Qual o sentido das coisas?

Eu entendi o sentido das coisas no dia 16/06/2007, às 17:15h quando o obstetra pegou um serzinho e colocou no meu colo e lançou aquele olhar que dizia: "te vira negão, agora é contigo".
Isso foi reforçado no nascimento do segundo, em 2009. Desde então eu sei qual é o sentido de eu estar aqui!

rodlburigo escreveu:Eu entendi o sentido das coisas no dia 16/06/2007, às 17:15h quando o obstetra pegou um serzinho e colocou no meu colo e lançou aquele olhar que dizia: "te vira negão, agora é contigo".
Isso foi reforçado no nascimento do segundo, em 2009. Desde então eu sei qual é o sentido de eu estar aqui!

Daqui uns 3 ou 4 anos eu ressuscito esse tópico pra tu ler isso.

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Penso de maneira parecida, mas não igual à você.
Mas somos exceção...

Ao menos estamos bem representados... rs

allexcosta escreveu:

rodlburigo escreveu:Eu entendi o sentido das coisas no dia 16/06/2007, às 17:15h quando o obstetra pegou um serzinho e colocou no meu colo e lançou aquele olhar que dizia: "te vira negão, agora é contigo".
Isso foi reforçado no nascimento do segundo, em 2009. Desde então eu sei qual é o sentido de eu estar aqui!

Daqui uns 3 ou 4 anos eu ressuscito esse tópico pra tu ler isso.

22 anos depois, no meu caso...
Minha filha ME deu certo sentido, mas... eu sou um indivíduo. Para sociedade, conto pouco; para o mundo, pouquíssimo; para o Universo, nada.

Vinicius F escreveu:

Mauricio Luiz Bertola escreveu:Penso de maneira parecida, mas não igual à você.
Mas somos exceção...

Ao menos estamos bem representados... rs

Pódiscrê...
Música, arte, literatura e ciência, essas são coisas que fazem um certo sentido no nosso mundinho...
Mas mesmo o livre arbítrio é uma construção social e não adianta muito face à certas situações adversas, frente a processos esmagadores da História e da Sociedade...

O nascimento da minha filha me trouxe à tona um senso de responsabilidade maior, desvinculando minhas decisões do “bloco do eu sozinho”. Mas não relaciono isso a sentido da vida (ou das coisas).

No fundo, nossa incapacidade de resposta a essa incógnita abre margem para o passo seguinte... lidar com o não saber. A maneira com que lidamos com a ausência de respostas absolutas é o fator determinante para o nosso bem estar (ou não), enquanto “Sapiens”.

Outro fator importante (mais focado a sociedade) é que não há como agir no macro, tudo passa pelo micro, mesmo no caso de grandes mobilizações (tal qual foi com o caso Rosa Parks em Montgomery), ou seja, o indivíduo, somente por si não é capaz de muita coisa. Daí a importância de ser, pelo menos, um ser que sabe conviver em sociedade.

allexcosta escreveu:Qual o sentido das coisas, da vida? Pra que serve tudo isso?

Para mim o sentido de tudo é a evolução. Não falo da teoria da evolução física para a nossa espécie, não acho que vamos virar x-men. Falo sobre evolução no sentido de melhora, em todos os aspectos.

Qual o sentido deste fórum? Evolução da arte do contrabaixo. Qual o sentido de ralarmos um monte no trampo ou estudos? Evoluir nossas condições de vida e conforto. Qual o sentido de criarmos bem filhos e nos preocuparmos com seu futuro? Deixar algo persistente, seu filhos/legado à frente, ou seja, evoluirmos ele. Qual o sentido de conversarmos e filosofarmos? Evoluir o nosso pensamento e o nosso consciente.

Acho que o sentido é pensarmos para o futuro, para a frente. Cada boa ação hoje pode se tornar várias boas ações no futuro, o que pode fazer a nossa sociedade evoluir, ir para a frente. Quando penso em evolução, penso que este é o sentido do que fazemos aqui, e que a verdadeira evolução é coletiva. Quando somos mesquinhos e fracos (o que em muitos momentos somos, pois somos humanos e imperfeitos), não contribuímos para a verdadeira evolução da espécie.  Não sou socialista, mas acredito que não precisamos pisar no pescoço das pessoas para evoluirmos nossas condições pessoais, como acontece no capitalismo selvagem e sem regras. Várias ações no micro e evolução da nossa consciência, se somam a outros e acabam afetando em algum tempo o macro, e assim ele evolui. Se a ciência hoje aprende sobre combustão, amanhã ela aprende como impulsionar um foguete, e assim, quem sabe (apesar de no momento eu achar uma coisa muiiiito difícil), deixaremos nossa nave chamada planeta Terra e habitaremos outros confins da galáxia. A espécie evolui com ajuda da ciência e se torna (para o bem ou mal, mas espero já termos evoluído muito como espécie) uma espécie interplanetária. E assim funciona para os mais variados aspectos.

A arte evoluiu. De apenas tambores e cânticos, passamos para instrumentos de sopro simples, para cordas e hoje em dia para a possibildiade de computadores reproduziram a mais variada gama de instrumentos. Talvez não seja a melhor evolução para o atual cenário de composição (sim dubstep, estou olhando para você), mas para o consumidor final, a possibildiade de ouvir 20 horas de música de um pequeno dispositivo recarregável, é algo jamais sonhado por alguém no ano de 1 d.c.

Mas, infelizmente, a evolução é a melhora e um fim em si mesmo. No grande esquema das coisas, tudo isto serve para muito pouca coisa. Um dia longíquo nossa espécie será engolida, e toda a evolução infelizmente perdida. Talvez algo nos supere e ultrapasse, evoluindo além da gente, assim como neste planeta evoluímos além de várias outras espécies. Ou talvez consigamos chegar ao fim dos tempos (não, não estou falando de eventos religiosos ou místicos, mas sim de algum grande evento nos esquemas das coisas que acontecem no universo).

Minha recomendação é: Entenda o que ama, e se torne melhor nisto e no que pode melhorar as coisas para você e para os outros a seu redor. Evolua.

Vinicius F escreveu:Pra mim a sensação é exatamente a oposta. Quando comecei a entender que nada posso entender, e que muito possivelmente não haja nada a compreender nesse sentido, senti um misto de liberdade e humildade. Joguei uma pedra enorme em cima de muitos preconceitos e julgamentos. Gosto ser feito de "star stuff" e compartilhar meu DNA em mais de 90% com vários animais. Saber que posso ser morto com uma simples patada de um urso ou mordida de uma onça numa floresta. Acho bonita a vida dessa forma, tão simples, regida pelas leis da natureza (universo). Mas é verdade que infelizmente para muitas pessoas, os valores morais, éticos e motivacionais estão encravados dentro de uma cultura de punição e recompensa, quando deveriam ser apenas baseados no bom senso e coletividade.

Deixei tudo isso pra lá porque mesmo se alguém "superior" ou "mais evoluido" pudesse nos passar o sentido verdadeiro de tudo (caso existisse um), penso que não seríamos capazes de entender, dadas nossas limitações. Acho todas as tentativas de explicações atuais, mesmo as ditas como pontos vistas de seres "superiores", sempre muito humanas. É meio paradoxal pra mim, tal qual ensinar função bijetora a um porquinho da índia... rsrsr

PéDIPano escreveu:...Minha recomendação é: Entenda o que ama, e se torne melhor nisto e no que pode melhorar as coisas para você e para os outros a seu redor. Evolua.

Minha visão atual de mundo é, basicamente, a mistura destes dois pensamentos, porém, com uma perspectiva menos libertadora e muito mais triste que a descrita pelo Vinícius.

Uma entrevista que creio vir a calhar:

^ Excelente contribuição AndréBurguer

Só achei meio patético a postura sórdida dos intrevistadores, principalmente a do jornalista da Folha, que parecia mais interessado em desqualificar a intrevistada do que promover uma boa discussão. Quase o efeito FB¹


¹ Efeito predominantemente encontrado nas redes sociais (sobretudo o CaraLivro), onde as pessoas acham que são especialistas em qualquer assunto por que leram um ou dois artigos.

Não me importo com sentidos grandiosos pra vida e não acho que descobertas científicas vão levar a algo sobre este assunto. Acredito no sentido das coisas como o sentido que escolhemos dar, ou até o sentido que escolhemos não dar ao que está em nossa volta...

Na minha opinião, colocar o sentido das coisas em algo intangível é uma ótima ferramenta pra sobreviver a essa loucura. É dar uma certeza de que algo sempre estará lá, uma forma de driblar o caos que é o mundo...

Luanmn escreveu: não acho que descobertas científicas vão levar a algo sobre este assunto

Levar a algo no sentido conclusivo, de fato não, mas podem trazer luz a questões pontuais, como mapeamento de anomalias como TOC, depressão, compulsões, doenças psiquicas, e etc. Só mais um elemento válido. Refiri-me a medicina, mas outros exemplos são válidos também.

Luanmn escreveu:Não me importo com sentidos grandiosos pra vida e não acho que descobertas científicas vão levar a algo sobre este assunto. Acredito no sentido das coisas como o sentido que escolhemos dar, ou até o sentido que escolhemos não dar ao que está em nossa volta...

Na minha opinião, colocar o sentido das coisas em algo intangível é uma ótima ferramenta pra sobreviver a essa loucura. É dar uma certeza de que algo sempre estará lá, uma forma de driblar o caos que é o mundo...

As vezes também tendo a achar isso; mas, como cientista e professor sei que é o processo de busca que sustenta a "evolução" ou o "aperfeiçoamento" de uma série de questões. Porém isso não é linear historicamente falando, se faz de forma contraditória e com "indas e vindas".
É um paradoxo como em nosso tempo, com todo o progresso tecnológico; cultural e socialmente alguns campos experimentam retrocessos preocupantes, ódio, fascismo, irracionalismo, egoísmo e ignorância campeiam. Aqui mesmo nesse fórum dá para observar tal fenômeno...

Aqui temos um "Check" sobre a Realidade atual:
https://blog.waycarbon.com/2017/06/recursos-naturais-esgotados-entenda-o-overshoot-day/

Henri-Q escreveu:

Luanmn escreveu: não acho que descobertas científicas vão levar a algo sobre este assunto

Levar a algo no sentido conclusivo, de fato não, mas podem trazer luz a questões pontuais, como mapeamento de anomalias como TOC, depressão, compulsões, doenças psiquicas, e etc. Só mais um elemento válido. Refiri-me a medicina, mas outros exemplos são válidos também.

Entendi. Pensando nesse sentido concordo.

Acho que não existe uma resposta do tipo "one size fits all" para este tipo de questão. Sempre vai cair nas respostas pessoais.

Para mim, neste momento da minha vida, o que me dá sentido é tentar evoluir como pessoa, deixar algum tipo de legado para as gerações futuras, cuidar de meus pais (que estão na velhice e cheios de problemas), e descobrir a idade real do Mauricio_Expressão.

O último item sei que é impossível, mas os restantes a gente vai tentando dar um jeito.

joabi escreveu:
Acho que não existe uma resposta do tipo "one size fits all" para este tipo de questão. Sempre vai cair nas respostas pessoais.

Para mim, neste momento da minha vida, o que me dá sentido é tentar evoluir como pessoa, deixar algum tipo de legado para as gerações futuras, cuidar de meus pais (que estão na velhice e cheios de problemas), e descobrir a idade real do Mauricio_Expressão.

O último item sei que é impossível, mas os restantes a gente vai tentando dar um jeito.

Me parece que aquele teste de carbono ainda não evoluiu pra tanto.....
Acho que ainda vai um tempo. Mas desconfio que o Mauricio pode ser o cara que criou tudo isso aqui que conhecemos como vida! Kkkkkkk

Mauricio Luiz Bertola escreveu:
22 anos depois, no meu caso...
Minha  filha ME deu certo sentido, mas... eu sou um indivíduo. Para sociedade, conto pouco; para o mundo, pouquíssimo; para o Universo, nada.

Isso é um ponto interessante. Minha filha tem 15, eu sou muito importante pra ela, mas em termos de "propósito" pondo em perspectiva, eu concordo com você: cada indivíduo, por mais importante que seja pra quantas pessoas forem, no final das contas apenas existe.

O sentido de qualquer coisa é exatamente aquilo que o ser determina.
Querer saber qual o sentido das coisas existentes no universo é querer descobrir qual a valoração que alguém já deu para aquela existência.
Quando o próprio indivíduo alcança uma percepção de sentido para o que existe, ele próprio determina o sentido das coisas ou se vale daquilo que outro determinou.
A Axiologia difere da Ontologia, sendo que a primeira é completamente dependente do pensamento do observador.
Se você parar para pensar, a existência de qualquer coisa não tem sentido algum. Sentido é um vetor determinado por um indivíduo.
Tanto se pode questionar a ausência de sentido da existência da Terra para um Universo que dista (até o limite do conhecido) 14 bilhões de anos-luz, quanto se pode dizer categoricamente que o sentido da Terra é abrigar a vida. Tanto se pode dizer que a vida não tem sentido nenhum em relação à imensidão do Cosmo quanto se pode dizer que o sentido da vida é simplesmente viver.

Então meus caros, se vocês querem saber qual o sentido das coisas, deem sentido à elas, ou ao menos ao que importa. Isso não significa que a ciência deva interromper a sua caçada pela descoberta de mais e mais existências ou de algum sentido em uma escala macro, considerando o universo como um todo.

Seguindo a linha do Bertola, para a família temos um grande sentido, para a localidade temos algum sentido, para o país pouco sentido, para o mundo quase nenhum e para o universo nós apenas existimos.