Contra Baixo Acústico - Resistência
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Contra Baixo Acústico - Resistência
Pessoal,
Eu curto essas coisas de Psychobilly e Rockabilly e tal, e volta e meia nos shows o baixista ou outro integrante da banda sobe em cima do contrabaixo. Isso me apavora demais! Eu nunca teria coragem de fazer isso com o meu...
De qualquer maneira, isso me fez refletir sobre a real resistência de nosso querido instrumento. Já ouvi histórias de baixos que caíram de escadas, de palco e nem se riscaram; e outras de alguém que bateu no armário de casa e detonou todo.
Qual seria o pressão/peso que um baixo suporta?
Existe diferença entre resistência física de um 3/4 para um 4/4, tendo em vista sua construção/dimensão distintas?
Quais os pontos mais sensíveis?
Existe marcar mais, ou menos resistentes? E o material?
Quais os cuidados básicos que devemos ter com o instrumento? Como guardar, repousar, cuidados na hora de uma apresentação, no transporte etc.
Qual a resistência à água? (Uma vez caiu uma goteira a noite inteira no meu, será que isso pode soltar a “cola” que segura o tampão)...
Penso que algumas destas perguntas sejam fundamentais a todos nós...
Eu curto essas coisas de Psychobilly e Rockabilly e tal, e volta e meia nos shows o baixista ou outro integrante da banda sobe em cima do contrabaixo. Isso me apavora demais! Eu nunca teria coragem de fazer isso com o meu...
De qualquer maneira, isso me fez refletir sobre a real resistência de nosso querido instrumento. Já ouvi histórias de baixos que caíram de escadas, de palco e nem se riscaram; e outras de alguém que bateu no armário de casa e detonou todo.
Qual seria o pressão/peso que um baixo suporta?
Existe diferença entre resistência física de um 3/4 para um 4/4, tendo em vista sua construção/dimensão distintas?
Quais os pontos mais sensíveis?
Existe marcar mais, ou menos resistentes? E o material?
Quais os cuidados básicos que devemos ter com o instrumento? Como guardar, repousar, cuidados na hora de uma apresentação, no transporte etc.
Qual a resistência à água? (Uma vez caiu uma goteira a noite inteira no meu, será que isso pode soltar a “cola” que segura o tampão)...
Penso que algumas destas perguntas sejam fundamentais a todos nós...
Cristiano Brum- Membro
- Mensagens : 12
Localização : Ivoti - RS
Re: Contra Baixo Acústico - Resistência
Bem-vindo por aqui, Cristiano!
As suas perguntas estão perfeitas para um luthier responder, hahaha!
Como não entendo nadica de construção de instrumento, vou dar os meus pitacos, dentro do que sei, ok?
Os contrabaixos são instrumentos musicais e, como tal, penso que são - ou pelo menos deveriam ser - instrumentos delicados.
E que, assim sendo, mereceriam donos à altura, mas nem sempre as duas opções são "compatíveis": existem contrabaixos bons e outros que podem ser considerados caixotes de bacalhau, e contrabaixistas bons e outros que podem ser desconsiderados como tal...
E aí temos as variantes: contrabaixo ruim com contrabaixista cuidadoso; contrabaixo bom com contrabaixista desleixado; contrabaixo bom com contrabaixista cuidadoso e contrabaixo ruim com contrabaixista desleixado.
Parafraseando um antigo ministro que dizia que o "cachorro também era um ser humano como outro qualquer" (ou algo do tipo), podemos dizer que até os caixotes de bacalhau também são instrumentos.
Quando o cavalete do meu contrabaixo virou, meu contrabaixo "voou" com a pressão das cordas feita sobre ele.
O luthier Andrea Spada me disse que a pressão que ele suportou foi de 150 kg!
Lógico que ele quebrou a voluta (cabeça), mas depois do susto e de uma operação de emergência feita pelo grande Andrea, tudo voltou ao normal.
Existem contrabaixos muito grosseiros e outros que têm o tampo bem grosso. Outros, são delicadíssimos - mesmo sendo contrabaixos- e há os que têm o tampo finíssimo.
Penso que no quesito tombo, tudo é um questão de física e de muita sorte.
De um modo geral, o tampo é uma parte delicadíssima e tombos em que o contrabaixo cai com o cavalete voltado para o chão, ou quando algo entra no tampo do instrumento, costumam causar grandes avarias a ele, muitas irreversíveis.
Às vezes, o estrago é tão grande que a solução é trocar o tampo do instrumento, e nem sempre compensa fazer isso, financeiramente falando.
Em outros casos, trocar por um tampo do mesmo nível do original sai tão caro, que não tem como fazer o serviço com esse nível de exigência...
Instrumentos de madeira são mais resistentes ao tempo que os de compensado.
Sobre os cuidadinhos: evite deixar o contrabaixo no chão; apóie o bonitinho no canto da parede (quina), com o cavalete voltado para a parede; com os "ombrinhos" apoiados nas paredes; com os "quadris" afastados das paredes; e com o braço alinhado exatamente na linha entre as duas paredes. Ele ficará ligeiramente inclinado para frente, ou seja, com os "ombrinhos" mais próximos da parede e com os "quadris" mais distantes dela.
Cuidados na apresentação: evite deixar o seu lindo no chão. Se não houver jeito, proteja as laterais dele com uns caquinhos de madeira ou pedacinhos de borracha, para que a madeira não fique em contato direto com o chão, porque o verniz vai embora com isso. Contrabaixo não é enceradeira.
Outra coisita: cintos costumam arranhar todo o verniz do instrumento. Vire o cinto para o lado, ou ponha um pano sobre ele ou vá sem ele. Pense que, se a calça cair, o contrabaixo te protegerá, ou na possibilidade de encarar de frente uma grande performance...
Se você for apoiar o fofinho na cadeira, veja se ela é segura, e se ele está com o "C" - aquela curvinha que fica entre o "ombrinho" e o "quadril"- bem assentado na cadeira.
Avente a hipótese de que ele pode escorregar e cair.
Pense também que não é só você que escorrega na poltrona comendo batata frita na frente da televisão, e que contrabaixos não precisam nem de batata frita, nem de poltrona para isso: só de um banquinho e do seu descuido. Quem precisa de banquinho e violão é o João Gilberto. Quem precisa de contrabaixo e banquinho pode até ser você, mas o tombo também...
Se você for mesmo colocá-lo no chão, eleja um local menos movimentado para isso, com o cavalete voltado para uma parede, com o espigão protegido de pernas cegas, e com uma boa quantidade do fio da captação por perto pois, caso algum imbecil resolva tropeçar no fio, ainda há uma margem de fio antes dele levar o seu contrabaixo junto.
E NUNCA deixe o contrabaixo apoiado num banco de contrabaixo, daqueles altos. Alguns palcos mais assanhados sacodem até com os passos das pessoas, e alguns pisos são tronchos por natureza da incompetência alheia...
Para você não ficar na neura de pedir para passarem com cuidado perto do seu contrabaixo que a-do-ra ficar sentado no seu lugar enquanto você não está, ou de ficar verificando o caimento do palco, adote a mania de deixá-lo em locais mais seguros.
Sabe aquele ditado que diz que "para morrer, basta estar vivo"?
Pois é, para o contrabaixo morrer basta estar em qualquer lugar, porque em pé ele pode cair, sentado ele pode cair e até deitado ele também pode cair, se aquele estúpido tropeçar nele... Aí, aquele ditado que diz: "do chão não passa", passa a ser uma grande mentira...
Acabo de reler a sua mensagem e fiquei pensando se você está pretendendo torturar o contrabaixo de alguma forma, hahaha!
Coitadinho, né? Pisoteado, derrubado de escadas, sofrendo pressão e você quer saber de pontos mais sensíveis dele, e ainda colocou o seu debaixo de uma goteira a noite toda? Socorro!
Deixa eu te dar mais uma dica: capas de material sintético são ótimas para fazer churrasquinho de contrabaixo. Basta um cigarrinho por perto, ok?
Contrabaixos sofrem de hidrofobia: a madeira molhada e/ ou a umidade podem descolar o instrumento, empená-lo e... desvalorizá-lo ou fazer você gastar dinheiro para tratar do "resfriado" adquirido no quase inocente banhinho.
Sempre ouvi dizer que, em caso de inundação, eu poderia fazer o contrabaixo de barquinho. Nunca tentei mas, de repente, você pode pensar nessa experiência também, hahaha!
Para quase terminar, a resistência física do instrumento depende mais do material que ele foi feito, da construção dele e do cuidado que se tem com ele, do que do tamanho.
E para terminar de vez, desculpe-me pela sinceridade, mas acho que esses trogloditas que pisam no contrabaixo - e de sapatos- deveriam sempre levar um bom tombo na hora das apresentações, daqueles de quebrar braço e perna, até pararem de torturar um pobre e inocente contrabaixo, que só veio ao mundo para fazer... música!...
Para outros detalhes, como transportar o contrabaixo e mais outras coisitas, dê uma passadinha no meu "brog", quando puder: www.voilamarques.com
Abraços contrabaixísticos
As suas perguntas estão perfeitas para um luthier responder, hahaha!
Como não entendo nadica de construção de instrumento, vou dar os meus pitacos, dentro do que sei, ok?
Os contrabaixos são instrumentos musicais e, como tal, penso que são - ou pelo menos deveriam ser - instrumentos delicados.
E que, assim sendo, mereceriam donos à altura, mas nem sempre as duas opções são "compatíveis": existem contrabaixos bons e outros que podem ser considerados caixotes de bacalhau, e contrabaixistas bons e outros que podem ser desconsiderados como tal...
E aí temos as variantes: contrabaixo ruim com contrabaixista cuidadoso; contrabaixo bom com contrabaixista desleixado; contrabaixo bom com contrabaixista cuidadoso e contrabaixo ruim com contrabaixista desleixado.
Parafraseando um antigo ministro que dizia que o "cachorro também era um ser humano como outro qualquer" (ou algo do tipo), podemos dizer que até os caixotes de bacalhau também são instrumentos.
Quando o cavalete do meu contrabaixo virou, meu contrabaixo "voou" com a pressão das cordas feita sobre ele.
O luthier Andrea Spada me disse que a pressão que ele suportou foi de 150 kg!
Lógico que ele quebrou a voluta (cabeça), mas depois do susto e de uma operação de emergência feita pelo grande Andrea, tudo voltou ao normal.
Existem contrabaixos muito grosseiros e outros que têm o tampo bem grosso. Outros, são delicadíssimos - mesmo sendo contrabaixos- e há os que têm o tampo finíssimo.
Penso que no quesito tombo, tudo é um questão de física e de muita sorte.
De um modo geral, o tampo é uma parte delicadíssima e tombos em que o contrabaixo cai com o cavalete voltado para o chão, ou quando algo entra no tampo do instrumento, costumam causar grandes avarias a ele, muitas irreversíveis.
Às vezes, o estrago é tão grande que a solução é trocar o tampo do instrumento, e nem sempre compensa fazer isso, financeiramente falando.
Em outros casos, trocar por um tampo do mesmo nível do original sai tão caro, que não tem como fazer o serviço com esse nível de exigência...
Instrumentos de madeira são mais resistentes ao tempo que os de compensado.
Sobre os cuidadinhos: evite deixar o contrabaixo no chão; apóie o bonitinho no canto da parede (quina), com o cavalete voltado para a parede; com os "ombrinhos" apoiados nas paredes; com os "quadris" afastados das paredes; e com o braço alinhado exatamente na linha entre as duas paredes. Ele ficará ligeiramente inclinado para frente, ou seja, com os "ombrinhos" mais próximos da parede e com os "quadris" mais distantes dela.
Cuidados na apresentação: evite deixar o seu lindo no chão. Se não houver jeito, proteja as laterais dele com uns caquinhos de madeira ou pedacinhos de borracha, para que a madeira não fique em contato direto com o chão, porque o verniz vai embora com isso. Contrabaixo não é enceradeira.
Outra coisita: cintos costumam arranhar todo o verniz do instrumento. Vire o cinto para o lado, ou ponha um pano sobre ele ou vá sem ele. Pense que, se a calça cair, o contrabaixo te protegerá, ou na possibilidade de encarar de frente uma grande performance...
Se você for apoiar o fofinho na cadeira, veja se ela é segura, e se ele está com o "C" - aquela curvinha que fica entre o "ombrinho" e o "quadril"- bem assentado na cadeira.
Avente a hipótese de que ele pode escorregar e cair.
Pense também que não é só você que escorrega na poltrona comendo batata frita na frente da televisão, e que contrabaixos não precisam nem de batata frita, nem de poltrona para isso: só de um banquinho e do seu descuido. Quem precisa de banquinho e violão é o João Gilberto. Quem precisa de contrabaixo e banquinho pode até ser você, mas o tombo também...
Se você for mesmo colocá-lo no chão, eleja um local menos movimentado para isso, com o cavalete voltado para uma parede, com o espigão protegido de pernas cegas, e com uma boa quantidade do fio da captação por perto pois, caso algum imbecil resolva tropeçar no fio, ainda há uma margem de fio antes dele levar o seu contrabaixo junto.
E NUNCA deixe o contrabaixo apoiado num banco de contrabaixo, daqueles altos. Alguns palcos mais assanhados sacodem até com os passos das pessoas, e alguns pisos são tronchos por natureza da incompetência alheia...
Para você não ficar na neura de pedir para passarem com cuidado perto do seu contrabaixo que a-do-ra ficar sentado no seu lugar enquanto você não está, ou de ficar verificando o caimento do palco, adote a mania de deixá-lo em locais mais seguros.
Sabe aquele ditado que diz que "para morrer, basta estar vivo"?
Pois é, para o contrabaixo morrer basta estar em qualquer lugar, porque em pé ele pode cair, sentado ele pode cair e até deitado ele também pode cair, se aquele estúpido tropeçar nele... Aí, aquele ditado que diz: "do chão não passa", passa a ser uma grande mentira...
Acabo de reler a sua mensagem e fiquei pensando se você está pretendendo torturar o contrabaixo de alguma forma, hahaha!
Coitadinho, né? Pisoteado, derrubado de escadas, sofrendo pressão e você quer saber de pontos mais sensíveis dele, e ainda colocou o seu debaixo de uma goteira a noite toda? Socorro!
Deixa eu te dar mais uma dica: capas de material sintético são ótimas para fazer churrasquinho de contrabaixo. Basta um cigarrinho por perto, ok?
Contrabaixos sofrem de hidrofobia: a madeira molhada e/ ou a umidade podem descolar o instrumento, empená-lo e... desvalorizá-lo ou fazer você gastar dinheiro para tratar do "resfriado" adquirido no quase inocente banhinho.
Sempre ouvi dizer que, em caso de inundação, eu poderia fazer o contrabaixo de barquinho. Nunca tentei mas, de repente, você pode pensar nessa experiência também, hahaha!
Para quase terminar, a resistência física do instrumento depende mais do material que ele foi feito, da construção dele e do cuidado que se tem com ele, do que do tamanho.
E para terminar de vez, desculpe-me pela sinceridade, mas acho que esses trogloditas que pisam no contrabaixo - e de sapatos- deveriam sempre levar um bom tombo na hora das apresentações, daqueles de quebrar braço e perna, até pararem de torturar um pobre e inocente contrabaixo, que só veio ao mundo para fazer... música!...
Para outros detalhes, como transportar o contrabaixo e mais outras coisitas, dê uma passadinha no meu "brog", quando puder: www.voilamarques.com
Abraços contrabaixísticos
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voilamarques.com
Re: Contra Baixo Acústico - Resistência
Adorei seu blog! Dicas legais e engraçadas! (Inclusive sobre como colocar o grandão no carro! Mas para mim isso não é problema, meu carro é bem grande...)
Obrigado pelas valiosas dicas!
Ah e eu não pretendo torturar meu baixo não... Acho q são só alguns cuidados que devemos ter mesmo... Eu sou bem atrapalhado, então acho que todo cuidado é pouco! hehe
Obrigado pelas valiosas dicas!
Ah e eu não pretendo torturar meu baixo não... Acho q são só alguns cuidados que devemos ter mesmo... Eu sou bem atrapalhado, então acho que todo cuidado é pouco! hehe
Cristiano Brum- Membro
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