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Genesis - Selling England By The Pound (Informações gerais)

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Mensagem por Tarcísio Caetano Seg Jul 20, 2020 1:45 pm

Para falar/comentar sobre este álbum simplesmente espetacular, convidei meu primo, irmão-de-coração, influência musical (foi o cara que me mostrou o Rock Progressivo pela primeira vez, e por ele conheci o Chris Squire. O resto é história manjada para quem me conhece um pouco), o cara que "tomou o lugar" de meu pai no final de minha infância e continuou pela adolescência e fase adulta inicial, meu parceiro-fundador da espetacular mas desconhecida "Banda Desenhada". O cara que mora no lado esquerdo do meu peito:

Leonardo Mitre - Mineiro, engenheiro químico de formação, apreciador de boa música desde muito cedo, baterista amador desde a década de oitenta, membro fundador da espetacular mas desconhecida "Banda Desenhada", atleticano, pai de dois ótimos filhos músicos amadores e que ainda alimenta o sonho de largar tudo para ser baterista do Genesis, tocando de graça numa volta da banda com a formação original ou nem tanto. Tocando com um grupo de outros amigos na banda Rockblend há 18 anos.

"MINHAS IMPRESSÕES

Sim eu me lembro e como. Depois de alguns breves instantes anunciados por pequenos estalos de uma agulha de diamante procurando sulcos no vinil negro, uma voz incomum declamava e cantava algo que para mim na época, lembrava um contador de histórias avisando que estávamos para começar um espetáculo cheio de aventura, drama, lutas, romance e sonhos.    
Aquela voz parecia vir de das coxias de um teatro, prometendo um álbum de histórias inesquecíveis. E a promessa foi muito bem cumprida. Aliás, este conceito de anunciar por um menestrel as histórias que estão por vir, foi depois também explorado por outras bandas, porém com menos impacto. Por exemplo, o Yes usou a mesma ideia em Tales from Topographic Oceans e depois novamente na música Awaken do disco Going for the One.

Na época chamar um disco de álbum não era exagero. Realmente alguns discos eram verdadeiras coleções de músicas muito bem compostas e trabalhadas em estúdio. E Selling England é um grande exemplo disso. O disco representa uma nítida evolução técnica de todos membros da banda e também em termos de produção. Novos timbres e novas ideias foram incorporados ao repertório da banda.

Começa com uma obra icônica, até hoje intrigante. Logo após os primeiros versos, a música alterna climas e andamentos diversos levando o ouvinte a sentir parte da vida britânica acinzentada e cheia de tradições ultrapassadas.

Em seguida somos apresentados a uma composição quase surpreendente. Com outra introdução magistral a música nos transporta para uma história estranha e simbólica. Baseada numa pintura que estampa o disco e que foi vista por Peter Gabriel em uma exposição, conta uma breve história de um jardineiro que dorme e sonha com um mundo de fantasias. I know what I like acabou por se tornar um dos maiores hits da banda e peça obrigatória nos shows desde então.

Na sequência somos surpreendidos por uma das mais belas introduções do rock progressivo de todos os tempos. Firth of Fifth fisga o ouvinte de cara com um solo. Uma ousadia para os padrões de antes e de depois. Começar uma música com um solo de piano de quase um minuto foi uma jogada de mestre. Principalmente porque na sequencia vem uma obra prima de letra cheia de significados e contém um dos mais belos solos de guitarra de Steve Hackett, que a partir deste disco, está visivelmente mais à vontade e tecnicamente soberbo. Aliás, ele declarou na época que era seu disco favorito da banda. Um fato curioso sobre música é que a música havia sido composta na época do disco Foxtrot, mas como não havia agradado a alguns membros da banda, entre eles Phil Collins, foi rearranjada e modificada por Banks para se tornar um verdadeiro clássico do progressivo.

Temos ainda no álbum Phil Collins nos vocais solo em uma melodia delicada e composta por ele e Rutherford e que agradou muito a um público feminino na época do lançamento por mostrar uma faceta simples, melódica e diferente do padrão do resto do disco. Em More fool me foram dados os créditos a ele nos vocais, o que na época levou muita gente a pensar que seria sua estreia como cantor. Mas de fato, ele já havia feitos os vocais solo em seu disco de estreia da banda, Nursery Crime, na música For absent friends também com uma melodia delicada e adequada ao seu timbre daqueles tempos.

Virávamos o disco na época. Quando o ouvinte desavisado achava que já tinha ouvido muita novidade, a música seguinte começa com uma marcha conduzida na caixa e nos teclados e em seguida, entra num intrincado mosaico de melodias e vocais complexos. Uma história de gangues e lutas que também refletia um lado obscuro da vida britânica e que era retratado de maneira fantástica pelos músicos. Rutherford e Banks comentaram em entrevistas anos depois que a música não os agradava porque, apesar dos vocais e letras primorosos de Gabriel, era, segundo eles, um exemplo de como letra e música não combinavam. Na verdade, creio que seja exatamente o oposto. O retrato de uma sociedade oprimida e fragmentada que aparece na alternância das batalhas e enfrentamentos. Mais uma vez as guitarras, teclado e bateria traçam atmosferas que se tornaram referências para muitas gerações de músicos que viriam.

Na sequência, After the ordeal, inicia com um instrumental muito bem intrincado colocando piano e guitarras em primeiro plano. Entretanto, a segunda parte da música é de algum modo estranha e a transição entre as duas partes soa forçada. Realmente parece não fazer parte do mesmo clima do disco. Lembra mais algumas composições da banda Focus em seus primórdios.

Para compensar esse pequeno tropeço a banda oferece o que se tornaria um novo standard do progressivo. The cinema show é simplesmente magistral. Começa com um belíssimo trabalho de violões e continua com uma letra muito bem construída, onde Gabriel canta com personalidade apoiado por Collins nos backing vocals uma nova versal do clássico Romeu e Julieta. Aparecem belas passagens de flautas e oboé, tramas muito bem encaixadas de teclados, baixo, guitarra e bateria. A partir do meio da música aparece uma banda em excelente forma trazendo aos ouvintes novas paisagens e timbres inéditos num instrumental que fixou padrões para sempre no meio do rock progressivo.

Fecham o disco com um epílogo de um minuto e meio que remete ao clima da primeira faixa, como que fechando um ciclo.
Realmente um álbum que merece essa classificação. Um disco seminal que ainda hoje, com a qualidade trazida pelas tecnologias digitais, surpreende os ouvintes mais atentos pela riqueza de detalhes e sutilezas melódicas e rítmicas. Na opinião de um fã incondicional do progressivo e suas muitas facetas, um álbum indispensável a quem deseja conhecer e se aprofundar no tema."

Mais informações: https://pt.wikipedia.org/wiki/Selling_England_by_the_Pound



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Mensagem por Mauricio Luiz Bertola Seg Jul 20, 2020 5:22 pm

^Um dos discos que mais gosto de ouvir...
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Mensagem por Rico Seg Jul 20, 2020 5:29 pm

Tenho em vinil. Genesis produzia obras de arte.

Fantástico!
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