Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Hoje sou residente neste pequenino vizinho da Arabia Saudita, que é o país mais rico do mundo em renda per capita. Um índice que leva a conclusões enganosas e que pra mim diz pouca coisa. É aquela história, se estamos num bar e Bill Gates entra tomar uma cerveja conosco, pela renda per capita daquele bar somos todos bilionários. Portanto, cuidado com esses índices de riqueza. Sim, o país é podre de rico, mas a riqueza não está na mão da maioria. Cerca de 90% da população do Qatar é formada de expatriados, e a maioria deles são trabalhadores humildes. Pessoas vindas da Índia, Filipinas, Sri Lanka, Paquistão, Quenia, Líbano, Marrocos, África do Sul e outras. No hotel onde trabalho há vários argentinos. É a maior representatividade latina por aqui, depois brasileiros. Completando há um ou outro boliviano e cubano. Ah, também alguns turcos e pelo menos uma russa aqui no hotel.
Inclusive tem muita mão de obra qualificada e muito rica entre os expatriados. E se você é da área de engenharia e tecnologia, ou se é da área da pedagogia, dá aula de alguma coisa, sabe inglês e quer ganhar altos salários , pense em vir pra cá (músicos também). Esses trabalhadores são muito procurados pelo Qatar.
Os qataris, que ironicamente são a minoria de pessoas no Qatar, esses são muito ricos. Os caras têm MUITA grana mesmo. Velho, pensa num povo com dinheiro pra rasgar de passatempo. É surreal o nível econômico dessa turma. E experimentando o Qatar eu fico me perguntando como o Brasil consegue a façanha de ser um país pobre. Os caras aqui, num país minúsculo no meio do deserto construíram um império absurdo. E nós que temos o país mais abençoado geo/biologicamente do planeta Terra, somos pobres. A gente consegue o mais difícil.
"Ah, mas o Qatar tem petróleo pra dar e vender". Ok, não tiro a razão desse argumento, que foi a origem da riqueza do Qatar, embora hoje superada pela riqueza gerada pelo gás natural e embora as reservas de petróleo do país sejam modestas em comparação aos seus vizinhos. A riqueza do Qatar sob o prisma do Petróleo é a ponta do iceberg. Ora, a Venezuela tem mais petróleo que qualquer outro país do mundo e é pobre. "Ah, mas é comunista". Pois bem, a China é, entre proeminentes aspas, "comunista", e é a segunda economia do mundo.
Mas então vamos ao Brasil: não é comunista e não tem pouco petróleo. Ou seja, é um país capitalista cheio de petróleo. E é pobre. Ou seja, reducionismos não funcionam e são burros.
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Tirando a saudade de abrir uma Heineken e sair tomando na rua, ou numa mesinha de um boteco sem vergonha na calçada, tem uma coisa que me incomoda aqui: eu moro em Doha, capital do Qatar (Qatar = Doha, praticamente). Eu vejo que Doha é uma cidade um tanto "carrocrata", ou seja, não é muito pedestrian friendly (na minha opinião poderia ser muito mais). Acho que o mundo caminha numa outra direção (ou não?). O fato é que a turma aqui tem muita, mas muita, mas MUITA grana. Doha é um desfile de Bentley, Aston Martin, Rolls Royce, Ferrari, Lamborghini, Porsche e etc.
Sabe o que chamam de SUV no Brasil? Aqui não existe. Aqui SUV é um carro realmente gigantesco, 5.7, 6.0, motor V6, V8, muitos a diesel. Toyota Land Cruiser e Nissan Patrol são muito comuns aqui. Gasolina custa 2 reais, diesel 2,10 reais. Ok, tudo ótimo até aqui. Então junte as duas coisas: um povo com MUITO dinheiro e um combustível muito barato. Resultado: apenas saia da frente que eu quero acelerar meu v8 o mais rápido possível, senão vou te atropelar. Seta não existe. Você conta nos dedos quantos motoristas dão seta pra virar pra outra rua ou mesmo mudar de faixa (tô falando de grandes avenidas movimentadas). Não sei como é a escola de trânsito aqui, e aliás, nem sei se existe, mas se existe é péssima.
Outra coisa é um buzinaço sem fim. Tudo é buzina aqui. Se você tá com seu carro parado a mais de 5 segundos por um motivo qualquer (por exemplo, têm seres humanos ali na frente atravessando na faixa), o carro de trás já mete um buzinaço no seu rabo. "Eu tenho um carro maravilhoso e gastei 0,000001% do meu salário pra encher o tanque dele, então apenas saia da minha frente". Isso me incomoda muito.
Mas nessas situações eu paro e penso como é o trânsito em São Paulo e todos os seus problemas, e então a sensação desgostosa do trânsito daqui some automaticamente. Um amigo meu mora em Shanghai, na China e ele me disse que se eu morasse lá eu iria ver o que é trânsito (estamos falando de cidades infinitamente maiores do que Doha).
Eu adoro carro, mas ao mesmo tempo odeio. Na verdade odeio trânsito, odeio motoristas folgados e espaçosos. E odeio barulheira de transito. Meu consolo é que aqui as motos não são barulhentas, diferente de São Paulo ou outros lugares do Brasil em que, principalmente com a pandemia explodiu o delivery e consequentemente o número de motoboys nas ruas. E muitos deles adoram fazer o quê? "Cortar giro", fazendo um barulho ensurdecedor à noite inteira por todas ruas que passam (entre outras zoeiras tipo ficar empinando moto). Aqui não. Moto é um silêncio e os entregadores são muito comportados, você não vê nego empinando moto com seu lanchão lá atrás na bagagem.
Algo que me incomodou um tanto assim que cheguei em outubro: altas temperaturas. Quando saí do aeroporto naquela noite de 14 de outubro de 2022, rapaz...que calor. E seguiu quente pra caramba nas semanas seguintes. Nuvem no céu pensei que nunca mais veria em vida. Não é somente quente, é seco e abafado. E olha que ainda não peguei a estação quente mesmo, de maio a setembro, em que dizem que a média diária é acima de 37ºC, socorrooooo, hahahaha.
Mas o inverno...ah, o inverno, que delicinha, meu Deus. Dezembro, janeiro, fevereiro...friozinho de São Paulo. Como fui feliz naqueles 18º, 16º e até 13º que chegou a fazer. Diziam que chuva aqui era um ou dois dias no ano, e por essa época. Mano, choveu muito mais DO que isso. Teve tempestade aqui. Se George Harrison fosse Qatari ele teria cantado "Here comes the rain". O humor das pessoas muda quando chove aqui. As pessoas param o que estão fazendo pra ver a chuva, saem lá fora se molhar, é uma alegria só.
Dizem que o ciclo de chuva no Qatar está se alterando devido ao aumento de vegetação. Muitas árvores não nativas foram trazidas e plantadas, hoje há várias áreas arborizadas pela cidade, e muitas mais surgirão. Lembrem que aqui é um clima desértico e a biodiversidade é baixíssima. Agora em março começou a esquentar e está uma delícia. Um calor gostoso durante o dia, 27ºC a 29ºC e noites super agradáveis a 24ºC. Mas ao voltar pra cá das férias já sei que as temperaturas de inferninho também terão voltado, hahaha.
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Simplesmente não tem roubo, assalto, não tem furto. Você sai às 2h da madrugada com seus bens, pode ter o último Iphone na mão e um instrumento de 30k na lomba que nada vai acontecer. Não tem violência. É um alívio, um tipo de liberdade que eu nunca tinha sentido no Brasil. É uma sensação de segurança gigantesca. E isso eu ouço de todo mundo aqui, homens e mulheres. Realmente um dos países mais seguros do mundo.
Outra coisa que adoro é a cidade propriamente dita. Doha é linda demais. É uma pequenina cidade global, densamente povoada, mais populosa do que Curitiba, só que muito menor. Doha contrasta aqueles arranha-céus de design ousado e ultramoderno com lugares tradicionais árabes antigos, que séculos atrás eram morada e comércio de tribos árabes nômades, como o Souq Waqif, um mercadão árabe que parece coisa de filme.
Eu moro na West Bay, onde entre outras coisas é o centro financeiro de Doha e logo em frente começa o calçadão da avenida Corniche, onde é magnífico olhar para o mar do Golfo Pérsico num final de tarde e observar os barcos que vêm e vão pela baía. Mas vou deixar isso para as fotos logo mais.
Antes, só uma ou outra mentira sobre o Qatar, coisas que li muito na internet antes de vir e que pude desmentir aqui em pouco tempo.
Por exemplo, em relação à roupa que a mulher deve vestir em público. Muito era dito que a moça não podia sequer deixar os ombros à mostra, que a polícia parava ou coisa do tipo. Mano...o que eu vejo de peito e bunda aqui não é brincadeira. Podem ficar tranquilas que isso aí é a maior mentira. Mulher usa o que ela quiser aqui. Não estou falando das Qataris e demais muçulmanas vindas de outros países. Ali é outra história. Tô falando da mulherada ocidental (ou oriental), sejam turistas ou residentes.
Até de vestes de homem eu ouvia dizer, tipo que não podia usar bermuda que ficasse acima do joelho, que não podia entrar em shopping de chinelo. Velho, tudo mentira. Não tem absolutamente nada disso.
Outra coisa. Diz que é crime ser gay no Qatar (acho que eles querem dizer que é crime "mostrar que é gay"). Estranho, já vi nítidos gays aqui pela rua. Poucos, bem poucos mesmo, mas já vi. E não vi polícia descendo o cacete em ninguém, nem colocando ninguém em viatura (aliás, se vê pouca polícia e pouca viatura pelas ruas). Então...pelo o que vejo, basta não se vestir de arco-íris e não sair acariciando pessoa de mesmo sexo na rua que tá tudo bem.
Uma verdade sobre o Qatar: a questão do álcool.
Na realidade você pode beber o quanto quiser aqui, porém, só pode fazê-lo em lugares especiais, que são os bares e restaurantes que ficam dentro dos grandes hotéis. Fora dali não pode. Não se pode comprar uma cerveja no supermercado, abrir e tomar na calçada. Aliás, não vende álcool em nenhum supermercado.
Mas você pode obter uma Alcohol License, um documento que permite que se compre álcool. Tem alguns requisitos pra adquirir essa licença, como por exemplo um salário de mais de 3 mil QAR (Qatari Riyal) e dentre outras coisas. A licença é renovada anualmente se não me engano, e a cada ano fica mais cara. E com essa licença você só pode comprar álcool pra levar pra sua casa e beber dentro de casa. Continua não podendo beber aquela cervejinha por aí. Uma cerveja em baladas, bares e restaurantes vai de 50 QAR a uns 75 QAR (1 QAR equivale a 1,44 BRL).
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Acredito que muita gente tenha ouvido falar do Qatar pela primeira vez na vida devido à Copa do Mundo. Sim, a Copa foi real, não uma invenção da mídia, está comprovado. Não tenho muito o que falar desse episódio. Doha, cidade onde moro ficou uma loucura, gente de todo o mundo e tudo o mais. Do vexame do Brasil e do triunfo argentino sabemos todos. Ah, argentinos, argentinos...meu Deus, nunca vi tantos deles na minha vida. Havia muito, muito, mas muito mais argentinos do que brasileiros aqui. E mesmo na estreia frustrante ante a Arabia Saudita eu via neles uma chama, um amor indondicional e uma esperança, esperança quase de certeza. Meus caros, essa Copa era pra ser deles de qualquer forma.
Também posso dizer outras duas coisas sobre a Copa antes de mudar de assunto: uma é como as pessoas do mundo se empolgam com o Brasil quando o assunto é futebol. Cara, era Brasil na boca de todo mundo. A grande torcida era pelo Brasil. Pude de verdade provar pela primeira vez na vida como essa camisa é pesada, como pessoas de todo o lugar do mundo respeitam a história do Brasil no futebol. E como se empolgavam quando me viam com a amarelinha (ôh, alívio de poder voltar a usar aquela camisa amarela sem ser confundido com outra coisa). Era certeza de me pararem pra conversar na hora, e contar detalhes da Copa de 94 e perguntar por onde andava o Romário.
Entre os argentinos rolava uma tiração de onda, mas tudo muito respeitoso e saudável (só após a eliminação que a zoeira foi pesada demais, meu DEEEEEUS). Quando trombava com os alemãos, da minha parte sentia um climão. Mas deles nunca veio nada, como se o 7x1 fosse só mais um dia na história.
A segunda coisa que quero dizer: como os árabes gostam de futebol. Muito ouvi e li sobre o absurdo que era em se fazer a Copa no Qatar. Motivos legítimos, posso dizer, sim, com tranquilidade, não tiro a razão de muitas críticas e nem as colocarei na mesa aqui, (embora vocês possam fazê-lo, claro). Mas ao mesmo tempo era como se o povo árabe merecesse uma Copa na terra deles. Vibravam demais, pulavam, berravam, e a grande maioria, senão todos, eram pelo Brasil. Eu podia ver os ollhos deles brilhando assistindo aos jogos, estavam muito felizes.
Deixando de lado as polêmicas (tais que não conheço os limites de rumor e de verdade), digo que um país do tamanho do Qatar ter sediado um evento do tamanho do Copa do Mundo, sendo realizado num raio um pouco além das fronteiras de Doha, que é uma pequenina cidade, e sem grandes contratempos, é um feito sem precedentes.
Vamos às ibagens.
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Mina District, no Old Doha Port.
Um charme esses pequenos prédios coloridos, que são lojas e restaurantes. Lugar muito bonito e agradável pra um passeio.
Doha Old Port é um porto, ora, ora, vejam só que coisa. Lá pra esquerda sempre param navios de cruzeiro vindo de longe (é onde estou na foto do meu avatar).
Esse porto fica ao final de uma longa avenida chamada Corniche, que contorna toda a baía de Doha (Doha Bay). E ao longo da avenida tem como se fosse um calçadão de frente para o mar, onde a turma adora fazer caminhada, correr, andar de bike, ou sentar e ficar de boas tomando um suco observando o mar do Golfo Pérsico. No horizonte da foto estão os prédios da West Bay, região onde eu moro.
Um outro ponto de vista do mesmo lugar.
E ainda mais uma. Os prédios começam a acender ao anoitecer.
Senhorinha árabe sentada de boas na Corniche e um dos vários barquinhos a navegar pela West Bay.
Mais de perto.
Inclusive virei paparazzi nesse tipo de foto. Não posso ver gente árabe sentada de costas em banquinhos pela cidade.
Tem do Jão também. Atendendo a pedidos.
Você pode dar rolê de barquinho, não me lembro o preço agora mas nem é muito caro. Tem até balada no barquinho que vira a madrugada.
À noite eles ficam todos iluminados e em muitos começa a rolar o puts-puts. Mas essa foto me faz lembrar mais Gil. "Eu vim. Vim parar na beira do cais, onde a estrada chegou ao fim, onde o fim da tarde é lilás, onde o mar arrebenta em mim".
Vista "da janela lateral do quarto de dormir", como diria Lô Borges.
O mesmo lugar, porém à noite.
Muitos prédios são um show de luzes à noite.
Omar Al Mukhtar Street
Eu acho bem da hora e ousado o desigs desses prédião, hehe.
Tornado Tower, um dos mais legais.
Visão do alto da Doha Bay. Ali no canto inferior à esquerda parecendo uma pirâmide é o Sheraton Grand Doha Resort & Convention Hotel.
Um outro enquadramento.
Prédios e mais prédios do centro financeiro de Doha. Eu me aninho por aqui.
Desse lado vista puramente urbana. Esse negócio que se estende no meio da foto é um shopping chamado City Center.
Sim, a Copa foi real.
Qanat Quartier, um bairro que faz você pensar que entrou de repente na Itália (também chamam o bairro de New Venice). Acho que é a coisa mais charmosa que já vi numa cidade. Qanat Quartier fica na The Pearl, que é uma ilha artificial em Doha, deslumbrante com suas várias torres residenciais de luxo, onde mora gente muito rica, com restaurantes e shoppings onde gente muito rica vive e compra e consome. Você atravessa uma ponte e de repente está na ilha. Resumindo a The Pearl = luxo, luxo e mais luxo. Grana, riqueza, ostentação, marina, yates, yates e mais yates. Infelizmente não devo ter fotos da The Pearl além de algumas fotos do Qanat Quartier. Preciso fotografar alguma coisa por lá, principalmente em Porto Arabia.
Chovia que era uma beleza esse dia no Qatar. Cenas raras.
Eita, lugarzinho ruim pra ficar de boas na vida...
Msheireb Downtown. Outra preciosidade de Doha. Também chamado de "novo centro". É tipo uma vilazinha charmosa, mas super moderna, toda nos moldes modernos sustentáveis e tecnológicos, com um bondezinho elétrico fazendo tour dentro dela. É demais de linda (e onde mora gente com muita grana, pra variar).
Arquiteturas para o Alex criticar, é claro.
Aqui dá pra ver melhor. Ah, pare, maior legal esses prédios, vai, nem vem.
Certamente o prédio mais impressionante de Doha: Katara Tower, que abriga o Raffle Hotel. Tanto esse quanto o anterior ficam em Lusail, que é mais um bairro de luxo de Doha.
E onde também fica a agitada Lusail Boulevard, um point do entretenimento da cidade, sempre com eventos festivos para o público. A seleção argentina desfilou nessa rua de trio elétrico após a conquista da Copa. Nesse dia Doha experimentou o que é um verdadeiro CAOS, hehe.
Falando em futebol, o estádio 974, feito de contêineres.
Em Katara Cultural Village temos o Katara Amphitheatre. Um estilo meio coliseu (por isso é um anfiteatro, ora, ora). Rolam shows aí. E quando não tá tendo algum show é aberto ao público. Ali ao lado a Katara Beach.
Do lado de fora.
Katara Cultural Village é um complexo multi-cultural muito bonito e marcante (difícil lugares não bonitos e não marcantes aqui). Rolam shows, concertos e exibições de arte. Da próxima vez tiro mais fotos lá de dentro.
Cena quase diária em Doha é um qatari entrando (ou saindo, ou dirigindo) uma Ferrari.
Inclusive fiz várias fotos de carrões, hehe. Essa foi em The Pearl.
Souq Waqif. O mercadão antigo do Qatar. Em contraste à ultramodernidade e da tecnologia, aqui a gente encontra tradição e raíz árabe. Já fui várias vezes lá e a cada vez a mágica se faz. Parece que você entrou num filme, ou num mundo da imaginação com personagens e lugares assustadores. Ouso dizer que é o lugar mais marcante de Doha.
Os muitos becos do Souq são minha perdição. Essas construções rudimentares, essa turma que parecem beduínos de outros tempos me encanta toda vez que vou lá.
Só de ver esse povo peculiar, essas pessoas de roupas e línguas estranhas faz valer muito a pena estar aqui.
O lugar é um point de turistas. E turistas querem levar lembrancinhas para os parentes. Existe uma invasão de produtos chineses desse tipo aqui. Ao meu ver isso dá uma empobrecida na coisa toda. Nada contra a China, mas imagino que indo ao Qatar você queira levar algo original feito lá. Mas tudo bem, pois existe uma parte do Souq Waqif chamada Handicraft Center. São produtos feitos a mão: um mar de produtos artesanais, principalmente tecidos, tudo made in Qatar. Não são muito baratos, mas são autênticos.
Vultos em mais um dos becos do Souq. Muitas mulheres muçulmanas viram verdadeiros vultos. Mas vamos diferenciar as coisas: hijab é o véu que cobre o cabelo e pescoço, o rosto fica à mostra e as demais roupas abaixo do pescoço também. Portanto hijab é somente o véu, e algumas mulheres usam só ele. Acredito que não sejam árabes (nem todo muçulmano é árabe).
Aí temos o chador, que além do véu cobre o corpo todo e deixa somente o rosto à mostra. Esse é o mais comum de se ver por aqui. Então temos o niqab, que é um chador que cobre também o rosto, deixando apenas os olhos de fora. Também muito comum de se ver. E finalmente temos a burqa, que cobre absolutamente o corpo inteiro, inclusive os olhos. Há uma leve transparência para a mulher poder enxergar (leve a ponto de você não perceber os olhos dela). É menos comum de se ver em quantidade, mas eu não diria que é raro. Eu vejo mais mulheres usando a burqa do que mulheres usando somente hijab.
Você não sente uma sensação boa quando passa por você uma mulher usando burca. É como se toda a pessoalidade, personalidade, singularidade, (e até humanidade) daquela pessoa fosse sugada e a mulher passa apenas a ser um vulto. Cara, é pesado.
Algo mais leve. Sheikh Jaozeiro, ao seu dispor.
Aqui o interior de um metrô em Doha. Sim, essa pequenina cidade tem metrô, cuja passagem custa 2 reais, e o ônibus é grátis. Toma vergonha, Brasil!
Vou encerrando as fotos com a Doha dos contrastes. Ao fundo o glamour e as luzes que ao fim da tarde começam a se acender em algumas construções do país mais rico do mundo. E aqui, mais perto de nós, no primeiro plano, trabalhadores comuns, pobres como é a maioria da população do Qatar. Alguns deles são os marinheiros dos barcos que vem e vão pela West Bay. Percebam que as luzes deles também brilham!"
Jãozeiro- Membro
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Renato, fernando pullbass, WHead, deathenrique e CSergio gostam desta mensagem
Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Entre os 4 baixos da loja tem um PB lindão. Não tirei fotos da loja, mas tem no Instagram. Vejam só.
7500 reais
Vejamos quanto custa no Brasil:
Mais de 20 mil real
Um outro exemplo, esse pedal na Badie Studio, uma loja legalzinha com várias coisas de áudio.
750 reais
No Brasil:
Quase 2 pau
Não tô convertendo a moeda porque pra mim não faz sentido. Mas pode converter que mesmo assim dá absurdo (1 Qatar Real = 1,44 Real BR).
Fui tirar um print de um anúncio que vi num grupo do Facebook aqui de Doha mas já foi vendido. O carinha tava vendendo um Gibson Thunderbird (aquele com pouco neckdive) com hardcase por menos de 5k.
No Brasil os carinha pede quase 20k no mesmo baixo, hahahaha.
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Bacana o relato, as fotos, relatos de sua viagem/estadia.
CSergio- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Obs.: existem vários fatores que construíram o Catar que conhecemos hoje. A concentração de renda maior que a brasileira é só a ponta desse iceberg.
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
O bom é que vc se mistura no meio dos árabes com essa barbona
Vai postando mais, acho bacana demais conhecer esse tipo de experiência.
brunoaguiarbass gosta desta mensagem
Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
pedrohenrique.astronauta- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
siodoni escreveu:Que massa Jão!
O bom é que vc se mistura no meio dos árabes com essa barbona
Curioso, Siodoni. Nesse dia em que eu tava tirando foto no Souq Waqif usando a guthra (esse lenço árabe na cabeça) um simpático senhorzinho qatari sentou-se ao meu lado e me disse que eu ficava muito bem com a guthra, que eu parecia um verdadeiro árabe, e não um turista se disfarçando de árabe. Pô, fiquei até emocionado, hehe.
Jãozeiro- Membro
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Maurício_Expressão e CSergio gostam desta mensagem
Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Faz como pra morar aí?
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
E vai nos mantendo atualizados heheh
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Bananoise escreveu:Que massa, Jãozeiro. Fico feliz por você
E vai nos mantendo atualizados heheh
Valeu, Bananoise! Depois de 14h35m de vôo direto de Doha a São Paulo, cá estou em terra brasilar. O bom é que a Qatar Airways empanturra você de comida, vinho, chocolate e café!
Hamad International Airport
São Paulo é logo ali.
allexcosta escreveu:Curti pra caramba...
Faz como pra morar aí?
Então, Alex. Eu moro no mesmo hotel onde trabalho (Marriott Marquis City Center Doha Hotel). O contrato inclui a morada no hotel. Legal que aí não tenho custo com isso (com alimentação também não).
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deathenrique, Bananoise e CSergio gostam desta mensagem
Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Jãozeiro escreveu:Então, Alex. Eu moro no mesmo hotel onde trabalho (Marriott Marquis City Center Doha Hotel). O contrato inclui a morada no hotel. Legal que aí não tenho custo com isso (com alimentação também não).
Grato.
Pode falar mais?
Como consegue essas vagas?
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
E então a agência retorna perguntando se você quer assinar um contrato de trabalho internacional no lugar tal. Basicamente é isso.
Tem vários grupos no Facebook de artistas que trabalham fora. Muitas agências/linhas de cruzeiro postam as vagas lá e em seus sites oficiais também.
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Jãozeiro escreveu:O procedimento é bem simples, igual ao de qualquer outro emprego. Você envia seu material para uma agência, que tem as vagas em aberto das empresas. Se a agência achar que você é um bom candidato ela envia seu material para a empresa (no meu caso, o hotel que quer músicos). Se a empresa (hotel) gostar ela retorna para a agência: "olha, gostamos dele, pergunta se ele quer fechar com nois".
E então a agência retorna perguntando se você quer assinar um contrato de trabalho internacional no lugar tal. Basicamente é isso.
Tem vários grupos no Facebook de artistas que trabalham fora. Muitas agências/linhas de cruzeiro postam as vagas lá e em seus sites oficiais também.
Ah, é tocando...
Possa crer. Legal!!!!
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
luisporto- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Ser baixista é isso... nota certa, no lugar e na hora certa. Firulas são como no futebol, só são válidas se for em direção ao gol ( a serviço da música). Amagomes(membro)
vinibassplayer- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
O que vocês tocam lá?
E o que público gostou maisw
CSergio- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
luisporto escreveu:Muito massa seu relato, Jão! Só a título de curiosidade, como é o salário de músico contratado por hotel aí?
Opa, Luis, sem problemas.
Meu salário é 7300 QAR mensais, equivalente a 2 mil USD, que é equivalente a 10.500,00 reais Br.
Toco 3 sets de 45 min. por noite durante 6 dias na semana.
Eu e meus parceiros do trio temos o menor salário dos músicos aqui do hotel, pois é nosso primeiro contrato, somos os músicos mais novos que desembarcaram por aqui, hehe. Os outros músicos do hotel ganham no mínimo uns 12% a mais. Tinha um tecladista italiano que fazia duo com a esposa dele, cubana. O contrato deles era de 3 meses. O salário do manolo era de 9490 QAR (2600 USD, 13600 BRL).
Em cruzeiros as pagas são um pouco maiores (porém em poucos você têm "guest status" como é a maioria dos casos dos músicos de hotel/resorts). Pouco antes de abraçarmos esse contrato no Qatar eu tava numa troca de e-mails com a Landau Music, que pega artistas para o cruzeiro Carnival. Eles queriam um duo e se interessaram na gente (eu e minha cantora de Curitiba). O salário era de 4800 USD por mês (2400 USD pra cada um).
Tem um músico de Sorocaba-SP (minha cidade natal, um celeiro de exportação de músicos), João Leopoldo. Ele é pianista e cantor num trio de jazz em navio (não lembro qual empresa). O cara ganha 3200 USD, quase 17 mil reais por mês.
Enfim, uma vez aqui eu não quero saber de outra vida. É uma grana que eu nunca iria ver no Brasil fazendo gig.
Última edição por Jãozeiro em Sáb Mar 25, 2023 4:10 pm, editado 1 vez(es)
Jãozeiro- Membro
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Renato, deathenrique e CSergio gostam desta mensagem
Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
CSergio escreveu:Jão, você foi como músico?
O que vocês tocam lá?
E o que público gostou maisw
Sim, Sérgio, sou músico, hehe.
É um trio de música brasileira, fomos contratados exclusivamente pra tocar música brasileira. Mas acaba que a gente também toca bastante esses hits de reggaeton (os Despacito da vida) e o pessoal vai a loucura, hehe.
Jãozeiro- Membro
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Renato, deathenrique e CSergio gostam desta mensagem
Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Qual equipamento você tem usado?
Conte-nos tudo
CSergio- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
vinibassplayer escreveu:Como tem sido sua experiencia com a lingua e a comunicação?
Bem tranquilo, Vini. O inglês é como se fosse uma segunda língua aqui no Qatar, é amplamente falado, então é bem tranquilo.
Em alguns posts as agências pedem o inglês, mas em muitos não (mas justamente porque já é esperado que você fale inglês, que saiba se comunicar razoavelmente bem).
Nesse mundão aí o português infelizmente não serve pra quase nada. É muito bom saber se comunicar em inglês. Mas se você vai nessa empreitada com banda e tem alguém ou alguns do grupo que falam bem inglês e você não, então é mais tranquilo, eles podem te ajudar, você tá sempre com eles e tá tudo certo, não vai passar perrengue. Igual aqui, nosso percussionista é cubano e não fala quase nada de inglês.
E como ele conseguiu o trabalho?
Bom, como todo o contato antes de iniciar o trabalho é online, imagino então que ele deve sempre ter se comunicado consultando o tradutor do Google (que hoje em dia é excelente) pra tudo, pra saber o que estavam dizendo pra ele e pra ele poder mandar as mensagens por e-mail e WhatsApp para a agência.
Eu considero isso algo bem irresponsável da parte dele, porque se não tivesse nós (eu e minha cantora) por perto traduzindo e ajudando ele estaria lascado. E pior que ele não procura mudar, não estuda inglês, fica sempre na zona de conforto, sempre procurando latinos por perto pra se comunicar em espanhol. Uma pessoa assim não vai conseguir ter longevidade nesse tipo de trabalho, vai precisar sempre ter latinos por perto (e por sorte tem vários aqui).
Agora, se você vai nessa empreitada no modo solo, aí sim que um inglês eficiente pra se comunicar no dia-a-dia se torna essencial, pois aí é você por você mesmo nesse mundão de Deus. No caso de músicos de show band em navios de cruzeiros, uma exigência é leitura à primeira vista (partitura). Em muitos casos eles têm que passar por uma audição antes. E aí essa audição, que também deve ser uma entrevista, é em inglês. E se o cabra não fala nada, danou-se.
Última edição por Jãozeiro em Sáb Mar 25, 2023 4:30 pm, editado 1 vez(es)
Jãozeiro- Membro
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Renato e deathenrique gostam desta mensagem
Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
CSergio escreveu:Que legal cara, sucesso ai
Qual equipamento você tem usado?
Conte-nos tudo
Sérgio, na verdade não trabalho como baixista lá fora. Inclusive o cargo de baixista é um pouco ingrato e difícil de conseguir (não que os outros sejam fáceis). De repente vale a pena eu falar um pouco sobre isso depois.
Sou violonista/guitarrista (não me joguem na fogueira!). Uso uma SG da SX com uma pedaleirinha Mooer que tem loop. Como ela tem a tecnologia Impulse Response, ligo em linha e sou feliz. Basicamente só uso som clean e os clean dela são maravilhosos, hahaha.
Além disso uso um violão elétrico da Yamaha (mas acabo de comprar um violão de luthier aqui no Brasil. Meu primeiro instrumento handmande, estou muito contente, está pra chegar).
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Fernando Zadá- Moderador
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Aionius- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Tive uma dúsica depois de ver esse trecho abaixo e fiquei curioso...
Jãozeiro escreveu: (...)
Uma verdade sobre o Qatar: a questão do álcool.
Na realidade você pode beber o quanto quiser aqui, porém, só pode fazê-lo em lugares especiais, que são os bares e restaurantes que ficam dentro dos grandes hotéis. Fora dali não pode. Não se pode comprar uma cerveja no supermercado, abrir e tomar na calçada. Aliás, não vende álcool em nenhum supermercado.
Mas você pode obter uma Alcohol License, um documento que permite que se compre álcool. Tem alguns requisitos pra adquirir essa licença, como por exemplo um salário de mais de 3 mil QAR (Qatari Riyal) e dentre outras coisas. A licença é renovada anualmente se não me engano, e a cada ano fica mais cara. E com essa licença você só pode comprar álcool pra levar pra sua casa e beber dentro de casa. Continua não podendo beber aquela cervejinha por aí. Uma cerveja em baladas, bares e restaurantes vai de 50 QAR a uns 75 QAR (1 QAR equivale a 1,44 BRL).
Pergunta: É possível encontrar cerveja sem álcool nos supermercados aí?
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Edão- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Fernando Zadá escreveu:Que tópico bacana. Sucesso ai querido!
Aionius escreveu:Muito bacana isso hein! Bait a experiência!
Edão escreveu:Que vivência especial. Parabéns Jão.
Muito obrigado mesmo pelos votos, meus bons!
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Zubrycky escreveu:Muito obrigado pelo relato, meu caro!
Tive uma dúsica depois de ver esse trecho abaixo e fiquei curioso...Jãozeiro escreveu: (...)
Uma verdade sobre o Qatar: a questão do álcool.
Na realidade você pode beber o quanto quiser aqui, porém, só pode fazê-lo em lugares especiais, que são os bares e restaurantes que ficam dentro dos grandes hotéis. Fora dali não pode. Não se pode comprar uma cerveja no supermercado, abrir e tomar na calçada. Aliás, não vende álcool em nenhum supermercado.
Mas você pode obter uma Alcohol License, um documento que permite que se compre álcool. Tem alguns requisitos pra adquirir essa licença, como por exemplo um salário de mais de 3 mil QAR (Qatari Riyal) e dentre outras coisas. A licença é renovada anualmente se não me engano, e a cada ano fica mais cara. E com essa licença você só pode comprar álcool pra levar pra sua casa e beber dentro de casa. Continua não podendo beber aquela cervejinha por aí. Uma cerveja em baladas, bares e restaurantes vai de 50 QAR a uns 75 QAR (1 QAR equivale a 1,44 BRL).
Pergunta: É possível encontrar cerveja sem álcool nos supermercados aí?
Ah, sim, cerveja sem álcool se encontra por aqui. O problema mesmo é o danado do álcool, hehe.
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Jãozeiro escreveu:Zubrycky escreveu:Muito obrigado pelo relato, meu caro!
Tive uma dúsica depois de ver esse trecho abaixo e fiquei curioso...Jãozeiro escreveu: (...)
Uma verdade sobre o Qatar: a questão do álcool.
Na realidade você pode beber o quanto quiser aqui, porém, só pode fazê-lo em lugares especiais, que são os bares e restaurantes que ficam dentro dos grandes hotéis. Fora dali não pode. Não se pode comprar uma cerveja no supermercado, abrir e tomar na calçada. Aliás, não vende álcool em nenhum supermercado.
Mas você pode obter uma Alcohol License, um documento que permite que se compre álcool. Tem alguns requisitos pra adquirir essa licença, como por exemplo um salário de mais de 3 mil QAR (Qatari Riyal) e dentre outras coisas. A licença é renovada anualmente se não me engano, e a cada ano fica mais cara. E com essa licença você só pode comprar álcool pra levar pra sua casa e beber dentro de casa. Continua não podendo beber aquela cervejinha por aí. Uma cerveja em baladas, bares e restaurantes vai de 50 QAR a uns 75 QAR (1 QAR equivale a 1,44 BRL).
Pergunta: É possível encontrar cerveja sem álcool nos supermercados aí?
Ah, sim, cerveja sem álcool se encontra por aqui. O problema mesmo é o danado do álcool, hehe.
Sensacional! E dá pra tomar de boa, por aí, ao ar livre, sem ninguém te amolar?
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Jãozeiro- Membro
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
Olha aí, tô falando!Jãozeiro escreveu:siodoni escreveu:Que massa Jão!
O bom é que vc se mistura no meio dos árabes com essa barbona
Curioso, Siodoni. Nesse dia em que eu tava tirando foto no Souq Waqif usando a guthra (esse lenço árabe na cabeça) um simpático senhorzinho qatari sentou-se ao meu lado e me disse que eu ficava muito bem com a guthra, que eu parecia um verdadeiro árabe, e não um turista se disfarçando de árabe. Pô, fiquei até emocionado, hehe.
Muito massa acompanhar essa sua jornada, parabéns pela coragem
Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
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Re: Jão no Qatar: minha experiência vivendo num país árabe.
https://deepdivedubai.com/dive/
https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2023/08/09/piscina-de-mergulho-mais-funda-do-mundo-em-dubai-guarda-cidade-secreta.htm
"Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, é um verdadeiro destino-ostentação: com diversas atrações maximalistas, a metrópole esbanja luxo e imponência em suas construções, além de acomodações e serviços únicos e uma lista significativa de recordes no Guinness World Records.
Uma delas é a Deep Dive Dubai, a mais profunda piscina de mergulho de todo o mundo, reconhecida pela organização que publica o Livro dos Recordes em 2021 graças aos seus 60,02 metros de profundidade.
Para se ter uma ideia de suas proporções, nela cabem 14 milhões de litros de água — o equivalente a cerca de seis piscinas olímpicas.
Seu objetivo inicial era funcionar como espaço de treinamento para mergulhadores, mas ela recebe também turistas curiosos — não é como se faltasse espaço.
Até porque, dentro da piscina extravagante há uma cidade 'secreta' subaquática, com prédios de apartamentos que parecem abandonados, um salão de jogos e videogames — tem até pebolim e bilhar —, carros, instrumentos musicais e outros detalhes que parecem esquecidos pela civilização, como uma espécie de Atlantis moderna".
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