Quarto Contracanto: O perigo do uso de fones de ouvido.

Olá a todos!

Como complemento para as idéias discutidas no Sexto e no Décimo Contrapontos, resolvi fazer um Contracanto à parte para falar especificamente dos perigos do uso do fones de ouvido.

É preciso ter em conta que o uso de fones de ouvido é algo que está muito longe de ser inofensivo, principalmente para nós, músicos, uma vez que este uso pode levar à perda (irreversível) de nosso maior instrumento de trabalho: A nossa audição.

Pessoalmente, tendo em vista a preservação de minha própria audição, prefiro me manter o mais longe possível deles (Não uso Ipods ou similares, não escuto música no celular, ouço música no computador com as caixas de som dele) e só usá-los na única situação musical na qual eles são realmente obrigatórios: Em gravações.

Mas esta é uma posição pessoal minha e não uma verdade absoluta.

Sei que muita gente gosta de usá-los e, sendo assim, este Contracanto possui algumas informações para que os usuários de fones de ouvido saibam como manter a sua saúde auditiva.

Segue o texto.

Cuidados ao utilizar fones de ouvido

"Os fones de ouvido estão na moda. O astro do futebol Neymar, por exemplo, tem aparecido na mídia com fones pra lá de sofisticados e potentes, o que chama a atenção de muitos dos seus fãs. Mas é preciso ter cuidado: esse acessório moderno pode prejudicar a audição.

De acordo com Thais Alves, fonoaudióloga do Hospital Oftalmologico de Sorocaba, BOS, “Jovens de até 30 anos, estão mais expostos à agentes que prejudicam a audição, como o uso de fones de ouvido, por longo período de tempo. Sendo assim, jovens correm mais riscos de perda auditiva, do que os mais velhos”.

Geralmente, o volume está sempre acima do ideal. “O maior prejuízo causado pelo fone de ouvido é a exposição ao ruído, já que, na maioria das vezes, as pessoas acabam abusando do volume. O ideal é usar em torno de 60% da capacidade do equipamento; se a escala de volume for de 0 a 10, usar no máximo no número 6″, comenta.

Em relação à decibéis, o valor máximo que o indivíduo pode ficar exposto é 85 dB por até 8 hrs diária, porém a partir de 50dB já deve-se ficar atento. “Esse som indo direto ao sistema auditivo com frequencia pode trazer prejuízos irreversíveis à audição”, conta a fonoaudióloga.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, hoje, há pelo menos 800 milhões de pessoas com alguma perda auditiva e esse número deve crescer para 1,1 bilhão até 2015. A surdez é uma das três deficiências mais comuns no Brasil, atingindo quase 6 milhões de pessoas.

A chamada “poluição sonora” traz danos para todo o corpo, inclusive para a audição, podendo causar perda auditiva , zumbido e outros desconfortos para o indivíduo. Barulhos comuns nas grandes cidades, como os dos carros, somados também ao uso de celulares, geram um estímulo constante à audição e pode prejudicá-la ainda mais.

O volume do celular, deve ser regulado como em qualquer outro equipamento que emite som e que é utilizado direto na orelha.

A dificuldade maior, está na forma em como a perda de audição se instala. Por ser um problema silencioso, as pessoas levam em média sete anos entre detectar a perda auditiva e o início do tratamento. ” É possível que o indivíduo possua perda auditiva e não perceba, já que muitas vezes a perda é gradativa e começa nas frequências mais altas”, diz Thais.

A perda auditiva pode ter tratamento, mas depende do tipo de perda. Se a mesma consiste em líquido, cerumem ou qualquer afecção na orelha externa ou média (chamada perda condutiva), pode ser tratada com uso de medicamento, drenagem do líquido, cirurgia ou remoção de cerumen.

No caso de uma perda que atinge a orelha interna (chamada neurossenssorial,) na maioria das vezes não há cura, e o tratamento consiste no uso de aparelhos de amplificação sonora ou colocação do implante coclear.

Para manter a saúde auditiva em dia:

• Regule o volume do fone na escala intermediária (se for de 0 a 10, o ideal é 6)

• Guarde os fones em uma embalagem, para não acumular sujeira, o que pode gerar contaminação ao conduto auditivo e causar uma infecção.

• Respeitar intervalos de repouso sonoro, de preferência de uma a duas horas por dia

• No carro, feche as janelas para que o som do rádio não compita com o barulho de fora

• Se usar o fone em um ouvido só, alterne para não sobrecarregar apenas um lado

• Diminuir o volume às vezes pode ser bom. Quando ouvimos uma música que gostamos, nossa tendência natural é aumentar o som. O ouvido facilmente se habitua à nova sensação e esquecemos que o nível de pressão sonora mudou

• Ao tirar o fone, caso sinta abafamento, zumbido (chiado, apito ou qualquer outra sensação sonora) ou dor, cuidado: são sinais de super estimulação

• Se puder fazer uma opção, dê preferência ao uso dos modelos supra-aurais (tipo concha). Tomando cuidado para não ultrapassar os limites sonoros, esses modelos tendem a ser menos nocivos que o fone de inserção

Fique atento quando houver alguma mudança na rotina, ligada a audição: se há dificuldade de entender o que os outros falam, quando é necessário aumentar o volume da TV ou rádio para “ouvir melhor”, quando há presença de chiado e/ou zumbido e sensação de ouvido tapado, ou mesmo dificuldade de compreensão em ambientes ruidosos.

A dica da fonoaudióloga, é cuidar da audição para evitar os danos, que no caso de abuso no uso de fones de ouvido, também podem ser irreversíveis. “Outra dica importante, é não usar auto medicação e sempre procurar um médico otorrinolaringologista quando perceber que há algo errado com as suas orelhas”, finaliza a fonoaudióloga."

Fonte: http://ares.hosbos.com.br/blog/materias/cuidados-ao-utilizar-fones-de-ouvido/