Estive na Rua Teodoro Sampaio 08/09/2017

Depois de muito tempo fui dar uma volta na Teodoro aqui em SP.

-Fui informado por um lojista de que mais de 20 lojas fecharam. Entei na loja dele que era uma mistura de tudo, sebo, com vinil, instrumentos, camisetas, cordas, palhetas. Tipo um "secos & molhados" da Teodoro. Entrei na loja curioso porque estava tocando John Coltrane!
-As lojas têm mais produtos baratos.
-Muito violão simples à venda. Várias lojas colocam os violões na frente. Um montão.
-A Playtech basicamente só tem produtos simples.
-A Hendrix encolheu.
-A Made in Brazil continua bem grande e com variedade de produtos. Colocaram até um daqueles terminais para avaliar o atendimento.
-A BassCenter mudou e ampliou, agora está onde era a Krocodille. Por incrível que pareça é a loja mais legal, com grande variedade de instrumentos, essencialmente baixos, de tudo quanto é tipo, modelo, categoria, preço ... Tem de baixo Finch, SX até Foderas e Jazz Bass antigão custando 50k !
-Várias lojas vendem ukulelê ! (junto com Crossfit e GoT, são coisas que passo longe!).
-A galeria tinha várias lojas fechadas.
-De uma forma geral, muitos instrumentos usados.
-A Tango está igual. Muitos usados e novos também.
-A Free Note, loja de livros, continua espetacular, mas os preços são altos!
-A Yoshi, loja de cabos e conectores, está igual e como sempre bem movimentada.
-A Two Tone está abarrotada de Gibson Les Paul e Fenders Strato. Apreciei e nem perguntei o preço.

Claro que não é surpresa, devido à crise, que tudo encolheu. Tenho a impressão também, como pai de adolescentes, de que a moçada tem preferido outras atividades do que a música, montar banda e afins, e assim, talvez, as coisas estejam acomodando, e tocar baixo, guitarra, teclado, bateria e etc, será como tocar bandolim ou violão de 7 cordas. Existe mercado, mas bem menor do que já foi.

Em compensação, o amigo Ivan, da Music Maker está com uma espera de 6 meses para construir instrumentos!
Imagino que o mundo custom vai muito bem obrigado. De Oliveira, Zaganin, MLaghus, SMartyn ... etc. Alguém sabe dizer como andam?

Abraços!

bodhan escreveu:Alguém sabe dizer como andam?

Última notícia da Mlaghus é que Jacimário estava dividido entre a lutheria e a fotografia.

Samuel tá sempre muito ocupado, pois não faltam pedidos pra esses instrumentos um pouco diferentes, como os fanned e os mini. E manutenção sempre rola.

Nunca fui na Teodoro, mas gostaria muito.

Eu ja brinquei num Hammond na Teodoro. Vi amps raros como o Acoustic 360 e aqueles all tube USA que pareciam um sofá.

Gibson twin, Rick$, Fodera$$$, Gibsons... Tinha vergonha das lojas da Carioca aqui no RJ.

Que pena.

Morei em Sampa entre 1991 e 1995 e aquilo era um paraíso...

Fora os instrumentos, era legal encontrar muita gente bacana nas lojas. Eu ia uma vez por mês, no meio da década de 90. Encontrei o Pedro Ivo três vezes, Sandro Haick, Guilherme Arantes...
Até o baterista do Dominó eu vi comprando baquetas por lá... (é sério que o Gugu não dava baquetas pro cara dublar? coitado... ).

Hoje em dia nem o pessoal do fórum a gente vê por lá.

De setembro de 1997 a janeiro de 2005, minha maior diversão, depois do almoço aos sábados, era descer a Teodoro, parar na loja Batucadas 1000, onde eu tinha muitos amigos, pra botar conversa em dia, já tomando umas, à espera do show (Projeto Toca Brasil) em frente à Matic (2ª loja mais abaixo). Putta saudade...

^Thiago do Espírito Santo molecão! rsrs

Um fenômeno que ajuda a explicar o encolhimento das lojas de rua é a Internet. Há algum tempo adquiri um baixo no Mercado Livre pois já havia sumido das lojas. O pessoal que me atendeu me disse que a rede deles tinham várias lojas na Teodoro e fecharam todas, pois se dedicam agora somente ao comércio eletrônico. Fechei o negócio previamente no ML mas fui buscar pessoalmente no depósito deles. As lojas físicas acabam sendo mostruários, onde o cara testa e vê-se gosta ou não do produto. Se vê que no ML tá mais barato não pestaneja que a loja, cai fora e termina de fazer o negócio online em casa.
Também fui na Basscenter e ficou bem legal. Estão ocorrendo uns eventos de final de semana por lá. Tem muita coisa interessante (prá olhar...).
Também sou fã da loja da Yoshi. Eu vi esta loja mudar de perfil ao longo dos anos e agora estão muito requisitados. Gosto dos preços e da variedade de produtos.

Vez ou outra estou na Teodoro. Em vista do que já foi, a decadência da Teodoro é nítida. Mas a rua ainda está lá, ainda é um ponto forte e dá pra comprar algumas coisas por lá. Eu curto a vibe daquele lugar, só tenho boas lembranças de lá. Me sinto bem só de andar por aquela rua.

bodhan escreveu:
-As lojas têm mais produtos baratos.
-Muito violão simples à venda. Várias lojas colocam os violões na frente. Um montão.
-A Playtech basicamente só tem produtos simples.

Pois é, violão é o carro chefe de vendas. Tem uma matéria na net sobre violões em que um vendedor da Teodoro diz que sua loja vende dezenas de violões por sábado. Mas é aquilo, violões baratinhos da invasão chinesa. Não vendem Taylors e Martins a rodo, hehe.

A Playtech teve que se mexer um pouco. Sempre foi a loja com os preços mais altos de SP (e do BR inteiro, talvez). Era coisa inacreditável de tão caro em comparação às outras lojas. Mas hoje eles também vendem online e você consegue encontrar algumas coisas com preços competitivos e algumas (veja bem, algumas) coisas com preços baixos em relação às outras lojas. Há cerca de um mês vi um Squier Vintage Modified na net em que o preço mais baixo praticado era o da Playtech.

bodhan escreveu:Claro que não é surpresa, devido à crise, que tudo encolheu. Tenho a impressão também, como pai de adolescentes, de que a moçada tem preferido outras atividades do que a música, montar banda e afins, e assim, talvez, as coisas estejam acomodando, e tocar baixo, guitarra, teclado, bateria e etc, será como tocar bandolim ou violão de 7 cordas. Existe mercado, mas bem menor do que já foi.

Cara, eu penso justamente o contrário. Quando eu comecei a tocar era mais difícil achar uma galera que tocasse. Não que não houvesse, mas havia menos. Tinha que caçar mais pra encontrar. Hoje em dia, se balançar uma árvore cai de penca gente querendo montar banda. Na minha cidade, Sorocaba-SP, há um tempo fizeram um grupo no Facebook ("Tô sem banda - Sorocaba/SP). São postagens praticamente diárias da molecadinha de Sorocaba e região querendo se juntar pra fazer um som.

bodhan escreveu:Em compensação, o amigo Ivan, da Music Maker está com uma espera de 6 meses para construir instrumentos!
Imagino que o mundo custom vai muito bem obrigado. De Oliveira, Zaganin, MLaghus, SMartyn ... etc. Alguém sabe dizer como andam?

Cara, não sei se vocês já ouviram falar da Dunamiz Guitars. Eles fazem instrumentos incríveis. É um trabalho realmente diferenciado em relação tudo o que já vi aqui no BR. São focados em guitarras, mas já vi dois baixos lindíssimos deles (um JB e um Rick). Começaram só em 2010 e fazem muito sucesso. Mas acredito que algumas luthierias conhecidas e consolidadas não estejam tão bem das pernas assim.

Acho que todas as minhas idas à São Paulo foram vinculadas indiretamente a Teodoro Sampaio e a Santa Efigênia, pelo menos durante o dia as horas de folga eram todas dedicadas a isso. Enquanto os amigos ou familiares procuravam por museus, exposições, etc., eu sempre me livrava pra ir, na maioria das vezes sozinho a estes lugares.

bodhan escreveu: Tenho a impressão também, como pai de adolescentes, de que a moçada tem preferido outras atividades do que a música, montar banda e afins, e assim, talvez, as coisas estejam acomodando, e tocar baixo, guitarra, teclado, bateria e etc, será como tocar bandolim ou violão de 7 cordas. Existe mercado, mas bem menor do que já foi.

Também não sou mais nenhum mocinho, e percebo que a juventude não está mais tão afim de tocar algum instrumento ou montar bandas. Acredito que por serem atividades que exigem tempo e dedicação não atraem essa nova geração do imediatismo, que desde a escola já são acostumados a passar de ano quase que automaticamente, pobres vítimas do freireanismo que acaba por destruir-lhes completamente as faculdades cognitivas.

Com o aumento das vendas on-line, sites de trocas, fóruns especializados, redes sociais.. etc... deve ser cada vez mais dificil manter uma loja física pagando impostos gigantes, aluguéis caros.. enfim...
Tenho um pressentimento que a musica praticada com instrumentos reais vai ficar cada vez mais rara com o passar dos anos, num mundo onde pra muita gente "fazer musica" é simplesmente Botar umas coisas ruins pra tocar e se auto intitular DJ´s.

Nossa, agora que parei para pensar... Faz anos que não vou na Teodoro Sampaio (uns 10)... E na última vez que fui, acabei comprando pela internet o que eu queria...

A última vez que fui a Teodoro, vi varias lojas fechadas, principalmente na galeria, e os preços dos produtos não estavam nada atraentes, mas ainda assim dava pra achar algumas boas oportunidades...

O que mais me deixou encucado foi a Basscenter, enquanto várias e várias lojas estão fechando, a Basscenter se mudou pra uma loja maior ainda, e parece que estão muito bem das pernas $$

Alguém arrisca dizer como eles conseguiram esse feito ?

Targino escreveu:O que mais me deixou encucado foi a Basscenter, enquanto várias e várias lojas estão fechando, a Basscenter se mudou pra uma loja maior ainda, e parece que estão muito bem das pernas $$
Alguém arrisca dizer como eles conseguiram esse feito ?

Realmente a loja está incrível. Três pisos, com baixos de altíssimo nível. Talvez o sucesso seja por ser a única loja especializada em baixos.

Esse fórum é o culpado... Estamos aliciando baixistas em todo o Brasil!!!

Estive na Bass Center outro dia e tava devendo um review. Vou catar as fotos e postar.
Alias, é muito triste ver isso, mas tudo em economia são ciclos. Vamos aguardar a subida! Mas não dos preços.

A Basscenter deve estar se beneficiando de um pequeno nicho de baixistas endinheirados que está comprando mais do que antes, só isso. O fato de ter aumentado a proporção de baixos mais baratos na vitrine (quando fui na loja, ano passado, não tinha nada muito barato, mas agora já tem, pelo visto) também pode ter a ver.

Estive em 2016 na Base Center, e fui muito bem atendido. Teste um Kala U BAss e um Bongo Fretless 5 cordas. O atendente (infelizmente esqueci o nome) foi muito prestativo e me deixou muito a vontade.

A loja estava absurdamente bem equipada... E tinha de tudo, de SX a Fodera.

^ Olhe só. Devo ter passado batido nesses baixos baratos (ou meu olho treinado só viu os caros haha), porque não me lembrava deles.
Também fui muito bem atendido. Fiquei uns bons minutos testando um Giannini Thunder Sound lá. Queria voltar pra levar um Fireglo 4003 que namorei por uns minutos

Nunca tive coragem nem de entrar lá, tem tanto baixo de boutique que eu achava melhor só ficar olhando da vitrine mesmo...
Mas, há uns meses atrás estava vendendo um Fender JB e por acaso vendi ele lá, realmente os caras são gente fina, no tempo, achei os instrumentos com o preço acima da média, mas hoje em dia me parece que deu uma boa abaixada nos valores

Quem me dera levar um Pb vintage daqueles pra casa

Neste sábado pela manhã fui até a Teodoro para comprar uma capa para minha guitarra archtop.
Caramba, desta vez tinha muito besouro assobiando pelas lojas, é como chamo guitarras distorcidas!
Coisas mal tocadas e desafinadas, e o que mais preocupa, tocado pelos próprios vendedores!
Para todos os vendedores que perguntei sobre a capa para o modelo da minha guitarra a resposta foi: "é semi acústica, né?". E eu prontamente e educadamente tive que explicar um a um que trata-se de uma guitarra acústica, como um violão. Semi acústicas têm bloco central e coisa e tal.
"Ah, tá ..." Responderam, incomodados com o velho chato que sou!
Achei a capa! E na loja estava aquele zumbido chato de guitarra desafinada e distorcida. Nada contra rock e distorção ...mas estava na loja para comprar e pagar uma capa. Disse para o vendedor que estava com muita pressa! Ufa! Acabou! Nada como ficar em casa ...

aqui é uma zorra mesmo chamam ambas de semi acústica sem distinção
prefiro a nomenclatura gringa Hollow e semi hollow