Dúvidas quanto ao fretless

Fala galera, tudo bem?

No começo desta semana comprei de um amigo meu um baixo Zaganin fretless 4 cordas, com as seguintes especificações:

Corpo - Cedro Rosa
Braço e headstock - Maple
Escala - jacarandá da Bahia
Nut - Osso
Acabamento total em laca nitrocelulose
blindagem elétrica de fábrica tb
os captadores são fender standard e os pots CTS (originais fender)
Ponte Badass II
tarraxas aluminum Gotoh

Ele estava com cordas velhas e então as troquei por umas DR Hi-beams. O baixo tem um som bem roncado, mas achei que ele tem um som não muito encorpado e sem tanto punch.

Hoje, dando uma volta na Teodoro Sampaio aqui em Sampa, tive a oportunidade de tocar num Fender Jaco Pastorius. Fiquei de queixo caído com o som, a pegada e a tocabilidade. Imaginava que fosse um ótimo instrumento, mas não tanto.

Enfim, minhas 2 perguntas para que vcs me ajudem com o assunto:

-sei que obviamente são baixos de construções, materiais e parte elétrica diferentes, mas vcs acham que trocando meus caps por uns Fender vintage (ou os do Fender Jaco, se venderem) posso ganhar em pegada?

- o Fender que eu toquei estava com cordas flat, com um som super aveludado mas uma pegada incrível. Isso poderia influenciar muito o som do baixo?

Abraço a todos

Cara, se esse Fender Jaco é o Custom Shop eu já toquei e ele é inacreditável mesmo.

Como amante de fretless já experimentei inúmeras cordas em diferentes baixos e posso dizer que cada uma têm um som completamente diferente da outra, e resultado diferente conforme construção do instrumento. Claro que tudo aqui será apenas a opinião que eu formei.

O seu é Jazz Bass? Vou me referir ao mesmo.

• Essas cordas que você colocou no Zaganin são round wound correto?
É o tipo de corda que mais ronca, anasala os médios, mas perde um pouco de punch se ação estiver baixa. Níquel fica melhor do que Steel.

• Cordas lisas (Flat) encorpam bastante, fica mais definido e menos roncado. As mais bacanas pra mim são as d'addario chromes.

• Cordas semi-lisas (D'Addario Half Rounds) têm um médio muito bonito, menos encorpada que as lisas e menos ruído de corda (zing) que round. Lembra round velha.

• Nylon (LaBella 0.60)
Foi o melhor timbre de jazz bass fretless que eu já ouvi. Sério! São caras mas valem a pena, e tem uma durablidade quase infinita
Não têm nada a ver com nenhuma das outras acima. Muito mais encorpada que as flat, nenhum zing de corda, tem pouco sustain mas "morre" com muita elegância o que fica ótimo pra timbres chorados. Com captador do braço chega o mais próximo que um elétrico pode chegar de um acústico e também privilegia bons grooves. Punch sobrenatural e com clareza.
Dá bastante barulho de pizzicato, como quando se toca o acústico com força e a corda bate no espelho.
Pode te causar problemas se seus singles forem muito barulhentos (zzzzz...) pois o ruido não para ao por as mãos nas cordas como as outras.

Edit: respondendo a pergunta do captador, trocar não vai fazer tanta diferença, experimenta outros tipos de corda antes de mais nada.
Mais uma coisa, regulagem de fretless é muito delicada e influencia significativamente no timbre final.

Bruno, em minha pouquíssima experiência e conhecimento, concordo com quase tudo que você disse, a não ser sobre as halfrounds - não gostei de nada nesta corda...ainda uso as D'addario Half round em um fretless...mas, sei lá...a sensação é que não é round nem flat, é qualquer coisa esquisita...mas, como disse, é questão de gosto. Vou comprar uma chromes e trocar urgente.
Meu baixolão fretless está com D'addario Nylon tapewounds e meu outro fretless, que está chegando hoje, está com La Bella Nylon Tapewounds.

Tarcísio tô querendo muito um baixolão pra usar com nylon, não me adapto à tocabilidade do acústico e seria a melhor alternativa. Quanto às Half gosto do timbre delas. Me lembrei agora de um ponto negativo que elas são um pouco ásperas. Não como round, são pegajosas e em alguns slides "seguram a mão", foi até por isso que deixei de usá-las.

Muito obrigado pelas respostas, vou realmente experimentar com as outras cordas para ver como fica o som.

O meu fretless está de fato com a ação super baixa, e talvez isso altere também a questão da pegada, né? Pelo que eu saquei, seria mais ou menos assim: ação mais baixa, o som é mais roncado mas o punch diminui, e o contrário acontecendo com a ação mais alta, certo?

Abrax

Bruno Alcântara escreveu:Tarcísio tô querendo muito um baixolão pra usar com nylon, não me adapto à tocabilidade do acústico e seria a melhor alternativa.

Desvirtuando um pouco:
O meu baixolão era originamente fretted, mas o desejo era grande em tê-lo fretless, então foi.
As D'addario nylon potencializaram os barulhos da digitação, talvez por causa da captação piezo, não sei ao certo, mas fechando o tone este barulho quase acaba. Devo experimentar as La Bella nylon, em um futuro próximo. No meu caso, Bruno, o som ficou longe do acústico, bem roncado, os harmônicos bem claros. Minha lembrança do acústico, quando estudava há umas décadas atrás, era de um som mais fechado. Talvez, também, seja porque estudava erudito, então era só arco, e pizzicato só em pouquíssimas situações. Sem querer mencionar a diferença, óbvia, de construção de um instrumento para outro.

Bruno Alcântara escreveu:Tarcísio tô querendo muito um baixolão pra usar com nylon, não me adapto à tocabilidade do acústico e seria a melhor alternativa. Quanto às Half gosto do timbre delas. Me lembrei agora de um ponto negativo que elas são um pouco ásperas. Não como round, são pegajosas e em alguns slides "seguram a mão", foi até por isso que deixei de usá-las.

Bruno, apesar de ter acustico, de uns tempos pra cá venho realmente investindo mais no meu baixolao. Trata-se de um Crafter fretless, comprado háuns 10 anos. Como procuro ter muito cuidado com os instrumentos, considero-o bem conservado para o tempo. Quanto a cordas, depois que coloquei LaBella nylon, nunca mais quis saber de nada. Sim, sao caras... e maravilhosas! Detalhe: lendo aqui no forum, vi que um baixista sugeria colocar espuma pra abafar o som do baixolão, e que ele tinha feito uma gravação em que outros músicos que ouviam juravam que era acústico! Bem, ocorreu que meu baixolão está, atualmente, com espuma e parece um instrumento novo, estou comlpetamente enamorado dele!! hehe.

Sobre amplificação, tenho um Eden WTX 500. Zerei o agudo, quase zerei o medio e deixei o grave na posição 11h (pense que 12h é flat, ok?). No pré do baixo, deixei a regulagem proxima disso, ou seja, tirei bastante agudo e medio e deixei pouco grave. Bom, pode parecer uma regulagem doida, mas eu achei linda. esse teste foi ha bem pouco tempo, e a sensação é que a amplficiação passou a ser mais fiel ao som acústico do instrumento, saca?, com a diferença, claro, do ganho de volume (afinal, é pra isso que amplificamso instrumento!). Enfim, espero ter ajudado. Abraços.

ps.: em breve postarei os instrumentos na seção Meu setup, daí vc pode dar uma olhada. Valeu!

chrisbass se quiser mais pegada e punch experimenta a ação média-baixa, ação baixinha funciona bem pra timbre chorado.

Tarcísio como eu disse seria alternativa. A captação piezo nem levo em consideração pois é infiel (apesar de ser diferentemente bacana). Pretendo experimentar microfonação ao invés de rastilho. Para mim a "acústica" de um bom baixolão grande (tipo jumbo) fretless com corda lisa ou nylon já é suficiente. Não é idêntico, tem menos projeção, mais sustain e como você disse isso é obvio, mas como não sou expert no acústico aos meus ouvidos é próximo. Toquei em instrumento nessas condições e agradou. Vou pagar pra ver se me agradará a longo prazo. Agradeço a dica, quem tem é que sabe.

Márcio obrigado pelas dicas. Acredito que esse baixista da espuma seja o Claudio Rocha. Li algo parecido no blog dele. Quero experimentar também.

galera da pra encontrar um fretless bom na faixa dos R$1000,00?
gostaria de umas dicas sobre qual melhor custo-beneficio...
Valeu...

Caio você acha uns squier VM usados nessa faixa de preço, você também pode comprar um fretted e desfretar.

Uma boa regulagem muda tudo!
Eu desfretei o Combustion aqui e regulei ele meio nas coxas. Ficou bom mas quando mandei aplicar resina e regular no Zaganin ele voltou outro baixo. Muito mais interessante e equilibrado.

Zada,

Como essa resina, necessariamente tem que aplica-lá ?

Necessariamente não, mas achei bacana que protege a escala.
Não sei te dizer exatamente o que mudou em termos de timbre mas mudou!! Rss
É que a mudança envolveu a regulagem também. Mandei aplicar porque como uso cordas normais e não flat elas tendem a danificar mais a escala e com a resina preserva a escala e quando zoar mando lixar e aplicar de novo ai mantenho a escala intacta.
Muita gente usa inclusive me parece que os Pedulla já vem assim e fabrica e vi em alguns baixos inclusive no do Thiago do Espirito Santo e achei interessante.
De timbre achei que ficou talvez um pouco mais grave mas pode ser impressão ou auto-sugestão!! Rsss

galera da pra encontrar um fretless bom na faixa dos R$1000,00?
gostaria de umas dicas sobre qual melhor custo-beneficio...
Valeu...

Nesse preço tem aquele SX que já vem fretless,
ainda sobra pra comprar cordas melhores porque as que vem nele são bem ruins, e regular em luthier.
Acho ele melhor que o Squier Fretless e ainda é mais barato.
A não ser que você compre um classic vibe usado e mande desfretar, que costuma ficar em 200,00 reais em média. Mas aí vai gastar mais que mil...

Bruno Alcântara escreveu:

galera da pra encontrar um fretless bom na faixa dos R$1000,00?
gostaria de umas dicas sobre qual melhor custo-beneficio...
Valeu...

Acho ele melhor que o Squier Fretless e ainda é mais barato.

Depende do que ele procura em um fretless, Bruno. Se forem as características mais comentadas e que fizeram sucesso nas mãos do Pastorius, por exemplo, concordo com você, mas vou dar minha pequena opinião aqui, ok?
Tenho um Squier JBVM fretless - acabamento MUITO bom, eletrônica OK, tarraxas OK, ponte + ou -, mas já disseram que pouco ou nada influencia no som. Fiz uns Ups estéticos, porque sempre gostei de mudar as coisas colocando algo pessoal.
O que procurava, encontrei neste baixo. Quando ele estava com cordas half rounds, não soava legal, mas após colocar cordas totalmente rounds, mudou completamente. Tem o som mais fechado, quando toco perto da ponte e mais "fretless" quando perto do braço.
Lógico, que a escala em Ebonol faz com que ele sejam diferente de um fretless "com mais madeira", mas não é tão ruim como alguns dizem - lógico que tem a questão de gosto, e isto é individual. Quando comprei este baixo foi por curiosidade e pelo preço que paguei, qualquer coisa conseguiria o valor investido, acredito. Mas depois de usá-lo um pouco, casei. Estou MUITO satisfeito com o meu.

Fui injusto Tarcísio, acabei levando pro gosto pessoal. Você tem razão.
Sendo mais específico, o que eu não gosto deste baixo é justamente a escala. Meu Ibanez veio com essa mesma escala e em alguns Amps como Hartke ele soava muito bem, mas em outros como meu Roland e um Giannini antigo valvulado que eu adoro, ele soava muito magro e com muito "zing". Acabei trocando a escala pra jacarandá (vide avatar) depois de uns poucos meses de comprado e pronto, chegou onde eu queria. Mas é pessoal, tem gente que adora esse Ebonol. Aliás o timbre me lembrava do Gary Willis, que me soa um tanto artificial mas não sei se ele usa Ebonol...

Inevitável falarmos daquilo que nos agrada e nos faz sentir bem
Acredito, inclusive, que passando o tempo e ganhando conhecimento/experiência possa a vir a ter este mesmo sentimento em relação a escala em ebonol - já li vários comentários de pessoas MUITO mais experientes que eu e que não gostam nada-nada dela.
No momento, para mim, serve e muito bem.
Vamos ver o que o futuro nos apresenta!!!

Eu já toquei num com ebonol que achei bem bacana.
Mas tem gente que não curte mesmo!