O TERÇO - A história.
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O TERÇO - A história.
O TERÇO - A história
Na história do grupo O Terço, que originou-se em 1968, estão três bandas da década de 60 - Joint Stock Co., Hot Dog e Os Libertos, por onde iniciaram o guitarrista Sérgio Hinds, o baixista César das Mercês e o baterista Vinícius Cantuária.
O grupo Os Libertos, então formado pelos três músicos citados acima, era uma atração que agitava as domingueiras do Rio de Janeiro. A banda ainda se chamaria Santíssima Trindade. Em 1970, César das Mercês foi substituído por Jorge Amiden. O grupo passou então a se chamar O Terço. O conjunto é originário do Rio de Janeiro, mas depois radicou-se em São Paulo.
Os vocais sempre foram privilegiados nas canções do grupo como por exemplo na música "Tributo ao Sorriso" que fez muito sucesso, inclusive entre o público não apreciador de rock.
Sobre o significado da palavra terço, é um "fracionário que corresponde a três" ou a "terça parte de alguma coisa", inclusive a do Rosário, conjunto de contas utilizado na liturgia Católica para computar um determinado número de orações (quinze Pais-Nossos e quinze Ave-Marias). O nome O Terço caiu como uma luva pelo menos para essa primeira formação da banda, que era a de trio (guitarra-baixo-bateria). Sérgio Hinds, perguntado de onde foi tirado o nome do grupo disse: O Terço, como trio, é o símbolo do rosário representando união.
Antes do primeiro LP lançaram um compacto com a música Velhas Histórias, com a qual ganharam o festival de Juiz de Fora. Aquela era a época do Rock Rural e do Rock Progressivo, e O Terço seguiu estas sonoridades.
O Terço - Primeiro disco (1970)
O primeiro LP, lançado em 1969, entitulado simplesmente O Terço, tratando-se pois de um disco homônimo, apresentou um rock tipo anos 50, 60, com leves tintas progressivas, que continha também músicas em inglês. Neste primeiro trabalho, o grupo ainda revoltou alguns católicos fanáticos, ao posarem de jeans, camisetas e descalços dentro de uma igreja para a foto da capa.
As faixas do disco são: Nã / Plaxe voador / Yes, I do / Longe sem direção / Flauta / I need you / Antes de você... eu / Imagem / Meia-noite / Saturday dream / Velhas histórias / Oh! Suzana.
Em outubro de 1970, O Terço participou do V FIC (Festival Internacional da Canção), com a música "Tributo ao Sorriso", que foi classificada em terceiro lugar. Neste mesmo ano, o grupo trabalhou com o empresário Marinaldo Guimarães, um personagem típico da época, preocupado sempre em fazer o público pensar. O espetáculo "Aberto para Obras" pode ter representado o auge de suas proposições estéticas. Montado no Teatro de Arena do Largo da Carioca, o público entrava por estreitos corredores e se via separado dos palcos por cercas de arame farpado. Descobrindo finalmente como chegar a seus lugares, tinham que escolher entre olhar para baixo, onde estava o Módulo 1000, ou para cima, onde se encontrava O Terço. Abaixo havia também uma mulher preparando pipoca em um fogão e mais adiante, sentado em um vaso sanitário, o irmão de Jorge Amiden (d'O Terço) empunhando estático um violão por três horas seguidas, apenas para arrebentá-lo no final de tudo.
Entre o primeiro e o segundo discos o grupo lançou o compacto duplo O Visitante (Adormeceu/Doze Avisos/Meio Ouvinte/Teatro da área Extraída da Suíte.
A banda participou do Festival Internacional da Canção de 1971 com a música O Visitante, contando com Hinds (guitarra), Vinícius Cantuária (bateria), Amiden (guitarra) e Mercês (baixo) e ostentando estranhos instrumentos no palco, como uma guitarra de três braços - a tritarra - e um violoncelo elétrico.
O Terço - Segundo disco (1972)
O segundo trabalho, também homônimo e lançado em 1972, traz uma sonoridade mais progressiva conta com a participação de Luiz Paulo Simas (ex-Módulo 1000 e futuro Vímana) tocando synth e órgão na suíte de 19 minutos Amanhecer Total, uma das primeiras canções nacionais a usar o mini moog. Outro destaque deste LP é a música Deus, composição de Hinds. A formação era Sérgio Hinds: guitarra, viola, vocal; Sérgio Magrão: baixo, vocal; Luiz Moreno: percussão, vocal; Flávio Venturini: piano, órgão, sintetizador, viola, vocais.
Além de Deus (1ª faixa) e Rock do Elvis (5ª faixa), as outras faixas são: Você aí / Estrada vazia / Lagoa das lontras / Amanhecer total, a 6ª e última faixa, possui os seguintes movimentos:
a) Despertar pro sonho
b) Sons flutuantes
c) Respiração vegetal
d) Primeiras luzes no final da estrada
e) Cores
Jorge Amiden, o primeiro músico de que se tem notícia no mundo que apareceu tocando a tritarra, deixa O Terço para participar do grupo Karma.
O Criaturas da Noite - Terceiro disco (1975)
Em 1975, foi lançado o LP que consagrou definitivamente a banda, formada então por Hinds (guitarra, viola, vocal), Luiz Moreno (bateria, percussão) e do carioca Sérgio Magrão (baixo, vocal, outro ex-integrante do Joint Stock Co.) e do mineiro Flávio Venturini (piano, teclados, viola, vocal, que já havia participado das bandas Os Turbulentos, Haysteacks, Crisalis e do movimento mineiro -de MPB- Clube da Esquina): Criaturas da Noite, cuja faixa-título, síntese perfeita de MPB com Progressivo Sinfônico, virou hit nacional, vendendo centenas de milhares de cópias e presenteando o público brasileiro com uma das obras-primas do progressivo brasileiro, a clássica faixa 1974, que se tornou o hino do rock progressivo nacional. 1974 é composição de Flávio Venturini, 12'21" de puro instrumental, ricamente arranjados e com diversos momentos melodicamente encantadores. Assim que entrou, Flávio logo havia mostrado suas composições e 4 foram imediatamente aprovadas para o disco Criaturas da Noite. Destas, 2 se transformaram em obras-primas do Progressivo, amadas e idolatradas até hoje: Criaturas da Noite e a inigualável 1974, magistral suíte instrumental. Outra música do mesmo álbum, Hey Amigo, também projetou definitivamente o nome do grupo. O Terço, ao lado dos Mutantes, era o grande nome do rock brasileiro, conseguindo soar como um conjunto de calibre internacional. Por onde passava arrastava multidões, lotando ginásios. O disco ainda teve uma versão em inglês que foi lançada em 1975 somente na Europa. 1974 foi coreografada em 1977 pelo argentino Oscar Araiz, para o Royal Balet do Canadá, e apresentada em turnê pelo Canadá e Estados Unidos. Outro destaque de Criaturas da Noite é a sua belíssima capa. O título da obra é A Compreensão, de autoria de Antonio e André Peticov.
O Terço participou do festival Banana Progressiva, que aconteceu em São Paulo, em 1975, no Teatro da Fundação Getúlio Vargas.
Flávio Venturini levou para o conjunto elementos do movimento mineiro Clube da Esquina. Além das sonoridades do rock progressivo e da MPB, o grupo ainda tinha elementos de hard rock e de hard progressivo.
O sucesso foi tanto que O Terço atingiu o status de cult entre os jovens da época, além de ter representado, para a juventude dos anos 70, o que a banda de heavy metal Sepultura simbolizou para os anos 90.
Eles se tornaram os heróis do rock, convocando seus seguidores através do hino Hey Amigo, o maior hit de sua carreira. O refrão Hey amigo/cante a canção comigo/nesse rock/estamos perto de ser/a unidade final era gritado a plenos pulmões pelo público que assistia à banda no Teatro Bandeirantes, reduto da tribo roqueira em São Paulo. Os integrantes d'O Terço caprichavam ainda nos vocais em coro, considerados os mais harmoniosos da época.
Casa Encantada - Quarto disco (1976)
O Terço seguiu estrada, e lançou, após o estrondoso sucesso de Criaturas da Noite, em 1976 (com a participação, na flauta e vocal, de Mercês), o disco Casa Encantada, que também conseguiu boas vendagens, sendo um trabalho que sempre caracterizou o som da banda: rock com elementos de MPB. Músicas como Guitarras, Flor de la Noche, Casa Encantada e Solaris mostraram a capacidade criativa dos músicos na época, tanto em melodia quanto em trabalhos mais elaborados. Destaque também para Cabala e O Vôo da Fênix. Junto com 1974, Casa Encantada é um clássico do rock progressivo.
Casa Encantada foi concebido num sítio onde a banda ensaiava na década de 70 e foi todo composto neste local, que chamavam de Casa Encantada. O sítio ficava no km 48 da BR-116.
Casa Encantada e Criaturas da Noite contaram, nas faixas em que há a participação de orquestra, com arranjos do maestro Rogério Duprat, com quem Venturini já havia estudado composição e arranjos. Casa Encantada e Criaturas da Noite foram relançados em CD pela gravadora italiana Vinyl Magic.
Ainda em 1976, O Terço participou do filme Ritmo Alucinante, dirigido por Marcelo França. O Terço também participou de importantes eventos como o Hollywood Rock e o Temporada de Verão, no teatro João Caetano, com os grupos Mutantes e Veludo, no Rio de Janeiro, além de ter aparecido no antigo programa musical Sábado Som, da TV Globo, apresentado por Nelson Motta, que foi quem organizou estes mesmos eventos.
O grupo ainda participou de um disco de Walter Franco, o qual também contou com as presenças de Sérgio Dias e Arnaldo Baptista (ambos dos Mutantes), entre outros. Importante também a participação de Hinds, Mercês, Venturini e Magrão no disco Nunca (1974), da dupla Sá & Guarabyra.
Os grandes ícones da banda, nessa época, eram o tecladista, violonista e vocalista Flávio Venturini e o guitarrista, violonista e vocalista Sérgio Hinds. Sérgio Hinds, junto com Sérgio Dias, dos Mutantes, e Mozart de Mello, do Terreno Baldio, foi um dos maiores guitarristas do rock progressivo nacional nos anos 70. Em 1998, ele disse que nunca tomou sopa de cogumelo, apesar da sua aparência de doidão, e que seu apelido no grupo era Capitão Saúde. Hinds é o único integrante que continua na banda desde a primeira formação.
Após terem realizado os dois grandes clássicos mencionados acima, Criaturas da Noite e Casa Encantada, ocorre a saída de Flávio Venturini.
O Mudança de Tempo - Quinto disco (1978)
Em 1978, O Terço lança o disco Mudança de Tempo, apresentando muita MPB e um bom trabalho de guitarra de Sérgio Hinds. Neste play aparece pela primeira vez o famoso e premiado logotipo de autoria do artista plástico Guernot.
Em Mudança de Tempo há a presença do baixista e tecladista Sérgio Caffa, que já havia passado pelos grupos Scaladácida, Cia. Paulista de Rock e Luís Carlos Sá & Banda. Existem duas versões para a capa deste trabalho: uma contém apenas o comentado novo logotipo sobre um fundo azul; a outra, é uma foto do grupo olhando por uma janela (imagem acima).
Depois de Mudança de Tempo, o baixista Sérgio Magrão deixa o grupo, para fundar, junto com Flávio Venturini, o 14 Bis.
Som Mais Puro - Sexto disco (1982)
Som mais puro, de 1982, é outro álbum que investe bastante na MPB, contando com Hinds, Ruriá Duprat (teclados), Zé Portugal (baixo) e Franklin Paolillo (ex-Made in Brazil, Joelho de Porco, Tutti Frutti e o Envergadura Moral de Marcelo Nova (bateria). Som mais puro também apresenta uma composição de Flávio Venturini, a longa faixa Suíte que é, como 1974, outra extraordinária obra instrumental.
Em 1990 o grupo lança o trabalho seguinte, o homônimo O Terço.
Time Travellers - Oitavo disco (1992)
Em 1993 o Terço sob nova formação Hinds, Franklin Paolillo (bateria), Luiz de Boni (ex-May East, Tom Zé, Zero e Paulo Ricardo (aquele do RPM) (teclados) e Andrei Ivanovic (ex-Metrô, Vultos, Edgard Scandurra (aquele do Ira!) (baixo), lançou o comentado CD Time Travellers, CD de progressivo sinfônico, que também lançado na Europa e no Japão.
Time Travellers possui nove faixas, das quais três são instrumentais - Space, Crucis e Marear. As outras seis, para atender o público estrangeiro, são em inglês. A faixa Crucis é uma homenagem ao homônimo grupo argentino, um dos melhores progressivos daquele país. Nos anos 70, Crucis e O Terço tocaram juntos na Argentina, no Luna Park, em Buenos Aires, e no Brasil, no Parque Anhembi, em São Paulo. A faixa de destaque ficou por conta de The Rhythm of the Universe, cheia dos vocais que são a grande distinção d'O Terço.
Ainda em 1993, a banda abriu os shows do Marillion no Brasil e posteriormente do Asia, com músicas deste CD.
A EMI lançou em CD, em 1999, uma edição dois em um, reunindo os discos Criaturas da Noite e Casa Encantada. Em 1994 saiu o disco ao vivo Live At Palace, gravado com a Orquestra Sinfônica Juvenil do Estado de São Paulo, com arranjos do Maestro Rogério Duprat. A formação é a mesma de Time Travellers.
Em 1996 O Terço lançou um CD entitulado Compositores. A formação era basicamente a mesma do álbum anterior e o disco foi composto por clássicos da MPB (além de músicas inéditas de outros compositores), como "Sangue Latino" dos Secos e Molhados. Também há músicas de Ivan Lins e Flávio Venturini.
Em 1998 foi a vez do álbum Spiral Words ser editado. Nele temos Hinds (guitarra, vocal), Edú Araújo (guitarra), Max Robert (baixo), Daniel Baeder (bateria) e Beto Correa (teclados). Outra bela capa, de autoria do também fotógrafo Marcelo Rossi (não é o famoso padre). Segundo Hinds, as letras de Spiral Words são variadas, por isso o nome "Palavras em espiral". Ainda de acordo com Hinds, quando do lançamento do disco, o grupo estava se aproximando do fusion.
Em dezembro de 1998, no Rio de Janeiro, o grupo realizou um show em comemoração aos 30 anos de existência da banda.
Em 1999, André Gonzales assume o posto de Daniel Baeder na bateria e a banda lança Tributo a Raul Seixas, uma homenagem aos dez anos de morte do roqueiro baiano. Depois disso, Edu Araújo deixou a banda e em seu lugar foi recrutado Igor de Bruyn, que também integra o quarteto de cordas Kroma (além da banda Red).
Tal como o King Crimson, os Pretenders e o Van der Graaf Generator, O Terço é um grupo que sempre varia em torno de um membro fixo e uma idéia central, aqui no caso o guitarrista e vocalista carioca Sérgio Hinds.
A volta do Terço com a formação mais festejada da década de 70 (Flávio Venturini, Sérgio Hinds e Sérgio Magrão), traz para o cenário musical a magia dos anos 70 sob olhar dos anos 2000. A experiência aliada à emoção de músicos brilhantes que, assim como o vinho, se tornaram melhores com o tempo, traz a oportunidade de mostrar que quando a química funciona grandes trabalhos são realizados.
Luiz Moreno infelizmente faleceu em 2003. O baterista convidado é Sérgio Melo.
Considerada na década de 70 como a melhor banda de rock do Brasil, também era respeitada no cenário da MPB. Ganhou festivais como o de Juiz de Fora e Belo Horizonte. Classificou-se por duas vezes no Festival Internacional da Canção. Durante 15 anos fez de 150 a 200 shows por ano em grandes ginásios lotados pelo país afora. Também conseguiu o recorde de público (11.000 pessoas) no Luna Park em Buenos Aires, além de fazer shows no Miden em Cannes (França) e em outros lugares da Europa. Foram convidados especiais do festival de rock progressivo na UCLA em Los Angeles.
Hoje Flávio Venturini se dedica a sua carreira solo, Magrão ao 14 Bis e Sérgio Hinds, além de continuar lançando CDs de progressivo e fusion na Europa e no Japão com o Terço sob outra formação, produz discos e trilhas sonoras.
Para saber mais sobre O Terço, visite:
http://www.oterco.com.br/
Para saber mais sobre o guitarrista Sérgio Hinds, visite:
http://www.sergiohinds.com/
Texto de autoria da Venegas Music TV.
Na história do grupo O Terço, que originou-se em 1968, estão três bandas da década de 60 - Joint Stock Co., Hot Dog e Os Libertos, por onde iniciaram o guitarrista Sérgio Hinds, o baixista César das Mercês e o baterista Vinícius Cantuária.
O grupo Os Libertos, então formado pelos três músicos citados acima, era uma atração que agitava as domingueiras do Rio de Janeiro. A banda ainda se chamaria Santíssima Trindade. Em 1970, César das Mercês foi substituído por Jorge Amiden. O grupo passou então a se chamar O Terço. O conjunto é originário do Rio de Janeiro, mas depois radicou-se em São Paulo.
Os vocais sempre foram privilegiados nas canções do grupo como por exemplo na música "Tributo ao Sorriso" que fez muito sucesso, inclusive entre o público não apreciador de rock.
Sobre o significado da palavra terço, é um "fracionário que corresponde a três" ou a "terça parte de alguma coisa", inclusive a do Rosário, conjunto de contas utilizado na liturgia Católica para computar um determinado número de orações (quinze Pais-Nossos e quinze Ave-Marias). O nome O Terço caiu como uma luva pelo menos para essa primeira formação da banda, que era a de trio (guitarra-baixo-bateria). Sérgio Hinds, perguntado de onde foi tirado o nome do grupo disse: O Terço, como trio, é o símbolo do rosário representando união.
Antes do primeiro LP lançaram um compacto com a música Velhas Histórias, com a qual ganharam o festival de Juiz de Fora. Aquela era a época do Rock Rural e do Rock Progressivo, e O Terço seguiu estas sonoridades.
O Terço - Primeiro disco (1970)
O primeiro LP, lançado em 1969, entitulado simplesmente O Terço, tratando-se pois de um disco homônimo, apresentou um rock tipo anos 50, 60, com leves tintas progressivas, que continha também músicas em inglês. Neste primeiro trabalho, o grupo ainda revoltou alguns católicos fanáticos, ao posarem de jeans, camisetas e descalços dentro de uma igreja para a foto da capa.
As faixas do disco são: Nã / Plaxe voador / Yes, I do / Longe sem direção / Flauta / I need you / Antes de você... eu / Imagem / Meia-noite / Saturday dream / Velhas histórias / Oh! Suzana.
Em outubro de 1970, O Terço participou do V FIC (Festival Internacional da Canção), com a música "Tributo ao Sorriso", que foi classificada em terceiro lugar. Neste mesmo ano, o grupo trabalhou com o empresário Marinaldo Guimarães, um personagem típico da época, preocupado sempre em fazer o público pensar. O espetáculo "Aberto para Obras" pode ter representado o auge de suas proposições estéticas. Montado no Teatro de Arena do Largo da Carioca, o público entrava por estreitos corredores e se via separado dos palcos por cercas de arame farpado. Descobrindo finalmente como chegar a seus lugares, tinham que escolher entre olhar para baixo, onde estava o Módulo 1000, ou para cima, onde se encontrava O Terço. Abaixo havia também uma mulher preparando pipoca em um fogão e mais adiante, sentado em um vaso sanitário, o irmão de Jorge Amiden (d'O Terço) empunhando estático um violão por três horas seguidas, apenas para arrebentá-lo no final de tudo.
Entre o primeiro e o segundo discos o grupo lançou o compacto duplo O Visitante (Adormeceu/Doze Avisos/Meio Ouvinte/Teatro da área Extraída da Suíte.
A banda participou do Festival Internacional da Canção de 1971 com a música O Visitante, contando com Hinds (guitarra), Vinícius Cantuária (bateria), Amiden (guitarra) e Mercês (baixo) e ostentando estranhos instrumentos no palco, como uma guitarra de três braços - a tritarra - e um violoncelo elétrico.
O Terço - Segundo disco (1972)
O segundo trabalho, também homônimo e lançado em 1972, traz uma sonoridade mais progressiva conta com a participação de Luiz Paulo Simas (ex-Módulo 1000 e futuro Vímana) tocando synth e órgão na suíte de 19 minutos Amanhecer Total, uma das primeiras canções nacionais a usar o mini moog. Outro destaque deste LP é a música Deus, composição de Hinds. A formação era Sérgio Hinds: guitarra, viola, vocal; Sérgio Magrão: baixo, vocal; Luiz Moreno: percussão, vocal; Flávio Venturini: piano, órgão, sintetizador, viola, vocais.
Além de Deus (1ª faixa) e Rock do Elvis (5ª faixa), as outras faixas são: Você aí / Estrada vazia / Lagoa das lontras / Amanhecer total, a 6ª e última faixa, possui os seguintes movimentos:
a) Despertar pro sonho
b) Sons flutuantes
c) Respiração vegetal
d) Primeiras luzes no final da estrada
e) Cores
Jorge Amiden, o primeiro músico de que se tem notícia no mundo que apareceu tocando a tritarra, deixa O Terço para participar do grupo Karma.
O Criaturas da Noite - Terceiro disco (1975)
Em 1975, foi lançado o LP que consagrou definitivamente a banda, formada então por Hinds (guitarra, viola, vocal), Luiz Moreno (bateria, percussão) e do carioca Sérgio Magrão (baixo, vocal, outro ex-integrante do Joint Stock Co.) e do mineiro Flávio Venturini (piano, teclados, viola, vocal, que já havia participado das bandas Os Turbulentos, Haysteacks, Crisalis e do movimento mineiro -de MPB- Clube da Esquina): Criaturas da Noite, cuja faixa-título, síntese perfeita de MPB com Progressivo Sinfônico, virou hit nacional, vendendo centenas de milhares de cópias e presenteando o público brasileiro com uma das obras-primas do progressivo brasileiro, a clássica faixa 1974, que se tornou o hino do rock progressivo nacional. 1974 é composição de Flávio Venturini, 12'21" de puro instrumental, ricamente arranjados e com diversos momentos melodicamente encantadores. Assim que entrou, Flávio logo havia mostrado suas composições e 4 foram imediatamente aprovadas para o disco Criaturas da Noite. Destas, 2 se transformaram em obras-primas do Progressivo, amadas e idolatradas até hoje: Criaturas da Noite e a inigualável 1974, magistral suíte instrumental. Outra música do mesmo álbum, Hey Amigo, também projetou definitivamente o nome do grupo. O Terço, ao lado dos Mutantes, era o grande nome do rock brasileiro, conseguindo soar como um conjunto de calibre internacional. Por onde passava arrastava multidões, lotando ginásios. O disco ainda teve uma versão em inglês que foi lançada em 1975 somente na Europa. 1974 foi coreografada em 1977 pelo argentino Oscar Araiz, para o Royal Balet do Canadá, e apresentada em turnê pelo Canadá e Estados Unidos. Outro destaque de Criaturas da Noite é a sua belíssima capa. O título da obra é A Compreensão, de autoria de Antonio e André Peticov.
O Terço participou do festival Banana Progressiva, que aconteceu em São Paulo, em 1975, no Teatro da Fundação Getúlio Vargas.
Flávio Venturini levou para o conjunto elementos do movimento mineiro Clube da Esquina. Além das sonoridades do rock progressivo e da MPB, o grupo ainda tinha elementos de hard rock e de hard progressivo.
O sucesso foi tanto que O Terço atingiu o status de cult entre os jovens da época, além de ter representado, para a juventude dos anos 70, o que a banda de heavy metal Sepultura simbolizou para os anos 90.
Eles se tornaram os heróis do rock, convocando seus seguidores através do hino Hey Amigo, o maior hit de sua carreira. O refrão Hey amigo/cante a canção comigo/nesse rock/estamos perto de ser/a unidade final era gritado a plenos pulmões pelo público que assistia à banda no Teatro Bandeirantes, reduto da tribo roqueira em São Paulo. Os integrantes d'O Terço caprichavam ainda nos vocais em coro, considerados os mais harmoniosos da época.
Casa Encantada - Quarto disco (1976)
O Terço seguiu estrada, e lançou, após o estrondoso sucesso de Criaturas da Noite, em 1976 (com a participação, na flauta e vocal, de Mercês), o disco Casa Encantada, que também conseguiu boas vendagens, sendo um trabalho que sempre caracterizou o som da banda: rock com elementos de MPB. Músicas como Guitarras, Flor de la Noche, Casa Encantada e Solaris mostraram a capacidade criativa dos músicos na época, tanto em melodia quanto em trabalhos mais elaborados. Destaque também para Cabala e O Vôo da Fênix. Junto com 1974, Casa Encantada é um clássico do rock progressivo.
Casa Encantada foi concebido num sítio onde a banda ensaiava na década de 70 e foi todo composto neste local, que chamavam de Casa Encantada. O sítio ficava no km 48 da BR-116.
Casa Encantada e Criaturas da Noite contaram, nas faixas em que há a participação de orquestra, com arranjos do maestro Rogério Duprat, com quem Venturini já havia estudado composição e arranjos. Casa Encantada e Criaturas da Noite foram relançados em CD pela gravadora italiana Vinyl Magic.
Ainda em 1976, O Terço participou do filme Ritmo Alucinante, dirigido por Marcelo França. O Terço também participou de importantes eventos como o Hollywood Rock e o Temporada de Verão, no teatro João Caetano, com os grupos Mutantes e Veludo, no Rio de Janeiro, além de ter aparecido no antigo programa musical Sábado Som, da TV Globo, apresentado por Nelson Motta, que foi quem organizou estes mesmos eventos.
O grupo ainda participou de um disco de Walter Franco, o qual também contou com as presenças de Sérgio Dias e Arnaldo Baptista (ambos dos Mutantes), entre outros. Importante também a participação de Hinds, Mercês, Venturini e Magrão no disco Nunca (1974), da dupla Sá & Guarabyra.
Os grandes ícones da banda, nessa época, eram o tecladista, violonista e vocalista Flávio Venturini e o guitarrista, violonista e vocalista Sérgio Hinds. Sérgio Hinds, junto com Sérgio Dias, dos Mutantes, e Mozart de Mello, do Terreno Baldio, foi um dos maiores guitarristas do rock progressivo nacional nos anos 70. Em 1998, ele disse que nunca tomou sopa de cogumelo, apesar da sua aparência de doidão, e que seu apelido no grupo era Capitão Saúde. Hinds é o único integrante que continua na banda desde a primeira formação.
Após terem realizado os dois grandes clássicos mencionados acima, Criaturas da Noite e Casa Encantada, ocorre a saída de Flávio Venturini.
O Mudança de Tempo - Quinto disco (1978)
Em 1978, O Terço lança o disco Mudança de Tempo, apresentando muita MPB e um bom trabalho de guitarra de Sérgio Hinds. Neste play aparece pela primeira vez o famoso e premiado logotipo de autoria do artista plástico Guernot.
Em Mudança de Tempo há a presença do baixista e tecladista Sérgio Caffa, que já havia passado pelos grupos Scaladácida, Cia. Paulista de Rock e Luís Carlos Sá & Banda. Existem duas versões para a capa deste trabalho: uma contém apenas o comentado novo logotipo sobre um fundo azul; a outra, é uma foto do grupo olhando por uma janela (imagem acima).
Depois de Mudança de Tempo, o baixista Sérgio Magrão deixa o grupo, para fundar, junto com Flávio Venturini, o 14 Bis.
Som Mais Puro - Sexto disco (1982)
Som mais puro, de 1982, é outro álbum que investe bastante na MPB, contando com Hinds, Ruriá Duprat (teclados), Zé Portugal (baixo) e Franklin Paolillo (ex-Made in Brazil, Joelho de Porco, Tutti Frutti e o Envergadura Moral de Marcelo Nova (bateria). Som mais puro também apresenta uma composição de Flávio Venturini, a longa faixa Suíte que é, como 1974, outra extraordinária obra instrumental.
Em 1990 o grupo lança o trabalho seguinte, o homônimo O Terço.
Time Travellers - Oitavo disco (1992)
Em 1993 o Terço sob nova formação Hinds, Franklin Paolillo (bateria), Luiz de Boni (ex-May East, Tom Zé, Zero e Paulo Ricardo (aquele do RPM) (teclados) e Andrei Ivanovic (ex-Metrô, Vultos, Edgard Scandurra (aquele do Ira!) (baixo), lançou o comentado CD Time Travellers, CD de progressivo sinfônico, que também lançado na Europa e no Japão.
Time Travellers possui nove faixas, das quais três são instrumentais - Space, Crucis e Marear. As outras seis, para atender o público estrangeiro, são em inglês. A faixa Crucis é uma homenagem ao homônimo grupo argentino, um dos melhores progressivos daquele país. Nos anos 70, Crucis e O Terço tocaram juntos na Argentina, no Luna Park, em Buenos Aires, e no Brasil, no Parque Anhembi, em São Paulo. A faixa de destaque ficou por conta de The Rhythm of the Universe, cheia dos vocais que são a grande distinção d'O Terço.
Ainda em 1993, a banda abriu os shows do Marillion no Brasil e posteriormente do Asia, com músicas deste CD.
A EMI lançou em CD, em 1999, uma edição dois em um, reunindo os discos Criaturas da Noite e Casa Encantada. Em 1994 saiu o disco ao vivo Live At Palace, gravado com a Orquestra Sinfônica Juvenil do Estado de São Paulo, com arranjos do Maestro Rogério Duprat. A formação é a mesma de Time Travellers.
Em 1996 O Terço lançou um CD entitulado Compositores. A formação era basicamente a mesma do álbum anterior e o disco foi composto por clássicos da MPB (além de músicas inéditas de outros compositores), como "Sangue Latino" dos Secos e Molhados. Também há músicas de Ivan Lins e Flávio Venturini.
Em 1998 foi a vez do álbum Spiral Words ser editado. Nele temos Hinds (guitarra, vocal), Edú Araújo (guitarra), Max Robert (baixo), Daniel Baeder (bateria) e Beto Correa (teclados). Outra bela capa, de autoria do também fotógrafo Marcelo Rossi (não é o famoso padre). Segundo Hinds, as letras de Spiral Words são variadas, por isso o nome "Palavras em espiral". Ainda de acordo com Hinds, quando do lançamento do disco, o grupo estava se aproximando do fusion.
Em dezembro de 1998, no Rio de Janeiro, o grupo realizou um show em comemoração aos 30 anos de existência da banda.
Em 1999, André Gonzales assume o posto de Daniel Baeder na bateria e a banda lança Tributo a Raul Seixas, uma homenagem aos dez anos de morte do roqueiro baiano. Depois disso, Edu Araújo deixou a banda e em seu lugar foi recrutado Igor de Bruyn, que também integra o quarteto de cordas Kroma (além da banda Red).
Tal como o King Crimson, os Pretenders e o Van der Graaf Generator, O Terço é um grupo que sempre varia em torno de um membro fixo e uma idéia central, aqui no caso o guitarrista e vocalista carioca Sérgio Hinds.
A volta do Terço com a formação mais festejada da década de 70 (Flávio Venturini, Sérgio Hinds e Sérgio Magrão), traz para o cenário musical a magia dos anos 70 sob olhar dos anos 2000. A experiência aliada à emoção de músicos brilhantes que, assim como o vinho, se tornaram melhores com o tempo, traz a oportunidade de mostrar que quando a química funciona grandes trabalhos são realizados.
Luiz Moreno infelizmente faleceu em 2003. O baterista convidado é Sérgio Melo.
Considerada na década de 70 como a melhor banda de rock do Brasil, também era respeitada no cenário da MPB. Ganhou festivais como o de Juiz de Fora e Belo Horizonte. Classificou-se por duas vezes no Festival Internacional da Canção. Durante 15 anos fez de 150 a 200 shows por ano em grandes ginásios lotados pelo país afora. Também conseguiu o recorde de público (11.000 pessoas) no Luna Park em Buenos Aires, além de fazer shows no Miden em Cannes (França) e em outros lugares da Europa. Foram convidados especiais do festival de rock progressivo na UCLA em Los Angeles.
Hoje Flávio Venturini se dedica a sua carreira solo, Magrão ao 14 Bis e Sérgio Hinds, além de continuar lançando CDs de progressivo e fusion na Europa e no Japão com o Terço sob outra formação, produz discos e trilhas sonoras.
Para saber mais sobre O Terço, visite:
http://www.oterco.com.br/
Para saber mais sobre o guitarrista Sérgio Hinds, visite:
http://www.sergiohinds.com/
Texto de autoria da Venegas Music TV.
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
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Re: O TERÇO - A história.
Maravilha... Era uma época de mais sonhos, mais lirismo, até mais utopia, mas também menos mediocridade intelectual.
Dá vergonha ver os tipos que hoje fazem sucesso no Brasil. Bom, eu dei um jeito nisso: Não assisto mais tv, e só ligo o rádio em programas com música de elevador...
O difícil, é manter as influências malignas longe das minhas crianças.
Parabéns Webercar, fico aguardando o review de Tudo Foi Feito Pelo Sol. Se você não fizer, quando arrumar tempo, eu mesmo faço.
Abraços
Dá vergonha ver os tipos que hoje fazem sucesso no Brasil. Bom, eu dei um jeito nisso: Não assisto mais tv, e só ligo o rádio em programas com música de elevador...
O difícil, é manter as influências malignas longe das minhas crianças.
Parabéns Webercar, fico aguardando o review de Tudo Foi Feito Pelo Sol. Se você não fizer, quando arrumar tempo, eu mesmo faço.
Abraços
Rico- Eterno Colaborador
- Mensagens : 4894
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
Essa é a banda nacional que mais curti na minha vida.
Fui em muitos shows nos anos 70 e em 2 nos últimos anos.
Não é à toa que meu baixo Giannini tem as mesmas especs do baixo do Magrão usado para gravar Criaturas da Noite e Casa Encantada.
Ele foi encomendado na fábrica com a recomendação de ser exatamente igual.
Uma vez no final de um show do 14 Bis em 2007 cheguei no Magrão e falei que tenho um baixo idêntico ao dele em todos os aspectos, fabricado sob encomenda em 1976, e que este baixo está praticamente novo.
Magrão se limitou a dizer: Belas madeiras tinha aquele baixo e fez uma cara de "não acredito" no que esse maluco está falando...
Pena que não tinha na hora uma foto como esta para mostrar:
Fui em muitos shows nos anos 70 e em 2 nos últimos anos.
Não é à toa que meu baixo Giannini tem as mesmas especs do baixo do Magrão usado para gravar Criaturas da Noite e Casa Encantada.
Ele foi encomendado na fábrica com a recomendação de ser exatamente igual.
Uma vez no final de um show do 14 Bis em 2007 cheguei no Magrão e falei que tenho um baixo idêntico ao dele em todos os aspectos, fabricado sob encomenda em 1976, e que este baixo está praticamente novo.
Magrão se limitou a dizer: Belas madeiras tinha aquele baixo e fez uma cara de "não acredito" no que esse maluco está falando...
Pena que não tinha na hora uma foto como esta para mostrar:
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Re: O TERÇO - A história.
Rico escreveu:Maravilha... Era uma época de mais sonhos, mais lirismo, até mais utopia, mas também menos mediocridade intelectual.
Dá vergonha ver os tipos que hoje fazem sucesso no Brasil. Bom, eu dei um jeito nisso: Não assisto mais tv, e só ligo o rádio em programas com música de elevador...
O difícil, é manter as influências malignas longe das minhas crianças.
Parabéns Webercar, fico aguardando o review de Tudo Foi Feito Pelo Sol. Se você não fizer, quando arrumar tempo, eu mesmo faço.
Abraços
Rico, este não é um lp lançado pelos Mutantes em 1974?
Já li q este album foi complicadíssimo sair do estúdio, pois o Sergio Dias teve altas brigas com o Liminha (baixista muito fera). O Liminha não aguentou o estrelismo do Sergio Dias e saiu da banda no estúdio mesmo, tanto que 3 músicas do lp não foram gravadas com ele. Então contrataram um baixista de estúdio o Antônio Pedro para gravar o restante das faixas e ficou na banda. Mesmo sem a presença dos membros originais Arnaldo Baptista e Rita Lee, o álbum foi o mais vendido da carreira dos Mutantes, segundo Sérgio Dias.
Faixas
1. Deixe Entrar um Pouco D’Água no Quintal - 5:03 - (Sérgio Dias / Liminha / Rui Motta)
2. Pitágoras - 6:56 - (Túlio Mourão)
3. Desanuviar - 8:13 - (Sérgio Dias / Liminha)
4. Eu Só Penso em te Ajudar - 4:58 - (Sérgio Dias / Liminha)
5. Cidadão da Terra - 5:35 -(Sérgio Dias / Liminha)
6. O Contrário de Nada É Nada - 2:58 - (Sérgio Dias / Túlio Mourão)
7. Tudo Foi Feito Pelo Sol - 8:46 - (Sérgio Dias)
Músicos
* Sérgio Dias: guitarras, vocais e cítara.
* Túlio Mourão: piano, órgão, MiniMoog e vocais.
* Liminha, depois Antônio Pedro de Medeiros: baixo e backing vocals.
* Rui Motta: bateria, percussão e backing vocals.
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
E aí Maurício, tbm já fui em shows do Terço, mas já não tinham o Magrão e o flavio Venturini q foram pro 14 bis.
Realmente, O Terço era du c*** . Qdo comecei a escutar Rock, tinha uns 11 anos, foi umas das bandas nacionais q mais gostei, além de a cor do som, mutantes, a bolha, Vímana, Bacamarte, 14 bis, roupa nova e outras mais q surgiram na década de 70... Sem falar nas de 80, mais aí o papo vai se extender muito.
Na minha época de adolescente o baixista da banda de um primo meu tinha um Giannini idêntico, só q os captadores e o circuito ele trocou por Fender. Naquela época os instrumentos nacionais eram fracos. A Giannini era um dos poucos q prestavam. A galera encomendava os captadores de fora para melhorar os instrumentos e se gastava muita grana com isso. hoje temos boas marcas nacionais.
Abraços...
Realmente, O Terço era du c*** . Qdo comecei a escutar Rock, tinha uns 11 anos, foi umas das bandas nacionais q mais gostei, além de a cor do som, mutantes, a bolha, Vímana, Bacamarte, 14 bis, roupa nova e outras mais q surgiram na década de 70... Sem falar nas de 80, mais aí o papo vai se extender muito.
Na minha época de adolescente o baixista da banda de um primo meu tinha um Giannini idêntico, só q os captadores e o circuito ele trocou por Fender. Naquela época os instrumentos nacionais eram fracos. A Giannini era um dos poucos q prestavam. A galera encomendava os captadores de fora para melhorar os instrumentos e se gastava muita grana com isso. hoje temos boas marcas nacionais.
Abraços...
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
É, é isso mesmo. Este álbum faz parte do melhor progressivo já feito no Brasil. Ao lado de outros feras como o SNCD, Terço, Módulo 1000, Casa das Máquinas e outros bambas da época, traziam orgulho ao ouvir um bom Rock cantado em português (coisa para mim, muitíssimo difícil).
Já reparou a quantidade de músico sensacional que tocava nessas bandas? O Que dizer de gente como Hinds, Dias, Liminha, Tulio Mourão, Manito e Rui Motta??
Conheço e conhecí um monte desses caras. Já fui até a casa do Sergio Dias. É tão difícil conversar com ele, pois a noção de música é completamente diferente entende? Para muitos desses caras, música não pode ser confundida com arte barata, ou mero entretenimento. O próprio Sergio recusou diversas propostas ao longo de décadas para remontar a banda. Chamava os empresários de desgraçados sem coração.
Tenho admiração por esse tipo de pensamento...
Já reparou a quantidade de músico sensacional que tocava nessas bandas? O Que dizer de gente como Hinds, Dias, Liminha, Tulio Mourão, Manito e Rui Motta??
Conheço e conhecí um monte desses caras. Já fui até a casa do Sergio Dias. É tão difícil conversar com ele, pois a noção de música é completamente diferente entende? Para muitos desses caras, música não pode ser confundida com arte barata, ou mero entretenimento. O próprio Sergio recusou diversas propostas ao longo de décadas para remontar a banda. Chamava os empresários de desgraçados sem coração.
Tenho admiração por esse tipo de pensamento...
Rico- Eterno Colaborador
- Mensagens : 4894
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
Rico escreveu:É, é isso mesmo. Este álbum faz parte do melhor progressivo já feito no Brasil. Ao lado de outros feras como o SNCD, Terço, Módulo 1000, Casa das Máquinas e outros bambas da época, traziam orgulho ao ouvir um bom Rock cantado em português (coisa para mim, muitíssimo difícil).
Já reparou a quantidade de músico sensacional que tocava nessas bandas? O Que dizer de gente como Hinds, Dias, Liminha, Tulio Mourão, Manito e Rui Motta??
Conheço e conhecí um monte desses caras. Já fui até a casa do Sergio Dias. É tão difícil conversar com ele, pois a noção de música é completamente diferente entende? Para muitos desses caras, música não pode ser confundida com arte barata, ou mero entretenimento. O próprio Sergio recusou diversas propostas ao longo de décadas para remontar a banda. Chamava os empresários de desgraçados sem coração.
Tenho admiração por esse tipo de pensamento...
O Sergio era e é um gênio musical, mas seu defeito era ser prepotente e não aceitar muito as idéias de seus parceiros. Por isso, ao longo da trajetória dos Mutantes houve várias mudanças dos integrantes e o único q ficava era ele. Para os q não sabem, Sergio e seu irmão Arnaldo foram os primeiros a fazer distorções na guitarra no Brasil e outros efeitos de estúdios, isto em meados de 1964.
abraços a todos...
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
Tenho em casa o segundo do Terço em vinil, sem trocadilho, "Deus" é demais! Na verdade o disco todo é bom, valeu o post! Bateu saudades, vou ligar a vitrola.
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"Spend more time looking at the fingerboard and less time looking at the headstock".
Ricardo- Membro
- Mensagens : 1939
Localização : Curitiba - Pr
Re: O TERÇO - A história.
Bacana as informações.
Não conheço muito do grupo que era muito moleque a não ser quando ele voltou.
Curiosidade o César das Mercês mora aqui pertinho e é casado com uma amiga a Lis De Carvalho super pianista e tecladista. Gente finíssima ele.
Não conheço muito do grupo que era muito moleque a não ser quando ele voltou.
Curiosidade o César das Mercês mora aqui pertinho e é casado com uma amiga a Lis De Carvalho super pianista e tecladista. Gente finíssima ele.
Fernando Zadá- Moderador
- Mensagens : 14306
Re: O TERÇO - A história.
O Cesar é a gentileza em pessoa. Um cara incrível. Pena ele não ter participado da volta e não ter autorizado que o Terço toque as músicas de autoria dele.
Já toquei Hey Amigo! na TV nos anos 70...
E já fui assistir o Cesar com sua nova banda. Tem várias de sua autoria ex-Terço no repertório.
Tenho o DVD do show de 2005. Tenho os vinis dos anos 70 e tinha os 5 CD's lançados. O Duplo Criaturas da Noite/Casa Encantada foi-me roubado a anos atrás e só recentemente foi relançado e pude comprar novamente.
Sou fã assumido.
Já toquei Hey Amigo! na TV nos anos 70...
E já fui assistir o Cesar com sua nova banda. Tem várias de sua autoria ex-Terço no repertório.
Tenho o DVD do show de 2005. Tenho os vinis dos anos 70 e tinha os 5 CD's lançados. O Duplo Criaturas da Noite/Casa Encantada foi-me roubado a anos atrás e só recentemente foi relançado e pude comprar novamente.
Sou fã assumido.
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Re: O TERÇO - A história.
Mauricio, o Cesar ta com alguma outra banda?
Assistimos ele com o Parabellun juntos, se lembra? showzaço´né? tocou rock com aquelçe Uprigth dele tava mó sonzão!
Mas como conheço ali o pessoal da banda, falei com o Marcião (guitarra) e a banda so durou aquele show, o Cesar brigou com o batera ainda antes de entrar no palco, e não tocaram mais..uma pena pq o trabalho era muito bom...
Assistimos ele com o Parabellun juntos, se lembra? showzaço´né? tocou rock com aquelçe Uprigth dele tava mó sonzão!
Mas como conheço ali o pessoal da banda, falei com o Marcião (guitarra) e a banda so durou aquele show, o Cesar brigou com o batera ainda antes de entrar no palco, e não tocaram mais..uma pena pq o trabalho era muito bom...
Glauco- Membro
- Mensagens : 3401
Localização : São Paulo
Re: O TERÇO - A história.
Nossa Glauco, não sabia que eles tinham brigado... Chato isso. Eu achava que o Parabellun era a banda do Cesar das Mercês e estavam ainda na ativa.
Lembro que o Cesar até comentou que queria fazer mais coisas.
E valeu a lembrança, realmente foi uma noite memorável assistir esse show. Tinha muitos amigos lá naquela noite.
Lembro que o Cesar até comentou que queria fazer mais coisas.
E valeu a lembrança, realmente foi uma noite memorável assistir esse show. Tinha muitos amigos lá naquela noite.
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Re: O TERÇO - A história.
Pois é...eu curti muito o som daquela banda...mas foi uma banda relâmpago...
Glauco- Membro
- Mensagens : 3401
Localização : São Paulo
Re: O TERÇO - A história.
Olá galera, ressucitei este tópico, porque no tópico sobre o evento Hollywood Rock 1975 falei que iria falar de bandas de rock nacional dos anos 70's para divulvar aos mais novos que não tiveram oportunidade de conhece-las e assim dispertar o interesse em escutar e ver como era rico musicalmente.
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
Lindo tópico webercar. Valeu!
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Re: O TERÇO - A história.
Putz , não tinha visto esse tópico...parabéns Weber , descortinou com detalhes , a história de uma das melhores bandas Brazucas que conheço...
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Cantão- Moderador
- Mensagens : 21976
Localização : Bauru
Re: O TERÇO - A história.
Encontrei este Documetario sobre O Terço, muito legal de assistir.
Aqui um show em 1993, para os mais novos verem em que nível era feito o rock nacional dos anos 70 e o que estas bandinhas Restart, nxzero, fresno fazem agora.
O Terco - Crucis (Ao Vivo)
Aqui um show em 1993, para os mais novos verem em que nível era feito o rock nacional dos anos 70 e o que estas bandinhas Restart, nxzero, fresno fazem agora.
O Terco - Crucis (Ao Vivo)
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
Excelente...
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(Mark Twain)
Cantão- Moderador
- Mensagens : 21976
Localização : Bauru
Re: O TERÇO - A história.
Muito legal essa do seu baixo, Maurício!! O Terço é depois dos Mutantes a minha banda brasileira favorita. Há alguns meses consegui comprar o LP do Criaturas da Noite praticamente intacto por R$13,00 na hora nem acreditei! rs
Escrevi sobre o álbum há algum tempo, quem quiser dar uma olhada:
http://dizconauta.blogspot.com/2010/04/o-terco-criaturas-da-noite-1975.html
Escrevi sobre o álbum há algum tempo, quem quiser dar uma olhada:
http://dizconauta.blogspot.com/2010/04/o-terco-criaturas-da-noite-1975.html
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http://dizconauta.wordpress.com
Re: O TERÇO - A história.
Parabéns Lucas,
O texto está muito bem escrito. Também gostei muito do texto sobre o primeiro disco do Barão Vermelho. Este seu blog já está no meu favoritos e recomendo ao pessoal do forum. Você só tem 17 anos mesmo? Que bom cara, é bom saber que tem gente que se salva desta geração pobre de talentos musicais, não por culpa deles, mas por culpa da mídia atual que joga lixo musical goela abaixo nesta geração.
O texto está muito bem escrito. Também gostei muito do texto sobre o primeiro disco do Barão Vermelho. Este seu blog já está no meu favoritos e recomendo ao pessoal do forum. Você só tem 17 anos mesmo? Que bom cara, é bom saber que tem gente que se salva desta geração pobre de talentos musicais, não por culpa deles, mas por culpa da mídia atual que joga lixo musical goela abaixo nesta geração.
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
Lucão é o cara!!!!
____________________________
Clube Zaganin #014 - Clube Hartke #039 - Clube dos Baixistas de Minas Gerais, Uai #008
Filipe Castro- Membro
- Mensagens : 711
Localização : Belo Horizonte/Itabirito
Re: O TERÇO - A história.
Opa galera, valeu aí os elogios e tenho 17 anos mesmo!!
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http://dizconauta.wordpress.com
Re: O TERÇO - A história.
Depois de quase um ano, por causa do enorme crescimento de foristas, estou repostando a história de bandas do nosso rock progressivo q é tão rico musicalmente, mas esquecido. Para os q não conheciam, vale a pena uma conferida.
webercar- Membro
- Mensagens : 3167
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
webercar escreveu:Depois de quase um ano, por causa do enorme crescimento de foristas, estou repostando a história de bandas do nosso rock progressivo q é tão rico musicalmente, mas esquecido. Para os q não conheciam, vale a pena uma conferida.
Ótima iniciativa.
Agora é ter esperança, que estes novos (em todos os sentidos), tenham a curiosidade e vontade de conhecer música de qualidade feita neste país.
____________________________
Finou? Tá bão. O resto é dedo - CT. Colela.
Se traste fosse bom não tinha este nome - Cláudio Cuoco.
Tocar fretless é uma arte. Desafinar faz parte - Márcio Azzarini.
"Toma, que esta p**** não afina" (Sobre o baixo fretless) - Luizão Maia para o Arthur Maia.
Tarcísio Caetano- Membro
- Mensagens : 6556
Localização : Brasil
Re: O TERÇO - A história.
nao cheguei a ve-los tocando mas o terço é uma das minhas bandas nacionais favoritas juntamente com casa das maquinas e modulo 1000
isso sim era rock progressivo
isso sim era rock progressivo
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Recomendai a vossos filhos que sejam virtuosos, só a virtude pode trazer a felicidade, não o dinheiro.(Ludwing Van Beethoven)
walldynamus- Membro
- Mensagens : 89
Localização : Brasilia DF
Re: O TERÇO - A história.
Nossa, rever este post foi sensacional.
Por favor, ouçam pelo menos o vídeo "O Terco - Crucis (Ao Vivo)" são 5:13 min.
Mas cuidado, ver esse vídeo (e ouví-lo) pode mudar a vida de vocês !!!
Por favor, ouçam pelo menos o vídeo "O Terco - Crucis (Ao Vivo)" são 5:13 min.
Mas cuidado, ver esse vídeo (e ouví-lo) pode mudar a vida de vocês !!!
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Re: O TERÇO - A história.
Detalhe: O Mário Amiden,irmão de Jorge,foi o primeiro baixista,logo no início do início. Ele tem um bar na Lapa ,o Boemia da Lapa. É um cara gente fina e com muitas histórias pra contar.
Romano- Membro
- Mensagens : 638
Localização : Rio de Janeiro
Re: O TERÇO - A história.
O Terço é fantástico! Depois dos Mutantes, a melhor banda nacional dos anos 70 e das melhores de todos os tempos. Tenho todas as gravações, bem como os vinís de "Terço 2" (excelente!), do clássico "Criaturas da Noite" e do "Casa Encantada"
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
- Mensagens : 16619
Localização : Niterói, RJ
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