Existe problema na confecção de réplicas?

Olá pessoal,

Há um tempo desejei ter um set de instrumentos; conheci um Luthier que me proporcionou isso.
Assim foi construído os instrumentos para mim:

Dois Joan, baseados no trabalho de Tom Clement; um fretless e outro fretted construídos com braço interiços, marfin, cedro rosa, gonçalo alves com escalas em ipê e rouxinho usando um captação Dimarzio D123 e outra Fender SCN.

Um modelo Mokinbird da BCRich Guitars também construído em cedro, marfin, com braço inteiriço, escala em IP imbuia negra e mel no escudo com captação EMG J+P.

São instrumentos excelentes, não poupei em usar os melhores materiais disponíveis, mas alguém me perguntou se daria problema para este Luthier em construir réplicas sem os direitos autorais...
Bom, eu vejo muitos Luthiers anunciando modelos Fodera, JazzBass, Precision, etc.
Existe algum problema na cópia destes "shapes"?

PS/ Não estou fazendo propaganda deste Luthier!

Desde que a fabrica do original não se manifeste contrariamente... Problema nenhum!

Aliás, tem um tópico no forum que foi discutido este tema, não me recordo o nome do tópico agora...

Desde que as empresas não descubram, "não tem problema".

Olá GeTorres,
Eu procurei na pesquisa sobre um tópico destes, e vi mencionando sobre cópias falsas, pirataria e réplicas de baixa qualidade, etc.
O caso não seriam estes, mas de instrumentos (bem feitos e assinados pelo autor que os construiu), porém de shapes que são conhecidos mundialmente.
Como eu que pedi para construir, não pensei na época que seria algum problema. Não são vendidos em escala, foram encomendados mesmo para uso próprio.
Acha então que não tem problema?

Rick Charles, obrigado então. Vou recomendar a ele não ficar divulgado estes instrumentos como propaganda de seu trabalho!

O tópico em questão é esse:

https://www.contrabaixobr.com/t20885-duvida-mlaghus-patentes

Eles podem considerar como plagio, desde que o produto (no caso o baixo) seja uma réplica exata, como a tagima fazia antigamente com os fenders (até o headstock era igual, inclusive as medidas), e eles fiscalizam mais quando a produção é feita em larga escala, serviço de luthier tem problema não

Não é o tópico das falsificações que eu citei!

Estava me referindo a cópias do mesmo tipo que você tem. Vou procurar e encontrando deixo o link aqui.

Até onde eu sei, há shapes de "domínio público" e em outros casos há shapes registrados.

No caso da Fender, somente o HEADSTOCK é registrado como propriedade industrial, ou seja, pode-se copiar o shape, mas não o head..
(mas para ter problemas, a fabrica dona da MR deve se manifestar e se for o caso processar quem fez a cópia, como a fender fez em face das cópias exatas que a tagima fez há alguns anos e a Giannini por copiar o head Fender)

Normalmente as fabricas só se preocupam se for cópias em larga escala e não de luthieres.

Não vejo problemas em suas réplicas, até porque as madeiras são diferentes. Seu luthier pode fazer a propaganda sossegado!


(Valeu por indicar o tópico Thales!!)

Thales_Sr escreveu:O tópico em questão é esse:

https://www.contrabaixobr.com/t20885-duvida-mlaghus-patentes

Obrigado mesmo! Já estou vendo!

Mesmo sendo de outro Luthier como no caso do Tom Clement?

Sim, muitos luthieres não se importam com réplicas que fazem dos instrumentos que constroem.

É caso a caso...

Se um luthier de Fortaleza copiar alguns instrumentos estrangeiros COM CERTEZA ABSOLUTA não haverá problema.

Se uma Ibanez da vida copiar um baixo MusicMan a probabilidade de um processo jurídico é muito grande.

Sgarbi,se nao tiver nenhum problema,vc pode postar fotos dos baixos,ou videos.abç...

Caro Sgarbi,

Esse Mockingbird está simplesmente animal! Muito bonito mesmo.

Acho que o unico problema é se voce tem uma linha de produção de baixos "tributo" exatamente iguais aos originais, como o problema fender x Tagima.

Don Galerani, muito obrigado pelos comentários.

A pessoa quem fez chama-se Lucio Oliveira, é maceneiro, músico desde garoto e este foi o 5 intrumento que construiu. Mora em uma cidadela no interior próximo à Fortaleza e não gosta de ser chamado de Luthier. É uma pessoa simples de familia humilde e quando pedi que construisse este baixo fiquei preocupado sobre as questões legais envolvidas por isso coloquei este tópico.
Este é um trabalho dos 6 instrumentos que fez para mim, um deles é uma restauração de um Giannini 1978 JB (risos) que ele está terminando e está ficando fantástico!

A configuração deste instrumento foi:

Corpo: em marfin com laminas em rouxinho e topo em imbuia mel cobrindo o corpo e o headsock.
Braço: Inteiriço com espelho em ipê escuro com bolinhas em madrepérola e trastes Dunlop jumbo. Tensor de dupla ação com ajuste no headsock.
Nut: Osso bovino tratado.
Ferragens: a ponte é Khaller 4 cordas e as tarrachas são Gotoh cosmo black.
Captação: EMG J+P ativa com forramento interno em cobre, o tampo do circuito foi confeccionado em madeira.

É um baixo mais para Rock. Tocar sentado é meio desconfortável pelo formato, é feito para tocar em pé. O som é meio flat, lembra um Rickenbacker (eu já tive). Tem escala ibaneza e afina 3 oitavas. A última traste toca uma nota precisa; impressionante mesmo...
Eu vim do Rio e conheci este cara aqui no Ceará, ele fazia uns bicos com reformas de baixo e guitarras e fez 4 instrumentos (baixos) para um pessoal que toca forró.

Sgarbi,

Realmente, muito bom o trabalho dele. É impressionante como há talento no nosso país.

Voltando ao assunto das patentes... Fazer réplicas não é crime, mas comercializá-las sim, porém acho praticamente impossível uma empresa grande de instrumentos processar um luthier, já que os instrumentos não são produzidos em larga escala e assim o prejuízo é infímo. Quando é outra empresa, a coisa muda de figura, como foi com a Tagima e os Jazz Basses.