Saída da Inglaterra da UE

Craftsman escreveu:
Te entendo. Mas de fato acho que para uma universidade dirigida por pessoas com orientações confessionais ela consegue ser mais abrangente as vezes do que muitas outras que contam com "laicidade total" ....

Com certeza. A PUC é uma referência em humanidades.

Desculpem repeti um conteúdo sem querer ... EDIT

Bem, eu estou quase no meio desse bolo e a notícia por aqui caiu como uma bomba, tanto para um lado quanto para o outro. Aqui em Portugal o golpe foi acusado. O maior medo agora é que esse plebiscito gere uma reação em cadeia, já tem outros países querendo fazer o mesmo, a Holanda é um deles.

Tenho pra mim que esse voto por sair da UE tem influência direta da imigração, principalmente refugiados, algumas cidades britânicas estão caóticas por conta da "invasão" muçulmana, o problema é o impacto na economia que uma possível quebra de um bloco como a UE pode causar e aí eu acho que o Reino Unido deu um tiro no pé, tanto é que Escócia e Irlanda do Norte votaram pela permanência. Não sei, ainda acho cedo formar uma opinião, mas o clima por essas bandas anda meio tenso.

Rodrigolack escreveu:Bem, eu estou quase no meio desse bolo e a notícia por aqui caiu como uma bomba, tanto para um lado quanto para o outro. Aqui em Portugal o golpe foi acusado. O maior medo agora é que esse plebiscito gere uma reação em cadeia, já tem outros países querendo fazer o mesmo, a Holanda é um deles.

Tenho pra mim que esse voto por sair da UE tem influência direta da imigração, principalmente refugiados, algumas cidades britânicas estão caóticas por conta da "invasão" muçulmana, o problema é o impacto na economia que uma possível quebra de um bloco como a UE pode causar e aí eu acho que o Reino Unido deu um tiro no pé, tanto é que Escócia e Irlanda do Norte votaram pela permanência. Não sei, ainda acho cedo formar uma opinião, mas o clima por essas bandas anda meio tenso.

Sim, e é provável que gere uma reação em cadeia mesmo. Notícia de um site da sua terra: http://www.tsf.pt/internacional/interior/pedidos-de-referendo-na-franca-italia-e-holanda-5246268.html

rafacar escreveu:Tava aqui refletindo e me ocorreu que democracia e plebiscito só são bons quando o resultado agrada a esquerda.

Pelo visto, para muita gente parece ser assim...

Vale lembrar que a Inglaterra cometeu a façanha de sair da Europa duas vezes em menos de uma semana...

Willian Casagrande escreveu:Sim, e é provável que gere uma reação em cadeia mesmo. Notícia de um site da sua terra: http://www.tsf.pt/internacional/interior/pedidos-de-referendo-na-franca-italia-e-holanda-5246268.html

No momento, estes líderes estão sofrendo de "histeria coletiva" apenas. Cenários como este do Reino Unido geram este tipo de coisa, principalmente em radicais (de ambos os lados) e acho pouco provável que uma debandada coletiva aconteça, mas uma coisa é certa, a UE precisa rever seu papel e as relações dos países membros com máxima urgência.

Rodrigolack escreveu:
No momento, estes líderes estão sofrendo de "histeria coletiva" apenas. Cenários como este do Reino Unido geram este tipo de coisa, principalmente em radicais (de ambos os lados) e acho pouco provável que uma debandada coletiva aconteça, mas uma coisa é certa, a UE precisa rever seu papel e as relações dos países membros com máxima urgência.

De fato. Há um bom tempo existe essa vontade, por parte dos partidos de ultra-direita, de sair da UE. Durante as eleições gregas, o único partido que tentou canalizar o descontentamento popular com a UE foi o Aurora Dourada - típico de fascismos, aliás, mobilizar as massas em prol do reacionarismo. O número de cadeiras desse partido na Assembleia mais do que triplicou. Nenhuma outra força de representatividade, a não ser o KKE, o PC Grego, sustentou esse discurso. Nem mesmo o Syriza, que foi eleito.
A UE é um arranjo que tem que ser extinto. Como isso vai acontecer é que deve nos preocupar.

Willian Casagrande escreveu:
A UE é um arranjo que tem que ser extinto. Como isso vai acontecer é que deve nos preocupar.

Willian, posso pedir para você desenvolver um pouco mais esse raciocínio?
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Acho que a vitória do prefeito de Londres tem um papel importante nesse plebiscito. Foi o primeiro muçulmano a vencer eleições numa grande cidade do ocidente, e muita gente tem demonstrado preocupação com o que isso pode acarretar. Apesar de ele ser declaradamente progressista e aparentemente fazer uma separação interessante entre a própria fé e os cuidados que a cidade exige, há certo temor de que isso faça aumentar o fluxo de imigrantes para a terra da rainha. Londres já é uma cidade bem cosmopolita há muitos anos, mas parece que agora o sinal vermelho acendeu.

Enquanto isso , em terras tupininquins...


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Edu Fettermann escreveu:
Willian, posso pedir para você desenvolver um pouco mais esse raciocínio?

Cara, o negócio tem de acabar porque é um modelo de superexploração entre Estados, que se constitui como um bloco com potências imperialistas lá dentro mesmo. O que houve na Europa, principalmente desde 2011, foi uma crise provocada pelo endividamento dos Estados periféricos (Itália, Grécia, Espanha, entre outros). Isso veio na esteira da crise mundial de 2008, que já é um prolongamento das crises estruturais do capitalismo da década de 60/70. Pois bem, ocorreu porque o modelo da UE, de estabelecimento de uma moeda única e de um único banco - Banco Central Europeu - para regular as operações, desregulou fortemente o câmbio desses países.
Não sou economista e nem estudo economia para afirmar ao certo como isso ocorreu, passo a passo, mas a saída encontrada, que não funcionou, foi reverter o endividamento dos países mais pobres com empréstimos externos. Só que esse dinheiro não veio porque o risco de calote era muito grande, e baixar os preços (a inflação) não resolveria, porque na Alemanha principalmente a inflação já era baixa na época. Como o câmbio era unificado e um monte de f&&%$ já estavam na Zona do Euro, danou-se, teriam que ter deflação nos países periféricos, o que só pioraria.
A "saída" do capital foi adotar o "pacote anticrise" do FMI, claro. Arrochar, demitir os trabalhadores para "driblar" os custos do emprego da força de trabalho etc. Aí, caiu produção, consumo, valorização de capital.
É uma explicação bem fuleira, mas é mais ou menos o que eu entendo do negócio. A saída do Reino Unido da UE entre como um outro projeto inglês, que não cola com o projeto hegemônico alemão, afinal eles são um Estado-amigo dos EUA na Europa. O Nildo Ouriques, economista dos bons, explica bem melhor do que eu rsrs:

^ Eu já tinha lido sobre isso no auge da crise na Grécia na coluna de um economista ou num blog, não lembro. Ele dizia que a União Europeia AINDA não estava pronta para a implantação do euro, mas insistiram nele mesmo assim por arrogância e pressa de criarem uma "Europa unida e forte". A consequência foi o agravamento da crise nos países periféricos e etc.
Interessante que tanto depois q fui ver alguém falando sobre esse ponte de vista de novo e parece q essa tese hoje em dia está mais solidificada. Entendo pouco desse assunto e tento sempre ler mais do que escrever sobre isso...

Cantão escreveu:Enquanto isso , em terras tupininquins...

Isso muda.

Isso era o México no passado. Já pensou eles tentarem tomar essas áreas de volta?