Uma reflexão sobre o aprendizado
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Uma reflexão sobre o aprendizado
Comecei a tocar com uma galera nos idos de 2000, incluindo algumas pessoas com quem estudei junto, outras que conheci formando banda e etc... Tenho contato com a maioria deles, logo, pude acompanhar a evolução (ou não) de cada um.
(1) Alguns foram mais disciplinados, tiveram paciência, investiram tempo nos estudos e evoluiram no instrumento. Isso inclui os que levaram a coisa tão a sério que hoje em dia vivem de música ou pelo menos a têm como um hobby com certo grau de seriedade. Essa galera em geral é bem resolvida com a música e toca muito bem seus respectivos instrumentos...
(2) Mas tem a galera que parou no tempo... se pega a guitarra prontamente toca o riff de Come as You are, Enter Sandman, Que país é esse ... daí pra pior. No caso dos baixistas, vêm com aquela mão de alface, sem pegada nenhuma, sem sotaque de baixista, sem um ghost note, manda aquela tentativa de slap engessado que não vai além de tônica e oitava sem domínio rítmico e dinâmico... como se o instrumento fosse um adversário. Nada contra as músicas indicadas, mas acho que vinte anos tocando isso é osso¹. Em geral essa galera sempre vem com aquela conversa de que queria evoluir, aprender a tocar de verdade e quando te faz um elogio soa como um blend de desdém com inveja.
Há ainda um terceiro grupo do qual não faz sentido falar aqui, que é daqueles que não tem interesse mesmo em evoluir e só querem passar uma tarde com o baixo em punho fazendo um barulhinho e isso já os satisfaz. Não é o perfil de quem acessaria um Fórum como esse!
Se você está iniciando os estudos e se deparou com essas linhas, saiba que está na sua mão daqui a 20 anos pertencer a um desses dois grupos indicados acima. Não há uma receita... cada um tem um ritmo, mas tenho certeza que ficar tocando o que você já sabe a exaustão com trinta aplicativos de metrônomo no celular que você não usa, quinhentos pdfs de métodos no HD que você não abre, não te levará muito longe. Abra a mente, estude, leve os assuntos a exaustão e os aprofunde, não se limite a um estilo somente, faça aulas com um bom professor.
Estou longe de onde gostaria de estar como músico (mesmo na minha vida isso sendo um hobby), mas como é algo que amo, tenho até paúra de permanecer estagnado. E sem dissimulações, tudo que recomendo acima tenho praticado.
O intuito desse post não é te agredir e sim te incomodar... fazer com que você tire o bag do baixo e ligue o metrônomo.
Vida longa FCBR
___________
¹ É osso: do paulistês fluente – é ruim, é feio, não tem vantagem nenhuma.
(1) Alguns foram mais disciplinados, tiveram paciência, investiram tempo nos estudos e evoluiram no instrumento. Isso inclui os que levaram a coisa tão a sério que hoje em dia vivem de música ou pelo menos a têm como um hobby com certo grau de seriedade. Essa galera em geral é bem resolvida com a música e toca muito bem seus respectivos instrumentos...
(2) Mas tem a galera que parou no tempo... se pega a guitarra prontamente toca o riff de Come as You are, Enter Sandman, Que país é esse ... daí pra pior. No caso dos baixistas, vêm com aquela mão de alface, sem pegada nenhuma, sem sotaque de baixista, sem um ghost note, manda aquela tentativa de slap engessado que não vai além de tônica e oitava sem domínio rítmico e dinâmico... como se o instrumento fosse um adversário. Nada contra as músicas indicadas, mas acho que vinte anos tocando isso é osso¹. Em geral essa galera sempre vem com aquela conversa de que queria evoluir, aprender a tocar de verdade e quando te faz um elogio soa como um blend de desdém com inveja.
Há ainda um terceiro grupo do qual não faz sentido falar aqui, que é daqueles que não tem interesse mesmo em evoluir e só querem passar uma tarde com o baixo em punho fazendo um barulhinho e isso já os satisfaz. Não é o perfil de quem acessaria um Fórum como esse!
Se você está iniciando os estudos e se deparou com essas linhas, saiba que está na sua mão daqui a 20 anos pertencer a um desses dois grupos indicados acima. Não há uma receita... cada um tem um ritmo, mas tenho certeza que ficar tocando o que você já sabe a exaustão com trinta aplicativos de metrônomo no celular que você não usa, quinhentos pdfs de métodos no HD que você não abre, não te levará muito longe. Abra a mente, estude, leve os assuntos a exaustão e os aprofunde, não se limite a um estilo somente, faça aulas com um bom professor.
Estou longe de onde gostaria de estar como músico (mesmo na minha vida isso sendo um hobby), mas como é algo que amo, tenho até paúra de permanecer estagnado. E sem dissimulações, tudo que recomendo acima tenho praticado.
O intuito desse post não é te agredir e sim te incomodar... fazer com que você tire o bag do baixo e ligue o metrônomo.
Vida longa FCBR
___________
¹ É osso: do paulistês fluente – é ruim, é feio, não tem vantagem nenhuma.
Convidado- Convidado
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
Henri-Q escreveu:
O intuito desse post não é te agredir e sim te incomodar... fazer com que você tire o bag do baixo e ligue o metrônomo.
Olha, serviu foi como um baita estímulo! Obrigado por isso.
Toco a pouco tempo mas estou investindo um tanto pra evoluir como músico.
Bruno da Rosa- Membro
- Mensagens : 439
Localização : Rio de Janeiro
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
Parabéns, Henri.
Merece ser fixo.
Merece ser fixo.
allexcosta- Administrador
- Mensagens : 54835
Localização : Terra
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
(Re)Descobri o instrumento bem tarde. Infelizmente.
Meu irmão sempre se arriscou mais; tentou guitarra, jogou na minha mão. Depois um contrabaixo, e fez o mesmo. Hoje, ele é baterista.
Sempre que ele me empurrava os instrumentos, eu logo os dispensava, não tinha paciência alguma com isso, apesar de sempre ter amado música, mas como ouvinte.
Com o tempo, ouvindo as músicas com mais atenção, fui me interessando pelo contrabaixo e decidi me arriscar novamente.
Deve ter pouco mais de 3 anos que pego (não toco) o instrumento e, admito que eu deveria me dedicar mais, ter ido atrás de um bom professor ao invés de depender de YouTube e tablaturas.
Mas, apesar da indisciplina, tenho certeza de que dele não me desprenderei mais. Mudou a minha vida.
Ano passado fiz algumas pesquisas de faculdades de música popular, aqui em São Paulo, mas por enquanto, esse plano ficou no B; recebi uma promoção no meu trabalho, estou investindo nisso agora e o valor da parcela é muito alto pra mim no momento.
Estou me dedicando um pouco mais agora nesse confinamento, mas está bem concorrido com o home office e minha pós-graduação.
Mas daqui a pouco menos de 13 anos, espero ser do grupo 1.
Meu irmão sempre se arriscou mais; tentou guitarra, jogou na minha mão. Depois um contrabaixo, e fez o mesmo. Hoje, ele é baterista.
Sempre que ele me empurrava os instrumentos, eu logo os dispensava, não tinha paciência alguma com isso, apesar de sempre ter amado música, mas como ouvinte.
Com o tempo, ouvindo as músicas com mais atenção, fui me interessando pelo contrabaixo e decidi me arriscar novamente.
Deve ter pouco mais de 3 anos que pego (não toco) o instrumento e, admito que eu deveria me dedicar mais, ter ido atrás de um bom professor ao invés de depender de YouTube e tablaturas.
Mas, apesar da indisciplina, tenho certeza de que dele não me desprenderei mais. Mudou a minha vida.
Ano passado fiz algumas pesquisas de faculdades de música popular, aqui em São Paulo, mas por enquanto, esse plano ficou no B; recebi uma promoção no meu trabalho, estou investindo nisso agora e o valor da parcela é muito alto pra mim no momento.
Estou me dedicando um pouco mais agora nesse confinamento, mas está bem concorrido com o home office e minha pós-graduação.
Mas daqui a pouco menos de 13 anos, espero ser do grupo 1.
deixados- Membro
- Mensagens : 306
Localização : Sao Paulo
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
Que bom meu amigoBruno da Rosa escreveu:
Olha, serviu foi como um baita estímulo! Obrigado por isso.
Que honra... Sem palavras.allexcosta escreveu:Parabéns, Henri.
Merece ser fixo.
É isso aídeixados escreveu:
Estou me dedicando um pouco mais agora nesse confinamento, mas está bem concorrido com o home office e minha pós-graduação.
Mas daqui a pouco menos de 13 anos, espero ser do grupo 1.
Convidado- Convidado
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
Henri-Q escreveu:
É isso aí
Valeu!
A propósito, tem algum tópico específico aonde vocês falam como foi o aprendizado?
deixados- Membro
- Mensagens : 306
Localização : Sao Paulo
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
^
Específico nesse sentido, não lembro... Teve uma discussão boa e recente falando sobre evolução...
https://www.contrabaixobr.com/t41913-momentos-exercicios-etapas-que-voce-subiu-de-nivel
Específico nesse sentido, não lembro... Teve uma discussão boa e recente falando sobre evolução...
https://www.contrabaixobr.com/t41913-momentos-exercicios-etapas-que-voce-subiu-de-nivel
Convidado- Convidado
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
Obrigado, colega!
deixados- Membro
- Mensagens : 306
Localização : Sao Paulo
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
Muito válido o seu argumento, Henri-Q. Parabéns pela lucidez e sensatez. Os bons fóruns, como esse, são aqueles que colocam em contato todos os tipos de interessados em algum determinado assunto, trocando experiências e compartilhando conhecimento. Penso que o "terceiro grupo" também esteja por aqui - tomara! Absorver e fazer bom uso do que está disposto aqui, por sua vez, depende de cada um. De minha parte só tenho a agradecer pelos esclarecimentos, orientações e opiniões que obtive aqui - sem esquecer de prestar respeito às histórias e vivências de cada um (o "lado humano" dos colegas). Enfim, parabéns pela abordagem e que o Fórum continue sendo esse território de convivência e interação entre todos os que se interessam pelo contrabaixo. Abraço.
Re: Uma reflexão sobre o aprendizado
Olha, aprender é um processo ativo, depende muito do indivíduo.
Sem objetivos claros, metas, organização, disciplina, esforço, sacrifício... não se chega a lugar algum.
Recentemente, contratei uma aluna da graduação no primeiro ano para trabalhar como bolsista de iniciação científica comigo porque em aula ela mencionou que tocava piano, violão, flauta e violino. Quem, aos 19 anos, tem esse bagagem já mostrou seu valor.
Sem objetivos claros, metas, organização, disciplina, esforço, sacrifício... não se chega a lugar algum.
Recentemente, contratei uma aluna da graduação no primeiro ano para trabalhar como bolsista de iniciação científica comigo porque em aula ela mencionou que tocava piano, violão, flauta e violino. Quem, aos 19 anos, tem esse bagagem já mostrou seu valor.
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