O valor das coisas.

Sei que algumas decisões que tomamos, mudam totalmente as nossas vidas: o casamento, filhos, a faculdade ou emprego que escolhemos.
Uma mudança de cidade também...
São decisões importantes que a gente planeja e sonha antes de tomá-las.
E dá um tremendo valor para essas decisões.
Mas existem alguns fatos simples e corriqueiros que fazemos até sem saber ou sem pensar, que também podem mudar drasticamente a nossa vida.
Um fato banal que mudou radicalmente minha vida aos 12 anos de idade foi quando numa tarde após escola regular minha mãe perguntou se eu queira entrar numa escola de música para aprender piano.
Nunca até então tinha mostrado qualquer inclinação para música e nunca quis aprender qualquer instrumento. Aliás, nunca sequer tinha pensado em tocar qualquer instrumento.
Mas eu disse que topava para minha mãe naquela tarde de 1972, pois era uma novidade e novidade criança sempre gosta.
Já na primeira aula descobri que além de piano a professora ensinava também violão. E foi violão que comecei a aprender. Minha mãe só soube disso um mês depois, quando foi pagar a primeira mensalidade e descobriu que era violão que eu estudava e não piano.
Mas nem ligou e não comentou nada comigo.
Mas essa gentil oferta de minha mãe mudou a minha vida!
Nessa escola eu conheci uns caras e formamos uma banda.
A banda Expressão.
Hoje, em 2009, quando já fazem 6 anos que minha mãe faleceu, eu voltei de um ensaio com a minha Banda Expressão totalmente extasiado.
Temos um show num bar em São Paulo em 29 de novembro e fizemos talvez o único ensaio para esse show, depois de ficar uns 8 meses sem nos vermos, mas o som que saiu nesse ensaio foi divino!
Como o guitarrista, tecladista e baterista desta banda tocam!
Os caras são gênios! Parece CD o ensaio. Eu com meu baixo só tento não atrapalhar... a coisa flui nos ensaios de uma forma incrível, indescritível. Mesmo após 8 meses ou o tempo que for sem tocarmos.
Acho que se realmente existe um Paraíso após nossa passagem, existe um estúdio ou um palco nesse Paraíso e eu estarei tocando com esses caras, pois não existe prazer maior!
Eu queria que todos os músicos pudessem ter essa sensação.

Belo texto cara!
Com certeza, não a coisa melhor que um ensaio ou uma gig que as coisas fluem bem... E ainda mais quando tocamos com amigos que o entrosamento vem de tempos atrás, e é só se olhar que nos entendemos...
Tenho alguns amigos musicos que sempre acontece isso... agente fica um tempão sem tocar junto, mas quando se junta sai tudo perfeito, como se tocassemos 3 vezes por semana, e todo mundo fica feliz por isso.
É a força da música!

Grande Mauricio...excelente post , faz a gente pensar em muitas coisas da nossa vida , muitas escolhas feitas no passado , que ainda nos surpreendem agora , passado tantos anos...parabéns e obrigado por dividir com a gente as suas experiências de vida...abraço...

Muito show o texto...

Com a VCD tbm rola isso... as vezes ficamos tempos sem poder ensaiar, e muitas vezes só podemos ensaiar 30 minutos antes de uma Gig, na passagem do som mesmo, mas realmente flui muito bem...

Com certeza sua mãe viveu nesses 31 q ela te acompanhou os frutos dessa iniciativa q partiu dela e q vc levou tão bem a frente!

Parabéns!!

Me sinto lisonjeado de poder participar desse bate papo...

Em tempo: poderíamos ter esses momentos tbm no nosso Encontro, não?? Vamos Agitar Galera!!!

Maurício_Expressão escreveu:
Eu queria que todos os músicos pudessem ter essa sensação.

Sei bem como é essa sensação Maurício... essa minha banda com a qual faço gigs nos bares aqui do Rio tocando MPB, Samba e Bossa, nós tocamos juntos há exatos 23 anos. Ensaios não acontecem mais há muuuuitos anos. O último "ensaio" que fizemos foi pra tocar numa festa POP em 2001. Quando queremos adicionar uma música nova ao repertório, fazemos isso ao vivo... o cara que faz o Violão/Voz ensaia as músicas novas sozinho e na hora da gig leva as cifras impressas pra mim e pro guitarrista... no momento em que o som começa a rolar, a sinergia é muito grande, as coisas acontecem exatamente como têm que acontecer.

Maurício, vc é o cara. Esse post foi uma inspiração para mim.

Cada um de nós passa pelas provações que o Divino acha que devemos passar. Longe de mim questionar Suas razões e motivos, Ele sabe o que faz, eu não.

Mas cada um de nós sabe como são doloridas certas provas, passageiras ou permanentes. E é em pequenas coisas do dia-dia que me reenergizo e tiro forças para continuar.

E a vida é muito curta para ser uma coisa pequena.

Por isso devemos dizer sempre os "eu te amo", os "me perdoe" e essas coisas que por medo ou indiferença não fazemos ou pelo menos "hoje não, amanha eu faço isso"...

Com certeza a música é uma dessas coisas que me reabastecem (praia e cachoeira também). Essas sensações de plenitude e êxtase valem todas as dores de cabeça, aporrinhações e dores da vida cotidiana.

é muito bom mesmo. O guita solo atual do meu projeto, também tocamos desde criança, ambos começamos com 10 anos de idade , eu no teclado e ele na guita, estudávamos no mesmo colégio e então formamos a 1a banda. E a 2a... a 3a... eu tive outras bandas em paralelo, mas sempre tinhamos uma juntos. Eu me converti pro lado negro da força (baixo rs) e ele continua na guita. E continuamos nos mesmos projetos

muito bom mesmo ne. Muita história em tanto tempo.

p.s.: (Mauricio, ele é o aguerreiro do guitarcorner)

Sensacional o depoimento de todos vocês. Obrigado, vocês são DEZ !!!
É bom saber que tem uma pá de neguinho que pensa como eu aqui nesse Fórum!

toco com o mesmo baterista a 7 anos...
fiquei exatyos 2 anos sem encostar a mão no baixo... so voltei por insistencia desse cara.
No primeiro ensaio que fizemos depois de achar os outros integrantes pra banda, foi tudo um desastre, as guitarras não casavam, o teclado tava fora... a unica coisa que fluiu tranquilamente foi a cozinha...

muito Bom Maúricio é mui8to bom sentir isso que vc citou...é tão prazeroso quanto depois de "uns Amaços" kkkkkkkkk....
Belo Texto!!!!
Abrass

Mauricio, muito bacana ver voce feliz desta forma. é realmente um "plus". parabéns my friend

Eömer escreveu:toco com o mesmo baterista a 7 anos...
fiquei exatyos 2 anos sem encostar a mão no baixo... so voltei por insistencia desse cara.
No primeiro ensaio que fizemos depois de achar os outros integrantes pra banda, foi tudo um desastre, as guitarras não casavam, o teclado tava fora... a unica coisa que fluiu tranquilamente foi a cozinha...

Nosso baterista ( Khiel ) falaceu fazem uns 10 anos. foi embora cedo, tinha trinta e pouquinhos anos de idade. Entao a banda acabou, foi cada um pra um lado, nao houve mais entendimentos. Ele era realmente o outro cozinheiro entendem?

Mas tá aí moçada. hoje eu e meu baixo curtimos sozinhos, sem banda.

Mas estamos indo, nao sei pra onde, mas estamos indo.

Mauricio, novamente parabéns pela levantada de astral da moçada, inclusive o meu.