MIB (Música Imbecil Brasileira)
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MIB (Música Imbecil Brasileira)
Umas das melhores reflexões que já vi no site. Assunto que poderia ser colocado em pauta nos meios de comunicação, no entanto o negócio é muito rentável para todos eles, e, portanto, não convém. Quanto mais ignorante é o público, quanto mais manipulável, mais atraente à "feirinha" da música brasileira. Sugiro que se comente também sobre o atentado que estes novos compositores e intérpretes cometem sobre os gêneros musicais originais. A música sertaneja de raíz é belíssima, tem um sentido, uma temática que remete à vida no campo, à simplicidade, as agruras sertanejas... é, portanto, um pecado intitular essa apologia a sexualidade e ao consumismo de "sertanejo universitário". Da mesma forma ocorre com o samba, que desenvolvia em letras criativas a alegria dos boêmios de outrora, e hoje se confunde com o pagode chulo que ouvimos nas rádios. O que diria Noel Rosa se fosse vivo?
MIB (Música Imbecil Brasileira): o sertanejo universitário na era da imbecilidade monossilábica
Talvez a necessidade de fluidez nos diálogos possa explicar, ao menos em parte, esse movimento de “encurtamento” das palavras numa língua. O interlocutor apressado deseja exprimir suas ideias e sentimentos com rapidez. Logo, usa de vocabulário que lhe proporcione a celeridade almejada. E é aí que a abreviação encontra campo fértil para desenvolver-se, porquanto parece ser de fácil compreensão que palavras curtas propiciam agilidade a uma conversa. Nos tempos presentes, na afamada “era digital”, esse movimento, outrora secular, acelerou-se. Hoje é possível notar sem dificuldades o recrudescimento do processo de abreviação das palavras de um dado idioma.
Para citar novamente o caso do “você”, nas redes sociais e nos programas de comunicação instantânea via internet, aquele pronome, cuja forma culta na atualidade já é uma redução da original, foi novamente “mutilado”, tornando-se um singelo “vc”. Idêntico fenômeno se observa no verbo “teclar”: quando usado na denotação de “acionar por meio de teclas”, o usuário da internet tem preferido um simples “tc”.
Essas transformações linguísticas, se de um lado operam-se nos rastros das consequências sociais da globalização — aquilo que o sociólogo Zygmunt Bauman chamou de “modernidade líquida” —, de outro decorrem de uma tentativa de estabelecimento de um signo linguístico capaz de comportar uma sociedade acelerada e sem freio. Eis o “idioma da velocidade”.
O “idioma da velocidade”, dessa maneira, pode-se considerar como sendo o sistema de comunicação mediante o qual o interlocutor prioriza a ligeireza da interlocução: o diálogo deve ser rápido, fluido, “líquido”, mesmo que, para tal fim, seja preciso sacrificar regras comezinhas de sintaxe ou abreviar impiedosamente as palavras.
Um conceito obscuro no cancioneiro nacional
A ideia de “idioma da velocidade”, que ora estou a propor, encontrou terreno fecundo na música comercial brasileira. Especificamente, refiro-me ao gênero que se convencionou chamar de “sertanejo universitário” — atualmente dominante em todas as rádios do País.
O conceito de “sertanejo universitário” é dos mais obscuros do cancioneiro nacional. Trata-se de uma aparente “contradictio in terminis”, afinal, “sertanejo” remete à ideia de “sertão”, área agreste, rústica, visto que distanciada dos grandes centros urbanos. Já “universitário” é adjetivo que se liga incontinenti à “universidade”, isto é, espaços de difusão dos saberes científico e filosófico e que, o mais das vezes, situam-se justamente em áreas de intensa urbanização. Por isso, já houve quem quisesse definir “sertanejo universitário” como sendo o “caipira que passou no vestibular” ou “o cidadão urbano com origens no sertão”. Nenhum desses conceitos, é claro, corresponde à realidade. De “sertanejo” esse universitário não tem absolutamente nada. Cuida-se, sim, da juventude da cidade que decidiu colocar um chapéu de cowboy e “cair na balada”.
Do ponto de vista musical, o sertanejo universitário hoje é um gênero musical utilizado comumente para designar a fórmula da “música dançante feita para gente descerebrada”. É o correspondente hodierno, do século 21, ao que foi a axé music no fim do século 20, mais precisamente na década de 1990: a demonstração cabal de que o físico alemão Albert Einstein estava certo quando afirmou: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, quanto ao universo, ainda não estou completamente certo disso”.
A década perdida da música brasileira
A letra dispensa comentários e, por si só, revela a mais absoluta falta de respeito próprio, menos de quem compôs e produziu o grupo — um empresário na tarefa de lucrar na indústria do kitsch —, mais da parte de quem anotou na sua biografia momentos de supremo constrangimento “ralando na boquinha da garrafa”.
Quanto ao exibicionismo a que me refiro como caracterizador do período, este se notava na quantidade imensa de pessoas que passaram a trajar abadás multicoloridos qual uniformes denotativos de um suposto status citadino jovem, com os símbolos do “carnaval fora de época”. Havia mesmo uma hierarquia curiosa nas vestimentas: dependendo da cor do abadá, o sujeito era “playboy/patricinha” ou “pobre/povão”, pois já se sabia antecipadamente o preço elevado que se pagava para estar no bloco da “cervejada” ou dos “chicleteiros”, relegando o setor da “pipoca” para o vulgacho empobrecido. Foi também uma época de criatividade única no desenvolvimento de coreografias para as muitas “danças” que surgiam: do vampiro, da manivela, da tartaruga, do tamanduá, do morcego. Quase toda a fauna brasileira foi vilipendiada, digo, homenageada nessas composições.
Ivete Sangalo merece uma atenção especial. Originalmente vocalista da Banda Eva, seguiu o caminho para o qual todo “artista” de axé está direcionado: a carreira solo. Sangalo soube aproveitar como ninguém a catapulta. Carismática e muito bem assessorada, ela sabia que seu repertório grotesco não a sustentaria mais do que alguns verões fora de Salvador. Assim, tratou de cultivar uma imagem que a projetasse como cantora para além da axé music, que principiava a agonizar nas vendas das gravadoras. Hoje, contando com o apoio de quase toda a mass media brasileira, que a tem por “grande cantora”, é empurrada “goela abaixo” do público pela televisão, que lhe dá um espaço imenso nos principais canais abertos, sem contar os sucessivos apelos propagandísticos. Mas nem toda a máquina publicitária pode esconder a péssima qualidade do seu repertório, que não resiste a um exame qualitativo mais minucioso. “Carro velho”, sucesso comercial na sua voz, revela bem o quão criativa é a leitura de mundo da cantora: “Cheiro de pneu queimado. Carburador furado. Coração dilacerado. Quero meu negão do lado. Cabelo penteado. No meu carro envenenado. Eu vou, eu vou, então venha. Pois eu sei. Que amar a pé, amor. É lenha”.
Nos anos 2000, no entanto, a axé music entrou em colapso no mercado. Os carnavais fora de época (micaretas) foram aos poucos desaparecendo pela perda crescente de público. Os grupos “clássicos” do período deixaram de existir não por brigas de seus integrantes, mas pela simples falta de shows. O mercado usou e abusou da axé music enquanto era lucrativa. Quando deixou de sê-lo, descartou-a, substituída que foi, nas rádios comerciais, pelo forró universitário e pelo funk carioca (cuja nomenclatura correta é “batidão”). Nem mesmo o movimento da “suingueira”, capitaneado por “pérolas” do nível de “Rebolation”, associado a um amplo apelo midiático que tem por diretriz espicaçar os “sucessos do carnaval”, conseguiu ressuscitar o declínio inexorável daquele gênero musical moribundo.
O jovem hedonista do século 21 no Brasil
O perfil estereotípico do sertanejo universitário
Naturalmente, numa empresa dessa envergadura, precisarei recorrer às letras de algumas das composições mais representativas do estilo. Cuida-se de analisar como pensam os grandes artistas do gênero para, ao final, robustecer um juízo estético-sociológico sobre este conceito indecifrável do “sertanejo universitário”.
Nesse sentido, creio que uma das suas primeiras características é o desapego aos estudos. O sertanejo universitário é um hedonista por excelência. Seu adágio popular dileto, alçado à condição de mote da própria vida, é o clichê: “Pra que estudar se o futuro é a morte?”.
Desse modo, pode ser concebido como um jovem, de péssima formação intelectual e que, a despeito de cursar uma faculdade, não está nem um pouco preocupado com os estudos. Para ele, só existe a balada (o prazer imediato). É o que notamos na composição “Bolo doido”, da dupla “Guilherme e Santiago”: “Ai ai ai sexta-feira chegou! quem não guenta bebe leite e quem guenta vem comigo. Na sexta-feira o bar virou uma micareta. Mulherada foi solteira e os meus amigos loucos pra beber. Da faculdade eu fui pra festa tomar todas com a galera. E fiz amor até amanhecer. Toquei direto, fui à praia com as gatinhas na gandaia. Minha galera bota é pra ferver. Segunda de madrugada, travado, cheguei em casa. Sete horas acordei com uma ressaca, tinha prova pra fazer”.
Mas o sertanejo universitário, para levar uma vida de “baladeiro”, necessita de dinheiro, pois o vil metal tem o condão de, simultaneamente, torná-lo cliente especial da sociedade de consumo e despertar o interesse das garotas mais lindas da balada — verdadeiras empreendedoras no varejo dos relacionamentos humanos. Ele é, assim, um sujeito endinheirado. É o que se observa na composição “Camaro amarelo”, da dupla Munhoz e Mariano: “Quando eu passava por você. Na minha CG você nem me olhava. Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber. Mas nem me olhava. Aí veio a herança do meu ‘véio’. E resolveu os meus problemas, minha situação. E do dia pra noite fiquei rico. ‘To’ na grife, ‘to’ bonito, ‘to’ andando igual patrão. Agora eu fiquei doce igual caramelo. ‘To’ tirando onda de Camaro amarelo. E agora você diz: vem cá que eu te quero. Quando eu passo no Camaro amarelo”.
Já sabemos, portanto, que o sertanejo, do tipo universitário, é jovem, de posses, sai da faculdade com seu Camaro amarelo direto para a balada e “bota a galera pra ferver”. Há quem lhe custeie os estudos. E, ainda que ao final de quatro ou cinco anos saia da faculdade no nível de um analfabeto funcional, seus genitores são suficientemente influentes para arranjar-lhe uma boa posição na iniciativa privada ou mesmo no serviço público.
O sertanejo universitário é sujeito destemido, porém sensível. Tem o dom da poesia incrustado nas suas veias. Na balada, este santuário da “pegação da mulherada”, sente a verve aflorar com facilidade, produzindo versos riquíssimos, como os que se notam na composição “Ai se eu te Pego”, do cantor Michel Teló: “Sábado na balada. A galera começou a dançar. E passou a menina mais linda. Tomei coragem e comecei a falar. Nossa, nossa. Assim você me mata. Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego”.
De fato, é preciso ser muito perspicaz para rimar “dançar” com “falar”. Sobretudo, me impressiona a profundidade dos versos: quando passa a menina mais linda, ele toma coragem e fala. É um movimento controlado, premeditado. O eu lírico “toma coragem” e “parte para a caça” na balada. Inspirado pela beleza da garota, ele se aproxima e a corteja de uma maneira que qualquer mulher, de Carla Perez a Susan Sontag, sentir-se-ia enamorada: “Ai se eu te pego”, “ai se eu te pego”, ele repete à exaustão o verso aos ouvidos da “garota mais gostosa”.
Contudo, talvez a característica mais significativa desta personagem — o sertanejo universitário — seja mesmo a preferência pelo “idioma da velocidade”. Sertanejo que é sertanejo universitário evita a prolixidade; é sucinto, direto, objetivo. Sua linguagem despreza floreios verbais, construções frasais longas, vocábulos de difícil entendimento. Dado o portento de seu talento poético, ele acentua a desnecessidade do vocabulário complexo, adepto que é da lógica do “dizer muito com muito pouco” ou do “falar fácil é que é difícil”. Conhecedor profundo da fonologia da gramática da língua portuguesa, ele lança mão do rico alfabeto fonético do idioma românico-galego e, conjugando-o com seu ideal filosófico de concisão e com as técnicas redacionais modernas que enaltecem o “texto enxuto”, passa a compor valorizando a mínima emissão de voz na entonação dos seus versos, economizando em palavras o que pode expressar, em seu entender, perfeitamente com vocábulos monossílabos. É daí que nasce a tendência manifesta das composições do estilo em priorizar a vocalização de uma única sílaba. Exemplificativamente, temos: “Eu quero tchu, eu quero tcha”, de João Lucas e Marcelo: “Eu quero tchu, eu quero tchã. Eu quero tchu tcha tcha tchu tchu tchã. Tchu tcha tcha tchu tchu tchã”.
“Eu quero tchu, eu quero tcha” é, sem dúvida, um dos mais formidáveis exemplos de como se pode economizar palavras, de como se pode fundir o dígrafo consonantal “ch” com o “t” e uma vogal (“a” ou “u”) e criar um hit nacional. O significado poético-filosófico do “tchu” e do “tcha” na composição também merece registro: o eu lírico cria um jogo de contrastes, antitético como as leis da dialética, onde o “tchu” só existe para o “tcha”, de modo que não pode haver “tcha” sem “tchu” nem “tchu” sem “tcha”. Daí o porquê de invocar-se as expressões alternadamente, silabando-as na velocidade da luz: “Tchu tcha tcha tchu tchu tchã”.
Na mesma linha vem a composição “Tchá tchá tchá”, cantada por Thaeme e Thiago: “Ai que vontade, ai que vontade que me dá. De te colocar no colo e fazer o tchá tchá tchã. Tchá tchá tchá, Tchá tchá tchã. Tchá tchá tchá, Tchá tchá tchã. De beijar na sua boca fazer o tchá tchá tchã. Tchá tchá tchá, Tchá tchá tchã. Tchá tchá tchá, Tchá tchá tchã. De beijar na sua boca e fazer o tchá tchá tchã”.
Outro exemplo notável do uso de monossílabos é observável em “Lê lê lê”, de João Neto e Frederico. Vejamos: “Sou simples. Mas eu te garanto. Eu sei fazer o Lê lê lê. Lê lê lê. Lê lê lê. Se eu te pegar você vai ver. Lê lê lê. Lê lê lê”.
Mais uma vez temos o eu lírico usando de monossílabos, economizando em palavras, porque riqueza vocabular tornou-se algo desprezível. Sendo possível conotar com um mero “lê”, por que falar mais? O “lê, lê, lê”, no entanto, guarda uma mensagem subliminar perigosa: se tomado isoladamente na segunda pessoa do imperativo afirmativo, pode vir a constituir-se em ordem para leitura. Nada mais distante do que pretende o compositor e a “filosofia de vida” que anima o sertanejo que frequenta a universidade. Logo, é preciso apreender o “lê lê lê” de maneira contextualizada, ou seja, como registro onomatopaico que emula o sentimento de auto compensação libidinosa do eu lírico diante da vergonha que é, numa sociedade de consumo, ter uma condição financeira oprobriosa.
A era da imbecilidade monossilábica
É quando aos olhos de uma garota, na balada, torna-se “bonito” ser um completo idiota. Com o sertanejo universitário, a MIB entrou definitivamente na “era da imbecilidade monossilábica”.
http://www.revistabula.com/332-mib-musica-imbecil-brasileira-o-sertanejo-universitario-na-era-da-imbecilidade-monossilabica/
MIB (Música Imbecil Brasileira): o sertanejo universitário na era da imbecilidade monossilábica
Há uma tendência idiomática, estudada pelos gramáticos e linguistas, e mesmo constatável empiricamente, que consiste na ação do falante de abreviar as palavras. Assim, palavras longas são reduzidas ao longo do tempo. Exemplo clássico encontra-se no pronome “vocês”. Esta forma, tal como se encontra hoje registrada nos léxicos, nem sempre se pôde considerar “correta”. Em Portugal, a nação europeia da qual o Brasil herdou seu idioma oficial, houve um tempo em que o pronome de tratamento real era “vossa mercê”. Expressão longa, a passagem dos séculos tratou de vulgarizá-lo, abreviando-o. Hoje o escrevemos apenas como “você” — considerando-o plenamente aceitável nos rígidos quadrantes da gramática normativa culta.Um movimento circular, no qual aquele que nada tem a oferecer intelectualmente alimenta com sua arte quem já se encontra morrendo de inanição cerebral
Talvez a necessidade de fluidez nos diálogos possa explicar, ao menos em parte, esse movimento de “encurtamento” das palavras numa língua. O interlocutor apressado deseja exprimir suas ideias e sentimentos com rapidez. Logo, usa de vocabulário que lhe proporcione a celeridade almejada. E é aí que a abreviação encontra campo fértil para desenvolver-se, porquanto parece ser de fácil compreensão que palavras curtas propiciam agilidade a uma conversa. Nos tempos presentes, na afamada “era digital”, esse movimento, outrora secular, acelerou-se. Hoje é possível notar sem dificuldades o recrudescimento do processo de abreviação das palavras de um dado idioma.
Para citar novamente o caso do “você”, nas redes sociais e nos programas de comunicação instantânea via internet, aquele pronome, cuja forma culta na atualidade já é uma redução da original, foi novamente “mutilado”, tornando-se um singelo “vc”. Idêntico fenômeno se observa no verbo “teclar”: quando usado na denotação de “acionar por meio de teclas”, o usuário da internet tem preferido um simples “tc”.
Essas transformações linguísticas, se de um lado operam-se nos rastros das consequências sociais da globalização — aquilo que o sociólogo Zygmunt Bauman chamou de “modernidade líquida” —, de outro decorrem de uma tentativa de estabelecimento de um signo linguístico capaz de comportar uma sociedade acelerada e sem freio. Eis o “idioma da velocidade”.
O “idioma da velocidade”, dessa maneira, pode-se considerar como sendo o sistema de comunicação mediante o qual o interlocutor prioriza a ligeireza da interlocução: o diálogo deve ser rápido, fluido, “líquido”, mesmo que, para tal fim, seja preciso sacrificar regras comezinhas de sintaxe ou abreviar impiedosamente as palavras.
Um conceito obscuro no cancioneiro nacional
A ideia de “idioma da velocidade”, que ora estou a propor, encontrou terreno fecundo na música comercial brasileira. Especificamente, refiro-me ao gênero que se convencionou chamar de “sertanejo universitário” — atualmente dominante em todas as rádios do País.
O conceito de “sertanejo universitário” é dos mais obscuros do cancioneiro nacional. Trata-se de uma aparente “contradictio in terminis”, afinal, “sertanejo” remete à ideia de “sertão”, área agreste, rústica, visto que distanciada dos grandes centros urbanos. Já “universitário” é adjetivo que se liga incontinenti à “universidade”, isto é, espaços de difusão dos saberes científico e filosófico e que, o mais das vezes, situam-se justamente em áreas de intensa urbanização. Por isso, já houve quem quisesse definir “sertanejo universitário” como sendo o “caipira que passou no vestibular” ou “o cidadão urbano com origens no sertão”. Nenhum desses conceitos, é claro, corresponde à realidade. De “sertanejo” esse universitário não tem absolutamente nada. Cuida-se, sim, da juventude da cidade que decidiu colocar um chapéu de cowboy e “cair na balada”.
Do ponto de vista musical, o sertanejo universitário hoje é um gênero musical utilizado comumente para designar a fórmula da “música dançante feita para gente descerebrada”. É o correspondente hodierno, do século 21, ao que foi a axé music no fim do século 20, mais precisamente na década de 1990: a demonstração cabal de que o físico alemão Albert Einstein estava certo quando afirmou: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, quanto ao universo, ainda não estou completamente certo disso”.
A década perdida da música brasileira
Recordando os tristes anos de 1990, a década perdida da música brasileira, o império da axé music na indústria fonográfica nacional proporcionou algumas das mais constrangedoras composições que alguém, supostamente um ser racional, já foi capaz de escrever. Naqueles idos, expressões do quilate de “vai dançando gostoso, balançando a bundinha” tornaram-se símbolos de uma geração destruída pelo assédio constante da lógica hedonista do “prazer carnavalesco ininterrupto, curtição acéfala e exibicionismo de corpos plasticamente esculpidos na academia”. Era o princípio de uma tendência irrefreável, que só se acentuaria ao longo dos anos na música brasileira: a substituição do cérebro pelas nádegas. Era o começo da MIB: Música Imbecil Brasileira. O acrônimo de uma geração de jovens destruída pela estultice. O grau de estupidez a que os ouvidos humanos foram submetidos nessa “idade das trevas” das rádios do País pode ser muito bem representado num dos hits do mais emblemático dos grupos surgidos no período. Refiro-me ao É o Tchan e a sua antológica “Na boquinha da garrafa”, sucesso radiofônico absoluto, cujas coreografias foram repetidas incessantemente em programas de auditório dominicais, com suas dançarinas calipígias “engatando” bem-sucedidas carreiras nas capas de revistas masculinas e no mundo das sub-celebrity. Vejamos: “No samba ela gosta do rala, rala. Me trocou pela garrafa. Não aguentou e foi ralar. Vai ralando na boquinha da garrafa. É na boca da garrafa. Vai descendo na boquinha da garrafa. É na boca da garrafa”. |
Quanto ao exibicionismo a que me refiro como caracterizador do período, este se notava na quantidade imensa de pessoas que passaram a trajar abadás multicoloridos qual uniformes denotativos de um suposto status citadino jovem, com os símbolos do “carnaval fora de época”. Havia mesmo uma hierarquia curiosa nas vestimentas: dependendo da cor do abadá, o sujeito era “playboy/patricinha” ou “pobre/povão”, pois já se sabia antecipadamente o preço elevado que se pagava para estar no bloco da “cervejada” ou dos “chicleteiros”, relegando o setor da “pipoca” para o vulgacho empobrecido. Foi também uma época de criatividade única no desenvolvimento de coreografias para as muitas “danças” que surgiam: do vampiro, da manivela, da tartaruga, do tamanduá, do morcego. Quase toda a fauna brasileira foi vilipendiada, digo, homenageada nessas composições.
Ivete Sangalo merece uma atenção especial. Originalmente vocalista da Banda Eva, seguiu o caminho para o qual todo “artista” de axé está direcionado: a carreira solo. Sangalo soube aproveitar como ninguém a catapulta. Carismática e muito bem assessorada, ela sabia que seu repertório grotesco não a sustentaria mais do que alguns verões fora de Salvador. Assim, tratou de cultivar uma imagem que a projetasse como cantora para além da axé music, que principiava a agonizar nas vendas das gravadoras. Hoje, contando com o apoio de quase toda a mass media brasileira, que a tem por “grande cantora”, é empurrada “goela abaixo” do público pela televisão, que lhe dá um espaço imenso nos principais canais abertos, sem contar os sucessivos apelos propagandísticos. Mas nem toda a máquina publicitária pode esconder a péssima qualidade do seu repertório, que não resiste a um exame qualitativo mais minucioso. “Carro velho”, sucesso comercial na sua voz, revela bem o quão criativa é a leitura de mundo da cantora: “Cheiro de pneu queimado. Carburador furado. Coração dilacerado. Quero meu negão do lado. Cabelo penteado. No meu carro envenenado. Eu vou, eu vou, então venha. Pois eu sei. Que amar a pé, amor. É lenha”.
Nos anos 2000, no entanto, a axé music entrou em colapso no mercado. Os carnavais fora de época (micaretas) foram aos poucos desaparecendo pela perda crescente de público. Os grupos “clássicos” do período deixaram de existir não por brigas de seus integrantes, mas pela simples falta de shows. O mercado usou e abusou da axé music enquanto era lucrativa. Quando deixou de sê-lo, descartou-a, substituída que foi, nas rádios comerciais, pelo forró universitário e pelo funk carioca (cuja nomenclatura correta é “batidão”). Nem mesmo o movimento da “suingueira”, capitaneado por “pérolas” do nível de “Rebolation”, associado a um amplo apelo midiático que tem por diretriz espicaçar os “sucessos do carnaval”, conseguiu ressuscitar o declínio inexorável daquele gênero musical moribundo.
O jovem hedonista do século 21 no Brasil
Entretanto, o mercado, no capitalismo, nunca pode parar na sua incessante busca pela rentabilidade. Ele precisa encontrar novos meios de entretenimento que gerem lucros vultosos. A fórmula mais fácil disso é, indiscutivelmente, estimular a imbecilidade da juventude. Sem escrúpulos. Os meios de comunicação de massa cumprem, então, o seu papel: associam a ideia de “ser jovem” com a de “ser um imbecil”, aqui entendido como um irresponsável, que não se importa com nada que não seja o próprio prazer, imediato, rápido, fluido, como deve ser a linguagem nos tempos da globalização digital. O sertanejo universitário surge nesse contexto. Ele vem ocupar o espaço dos ritmos que se prestam a proporcionar “diversão sem compromisso”, expressão que não quer outra coisa senão mascarar a baixíssima qualidade da música produzida, além de servir como sentença de absolvição da mediocridade humana de quem ouve esse estilo. Entender o estereótipo do sertanejo universitário, dessa maneira, afigura-se como sendo da mais alta relevância para a compreensão da ideia corrente do que é ser um jovem hedonista no século 21. É o desafio a que me proponho a partir de agora. |
Naturalmente, numa empresa dessa envergadura, precisarei recorrer às letras de algumas das composições mais representativas do estilo. Cuida-se de analisar como pensam os grandes artistas do gênero para, ao final, robustecer um juízo estético-sociológico sobre este conceito indecifrável do “sertanejo universitário”.
Nesse sentido, creio que uma das suas primeiras características é o desapego aos estudos. O sertanejo universitário é um hedonista por excelência. Seu adágio popular dileto, alçado à condição de mote da própria vida, é o clichê: “Pra que estudar se o futuro é a morte?”.
Desse modo, pode ser concebido como um jovem, de péssima formação intelectual e que, a despeito de cursar uma faculdade, não está nem um pouco preocupado com os estudos. Para ele, só existe a balada (o prazer imediato). É o que notamos na composição “Bolo doido”, da dupla “Guilherme e Santiago”: “Ai ai ai sexta-feira chegou! quem não guenta bebe leite e quem guenta vem comigo. Na sexta-feira o bar virou uma micareta. Mulherada foi solteira e os meus amigos loucos pra beber. Da faculdade eu fui pra festa tomar todas com a galera. E fiz amor até amanhecer. Toquei direto, fui à praia com as gatinhas na gandaia. Minha galera bota é pra ferver. Segunda de madrugada, travado, cheguei em casa. Sete horas acordei com uma ressaca, tinha prova pra fazer”.
Mas o sertanejo universitário, para levar uma vida de “baladeiro”, necessita de dinheiro, pois o vil metal tem o condão de, simultaneamente, torná-lo cliente especial da sociedade de consumo e despertar o interesse das garotas mais lindas da balada — verdadeiras empreendedoras no varejo dos relacionamentos humanos. Ele é, assim, um sujeito endinheirado. É o que se observa na composição “Camaro amarelo”, da dupla Munhoz e Mariano: “Quando eu passava por você. Na minha CG você nem me olhava. Fazia de tudo pra me ver, pra me perceber. Mas nem me olhava. Aí veio a herança do meu ‘véio’. E resolveu os meus problemas, minha situação. E do dia pra noite fiquei rico. ‘To’ na grife, ‘to’ bonito, ‘to’ andando igual patrão. Agora eu fiquei doce igual caramelo. ‘To’ tirando onda de Camaro amarelo. E agora você diz: vem cá que eu te quero. Quando eu passo no Camaro amarelo”.
Já sabemos, portanto, que o sertanejo, do tipo universitário, é jovem, de posses, sai da faculdade com seu Camaro amarelo direto para a balada e “bota a galera pra ferver”. Há quem lhe custeie os estudos. E, ainda que ao final de quatro ou cinco anos saia da faculdade no nível de um analfabeto funcional, seus genitores são suficientemente influentes para arranjar-lhe uma boa posição na iniciativa privada ou mesmo no serviço público.
O sertanejo universitário é sujeito destemido, porém sensível. Tem o dom da poesia incrustado nas suas veias. Na balada, este santuário da “pegação da mulherada”, sente a verve aflorar com facilidade, produzindo versos riquíssimos, como os que se notam na composição “Ai se eu te Pego”, do cantor Michel Teló: “Sábado na balada. A galera começou a dançar. E passou a menina mais linda. Tomei coragem e comecei a falar. Nossa, nossa. Assim você me mata. Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego”.
De fato, é preciso ser muito perspicaz para rimar “dançar” com “falar”. Sobretudo, me impressiona a profundidade dos versos: quando passa a menina mais linda, ele toma coragem e fala. É um movimento controlado, premeditado. O eu lírico “toma coragem” e “parte para a caça” na balada. Inspirado pela beleza da garota, ele se aproxima e a corteja de uma maneira que qualquer mulher, de Carla Perez a Susan Sontag, sentir-se-ia enamorada: “Ai se eu te pego”, “ai se eu te pego”, ele repete à exaustão o verso aos ouvidos da “garota mais gostosa”.
Contudo, talvez a característica mais significativa desta personagem — o sertanejo universitário — seja mesmo a preferência pelo “idioma da velocidade”. Sertanejo que é sertanejo universitário evita a prolixidade; é sucinto, direto, objetivo. Sua linguagem despreza floreios verbais, construções frasais longas, vocábulos de difícil entendimento. Dado o portento de seu talento poético, ele acentua a desnecessidade do vocabulário complexo, adepto que é da lógica do “dizer muito com muito pouco” ou do “falar fácil é que é difícil”. Conhecedor profundo da fonologia da gramática da língua portuguesa, ele lança mão do rico alfabeto fonético do idioma românico-galego e, conjugando-o com seu ideal filosófico de concisão e com as técnicas redacionais modernas que enaltecem o “texto enxuto”, passa a compor valorizando a mínima emissão de voz na entonação dos seus versos, economizando em palavras o que pode expressar, em seu entender, perfeitamente com vocábulos monossílabos. É daí que nasce a tendência manifesta das composições do estilo em priorizar a vocalização de uma única sílaba. Exemplificativamente, temos: “Eu quero tchu, eu quero tcha”, de João Lucas e Marcelo: “Eu quero tchu, eu quero tchã. Eu quero tchu tcha tcha tchu tchu tchã. Tchu tcha tcha tchu tchu tchã”.
“Eu quero tchu, eu quero tcha” é, sem dúvida, um dos mais formidáveis exemplos de como se pode economizar palavras, de como se pode fundir o dígrafo consonantal “ch” com o “t” e uma vogal (“a” ou “u”) e criar um hit nacional. O significado poético-filosófico do “tchu” e do “tcha” na composição também merece registro: o eu lírico cria um jogo de contrastes, antitético como as leis da dialética, onde o “tchu” só existe para o “tcha”, de modo que não pode haver “tcha” sem “tchu” nem “tchu” sem “tcha”. Daí o porquê de invocar-se as expressões alternadamente, silabando-as na velocidade da luz: “Tchu tcha tcha tchu tchu tchã”.
Na mesma linha vem a composição “Tchá tchá tchá”, cantada por Thaeme e Thiago: “Ai que vontade, ai que vontade que me dá. De te colocar no colo e fazer o tchá tchá tchã. Tchá tchá tchá, Tchá tchá tchã. Tchá tchá tchá, Tchá tchá tchã. De beijar na sua boca fazer o tchá tchá tchã. Tchá tchá tchá, Tchá tchá tchã. Tchá tchá tchá, Tchá tchá tchã. De beijar na sua boca e fazer o tchá tchá tchã”.
Outro exemplo notável do uso de monossílabos é observável em “Lê lê lê”, de João Neto e Frederico. Vejamos: “Sou simples. Mas eu te garanto. Eu sei fazer o Lê lê lê. Lê lê lê. Lê lê lê. Se eu te pegar você vai ver. Lê lê lê. Lê lê lê”.
Mais uma vez temos o eu lírico usando de monossílabos, economizando em palavras, porque riqueza vocabular tornou-se algo desprezível. Sendo possível conotar com um mero “lê”, por que falar mais? O “lê, lê, lê”, no entanto, guarda uma mensagem subliminar perigosa: se tomado isoladamente na segunda pessoa do imperativo afirmativo, pode vir a constituir-se em ordem para leitura. Nada mais distante do que pretende o compositor e a “filosofia de vida” que anima o sertanejo que frequenta a universidade. Logo, é preciso apreender o “lê lê lê” de maneira contextualizada, ou seja, como registro onomatopaico que emula o sentimento de auto compensação libidinosa do eu lírico diante da vergonha que é, numa sociedade de consumo, ter uma condição financeira oprobriosa.
A era da imbecilidade monossilábica
A partir das breves linhas expostas acima, penso que o leitor já se encontra habilitado a conceituar este personagem enigmático do cancioneiro nacional: o sertanejo universitário. Trata-se de um modelo hedônico de uma sociedade capitalista hedonista, marcadamente voltado ao consumo, onde ser um “idiota”, um “imbecil completo”, não só não é motivo de desonra — própria e familiar — como se consubstancia num status socialmente tolerado (diria mesmo instigado). É o estereótipo desejável da sociedade globalizada por relações líquidas sob o elo do idioma da velocidade: no falar, no vestir, no relacionar-se, tudo que se refere ao gênero humano passa numa piscadela. Na música, não é diferente. Predomina o sertanejo universitário como o modelo supremo da juventude irresponsável, mediocrizada, de baixíssimo nível cultural. As composições são cunhadas no esteio da pobreza vocabular de quem as escreve, mas também de quem as canta — em ambos os casos denunciando a mais absoluta falta de leitura. É um autêntico movimento circular, no qual aquele que nada tem a oferecer intelectualmente alimenta com sua arte quem já se encontra morrendo de inanição cerebral. Por essas razões é que me sinto autorizado a declarar que, depois da hecatombe cerebral que a axé music proporcionou na década de 1990, contribuindo decisivamente na deseducação do povo brasileiro com seus versos de “balançando a bundinha” e “boquinha da garrafa”, o sertanejo universitário, gestado pela indústria fonográfica em crise, desponta como o meio mais fácil de lucrar em cima do desejo hedonístico, cotidianamente instigado pelos meios de comunicação, que impele o jovem a aproveitar a vida a qualquer preço, de qualquer maneira, custe o que custar — incluindo o próprio senso do ridículo daqueles aos quais falta massa encefálica para perceber o quão patético é idolatrar “artistas” incapazes de compor com vocábulos polissílabos. |
http://www.revistabula.com/332-mib-musica-imbecil-brasileira-o-sertanejo-universitario-na-era-da-imbecilidade-monossilabica/
Boss2K- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Mais um desses textos?
Deve ser o vigésimo que leio com idéias extremamente similares, fora vídeos do youtube.
Acho que existe um gerador de lero-lero secreto que só gera mimimi da turma do "no meu tempo"...
Dica para o autor: o simples uso de palavras como "oprobriosa" ou "vilipendiada" não torna um texto inteligente. O que torna um texto inteligente é ele, de fato, ser inteligente...
Deve ser o vigésimo que leio com idéias extremamente similares, fora vídeos do youtube.
Acho que existe um gerador de lero-lero secreto que só gera mimimi da turma do "no meu tempo"...
Dica para o autor: o simples uso de palavras como "oprobriosa" ou "vilipendiada" não torna um texto inteligente. O que torna um texto inteligente é ele, de fato, ser inteligente...
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allexcosta- Administrador
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Tudo lixo , e quem gosta que continue gostando pois assim não me misturo com essa .... !
Eliseumohr- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Entendo sua opinião Alex mas também compreendo a indignação do autor diante da realidade que pra ele é inconcebível não sou critico musical e nem tenho aptidão pra fazer parte de uma elite de músicos virtuosos, eruditos etc etc... mas tenho um sentimento de total tristeza com o cenário musical que é apresentado ao publico brasileiro hoje sei que no âmbito musical tem espaço pra todo mundo mas sinceramente os estilos musicais apontados pelo autor realmente são espaçosos demais em todo canto que se vai a imbecilidade musical esta presente minha opinião é que isso é o "fim da picada" como diria meu pai
enderbass- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Quer analisar essa porcaria toda? Comece mostrando os fatos históricos que levaram à imbecilização da sociedade.
Perguntem aos seus pais como era o nível das escolas públicas na época deles e se a geração deles aceitaria música idiota goela abaixo.
Ninguém é forçado a escutar m*&^ (fora aquele povo que anda com o celular no máximo). A música é um reflexo do seu povo.
Perguntem aos seus pais como era o nível das escolas públicas na época deles e se a geração deles aceitaria música idiota goela abaixo.
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allexcosta- Administrador
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Sério mesmo que cê conseguiu ler esse texto inteiro?allexcosta escreveu:
Deve ser o vigésimo que leio...
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Claudio- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
^ É modo de falar né? O Boss leu...
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allexcosta- Administrador
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
suspeito que há muitas variáveis nisso além de observar os eventos histórico o grande pensador Theodor Adorno criticou o Jazz que muitos hoje consagram eu sei q análises isoladas não resolvem o problema mas acredito q textos como este pelo menos satisfaz a consciência do leitor q acredita q poderia ser diferente e sabe que não esta sozinho
enderbass- Membro
- Mensagens : 246
Localização : Goiânia, Go
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
ele não precisava usar linguagem tão rebuscada no texto, acho que isso é uma necessidade de auto afirmação do autor, que se acha mais inteligente falando "dificil". mas tenho que concordar com ele, o sertanejo universitario é terrivelmente pobre
djmmaster- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
É ... li uai? senão não tinha postado aqui ...allexcosta escreveu:^ É modo de falar né? O Boss leu...
Boss2K- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Não li nenhuma linha do texto mas nao concordo...
carimbass- Membro
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Localização : Ananindeua
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
^^^^kkkkkk
Allex, seu primeiro post tem mais qualidade que esse mimimi todo. Texto sem sentindo, sem profundidade... contem tudo que critica nas letras.
Nos "perdidos" anos 90 eu criticava essas musicas. Um dia uma amiga me disse: "você quer que eu dance com o que, bossa nova? Quando quiser ouvir poesia ouço em casa, vou no show. Na noitada quero dançar!"
Aprendi muito com essa. E mais ainda vendo que o autor ai nem sabe que tchu-tcha é onomatopeia da batida do funk, conforme declarado pelos autores. Pobre de linguagem mas rico em conteúdo: serve como duplo sentido, tendo conotação sexual ou como citação ao gênero musical que a originou, exercendo a função metalinguística. Complexo.
Além disso, como já postei aqui (e salvo engano o link da tese) o É o Tchan era copia e cola do lundu, tanto nos temas como na musica, apenas atualizando os arranjos. E foi o que deu origem ao samba que ele até elogia. Em suma: a musica do interior e da senzala pra ele não passa de lixo. Fico com medo de saber o que ele considera musica de verdade.
Se ele acha que não tem universidade para o sertanejo fazer, deveria ter seu acesso à net bloqueado, pois basta pesquisar no bom e velho google.
Allex, seu primeiro post tem mais qualidade que esse mimimi todo. Texto sem sentindo, sem profundidade... contem tudo que critica nas letras.
Nos "perdidos" anos 90 eu criticava essas musicas. Um dia uma amiga me disse: "você quer que eu dance com o que, bossa nova? Quando quiser ouvir poesia ouço em casa, vou no show. Na noitada quero dançar!"
Aprendi muito com essa. E mais ainda vendo que o autor ai nem sabe que tchu-tcha é onomatopeia da batida do funk, conforme declarado pelos autores. Pobre de linguagem mas rico em conteúdo: serve como duplo sentido, tendo conotação sexual ou como citação ao gênero musical que a originou, exercendo a função metalinguística. Complexo.
Além disso, como já postei aqui (e salvo engano o link da tese) o É o Tchan era copia e cola do lundu, tanto nos temas como na musica, apenas atualizando os arranjos. E foi o que deu origem ao samba que ele até elogia. Em suma: a musica do interior e da senzala pra ele não passa de lixo. Fico com medo de saber o que ele considera musica de verdade.
Se ele acha que não tem universidade para o sertanejo fazer, deveria ter seu acesso à net bloqueado, pois basta pesquisar no bom e velho google.
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Qero ve os pessoau vim mi arremendá: tô nas regra do MEC. E se mi inplicar, vou proceçar por precomsseito lin... linguiç... é... de língoa!
andremega- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
É... tem-se que levar em isso conta. Creio que o objetivo principal da música é a diversão. É complicado se divertir e dançar ao som de Velvet Underground.andremega escreveu:"você quer que eu dance com o que, bossa nova? Quando quiser ouvir poesia ouço em casa, vou no show. Na noitada quero dançar!"
É como disse um músico certa vez: Se eu quiser palavras bonitas eu leio Neruda.
O que me incomoda muito nesse som de hoje em dia é a repetição. Ter o mesmo estilo, tudo bem, mas a partir do momento que você não sabe mais quem está cantando o que... complica.
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GANSO- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Poxa galera voces não gostam de musica boa ?????
sertanejo universiotario é demais
as letras são muito legais "tchu tcha ,pirii pororo, poxa cade a cultura de voces ??????
sertanejo universiotario é demais
as letras são muito legais "tchu tcha ,pirii pororo, poxa cade a cultura de voces ??????
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Sou da epoca em que baixo bom não precisava custar uma borboleta,que amplificador não era chaveiro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
A minha preocupação é: O que meus filhos e netos vão ouvir / consumir / empreender? Considero a música (veja bem, A MÚSICA) de boa qualidade, o que peca é somente o que fazem com as letras. Vejam, são sons dançantes, têm muito a ver com festas e tal... Acho péssimo ver que dentro disso há toda essa conotação sexual e perversão de valores. Não ouço porque tenho vergonha do que é cantado. Se não fosse por isso, acredito que é ótima a oportunidade de apresentar bons temas, ou até mesmo a simples temática da festa: dançar e se divertir com outras pessoas. Não há mal nenhum nisso. Porém, da forma como estão as coisas hoje, tenho que concordar com o texto. Não sei o que sairá das faculdades daqui 4 ou 5 anos. Tenho medo.
Resumindo, esse tipo de música hoje é como dar um livro ruim de capa bonita para o Tiririca. É bem apresentável, mas o conteúdo é totalmente podre e vai ser absolutamente desaproveitado.
Resumindo, esse tipo de música hoje é como dar um livro ruim de capa bonita para o Tiririca. É bem apresentável, mas o conteúdo é totalmente podre e vai ser absolutamente desaproveitado.
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ML Studio- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
(2)carimbass escreveu:Não li nenhuma linha do texto mas nao concordo...
Nem concordo, nem discordo, muito pelo contrario!
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Já vi esse filme em algum lugar...acho que já discutimos este texto em outro tópico...
pedrohenrique.astronauta- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
GANSO escreveu:Ter o mesmo estilo, tudo bem, mas a partir do momento que você não sabe mais quem está cantando o que... complica.
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allancarlosac- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Não precisa de tese pra isso. O estilo que o É o Tchan toca (samba-de-roda), teve sim origem no lundu e em ritmos específicos de candomblé. O samba surgiu na Bahia com os mesmos ritmos popularizados pelo É o Tchan. Sem samba-de-roda não existiria escola de samba, não existiria pagode, partido alto, bossa-nova e nenhuma dessas coisas que são instituições Brasileiras.andremega escreveu:Além disso, como já postei aqui (e salvo engano o link da tese) o É o Tchan era copia e cola do lundu, tanto nos temas como na musica, apenas atualizando os arranjos. E foi o que deu origem ao samba que ele até elogia. Em suma: a musica do interior e da senzala pra ele não passa de lixo. Fico com medo de saber o que ele considera musica de verdade.
Agora, um jornalista mauricinho com cultura rasa de almanaque se acha o verdadeiro exemplo de sofisticação ao colocar na sua casa um disco de vinil de Tom Jobim ou Maria Bethania, mal sabendo ele que se não existisse a música que deu origem ao Tchan, nada disso existiria.
Quer tirar onda de intelectual? Esquece palavrinha difícil encontrada no dicionário e tenta ter a mínima noção do que vai escrever. Às vezes ajuda...
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allexcosta- Administrador
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
(2)carimbass escreveu:Não li nenhuma linha do texto mas nao concordo...
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
A preocupação se o autor do texto é intelectual ou não, se usa casca ou não, não importa .. a reflexão também é sobre isto:ML Studio escreveu:A minha preocupação é: O que meus filhos e netos vão ouvir / consumir / empreender?
<iframe width="480" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/DYEqL5mbqTE" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
Boss2K- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Estou com preguiça de pesquisar nos arquivos do fórum...mas eu já li este texto em outro tópico. Ou era o mesmo ou era um muito parecido...
pedrohenrique.astronauta- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Tenho certeza que quem escreveu esse texto foi um roqueiro alá Fora do Eixo...allexcosta escreveu:Mais um desses textos?
Deve ser o vigésimo que leio com idéias extremamente similares, fora vídeos do youtube.
Acho que existe um gerador de lero-lero secreto que só gera mimimi da turma do "no meu tempo"...
Dica para o autor: o simples uso de palavras como "oprobriosa" ou "vilipendiada" não torna um texto inteligente. O que torna um texto inteligente é ele, de fato, ser inteligente...
PS. Quem é a gostosa da última foto aí?!
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Bem, até aí existem vários filhos do mesmo pai e nenhum é igual ao outro. Tem o gente boa e tem o safado. Posso gostar do gente boa e me afastar do safado.allexcosta escreveu:Agora, um jornalista mauricinho com cultura rasa de almanaque se acha o verdadeiro exemplo de sofisticação ao colocar na sua casa um disco de vinil de Tom Jobim ou Maria Bethania, mal sabendo ele que se não existisse a música que deu origem ao Tchan, nada disso existiria.
Não acho que eu deva considerar apenas a origem da música pra saber qual melhor elaborada (sem colocar estilos na discussão).
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Bem, até aí existem vários filhos do mesmo pai e nenhum é igual ao outro. Tem o gente boa e tem o safado. Posso gostar do gente boa e me afastar do safado.allexcosta escreveu:Agora, um jornalista mauricinho com cultura rasa de almanaque se acha o verdadeiro exemplo de sofisticação ao colocar na sua casa um disco de vinil de Tom Jobim ou Maria Bethania, mal sabendo ele que se não existisse a música que deu origem ao Tchan, nada disso existiria.
Não acho que eu deva considerar apenas a origem da música pra saber qual a melhor elaborada ou qual mais me agrada (sem colocar estilos na discussão).
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GANSO- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Mas deve haver um certo respeito pela cronologia das coisas.GANSO escreveu:Não acho que eu deva considerar apenas a origem da música pra saber qual melhor elaborada (sem colocar estilos na discussão).
O Gera Samba existe desde o início dos anos 80 e sempre fiel ao samba de roda de raiz. Muito, mas muito tempo antes do sucesso, os caras iam tocar carregando congas e timbaus pelas ruas de Salvador. Tem que ter respeito pela estrada de um artista, mesmo que não goste. Esse pessoal fazia música muito antes desses críticos nascerem ou terem a mínima noção das coisas. Vai analisar os ritmos, os contrapontos dos metais e depois faz um texto um pouco melhor.
Eu mesmo acho Beatles o ó do borogodó, mas nunca me atreveria a escrever um artigo descendo o pau nos caras. Analisar períodos musicais não é o mesmo que expressar seus gostos pessoais.
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allexcosta- Administrador
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
^ Concordo com você. O cara se preocupou mais em malhar o sujeito do que expor a banalidade que algumas músicas atingiram.
Eu tenho certeza de que essas bandas de axé e as bandas que acompanham os "sertanejos" tocam e manjam muito mais do que a maioria das bandas que eu gosto.
Eu que não curto muito o estilo vi um show antigo do Araketu e achei muito legal a proposta dos caras.
O problema é que quando os caras vão atingindo a fama parece que o trem vai piorando.
Pra mim (pra mim) fica difícil distinguir alguns artistas que fazem sucesso de outros do mesmo estilo. Isso no axé, no sertanejo e até no rock que toca em rádio.
Eu tenho certeza de que essas bandas de axé e as bandas que acompanham os "sertanejos" tocam e manjam muito mais do que a maioria das bandas que eu gosto.
Eu que não curto muito o estilo vi um show antigo do Araketu e achei muito legal a proposta dos caras.
O problema é que quando os caras vão atingindo a fama parece que o trem vai piorando.
Pra mim (pra mim) fica difícil distinguir alguns artistas que fazem sucesso de outros do mesmo estilo. Isso no axé, no sertanejo e até no rock que toca em rádio.
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Cada um ouve e consome o que quer....
Não é esse o objetivo do mercado musical?
Não é esse o objetivo do mercado musical?
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Se formos pro este lado, acabou-se a argumentação. Fecha o tópico.Mauricio Luiz Bertola escreveu:Cada um ouve e consome o que quer....
Não é esse o objetivo do mercado musical?
Se estivermos falando apenas em mercado, tanto faz se é musical ou não.
Não acho que como apreciador de música (no meu entender, boa) eu deva estra preocupado com o objetivo do mercado.
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GANSO- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
allexcosta escreveu:Não precisa de tese pra isso.(...)andremega escreveu:Além disso, como já postei aqui (e salvo engano o link da tese) o É o Tchan era copia e cola do lundu, tanto nos temas como na musica, apenas atualizando os arranjos. E foi o que deu origem ao samba que ele até elogia. Em suma: a musica do interior e da senzala pra ele não passa de lixo. Fico com medo de saber o que ele considera musica de verdade.
A função da academia é justamente apurar e confirmar as informações. Por conta dela que podemos afirmar a origem de tal gênero e em que região ocorreu.
Pode não ser preciso ler a tese, mas ela está lá para confirmar o que eu e você escrevemos.
Aí já começa um problema: qual é a mais elaborada? Se escolher ritmo, é uma. Se escolher melodia, outra. Harmonia, nenhuma das duas. Letra? Aí lascou de vez, nenhuma das três. E olha que nem entramos no campo da subjetividade.GANSO escreveu:Bem, até aí existem vários filhos do mesmo pai e nenhum é igual ao outro. Tem o gente boa e tem o safado. Posso gostar do gente boa e me afastar do safado.allexcosta escreveu:Agora, um jornalista mauricinho com cultura rasa de almanaque se acha o verdadeiro exemplo de sofisticação ao colocar na sua casa um disco de vinil de Tom Jobim ou Maria Bethania, mal sabendo ele que se não existisse a música que deu origem ao Tchan, nada disso existiria.
Não acho que eu deva considerar apenas a origem da música pra saber qual melhor elaborada (sem colocar estilos na discussão).
A questão é simplesmente mercado. A arte sempre foi mercadoria, ao menos na parte ocidental. Antes eram os mecenas depois veio o mercado mesmo. Em ambas o artista tinha que fazer o que seu patrocinador queria. A diferença que alguns também fizeram o que queriam e assim a música evoluiu.GANSO escreveu:Se formos pro este lado, acabou-se a argumentação. Fecha o tópico.Mauricio Luiz Bertola escreveu:Cada um ouve e consome o que quer....
Não é esse o objetivo do mercado musical?
Se estivermos falando apenas em mercado, tanto faz se é musical ou não.
Não acho que como apreciador de música (no meu entender, boa) eu deva estra preocupado com o objetivo do mercado.
O problema é que nosso mercado está quase que exclusivamente para um gênero de música: de balada. E não vai mudar enquanto não houver consumo de outros gêneros.
Exemplo? Ontem queria ver alguma banda local em João Pessoa. Poderia ser um grupo de forró tradicional ou banda de rock. Sabe o que assisti? Youtube. Ou era sertanejo, ou pagode ou esse forró de plástico. Nenhuma opção. E sabe porque? Acho difícil que uma casa se sustente somente com forró tradicional ou rock aqui na região. Mercado.
andremega- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Tampouco eu estou....GANSO escreveu:Se formos pro este lado, acabou-se a argumentação. Fecha o tópico.Mauricio Luiz Bertola escreveu:Cada um ouve e consome o que quer....
Não é esse o objetivo do mercado musical?
Se estivermos falando apenas em mercado, tanto faz se é musical ou não.
Não acho que como apreciador de música (no meu entender, boa) eu deva estra preocupado com o objetivo do mercado.
O que eu acho que ficar argumentando com o óbvio não é produtivo...
Por isso, apesar de não concordar com a argumentação na totalidade, estou com o Allex...
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
O problema é que nosso mercado está quase que exclusivamente para um gênero de música: de balada. E não vai mudar enquanto não houver consumo de outros gêneros.
Exemplo? Ontem queria ver alguma banda local em João Pessoa. Poderia ser um grupo de forró tradicional ou banda de rock. Sabe o que assisti? Youtube. Ou era sertanejo, ou pagode ou esse forró de plástico. Nenhuma opção. E sabe porque? Acho difícil que uma casa se sustente somente com forró tradicional ou rock aqui na região. Mercado.
É por isso que acho que essa discussão é improdutiva... Sabe o que faço? Escuto o que quero em casa e tenho minha banda com meus amigos...
Exemplo? Ontem queria ver alguma banda local em João Pessoa. Poderia ser um grupo de forró tradicional ou banda de rock. Sabe o que assisti? Youtube. Ou era sertanejo, ou pagode ou esse forró de plástico. Nenhuma opção. E sabe porque? Acho difícil que uma casa se sustente somente com forró tradicional ou rock aqui na região. Mercado.
É por isso que acho que essa discussão é improdutiva... Sabe o que faço? Escuto o que quero em casa e tenho minha banda com meus amigos...
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Ainda acho ue o problema nem é a música, mas sim o que fazem com ela...
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Não entendi?ML Studio escreveu:Ainda acho ue o problema nem é a música, mas sim o que fazem com ela...
Os sons existem na natureza. Os seres humanos são capazes de transformar conscientemente sons em música. Por conseguinte, não existe música sem os seres humanos. Assim, a música não existe "per se", fora do contêxto humano. Ou seja se alguém faz alguma coisa com a música, são os seres humanos (socialmente falando), e, até onde eu saiba, fazer música é tocar....
O que seria portanto esse... "fazem com ela"?
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
O problema é que todo mundo acha que só a música que gosta é que é música boa. Vendo desse ponto de vista egocentrico(nao confunda com egoista), não existe música boa alem da que eu gosto.GANSO escreveu:
Não acho que como apreciador de música (no meu entender, boa) eu deva estra preocupado com o objetivo do mercado.
Músico não pode ter preconceito nenhum com nenhum estilo musical.
1º estilos emergentes (com menos de 50 anos de idade) não podem ser avaliados, é como determinar a personalidade de um Bebê. Ninguem sabe se o bebe vai ser um ser querido ou um psicopata.
2º letra não é música! Sobre a conotação sexual presente "só na música de hoje". Marchas de carnaval começaram nos anos 20 e ja tinha conotação sexual.
Não sei por que continuam batendo na mesma tecla, quando o tao genial elvis surgiu, todo mundo torceu o nariz com o que o cara fez com a musica negra americana.
____________________________
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Não Malka ... aí não né? sem apelação por favor!malka_aff escreveu:(...) Sobre a conotação sexual presente "só na música de hoje". Marchas de carnaval começaram nos anos 20 e ja tinha conotação sexual.(...)
Nenhum marchinha de carnaval, nem a mais picante, jamais chegou perto desta pérola de hoje:
BOceta
Mr Catra
Vamo lá, vamo lá
Tá Na área Mc catra
Veem Encocha em mim
Senta, senta que tá quicando
Quicando, senta, quicando, senta
Senta mais um pouco,
vem mais perto
pra gente aproveita
essa curta mini saia
é mais facil de senta
Minha calça tem um furo,
para meu, humm, passar,
tem tua saia pra ajuda,
entao vem senta, que é só aproveita
o bagulho é muito doido,
o meu tá ficando duro,
e você se deliciando ando ando ando
Confesso que ta bom,
muito bom,
até demais!
Tenho muita esperiencia,
noto que voce também
deliciaaa
Senta mais um pouco,
vem mais perto
pra gente aproveita
essa curta mini saia
é mais facil de senta
os teus peitos tao quicando
assim como o humm, meu,
no compasso,
no compasso.
Ae rapazeada! Olha so a minha mina
Junto com a minha mina
pode ser em qualquer lugar
e se ela nao tiver, a primeira vou catar.
Na Frente do bar,
dentro da balada,
no banheiro das minina,
no jardim da tua casa,
na pracinha e no shopping,
são os melhores lugar
pra fazer sacanageem
Senta mais um pouco,
vem mais perto
pra gente aproveita
essa curta mini saia
é mais facil de senta
tua boceta é bem grande
bem mais facil de chupa,
e também pro meu bilauu entraa
Meu bilauu também é grande
vc nao pode reclama
tem 10 cm de expessura
e 20 de comprimento
vc chupa ele de um jeito
até na garganta entra
vc masturba muito bem,
mais não pare de chupaa pa pa pa pa pa pa
Senta mais um pouco,
vem mais perto
pra gente aproveita
essa curta mini saia
é mais facil de senta.
Cuidado com o jato,
o jato de espermaa,
vai entra na tua boceta,
e eu vo te fecunda da da da da da
E um restinho vo dexa pra vc chupaa pa pa pa pa pa pa
E olha que ele
mas ... mudando de pau pra canoa, sem sair do rio ...
Frase da semana:
ÉPOCA – Por que o jazz não faz mais parte da cena pop?…
“Porque não é mais a música que importa. As pessoas não querem mais saber da música em si, mas sim de quem faz a música. O público está mais interessado nas celebridades e em como determinado artista é famoso do que na música. Mudou a maneira como o público se relaciona com a música. Ele não tem mais uma ligação transcendental com a música e sua qualidade. Quer apenas o glamour. O jazz não quer fazer parte disso. Sabe por quê? Não se trata de humildade, nem de arrogância, de uma postura “não queremos ser famosos, somos underground”. Nada disso. O jazz é sobre a alma humana, não sobre a aparência. O jazz tem valores, ensina a viver o momento, trabalhar em conjunto e, especialmente, a respeitar o próximo. Quando músicos se reúnem para tocar juntos, é preciso respeitar e entender o que o outro faz. O jazz em particular é uma linguagem internacional que representa a liberdade, por causa de suas raízes na escravidão. O jazz faz as pessoas se sentirem bem em relação a si mesmas”.
Herbie Hancock
Boss2K- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Quando eu era moleque o que tocava na rádio era isso:
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O fascismo não é só uma opção política, mas também uma doença da alma...
allexcosta- Administrador
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Localização : Terra
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
^pois é...
Boss,
tem coisa do século XVIII na França que era daí pra baixo. Eu lembro de um conhecido me mostrando a tradução da peça que iria cantar. E ele falou que era tudo do mesmo nível.
E mais: o que houve nas últimas décadas a troca do duplo sentido pelo explícito. Nâo sei se o povo gostou do fim da censura e ficou desse jeito ou a audiência perdeu a capacidade de perceber maldade escondida em certas expressões.
Genival Lacerda desde os anos 70 é mestre nesse jogo, mas hoje o que ele canta é bem explícito.
Boss,
tem coisa do século XVIII na França que era daí pra baixo. Eu lembro de um conhecido me mostrando a tradução da peça que iria cantar. E ele falou que era tudo do mesmo nível.
E mais: o que houve nas últimas décadas a troca do duplo sentido pelo explícito. Nâo sei se o povo gostou do fim da censura e ficou desse jeito ou a audiência perdeu a capacidade de perceber maldade escondida em certas expressões.
Genival Lacerda desde os anos 70 é mestre nesse jogo, mas hoje o que ele canta é bem explícito.
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Qero ve os pessoau vim mi arremendá: tô nas regra do MEC. E se mi inplicar, vou proceçar por precomsseito lin... linguiç... é... de língoa!
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
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Fernando Zadá- Moderador
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
malka_aff escreveu:O problema é que todo mundo acha que só a música que gosta é que é música boa. Vendo desse ponto de vista egocentrico(nao confunda com egoista), não existe música boa alem da que eu gosto.
Músico não pode ter preconceito nenhum com nenhum estilo musical.
1º estilos emergentes (com menos de 50 anos de idade) não podem ser avaliados, é como determinar a personalidade de um Bebê. Ninguem sabe se o bebe vai ser um ser querido ou um psicopata.
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fheliojr- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
+^1
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andremega- Membro
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Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
É isso aí, malka "em cima do muro" aff... hahahamalka_aff escreveu:
Não sei por que continuam batendo na mesma tecla, quando o tao genial elvis surgiu, todo mundo torceu o nariz com o que o cara fez com a musica negra americana.
Una-se ao lado negro da força.
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" O homem que dá a sentença, deve brandir a espada."
Cayo Castro- Membro
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Localização : Rio Branco - AC
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Temmuita coisa ruim, mas tem coisa legal tb... Se alguém quiser ver esse clipe abaixo sem preconceito, prestando atenção nos arranjos e talz vai se surpreender... Arranjos diversificados e de muito bom gosto...
carimbass- Membro
- Mensagens : 1423
Localização : Ananindeua
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
^taí uma letra interessante. Ontem revia umas letras de duplo sentido pensava na necessidade de conhecer bem a língua portuguesa pra trazer essa malícia sem ter que "explicar a piada" como faz o Catra. Quem sabe esse pop aí não traz de volta essa "arte"?
O arranjo é bem legal e o clip ficou show.
O arranjo é bem legal e o clip ficou show.
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Qero ve os pessoau vim mi arremendá: tô nas regra do MEC. E se mi inplicar, vou proceçar por precomsseito lin... linguiç... é... de língoa!
andremega- Membro
- Mensagens : 2878
Localização : Paraíba - Patos/João Pessoa
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Passei aqui só pra dizer oi...
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Resumo do meu precision: Mais qualidade que Alleva-Coppolo, prazo de entrega maior que da Fodera
CG- Moderador
- Mensagens : 12325
Localização : San Rock - SP
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Adorei a Pantera Cor-de-Rosa, Carimbass!
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Divida a ideia e multiplique o resultado: perguntas e respostas técnicas se tornam solidárias, se postadas em fórum aberto!
voilamarques.com
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Sinceramente, nem sei do quê muita gente reclama nesse tópico... Musica é um produto, e é vendida como tal. Se a moda de hoje é corte de cabelo estilo galo da serra, calça espremendo os testículos, música de duplo sentido, daquelas que você fica com vergonha de ouvir/assistir acompanhado da sua avó, tem que estar atento, pois é claro que a mídia vai promover um monte de gente igual, e as porcarias dos programas de auditório vão encher o saco com isso.
Eu tenho ânsia de vômito com essas coisas, então, precisava encontrar uma solução, e achei: Não assisto tv aberta. Tv na minha casa, só para (alguns) canais fechados. Sinceramente, com isso existem diversos nomes que já ouví, mas cuja música desconheço completamente. É até engraçado quando eu escuto gente comentando de artistas que eu não tenho a mínima idéia do que tocam. Sinceramente, nunca ouví mc catra, péricles, e mais um monte de sertanejos e artístas de axé, embora já tenha ouvido o nome de alguns deles no dia a dia. Acho que estou imune rsrsrs
Eu tenho ânsia de vômito com essas coisas, então, precisava encontrar uma solução, e achei: Não assisto tv aberta. Tv na minha casa, só para (alguns) canais fechados. Sinceramente, com isso existem diversos nomes que já ouví, mas cuja música desconheço completamente. É até engraçado quando eu escuto gente comentando de artistas que eu não tenho a mínima idéia do que tocam. Sinceramente, nunca ouví mc catra, péricles, e mais um monte de sertanejos e artístas de axé, embora já tenha ouvido o nome de alguns deles no dia a dia. Acho que estou imune rsrsrs
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(...)Michael Jackson foi muito maior que os Beatles jamais sonharam ser... allexcosta (March 16th, 2013)
Rico- Eterno Colaborador
- Mensagens : 4894
Localização : Rio de Janeiro
Re: MIB (Música Imbecil Brasileira)
Se você considera que o Péricles tá dentro do bolo, sua opinião não deve ser levada muito a sério... ou então, como você bem disse, não sabe do que tá falando.
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" O homem que dá a sentença, deve brandir a espada."
Cayo Castro- Membro
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