Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
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Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
Zubrycky escreveu:Primeira música sertaneja gravada no Brasil.
Jorginho do Sertão, a primeira música caipira gravada no Brasil.
http://www.culturacaipira.com/2015/04/11/jorginho-do-sertao-a-primeira-musica-caipira-gravada-no-brasil/
allexcosta- Administrador
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Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
allexcosta escreveu:^ Perceba que a vegetação e clima semi-árido são constantes nas explicações.
A conhecida frase "o sertanejo é antes de tudo um forte" é usada para falar das dificuldades que esse povo encontra para conseguir seu sustento e água.
Características diferentes do interior de SP.
As diferenças geográficas existem, são inegáveis e não sou cego à elas. Entretanto, dentro de um idioma, uma mesma palavra muitas vezes possui mais de um sentido, todos igualmente aplicáveis (dependendo, obviamente, do sentido que se quer dar à frase). E "sertão" é um desses vocábulos.
"sertão
ser·tão
sm
1 Região do interior, com povoação escassa e longe dos núcleos urbanos, onde a pecuária se sobrepõe às atividades agrícolas.
2 Região de vegetação esparsa e solo arenoso e salitroso, sujeito a secas periódicas.
3 Terreno coberto de mato, afastado da costa.
4 O interior do país.
EXPRESSÕES
Sertão bruto: sertão totalmente desabitado.
Sertão de gravatá, REG (BA): grande porção de terra coberta de gravatá.
Sertão de pedra, REG (RN): região que se situa além do vale de Ceará-Mirim, cujo solo é muito pedregoso".
http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=sert%C3%A3o
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
Acho que é justo odiar o estilo caipira universitário. É muito ruim. Falo isto como alguém que estava no MS no final da onda do axé que não é Axé, com o caipira universitário cada vez mais tomando sua forma e ganhando espaço. Mas temos que passar a entender que esse fenômeno é culpa de toda sociedade.
Não é só a educação básica que está na UTI no país, é também o acesso a cultura que deixou as coisas no nível atual. Nossa sociedade resolveu segregar-se, um misto da cultura do medo com a ojeriza ao ser humano que pensa e é diferente.
Veja bem, quantas vezes como sociedade subimos uma favela para fazer um concerto sinfônico com uma orquestra completa? É mais fácil bestializarmos essa população e dizermos que eles são assim do que oferecer aos mesmos acesso a cultura e educação. Como uma criança que nunca ouviu uma sinfonia vai saber apreciar algo além da única música que tem contato no dia a dia, que normalmente é o funk feito por jovens que muitas vezes não tiveram acesso sequer a um instrumento musical que fosse.
A criança que mora no interior do MS, MT, SP, GO e PR não tem contato nem com sua cultura local e o caipira pop é vendido como o ó. Tem acesso a muito poucas opções culturais e existe toda uma ideia rasa de vangloriar esse povo. Essa criança não enxerga a música, mas nele enxerga um "modelo" de artista bem sucedido, com grana no bolso e todo mundo em volta do mesmo.
O fenômeno é mais embaixo e foi construído durante muito tempo. Reverter não vai ser coisa de uma hora para outra. Então só consigo prever que o caipira universitário ruim vai ficar muito tempo ainda por aqui, junto com o funk que é charme.
Não é só a educação básica que está na UTI no país, é também o acesso a cultura que deixou as coisas no nível atual. Nossa sociedade resolveu segregar-se, um misto da cultura do medo com a ojeriza ao ser humano que pensa e é diferente.
Veja bem, quantas vezes como sociedade subimos uma favela para fazer um concerto sinfônico com uma orquestra completa? É mais fácil bestializarmos essa população e dizermos que eles são assim do que oferecer aos mesmos acesso a cultura e educação. Como uma criança que nunca ouviu uma sinfonia vai saber apreciar algo além da única música que tem contato no dia a dia, que normalmente é o funk feito por jovens que muitas vezes não tiveram acesso sequer a um instrumento musical que fosse.
A criança que mora no interior do MS, MT, SP, GO e PR não tem contato nem com sua cultura local e o caipira pop é vendido como o ó. Tem acesso a muito poucas opções culturais e existe toda uma ideia rasa de vangloriar esse povo. Essa criança não enxerga a música, mas nele enxerga um "modelo" de artista bem sucedido, com grana no bolso e todo mundo em volta do mesmo.
O fenômeno é mais embaixo e foi construído durante muito tempo. Reverter não vai ser coisa de uma hora para outra. Então só consigo prever que o caipira universitário ruim vai ficar muito tempo ainda por aqui, junto com o funk que é charme.
PéDIPano- Membro
- Mensagens : 181
Localização : Guarapuava-PR
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
allexcosta escreveu:Zubrycky escreveu:Primeira música sertaneja gravada no Brasil.
Jorginho do Sertão, a primeira música caipira gravada no Brasil.
http://www.culturacaipira.com/2015/04/11/jorginho-do-sertao-a-primeira-musica-caipira-gravada-no-brasil/
Boa observação, mas ressalto que os termos "música caipira" e "música sertaneja raiz" (Ou "de raiz") são sinônimos.
"Foi em 1929 que surgiu a primeira música sertaneja como se conhece hoje. Ela nasceu a partir de gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires de "causos" e fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior paulista, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e matogrossense. Na época destas gravações pioneiras, o gênero era conhecido como música caipira, cujas letras evocavam o modo de vida do homem do interior (muitas vezes em oposição à vida do homem da cidade), assim como a beleza bucólica e romântica da paisagem interiorana (atualmente, este tipo de composição é classificada como "música sertaneja de raiz", com as letras enfatizadas no cotidiano e na maneira de cantar)".
https://pt.wikipedia.org/wiki/Música_sertaneja#Primeira_era_-_Música_Caipira_ou_Música_Sertaneja_Raiz
(Grifos meus)
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
Pessoal, o sertanejo que quem gosta ouve hj em dia bebe da fonte do country americano dos anos 80 e 90. Por isso que tem muita guitarra e sintetizadores.
Igor Canavarro- Membro
- Mensagens : 492
Localização : Recife-PE
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
^ eu so sei que aqui em Brasilia esta onda de sertanojo acabou com espaços para outros ritmos, ainda tem local que sobrevive, mas acabou o publico, tem uns músicos que se acham as estrelas do rock, paga-se pouco pra tocar muito em caso de free-lancer
Christian- Membro
- Mensagens : 3803
Localização : Brasilia
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
Zubrycky escreveu:(...)
Ok.
Pra mim e na prática, o povo sertanejo sempre foi o povo sofrido que não tinha acesso à água, morava na caatinga e tal...
Esse conceito de qualquer pessoa que mora longe do mar é meio estranho. Fosse assim, todas as pessoas de Minas Gerais, por exemplo, seriam sertanejas. Ou mesmo da capital do estado de SP. E não acho que essas pessoas se identifiquem assim.
Mesmo um Manauara, nascido e criado longe do mar, não se vê como sertanejo. Aliás, na prática, o sertanejo é aquele que tem dificuldade em encontrar água.
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
ontem uns medalhões do chamado sertanejo foram babar o ovo do bolsonaro....
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
^ Sempre eles, na época do Color também!
afonsodecampos- Membro
- Mensagens : 5138
Localização : Belém do Pará
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
Mulambo escreveu:ontem uns medalhões do chamado sertanejo foram babar o ovo do bolsonaro....
Tão só defendendo o interesse da classe. Pq se acabar o fluxo de dinheiro público pra gabinete, prefeitura e secretaria de cultura q financia feira agropecuária, rodeio e afins (eventos q ocupam uns 80% da agenda desses artistas que fazem mt sucesso no interior do país), esses músicos não vão ter mais como comprar jatinho, mansão e carro importado né
Abs
GRRS- Membro
- Mensagens : 203
Localização : São Paulo
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
allexcosta escreveu:Zubrycky escreveu:(...)
Ok.
Pra mim e na prática, o povo sertanejo sempre foi o povo sofrido que não tinha acesso à água, morava na caatinga e tal...
Esse conceito de qualquer pessoa que mora longe do mar é meio estranho. Fosse assim, todas as pessoas de Minas Gerais, por exemplo, seriam sertanejas. Ou mesmo da capital do estado de SP. E não acho que essas pessoas se identifiquem assim.
Mesmo um Manauara, nascido e criado longe do mar, não se vê como sertanejo. Aliás, na prática, o sertanejo é aquele que tem dificuldade em encontrar água.
A minha definição de indivíduo sertanejo é aquela pessoa nascida no sertão. Nada a ver com esses agroboys nascidos na cidade grande e metidos a Clint Eastwood.
Igor Canavarro- Membro
- Mensagens : 492
Localização : Recife-PE
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
Nem vou comentar nada!
Juninho Sampaio- FCBR-CT
- Mensagens : 12185
Localização : Salvador-Ba
Re: Implicância com sertanojo millennial não é nostalgia de gente velha
Igor Canavarro escreveu:A minha definição de indivíduo sertanejo é aquela pessoa nascida no sertão. Nada a ver com esses agroboys nascidos na cidade grande e metidos a Clint Eastwood.
Eu vi recentemente que isso não é coisa exclusiva do Brasil (e provavelmente não nasceu aqui). Parece acontecer o mesmo com a música country nos EUA. Os artistas modernos de country são análogos a esses sertanejeiros universitários brasileiros. As letras e clipes são parecidos.
Vi o Brad Pasley falando sobre isso.
Jãozeiro- Membro
- Mensagens : 3252
Localização : Doha - Qatar
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