Qual foi o primeiro contrabaixo elétrico feito no Brasil?

Olá a todos,

Esses dias estava tocando o meu contrabaixo Yakim (feito nos anos 50 e um dos primeiros baixos feitos na Argentina), fiquei com essa dúvida e, como não encontrei uma resposta, deixo aqui esta pergunta para vocês: Qual foi o primeiro contrabaixo elétrico feito no Brasil?

Zubrycky escreveu:Olá a todos,

Esses dias estava tocando o meu contrabaixo Yakim, fiquei com essa dúvida e, como não encontrei uma resposta, deixo aqui esta pergunta para vocês: Qual foi o primeiro contrabaixo elétrico feito no Brasil?

Tonante Finder? Giannini Formigão? Jennifer? Sei não... Pergunta difícil! Façam suas apostas!

Eu sei que tinha uns tais de Phelpa que era bem antigos também! Tentei procurar alguma informação à respeito, mas não achei nada específico sobre isso! Talvez no site dessas empresas possa ter alguma coisa.

Tudo que eu descobri é que o baixo elétrico passou a ser usado como substituto ao baixo acústico, no Brasil, nas bandas na época da Jovem Guarda, o que pode ser um indicativo aí pro lado dos Giannini, talvez...

Na seção de catálogos antigos do site da Giannini (Catálogos que não consegui baixar), a primeira menção à contrabaixos data do ano de 1960 com os modelos Gemini, Supersonic, Apollo, Sonic II e Diamond Mirage.

Alguns catálogos. Neste site tb tem as fotos de uns restaurados, o proprietário tb pode saber informar... embora o site pareça estar abandonado...

https://robertoguitarrasvintage.blogspot.com/p/blog-page.html

Boa pergunta...

O que sei é:

O músico e eletrotécnico soteropolitano Adolfo Nascimento (Dodô) começou a buscar meios de eletrificar seu cavaquinho em 1938. Em 1944 ele teve a idéia de quebrar o corpo acústico de um instrumento e colocar o captador direto na madeira do braço, criando o pau elétrico, precursor da guitarra baiana.

Existe uma lenda que um soldado dos EUA visitou Salvador à essa época e ao retornar à California, comentou com um técnico de rádio seu conhecido e o resto é história.

Mas isso deve ser lenda mesmo. Nessa época várias pessoas já buscavam a idéia de instrumentos sólidos amplificados, sendo que a primeira guitarra maciça provavelmente foi um baixo (que não deixa de ser guitarra), fabricado pelo Paul Tutmarc em 1936.

Voltando à Bahia do fim dos anos 40, os amigos Dodô e Osmar ficaram encantados com uma passagem do bloco Pernambucano "Vassourinhas do Recife", que trazia percussão e músicos de sopro da polícia militar daquele estado. Como a Bahia não tinha a mesma tradição em sopros e eles tocavam guitarras, resolveram sair no carnaval do ano seguinte com instrumentos amplificados em cima de um carro. Assim nascia o trio elétrico...

Sabemos que o frevo utiliza amplamente o baixo de sopro, também conhecido como bombardino ou tuba, com marcação característica que lembra um walking bass.

É do meu entender que os músicos baianos tentavam simular isso com as cordas mais graves de uma guitarra (não sei que marca seria, provavelmente feita por eles a partir de um braço de violão) e que, eventualmente, passaram a fazê-lo num instrumento elétrico de cordas oitavadas pra baixo (um baixo elétrico). Só que não sei dizer agora quando essa transição se deu e se esse baixo utilizado por Dodô e Osmar nos anos 60 era comprado ou feito por eles.

Escrevi tudo isso pra dizer que não sei a resposta pra pergunta do tópico, mas dá uma boa investigação.

Juninho conhece o Betinho, filho de Osmar, que talvez saiba mais dessa história e dos primeiros baixos utilizados por seu pai no trio.

Mais:

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-inventou-a-guitarra-eletrica

Essas histórias renderam músicas do Trio Elétrico Dodô e Osmar, com letras de Moraes Moreira.

Algumas dessas músicas:



Vassourinha elétrica:

Varre, varre, varre Vassourinhas
Varreu um dia as ruas da Bahia
Frevo, chuva de frevo e sombrinhas
Metais, em brasa, brasa, brasa que ardia
Varre, varre, varre Vassourinhas
Varreu um dia as ruas da Bahia
Abriu alas e caminhos pra depois passar
O trio de Armandinho, Dodô e Osmar…

E o frevo que é pernambucano, ui, ui, ui, ui
Sofreu ao chegar na Bahia, ai, ai, ai, ai
Um toque, um sotaque baiano, ui, ui, ui, ui

Pintou uma nova energia, ai, ai, ai, ai
Desde o tempo da velha fubica, ah, ah, ah, ah…
Parado é que ninguém mais fica
É o frevo, é o trio, é o povo
É o povo, é o frevo, é o trio
Sempre juntos fazendo o mais novo
Carnaval do Brasil



Viva Dodô e Osmar:

Dodô, Dodô
Dodô, Dodô
Antes do Gringo, a guitarra ele inventou
Osmar, Osmar
Osmar, Osmar
O carnaval veio trieletrizar

Logo depois da guerra
Na minha terra Bahia
Dois baianos sem compromisso
Descobriram que o cepo maciço
Evitava o fenômeno da microfonia
E assim, com o nome de pau elétrico
Nascia um dia a guitarra na Bahia, Bahia, Bahia

Eu chutaria Del Vecchio.
Mas é um chute mesmo.
Talvez o Sr Roberto Fontanezzi saiba algo sobre esse assunto.

Eu não sabia que a Del Vechio fez baixos, legal.

O Sr Romeu (Begher Luthier, irmão do Nenê dos Incríveis) fazia guitarras elétricas no final da decada de 50 pelo que sei, eu ja levei uma guitarra minha para regulagem lá uma época e ele me deixou testar tudo o que quisesse, tinha instrumento pra caramba, alguns dele outros nao, mas na época meus olhos não estavam voltados para o contra baixo, de forma que eu meio que nao dei atenção em perguntar. Achei alguns baixos em pesquisas no Google, muito provavelmente não foi o primeiro a fazer, mas fica aí um pedacinho de história também.