito por uma pessoa com pouca experiência. Muitas vezes um traste alto rebatido termina ficando baixo.

Se você encontra um pequeno setor do braço com problemas, faz só aquele setor e depois o re-recrowning dos trastes envolvidos no ajuste.

allexcosta escreveu:Só pra constar. Não concordo muito com o "rebatimento", especialmente se feito por uma pessoa com pouca experiência. Muitas vezes um traste alto rebatido termina ficando baixo.

Se você encontra um pequeno setor do braço com problemas, faz só aquele setor e depois o re-recrowning dos trastes envolvidos no ajuste.

Isso só é pra ser feito por luthier experiente.
Aprendi com meu mestre, o falecido Simões, e pelejei para me aperfeiçoar...

fheliojr escreveu:

vinibassplayer escreveu:...faz o seguinte, pega um pedaço de regua ou algo reto de uns 10cm +-, coloca em cima do traste e balança de um lado pro outro. se tiver folga e a regua mover é pq o traste tá alto...

Não entendi bem isso. Se um traste estiver alto, não seria o contrário, esta régua não se moveria?

ilustrando:



se tem um traste mais alto, a régua samba em cima dele.. qdo vou verificando isso, eu faço isso a cada 3, 4 trastes, aí da pra ver os que estao levemente desnivelados.. se a regua nao balança, é pq estao na msm altura

^Ah, tah, foi mal.

fheliojr escreveu:^Ah, tah, foi mal.

q nada hahaha
nao sou luthier nem nada, só gosto de acompanhar essas coisas, mas na pratica msm eu me cago de lixar um trastezinho q seja kkkk
vi isso no canal da stewmac, e mais recentemente no do Tiguez, ele passa umas ideias bem interessantes.. tem um video dele ensinando um nó de corda em guitarra que salvou minha vida esses dias.

Dando um feedback pra galera aqui.

Fiz tudo que falaram aqui e identifiquei o problema.
O traste está desgastado exatamente na parte de contato da nota G na corda D.

Solução que encontrei: Elevei um pouco as cordas (Pois uso ação MUITO baixa) e resolveu momentaneamente. Agora é preparar o bolso para a troca de trastes.

Obrigado aos amigos que ajudaram !

Retifica de trastes em barata e pode ser feita que tira esse defeito, mas só em luthier muito bom.