Salvador - Alteração em lei do silêncio é criticada
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Salvador - Alteração em lei do silêncio é criticada
http://www.atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/alteracao-em-lei-do-silencio-e-criticada-1619651
Para melhor apreciação do assunto, segue tabela de nível de exposição segura em função do tempo que peguei num forum da Musicplayer:
" (...) Safe Exposure Time vs Exposure Level (measured in dB SPL):
8 Hours @ 90 dB SPL
6 Hours @ 92 dB SPL
4 Hours @ 95 dB SPL
3 Hours @ 97 dB SPL
2 Hours @ 100 dB SPL
1.5 Hours @ 102 dB SPL
1 Hours @ 105 dB SPL
30 Minutes @ 110 dB SPL
<15 Minutes @115 dB SPL
(...)"
Matéria do jornal A Tarde:
Aprovado na última semana na Câmara de Vereadores, o projeto que torna a lei do silêncio mais flexível ainda não foi sancionado pelo prefeito ACM Neto, mas já está causando polêmica entre a população e os especialistas.
A proposta, de autoria dos nove vereadores que compõem a Comissão do Carnaval de Salvador, prevê a criação de áreas de exclusão na cidade - Arena Fonte Nova, Pelourinho, Parque de Exposições e o trecho da orla do Rio Vermelho entre a praia da Paciência e a praça Colombo.
Nesses locais, o nível máximo permitido será de 110 decibéis (dB), caso a proposta seja aprovada pelo prefeito, que tem 15 dias para avaliar, vetar ou sancionar o projeto de lei.
Caso haja mudança, o limite nos quatro pontos será quase o dobro do previsto na legislação vigente. A atual lei do silêncio (5.354/1998) estabelece que, entre 22h e 7h, o volume máximo permitido é de 60 dB; e entre as 7h e 22h é de 70 dB.
Além das zonas previstas, o projeto propõe a liberação de 110 dB em toda a cidade 25 dias antes e 10 dias depois do Carnaval; e 15 dias antes e 10 dias depois do São João.
Crítica
O diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia na Bahia, Otávio Marambaia, considera o índice sugerido, mesmo que em pontos específicos, inaceitável e problema de saúde pública.
"Salvador vai ser a primeira cidade do mundo a legalizar a poluição sonora. A Câmara está querendo que a população de Salvador fique surda", criticou Marambaia, que também é membro do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb).
O presidente da Comissão do Carnaval, Henrique Carballal, rebate dizendo que a Câmara se baseou em capitais como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde há legislações similares.
Ele ressalta que a lei do silêncio continuará rígida, mas acrescenta que a mudança vai beneficiar o desenvolvimento cultural e turístico da cidade, atraindo shows e manifestações culturais.
"Não vamos fazer o mausoléu do silêncio. No São João, por exemplo, grupos de samba junino foram proibidos de desfilar por conta do barulho. Salvador deve se permitir continuar sendo a cidade da alegria", disse.
Para a Organização Mundial da Saúde, o nível recomendável é de até 50 dB. Acima de 85 dB, é preciso usar equipamento de proteção.
Moradores do entorno da Arena Fonte Nova se mostram preocupados. "Jogos de futebol não atrapalham, mas os shows causam barulho insuportável. Ninguém consegue dormir", conta a psicóloga Catiana Moura, 34.
O aposentado Stanley Choi, 65, diz que o barulho é pior em casos pontuais, mas se preocupa com a flexibilização. "Hoje é suportável, mas não sei como será depois", diz.
Em nota, a Fonte Nova Negócios e Participações, que administra a arena, informou que estudos de impacto constataram que os eventos no local cumprem a legislação.
Ressaltou que exige dos organizadores de eventos no local a apresentação de alvará autorizando a realização, e que mantém diálogo com moradores do entorno.
Proposta vai legalizar o Carnaval, diz vereador
Presidente da Comissão do Carnaval, Henrique Carballal ressalta que o projeto de lei vai “legalizar o Carnaval”. Ele conta que, no período da festa, o prefeito da cidade já publica um decreto autorizando maiores índices de som.
“O Carnaval era uma afronta à legislação. Um dos critérios para liberação dos trios é o nível de emissão sonora. Se for seguir a lei, nenhum trio deveria desfilar”, ressalta.
“Por outro lado, temos trios pequenos, de bairros, que eram proibidos de desfilar. Se nossa lei for questionada, vai acabar com o Carnaval”, complementa o vereador.
Promotor de justiça do Meio Ambiente, do Ministério Público estadual (MP-BA), Sérgio Mendes diz que ainda não teve acesso ao projeto de lei. Porém ressalta que uma legislação municipal deve estar alinhada a leis estaduais e municipais, e que isso será alvo de análise.
Carballal ressalta que a proposta está em conformidade com a legislação. “Não tiramos da nossa cabeça. Fizemos uma ampla pesquisa”, diz.
Ele ainda destaca que a lei também permite o limite de 110 dB para eventos culturais na cidade, como festivais de música ou religiosos.
Danos à saúde
O otorrinolaringologista Otávio Marambaia destaca que um som de 110 dB é maior do que o da turbina de um avião, que atinge níveis de 90 a 100 dB. Segundo ele, poucos minutos de exposição a este volume de som são suficientes para causar lesão auditiva que pode levar à surdez.
“Além disso, o barulho causa alteração no comportamento, deixa as pessoas mais agressivas. Também causa perturbação da cognição. A poluição sonora é pior do que a comum porque consegue se propagar por todos os meios”, destaca o especialista.
No Rio de Janeiro (RJ), a legislação local autoriza níveis mais elevados de som 15 dias antes do Carnaval.
Em Belo Horizonte (MG), a lei permite que o limite de som seja ultrapassado em casos de eventos culturais, em especial aqueles do calendário oficial de festas da cidade, com tempo e local determinados.
Para melhor apreciação do assunto, segue tabela de nível de exposição segura em função do tempo que peguei num forum da Musicplayer:
" (...) Safe Exposure Time vs Exposure Level (measured in dB SPL):
8 Hours @ 90 dB SPL
6 Hours @ 92 dB SPL
4 Hours @ 95 dB SPL
3 Hours @ 97 dB SPL
2 Hours @ 100 dB SPL
1.5 Hours @ 102 dB SPL
1 Hours @ 105 dB SPL
30 Minutes @ 110 dB SPL
<15 Minutes @115 dB SPL
(...)"
Matéria do jornal A Tarde:
Aprovado na última semana na Câmara de Vereadores, o projeto que torna a lei do silêncio mais flexível ainda não foi sancionado pelo prefeito ACM Neto, mas já está causando polêmica entre a população e os especialistas.
A proposta, de autoria dos nove vereadores que compõem a Comissão do Carnaval de Salvador, prevê a criação de áreas de exclusão na cidade - Arena Fonte Nova, Pelourinho, Parque de Exposições e o trecho da orla do Rio Vermelho entre a praia da Paciência e a praça Colombo.
Nesses locais, o nível máximo permitido será de 110 decibéis (dB), caso a proposta seja aprovada pelo prefeito, que tem 15 dias para avaliar, vetar ou sancionar o projeto de lei.
Caso haja mudança, o limite nos quatro pontos será quase o dobro do previsto na legislação vigente. A atual lei do silêncio (5.354/1998) estabelece que, entre 22h e 7h, o volume máximo permitido é de 60 dB; e entre as 7h e 22h é de 70 dB.
Além das zonas previstas, o projeto propõe a liberação de 110 dB em toda a cidade 25 dias antes e 10 dias depois do Carnaval; e 15 dias antes e 10 dias depois do São João.
Crítica
O diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia na Bahia, Otávio Marambaia, considera o índice sugerido, mesmo que em pontos específicos, inaceitável e problema de saúde pública.
"Salvador vai ser a primeira cidade do mundo a legalizar a poluição sonora. A Câmara está querendo que a população de Salvador fique surda", criticou Marambaia, que também é membro do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb).
O presidente da Comissão do Carnaval, Henrique Carballal, rebate dizendo que a Câmara se baseou em capitais como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde há legislações similares.
Ele ressalta que a lei do silêncio continuará rígida, mas acrescenta que a mudança vai beneficiar o desenvolvimento cultural e turístico da cidade, atraindo shows e manifestações culturais.
"Não vamos fazer o mausoléu do silêncio. No São João, por exemplo, grupos de samba junino foram proibidos de desfilar por conta do barulho. Salvador deve se permitir continuar sendo a cidade da alegria", disse.
Para a Organização Mundial da Saúde, o nível recomendável é de até 50 dB. Acima de 85 dB, é preciso usar equipamento de proteção.
Moradores do entorno da Arena Fonte Nova se mostram preocupados. "Jogos de futebol não atrapalham, mas os shows causam barulho insuportável. Ninguém consegue dormir", conta a psicóloga Catiana Moura, 34.
O aposentado Stanley Choi, 65, diz que o barulho é pior em casos pontuais, mas se preocupa com a flexibilização. "Hoje é suportável, mas não sei como será depois", diz.
Em nota, a Fonte Nova Negócios e Participações, que administra a arena, informou que estudos de impacto constataram que os eventos no local cumprem a legislação.
Ressaltou que exige dos organizadores de eventos no local a apresentação de alvará autorizando a realização, e que mantém diálogo com moradores do entorno.
Proposta vai legalizar o Carnaval, diz vereador
Presidente da Comissão do Carnaval, Henrique Carballal ressalta que o projeto de lei vai “legalizar o Carnaval”. Ele conta que, no período da festa, o prefeito da cidade já publica um decreto autorizando maiores índices de som.
“O Carnaval era uma afronta à legislação. Um dos critérios para liberação dos trios é o nível de emissão sonora. Se for seguir a lei, nenhum trio deveria desfilar”, ressalta.
“Por outro lado, temos trios pequenos, de bairros, que eram proibidos de desfilar. Se nossa lei for questionada, vai acabar com o Carnaval”, complementa o vereador.
Promotor de justiça do Meio Ambiente, do Ministério Público estadual (MP-BA), Sérgio Mendes diz que ainda não teve acesso ao projeto de lei. Porém ressalta que uma legislação municipal deve estar alinhada a leis estaduais e municipais, e que isso será alvo de análise.
Carballal ressalta que a proposta está em conformidade com a legislação. “Não tiramos da nossa cabeça. Fizemos uma ampla pesquisa”, diz.
Ele ainda destaca que a lei também permite o limite de 110 dB para eventos culturais na cidade, como festivais de música ou religiosos.
Danos à saúde
O otorrinolaringologista Otávio Marambaia destaca que um som de 110 dB é maior do que o da turbina de um avião, que atinge níveis de 90 a 100 dB. Segundo ele, poucos minutos de exposição a este volume de som são suficientes para causar lesão auditiva que pode levar à surdez.
“Além disso, o barulho causa alteração no comportamento, deixa as pessoas mais agressivas. Também causa perturbação da cognição. A poluição sonora é pior do que a comum porque consegue se propagar por todos os meios”, destaca o especialista.
No Rio de Janeiro (RJ), a legislação local autoriza níveis mais elevados de som 15 dias antes do Carnaval.
Em Belo Horizonte (MG), a lei permite que o limite de som seja ultrapassado em casos de eventos culturais, em especial aqueles do calendário oficial de festas da cidade, com tempo e local determinados.
Normando Neto- Membro
- Mensagens : 1104
Localização : Jacobina - Bahia
Re: Salvador - Alteração em lei do silêncio é criticada
Complicado isso. A própria legislação trabalhista brasileira é mais dura q esses limites q vc postou, oq torna essa lei uma bizarrice ainda maior.
Segundo a NR 15 do Ministério do Trabalho, o limite pra 8 horas é 85 dB. 110 dB seriam 15 minutos...
Segundo a NR 15 do Ministério do Trabalho, o limite pra 8 horas é 85 dB. 110 dB seriam 15 minutos...
Kobeh- Membro
- Mensagens : 858
Localização : Rio de Janeiro
Re: Salvador - Alteração em lei do silêncio é criticada
Complicado mesmo. Nunca fui no carnaval em salvador, mas já não é alto o suficiente?
refuse / resist- Membro
- Mensagens : 571
Localização : Velho Continente
Re: Salvador - Alteração em lei do silêncio é criticada
Muito...vc não tem noção!
Certa vez fui tocar num trio contei 120 PA´s. Muitooooooooooooo som!
Certa vez fui tocar num trio contei 120 PA´s. Muitooooooooooooo som!
Juninho Sampaio- FCBR-CT
- Mensagens : 12183
Localização : Salvador-Ba
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