Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
JAZZigo escreveu:Com o rabo (de asno) entre as pernas e o cu na mão, ele ladra, mas não morde.
Bolsonaro diz que é 'próxima de zero' possibilidade de Brasil participar de ação armada na Venezuela
Presidente declara que cabe a ele decidir sobre intervenção, mas Rodrigo Maia afirma que definição precisa de aval do Congresso
Folha de S. Paulo, 30.abr.2019 às 19h40
Atualizado: 30.abr.2019 às 20h28
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/04/bolsonaro-diz-que-e-proxima-de-zero-possibilidade-de-brasil-participar-de-acao-armada-na-venezuela.shtml
[color=#000000]
BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (30) que é "próxima de zero" a possibilidade de o Brasil participar, ainda que de forma indireta, de uma intervenção militar na Venezuela.
(....)
Estranha esta ação aqui do governo...
GOVERNO EDITA MEDIDA PROVISÓRIA QUE LIBERA R$ 223 MILHÕES PARA AUXILIAR VENEZUELANOS
Segundo o texto, verba será usada para "assistência emergencial e acolhimento humanitário"
30-04-2019 - 19h36
https://www.nsctotal.com.br/noticias/governo-edita-medida-provisoria-que-libera-r-223-milhoes-para-auxiliar-venezuelanos
Penso como o P.Ghiraldelli, história "esquisita", precisa ser investigada e esclarecida. Já vimos isso antes e o resultado tb já sabemos. "Novos tempos" (muito semelhantes aos "velhos tempos")...
DINHEIRO BRASILEIRO NA VENEZUELA. Mas para quem ?
Filósofo Paulo Ghiraldelli - Publicado em 30 de abr de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=7Hlvms30kKI
peter.forc- Membro
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Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
NETOULTRA escreveu:NeyBass escreveu:Rico escreveu:Então...
Quem mandou matar Marielle???!
Não sabia que ela havia morrido, ninguém fala nada. Outro dua vi um cartaz: Mariele vive.
Adélio agiu sozinho ....kkk.
Esquerdista se vitimiza em tudo e tenta tornar sem importancia algo que acontece com os outros.
Marielle? Faltou....
Sempre presente! Na verdade, queira vc ou não, ela deu cria, rsrsrs
Rico- Eterno Colaborador
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Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Rico escreveu:NETOULTRA escreveu:NeyBass escreveu:Rico escreveu:Então...
Quem mandou matar Marielle???!
Não sabia que ela havia morrido, ninguém fala nada. Outro dua vi um cartaz: Mariele vive.
Adélio agiu sozinho ....kkk.
Esquerdista se vitimiza em tudo e tenta tornar sem importancia algo que acontece com os outros.
Marielle? Faltou....
Sempre presente! Na verdade, queira vc ou não, ela deu cria, rsrsrs
Como todo respeito, fora da bolha esquerdista, quem conhece essas pessoas? Até gente da própria esquerda só conheceu a Marielle depois do assassinato!
Coder- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Então você está dizendo que o assassinato de uma pessoa é bom para a 'fama" dela?Coder escreveu:Rico escreveu:NETOULTRA escreveu:NeyBass escreveu:Rico escreveu:Então...
Quem mandou matar Marielle???!
Não sabia que ela havia morrido, ninguém fala nada. Outro dua vi um cartaz: Mariele vive.
Adélio agiu sozinho ....kkk.
Esquerdista se vitimiza em tudo e tenta tornar sem importancia algo que acontece com os outros.
Marielle? Faltou....
Sempre presente! Na verdade, queira vc ou não, ela deu cria, rsrsrs
Como todo respeito, fora da bolha esquerdista, quem conhece essas pessoas? Até gente da própria esquerda só conheceu a Marielle depois do assassinato!
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Sufrágio Ostentação
Laranja ostentação
PF vê indícios concretos de fraude em candidaturas femininas do PSL, mas Bolsonaro mantém ministro
EDITORIAL
Folha de S. Paulo, 1º.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/05/laranja-ostentacao.shtml
Pode-se apontar na Polícia Federal alguma falta de sentido de urgência, mas não de senso de humor. Dois meses após abrir inquérito sobre o escândalo das candidatas laranjas do PSL revelado por esta Folha em fevereiro, a PF fez na segunda-feira (29) a primeira operação de busca e apreensão e batizou-a como Sufrágio Ostentação.
Não que caiba fazer troça com a investigação, da maior seriedade. O PSL, cumpre assinalar, é o partido pelo qual se elegeu o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Ademais, no centro da fraude eleitoral encontra-se ninguém menos que seu ministro de Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, então presidente da sigla em Minas Gerais.
O engodo constitui um exemplo acabado dos efeitos imprevistos das boas intenções, no caso a imposição de cota de 30% do fundo partidário para campanhas de candidatas, a fim de promover maior participação feminina na política.
Dirigentes partidários, entre os quais predominam homens, viram aí um outro tipo de oportunidade —para empreender negócios escusos. Parece ter sido esse, pelo menos, o caso do PSL sob comando do futuro ministro de Bolsonaro.
A PF indica agora ter encontrado indícios concretos de prestações de contas mentirosas nas campanhas das laranjas. Quatro candidatas a deputadas estaduais e federais mineiras estão no fulcro da apuração, após declarar gastos avultados, em franca contradição com sua escassa colheita de votos.
O foco da operação Sufrágio Ostentação recaiu sobre gráficas que teriam prestado serviços ao PSL mineiro. A PF trabalha sobre a hipótese de que eles não tenham ocorrido e que os pagamentos em realidade tenham sido carreados para campanhas masculinas ou para empresas próximas do partido.
Além da sede do partido na capital mineira, sete gráficas foram alvo da ação. Uma delas, em Ipatinga, já se achava fora de operação antes do pleito de 2018 e pertence a Reginaldo Donizete Soares, irmão de um assessor que trabalhou com Marcelo Álvaro Antônio.
O inquérito, que corre sob segredo de Justiça, já conta com oitivas de quatro dezenas de testemunhas. O PSL de Minas anunciou encarar com naturalidade o processo e diz colaborar com a investigação. O ministro afirma estar à disposição da PF para esclarecimentos.
O material apreendido nas diligências passará agora por perícia. Presume-se que isso ainda consumirá semanas ou meses.
O presidente Jair Bolsonaro, que com tanta frequência se põe a lançar juízos de valor nas redes sociais sobre a velha política, mantém excessiva e incongruente cautela diante do escândalo com seu ministro. Se até a polícia já aponta os indícios, um afastamento seria a atitude mínima a tomar, ao menos durante o correr da investigação.
PF vê indícios concretos de fraude em candidaturas femininas do PSL, mas Bolsonaro mantém ministro
EDITORIAL
Folha de S. Paulo, 1º.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/05/laranja-ostentacao.shtml
Pode-se apontar na Polícia Federal alguma falta de sentido de urgência, mas não de senso de humor. Dois meses após abrir inquérito sobre o escândalo das candidatas laranjas do PSL revelado por esta Folha em fevereiro, a PF fez na segunda-feira (29) a primeira operação de busca e apreensão e batizou-a como Sufrágio Ostentação.
Não que caiba fazer troça com a investigação, da maior seriedade. O PSL, cumpre assinalar, é o partido pelo qual se elegeu o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Ademais, no centro da fraude eleitoral encontra-se ninguém menos que seu ministro de Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, então presidente da sigla em Minas Gerais.
O engodo constitui um exemplo acabado dos efeitos imprevistos das boas intenções, no caso a imposição de cota de 30% do fundo partidário para campanhas de candidatas, a fim de promover maior participação feminina na política.
Dirigentes partidários, entre os quais predominam homens, viram aí um outro tipo de oportunidade —para empreender negócios escusos. Parece ter sido esse, pelo menos, o caso do PSL sob comando do futuro ministro de Bolsonaro.
A PF indica agora ter encontrado indícios concretos de prestações de contas mentirosas nas campanhas das laranjas. Quatro candidatas a deputadas estaduais e federais mineiras estão no fulcro da apuração, após declarar gastos avultados, em franca contradição com sua escassa colheita de votos.
O foco da operação Sufrágio Ostentação recaiu sobre gráficas que teriam prestado serviços ao PSL mineiro. A PF trabalha sobre a hipótese de que eles não tenham ocorrido e que os pagamentos em realidade tenham sido carreados para campanhas masculinas ou para empresas próximas do partido.
Além da sede do partido na capital mineira, sete gráficas foram alvo da ação. Uma delas, em Ipatinga, já se achava fora de operação antes do pleito de 2018 e pertence a Reginaldo Donizete Soares, irmão de um assessor que trabalhou com Marcelo Álvaro Antônio.
O inquérito, que corre sob segredo de Justiça, já conta com oitivas de quatro dezenas de testemunhas. O PSL de Minas anunciou encarar com naturalidade o processo e diz colaborar com a investigação. O ministro afirma estar à disposição da PF para esclarecimentos.
O material apreendido nas diligências passará agora por perícia. Presume-se que isso ainda consumirá semanas ou meses.
O presidente Jair Bolsonaro, que com tanta frequência se põe a lançar juízos de valor nas redes sociais sobre a velha política, mantém excessiva e incongruente cautela diante do escândalo com seu ministro. Se até a polícia já aponta os indícios, um afastamento seria a atitude mínima a tomar, ao menos durante o correr da investigação.
JAZZigo- FCBR-CT
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Salvo-conduto de Bolsonaro a ruralista esbarra na Constituição
Mais uma e, com certeza, não a última...
Constituição é entrave para salvo-conduto previsto por Bolsonaro a dono de terra
Promessa de livrar proprietário que atirar em invasor poderia travar no STF; país julgou só 8% das mortes por conflito agrário
Flávia Faria
Paula Sperb
Folha de S. Paulo, 1º.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/05/constituicao-e-entrave-para-salvo-conduto-previsto-por-bolsonaro-a-dono-de-terra.shtml
SÃO PAULO e PORTO ALEGRE - A proposta anunciada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), de dar um tipo de salvo-conduto para proprietários rurais atirarem em quem invadir suas terras esbarra na Constituição, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Na prática, porém, a ausência de punição em casos de assassinatos motivados por conflitos agrários no Brasil já é realidade: levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) indica que só 8% desses crimes foram levados a julgamento em mais de três décadas.
Bolsonaro afirmou na segunda (29) que pretende enviar ao Congresso um projeto para isentar de punição proprietários rurais que reagirem ao terem suas terras invadidas. O anúncio foi feito para um público de ruralistas na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Pelo Código Penal, a chamada exclusão de ilicitude é prevista para qualquer cidadão em casos de legítima defesa ou de cumprimento de dever legal, por exemplo. A lei determina, no entanto, que quem atira pode responder por eventual "excesso".
Nesta terça-feira (30), Bolsonaro disse em entrevista à Band que é um direito do fazendeiro atirar, mas que "tem que ter legislação bastante rígida para quem porventura usa arma de forma irregular".
Cinco especialistas ouvidos pela Folha dizem que a proposta do presidente, nos moldes como foi anunciada, é inconstitucional. Ainda que ela fosse aprovada como emenda à Constituição, eles avaliam que poderia ser derrubada no Supremo Tribunal Federal.
"Não posso dar uma carta-branca para qualquer proprietário rural atirar. Estaria criando uma exceção ao direito fundamental à vida", afirma Carlos Reverbel, professor de direito constitucional da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
É o que também pensa a especialista em direito penal da FGV-SP Maíra Zapater. Ela afirma que, embora a Constituição garanta tanto o direito à vida quanto o à propriedade, o primeiro tem peso muito maior na Carta Magna.
"Não existe equivalência entre propriedade privada e vida, então você não pode sacrificar uma vida a pretexto de proteção de propriedade. Juridicamente isso não é viável."
Silvana Batini, da FGV-RJ, afirma que a lei já prevê que a força possa ser usada em situações de invasão, mas que cabe à Justiça avaliar cada caso e decidir se isso foi feito de forma proporcional e razoável.
"Pode ser que você precise atirar, numa situação limite, mas não se pode criar essa autorização genérica e abstrata. Hoje, pela legislação, não é impossível o emprego de arma para proteger a propriedade. O que não é possível é estabelecer o uso da arma a priori", afirma.
Reverbel, da UFRGS, exemplifica: um juiz poderia aplicar a exclusão de ilicitude em situação de assalto armado noturno a uma fazenda, por exemplo, mas negar em uma invasão diurna e sem violência.
Embora a propriedade seja considerada um direito fundamental, a Constituição admite restrições, como em caso de não atendimento da função social. Em relação ao direito à vida, a única restrição da Carta Magna é em caso de guerra.
Ruben Siqueira, coordenador nacional da CPT, diz que a proposta de Bolsonaro agrava a situação de violência no campo, para a qual a Justiça raramente oferece resposta. "O que ele está propondo é legitimar o que já existe na prática. Já se mata no campo desse jeito."
Levantamento da comissão aponta que, entre 1985 e 2018, houve 1.466 episódios de assassinatos relacionados a questões fundiárias no país, com 1.938 mortos. Só 8% (117) dos casos registrados no período, contudo, foram levados a julgamento —33 mandantes e 101 executores foram condenados.
O salvo-conduto aos fazendeiros é questionado também pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), que alega invadir propriedades improdutivas. Na campanha, Bolsonaro disse que as ações do grupo seriam enquadradas como terrorismo.
"Hoje em dia, os que contratam pistoleiros, ou seja, os mandantes, já não são condenados pelas mortes no campo", diz João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), ligado ao agronegócio e integrante da base de Bolsonaro na Câmara, defende a proposta. "O que o presidente está querendo dizer não é que poderá matar, mas para o ladrão não ir assaltar. É uma lei mais dura, um aviso de 'não vai lá que pode morrer'", afirma.
Para ele, a lei se aplicaria não apenas a invasões que exigem reforma agrária, mas a roubos de defensivos agrícolas, tratores e de animais. "Não temos policial para mandar para o interior. O ladrão sabe que não tem segurança e que os produtos que existem são de alto valor", defende Goergen.
Do ponto de vista do sociólogo Marcos Rolim, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), porém, a proposta do presidente também é rechaçada. “Aceitar a lógica do projeto seria o mesmo que assegurar aos índios o direito de matar grileiros, mineradores e madeireiros que invadem áreas demarcadas. A propriedade rural deve ser assegurada pelo estado a quem compete, também, assegurar que ela cumpra sua função social”, opinou.
Se a ideia de Bolsonaro fosse aprovada, a exclusão de ilicitude poderia ser usada em casos em que há dolo, ou seja, intenção de matar. “É absurdo porque se prevalecer esse entendimento, alguém pode chamar uma pessoa até sua propriedade e matá-la na sua chegada. Cria muito mais violência e possibilidade de mortes por vingança”, opina o advogado Mateus Marques, mestre em Ciências Criminais pela PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Procuradas, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) não responderam ao pedido da Folha para comentarem a proposta de Bolsonaro. O governo também não respondeu aos questionamentos.
Constituição é entrave para salvo-conduto previsto por Bolsonaro a dono de terra
Promessa de livrar proprietário que atirar em invasor poderia travar no STF; país julgou só 8% das mortes por conflito agrário
Flávia Faria
Paula Sperb
Folha de S. Paulo, 1º.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/05/constituicao-e-entrave-para-salvo-conduto-previsto-por-bolsonaro-a-dono-de-terra.shtml
SÃO PAULO e PORTO ALEGRE - A proposta anunciada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), de dar um tipo de salvo-conduto para proprietários rurais atirarem em quem invadir suas terras esbarra na Constituição, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Na prática, porém, a ausência de punição em casos de assassinatos motivados por conflitos agrários no Brasil já é realidade: levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) indica que só 8% desses crimes foram levados a julgamento em mais de três décadas.
Bolsonaro afirmou na segunda (29) que pretende enviar ao Congresso um projeto para isentar de punição proprietários rurais que reagirem ao terem suas terras invadidas. O anúncio foi feito para um público de ruralistas na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Pelo Código Penal, a chamada exclusão de ilicitude é prevista para qualquer cidadão em casos de legítima defesa ou de cumprimento de dever legal, por exemplo. A lei determina, no entanto, que quem atira pode responder por eventual "excesso".
Nesta terça-feira (30), Bolsonaro disse em entrevista à Band que é um direito do fazendeiro atirar, mas que "tem que ter legislação bastante rígida para quem porventura usa arma de forma irregular".
Cinco especialistas ouvidos pela Folha dizem que a proposta do presidente, nos moldes como foi anunciada, é inconstitucional. Ainda que ela fosse aprovada como emenda à Constituição, eles avaliam que poderia ser derrubada no Supremo Tribunal Federal.
"Não posso dar uma carta-branca para qualquer proprietário rural atirar. Estaria criando uma exceção ao direito fundamental à vida", afirma Carlos Reverbel, professor de direito constitucional da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
É o que também pensa a especialista em direito penal da FGV-SP Maíra Zapater. Ela afirma que, embora a Constituição garanta tanto o direito à vida quanto o à propriedade, o primeiro tem peso muito maior na Carta Magna.
"Não existe equivalência entre propriedade privada e vida, então você não pode sacrificar uma vida a pretexto de proteção de propriedade. Juridicamente isso não é viável."
Silvana Batini, da FGV-RJ, afirma que a lei já prevê que a força possa ser usada em situações de invasão, mas que cabe à Justiça avaliar cada caso e decidir se isso foi feito de forma proporcional e razoável.
"Pode ser que você precise atirar, numa situação limite, mas não se pode criar essa autorização genérica e abstrata. Hoje, pela legislação, não é impossível o emprego de arma para proteger a propriedade. O que não é possível é estabelecer o uso da arma a priori", afirma.
Reverbel, da UFRGS, exemplifica: um juiz poderia aplicar a exclusão de ilicitude em situação de assalto armado noturno a uma fazenda, por exemplo, mas negar em uma invasão diurna e sem violência.
Embora a propriedade seja considerada um direito fundamental, a Constituição admite restrições, como em caso de não atendimento da função social. Em relação ao direito à vida, a única restrição da Carta Magna é em caso de guerra.
Ruben Siqueira, coordenador nacional da CPT, diz que a proposta de Bolsonaro agrava a situação de violência no campo, para a qual a Justiça raramente oferece resposta. "O que ele está propondo é legitimar o que já existe na prática. Já se mata no campo desse jeito."
Levantamento da comissão aponta que, entre 1985 e 2018, houve 1.466 episódios de assassinatos relacionados a questões fundiárias no país, com 1.938 mortos. Só 8% (117) dos casos registrados no período, contudo, foram levados a julgamento —33 mandantes e 101 executores foram condenados.
O salvo-conduto aos fazendeiros é questionado também pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), que alega invadir propriedades improdutivas. Na campanha, Bolsonaro disse que as ações do grupo seriam enquadradas como terrorismo.
"Hoje em dia, os que contratam pistoleiros, ou seja, os mandantes, já não são condenados pelas mortes no campo", diz João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), ligado ao agronegócio e integrante da base de Bolsonaro na Câmara, defende a proposta. "O que o presidente está querendo dizer não é que poderá matar, mas para o ladrão não ir assaltar. É uma lei mais dura, um aviso de 'não vai lá que pode morrer'", afirma.
Para ele, a lei se aplicaria não apenas a invasões que exigem reforma agrária, mas a roubos de defensivos agrícolas, tratores e de animais. "Não temos policial para mandar para o interior. O ladrão sabe que não tem segurança e que os produtos que existem são de alto valor", defende Goergen.
Do ponto de vista do sociólogo Marcos Rolim, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), porém, a proposta do presidente também é rechaçada. “Aceitar a lógica do projeto seria o mesmo que assegurar aos índios o direito de matar grileiros, mineradores e madeireiros que invadem áreas demarcadas. A propriedade rural deve ser assegurada pelo estado a quem compete, também, assegurar que ela cumpra sua função social”, opinou.
Se a ideia de Bolsonaro fosse aprovada, a exclusão de ilicitude poderia ser usada em casos em que há dolo, ou seja, intenção de matar. “É absurdo porque se prevalecer esse entendimento, alguém pode chamar uma pessoa até sua propriedade e matá-la na sua chegada. Cria muito mais violência e possibilidade de mortes por vingança”, opina o advogado Mateus Marques, mestre em Ciências Criminais pela PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Procuradas, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) não responderam ao pedido da Folha para comentarem a proposta de Bolsonaro. O governo também não respondeu aos questionamentos.
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Coder escreveu:Rico escreveu:NETOULTRA escreveu:NeyBass escreveu:Rico escreveu:Então...
Quem mandou matar Marielle???!
Não sabia que ela havia morrido, ninguém fala nada. Outro dua vi um cartaz: Mariele vive.
Adélio agiu sozinho ....kkk.
Esquerdista se vitimiza em tudo e tenta tornar sem importancia algo que acontece com os outros.
Marielle? Faltou....
Sempre presente! Na verdade, queira vc ou não, ela deu cria, rsrsrs
Como todo respeito, fora da bolha esquerdista, quem conhece essas pessoas? Até gente da própria esquerda só conheceu a Marielle depois do assassinato!
Bem, quem acompanhou a atuação dela aqui no Rio a conhecia.
Diferente do bozossauro, que era só um vagabundo de quem geral ria. Um cara com trajetória vergonhosa, que se transformou no palhaço mor do picadeiro que se tornou Brasília.
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Ahahahah!!! Tem gente postando o imbecil do Lambão... Quando esse bostinha vai aprender a calar a boca? Vou chamar o Mano Brown pra esse arregão...
Rico- Eterno Colaborador
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NETOULTRA- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
^Nem importa. Você é apenas um cidadão. Quem vc conhece ou não, não faz número. Importa é que elas tem mandato (queira a extrema direita ou não), coragem e moral pra combater as bolso milicias aqui do RJ.
Importa que se a elite tem representantes, os excluídos também. Me orgulho delas! Eu as conheço, e quem as elegeu também!
Importa que se a elite tem representantes, os excluídos também. Me orgulho delas! Eu as conheço, e quem as elegeu também!
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Rico escreveu:^Nem importa. Você é apenas um cidadão. Quem vc conhece ou não, não faz número. Importa é que elas tem mandato (queira a extrema direita ou não), coragem e moral pra combater as bolso milicias aqui do RJ.
Importa que se a elite tem representantes, os excluídos também. Me orgulho delas! Eu as conheço, e quem as elegeu também!
NETOULTRA- Membro
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NETOULTRA- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Rico escreveu:^Nem importa. Você é apenas um cidadão. Quem vc conhece ou não, não faz número. Importa é que elas tem mandato (queira a extrema direita ou não), coragem e moral pra combater as bolso milicias aqui do RJ.
Importa que se a elite tem representantes, os excluídos também. Me orgulho delas! Eu as conheço, e quem as elegeu também!
Que tal se isso fosse problema só do RJ então???
Já encheu o saco, mais de ano essa ladainha.
A notícia deveria ser assim: O RJ (e os pucha...) querem saber quem matou Mariele.
NeyBass- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
NeyBass escreveu:Rico escreveu:^Nem importa. Você é apenas um cidadão. Quem vc conhece ou não, não faz número. Importa é que elas tem mandato (queira a extrema direita ou não), coragem e moral pra combater as bolso milicias aqui do RJ.
Importa que se a elite tem representantes, os excluídos também. Me orgulho delas! Eu as conheço, e quem as elegeu também!
Que tal se isso fosse problema só do RJ então???
Já encheu o saco, mais de ano essa ladainha.
A notícia deveria ser assim: O RJ (e os pucha...) querem saber quem matou Mariele.
Só quem não quer saber é quem apoia esse tipo de coisa. Esse país tem leis. Representantes do povo assassinados ou ameaçados deveria ser algo a ser visto com repúdio por todos.
Tal qual a esquerda, quando repudiou a facada no asno.
Mas a extrema direita é assim... Cheguei a ouvir que foi o próprio molusco quem atirou contra sua caravana, ahahahahahah!!!
Faz me rir...
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Tal qual a esquerda, quando repudiou a facada no asno.
Teatrinho na frente das câmeras. Mas no fundo torceram pra facada ser no coração.
Hipocrisia pura...
Sei...
Teatrinho na frente das câmeras. Mas no fundo torceram pra facada ser no coração.
Hipocrisia pura...
Sei...
NeyBass- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Mauricio Luiz Bertola escreveu:Então você está dizendo que o assassinato de uma pessoa é bom para a 'fama" dela?Coder escreveu:Rico escreveu:NETOULTRA escreveu:NeyBass escreveu:Rico escreveu:Então...
Quem mandou matar Marielle???!
Não sabia que ela havia morrido, ninguém fala nada. Outro dua vi um cartaz: Mariele vive.
Adélio agiu sozinho ....kkk.
Esquerdista se vitimiza em tudo e tenta tornar sem importancia algo que acontece com os outros.
Marielle? Faltou....
Sempre presente! Na verdade, queira vc ou não, ela deu cria, rsrsrs
Como todo respeito, fora da bolha esquerdista, quem conhece essas pessoas? Até gente da própria esquerda só conheceu a Marielle depois do assassinato!
Jamais. Só disse que muitos passaram a conhecer e falar de Marielle Franco depois do assassinato. Muitos da própria esquerda nem sabiam da sua existência, tanto que o número de seguidores da mesma quase que dobrou.
Rico escreveu:Coder escreveu:Rico escreveu:NETOULTRA escreveu:NeyBass escreveu:Rico escreveu:Então...
Quem mandou matar Marielle???!
Não sabia que ela havia morrido, ninguém fala nada. Outro dua vi um cartaz: Mariele vive.
Adélio agiu sozinho ....kkk.
Esquerdista se vitimiza em tudo e tenta tornar sem importancia algo que acontece com os outros.
Marielle? Faltou....
Sempre presente! Na verdade, queira vc ou não, ela deu cria, rsrsrs
Como todo respeito, fora da bolha esquerdista, quem conhece essas pessoas? Até gente da própria esquerda só conheceu a Marielle depois do assassinato!
Bem, quem acompanhou a atuação dela aqui no Rio a conhecia.
Diferente do bozossauro, que era só um vagabundo de quem geral ria. Um cara com trajetória vergonhosa, que se transformou no palhaço mor do picadeiro que se tornou Brasília.
Ela podia ser conhecida dentro dos movimentos, na própria cidade do RJ, entre pessoas que compartilham as mesmas ideias. Mas será que o "seu João" taxista a conhecia? Tem muito vereador governando em causa própria.
Quanto ao "Bozossauro", querendo ou não conseguiu se eleger com votos do povão (não duvido nada que ainda pegou votos de pessoas que já votaram no PT). São pessoas que não acompanham política, não sabem o que é esquerda e direita, malemá seu partido. Se o PT fosse um pouquinho mais esperto, tiraria a imagem do Lula e ganharia as eleições! Perderam pq foram burros! O mesmo vale para o PSOL colocando a figura do Boulos como candidato
Coder- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
^ Ninguém veio aqui dizer que a Marielle tinha representação nacional. Nem sei porque discutimos isso, portanto, é natural que ficasse mais conhecida após o assassinato.
Agora, dizer que só quem se preocupa com isso é o RJ é demonstrar total desconhecimento e desprezo pelas leis deste país.
E sim, o PT nunca fez sua mea culpa. Por isso a esquerda se opôs ao PT ainda durante seu governo. É só pesquisar. Um click e já foi...
Isso não me impede de dizer que o processo que condenou o molusco foi uma fraude.
Quanto ao Boulos, ele só foi vítima de preconceito e campanha difamatória plantada vergonhosamente pela extrema direita em fake news, mas na verdade a campanha dele nem visava a vitória, mas sim a exposição.
Agora, dizer que só quem se preocupa com isso é o RJ é demonstrar total desconhecimento e desprezo pelas leis deste país.
E sim, o PT nunca fez sua mea culpa. Por isso a esquerda se opôs ao PT ainda durante seu governo. É só pesquisar. Um click e já foi...
Isso não me impede de dizer que o processo que condenou o molusco foi uma fraude.
Quanto ao Boulos, ele só foi vítima de preconceito e campanha difamatória plantada vergonhosamente pela extrema direita em fake news, mas na verdade a campanha dele nem visava a vitória, mas sim a exposição.
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
NeyBass escreveu:
Que tal se isso fosse problema só do RJ então???
Já encheu o saco, mais de ano essa ladainha.
A notícia deveria ser assim: O RJ (e os pucha...) querem saber quem matou Mariele.
Só me ocorreu agora...a postagem acima justifica perfeitamente e de forma definitiva o título desse tópico, hahahahahahahah.
Muito bom! Faz de novo????
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
USP: Punir por conhecimento que não convém ao governo é inconstitucional
Para Floriano Peixoto de Azevedo Marques, não há aparelhamento de esquerda nas universidades
Letícia Mori - Da BBC News Brasil em São Paulo
02/05/2019 08h16
Quando diz que vai cortar verbas de universidades que "promoverem balbúrdia" e não deixa claro ao que se refere, o governo dá a entender que o que considera "balbúrdia" é a produção de conhecimento que não lhe convém, diz o diretor da Faculdade de Direito da USP, Floriano Peixoto de Azevedo Marques. E se o objetivo dos cortes é fazer controle ideológico, diz ele, a medida é "absolutamente inconstitucional".
https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2019/05/02/usp-punir-por-conhecimento-que-nao-convem-ao-governo-e-inconstitucional.htm
Lembrando que tanto o Sr.Floriano Peixoto Marques, quanto o perfil dos professores da USP-Direito sempre foram tidos como liberais de direita (é mencionado isso no texto, aliás, por ele próprio). Não se trata, portanto, definitivamente, de "mimimi" de um "esquerdopata comunista pró-Maduro"...
Para Floriano Peixoto de Azevedo Marques, não há aparelhamento de esquerda nas universidades
Letícia Mori - Da BBC News Brasil em São Paulo
02/05/2019 08h16
Quando diz que vai cortar verbas de universidades que "promoverem balbúrdia" e não deixa claro ao que se refere, o governo dá a entender que o que considera "balbúrdia" é a produção de conhecimento que não lhe convém, diz o diretor da Faculdade de Direito da USP, Floriano Peixoto de Azevedo Marques. E se o objetivo dos cortes é fazer controle ideológico, diz ele, a medida é "absolutamente inconstitucional".
https://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2019/05/02/usp-punir-por-conhecimento-que-nao-convem-ao-governo-e-inconstitucional.htm
Lembrando que tanto o Sr.Floriano Peixoto Marques, quanto o perfil dos professores da USP-Direito sempre foram tidos como liberais de direita (é mencionado isso no texto, aliás, por ele próprio). Não se trata, portanto, definitivamente, de "mimimi" de um "esquerdopata comunista pró-Maduro"...
peter.forc- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Para quem ouviu o "discurso" de nosso mandatário...
Reinaldo Azevedo comenta as declarações de Jair Bolsonaro sobre as Forças Armadas
Rádio BandNews FM - Publicado em 2 de mai de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=9niJDyn_QFw
Reinaldo Azevedo comenta as declarações de Jair Bolsonaro sobre as Forças Armadas
Rádio BandNews FM - Publicado em 2 de mai de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=9niJDyn_QFw
peter.forc- Membro
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Perspectivas nada boas...
Excelente artigo. Uma visão clara do cenário atual, que até bolsominions com pelo menos 3 neurônios devem reconhecer e preocupar-se...
(Grifos meus.)
Um governo sem dinheiro e sem razão
Extremistas agravam conflito em país tenso pela crise e pela penúria do Estado
Vinicius Torres Freire
Folha de S. Paulo, 3.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/viniciustorres/2019/05/um-governo-sem-dinheiro-e-sem-razao.shtml
A primeira grande ofensiva do governo contra as universidades foi contida por alguma reação social, embora tímida. Reitores, professores, alguns parlamentares e a OAB não tiveram muita companhia na resistência à arbitrariedade.
A intimidação por meio de ameaça de asfixia financeira foi sustada até segunda ordem. Mas outras ordens virão e, menos discutido, a falta de dinheiro nua e crua de qualquer ideologia vai continuar por ainda muito tempo e afetar muito mais do que o ensino superior.
A gente razoável restante na administração federal contribuiu também para sustar a ameaça obscurantista, antes de mais nada discriminação inconstitucional, assim como tem agido para atenuar outros atropelamentos das leis e da mínima razão.
Por exemplo, houve panos quentes nos casos da Petrobras, do Banco do Brasil ou do desatino belicista em relação à Venezuela, para ficar em escândalos maiores.
Mas “a luta continua” para o bolsonarismo de inspiração revolucionária, motivo de convulsão e conflito permanentes, o que irrita até o Clube Militar.
Em nota publicada no site dessa associação de militares fora da ativa, o coronel Sérgio Paulo Muniz Costa reagiu com profunda revolta aos ataques da ala antiestablishment do governo às Forças Armadas, ao “assalto de aventureiros ignorantes mancomunados em uma nova internacional extremista”.
“É inadmissível que expoentes dessa linha exótica de pensamento, independentemente de onde estejam, continuem a exibir suas preferências ideológicas sem serem reprovados pela sociedade brasileira, usando saudações fascistas na conclusão de seus discursos...”, escreveu o coronel Muniz.
A impaciência se espalha por outros setores, mesmo entre empresários. No entanto, esperam calados o arrefecimento da baderna, em nome da aprovação de alguma “reforma” que tire o país da depressão.
Mesmo entre executivos do mercado financeiro, que na maioria colaboraram com a ascensão de Jair Bolsonaro, o prestígio presidencial despencou mais que entre o povo mais pobre.
Um governo pragmático procuraria evitar conflitos nesta situação em que o reparo da ruína econômica será muito difícil e em que a penúria terminal do governo vai provocar cortes letais de despesa, com efeitos políticos e econômicos relevantes.
Talvez gente do governo se divirta com a ideia de trucidar as universidades ou a ciência, projeto facilitado pela falta de dinheiro, situação que, de um fato da vida, se torna pretexto para pervertidos e ressentidos no poder. Mesmo nesse caso, haverá milhões de prejudicados na classe média-alta e na elite do país. Pode ser pior.
A falta de recursos para o Minha Casa Minha Vida afeta um programa que possibilita o lançamento de quase 80% dos imóveis residenciais. A miséria degrada ainda mais as estradas. Os recursos para investimentos (obras, equipamentos) do governo devem cair a um terço do que era gasto entre 2010 e 2014.
Técnicos do Ministério da Economia dizem que, se a arrecadação não melhorar, vai faltar verba para o pagamento de serviços essenciais para o funcionamento do governo.
São afetados os interesses de empresários, prefeitos, de quem quer que utilize algum serviço público, de rodovias a escolas, talvez hospitais, quase todo o mundo.
O sofrimento com a estagnação econômica tende a ser agravado pelo esgotamento orçamentário. O risco de difusão de conflitos aumenta, agravado pelas falanges extremistas do governismo.
Vinicius Torres Freire
Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).
(Grifos meus.)
Um governo sem dinheiro e sem razão
Extremistas agravam conflito em país tenso pela crise e pela penúria do Estado
Vinicius Torres Freire
Folha de S. Paulo, 3.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/viniciustorres/2019/05/um-governo-sem-dinheiro-e-sem-razao.shtml
A primeira grande ofensiva do governo contra as universidades foi contida por alguma reação social, embora tímida. Reitores, professores, alguns parlamentares e a OAB não tiveram muita companhia na resistência à arbitrariedade.
A intimidação por meio de ameaça de asfixia financeira foi sustada até segunda ordem. Mas outras ordens virão e, menos discutido, a falta de dinheiro nua e crua de qualquer ideologia vai continuar por ainda muito tempo e afetar muito mais do que o ensino superior.
A gente razoável restante na administração federal contribuiu também para sustar a ameaça obscurantista, antes de mais nada discriminação inconstitucional, assim como tem agido para atenuar outros atropelamentos das leis e da mínima razão.
Por exemplo, houve panos quentes nos casos da Petrobras, do Banco do Brasil ou do desatino belicista em relação à Venezuela, para ficar em escândalos maiores.
Mas “a luta continua” para o bolsonarismo de inspiração revolucionária, motivo de convulsão e conflito permanentes, o que irrita até o Clube Militar.
Em nota publicada no site dessa associação de militares fora da ativa, o coronel Sérgio Paulo Muniz Costa reagiu com profunda revolta aos ataques da ala antiestablishment do governo às Forças Armadas, ao “assalto de aventureiros ignorantes mancomunados em uma nova internacional extremista”.
“É inadmissível que expoentes dessa linha exótica de pensamento, independentemente de onde estejam, continuem a exibir suas preferências ideológicas sem serem reprovados pela sociedade brasileira, usando saudações fascistas na conclusão de seus discursos...”, escreveu o coronel Muniz.
A impaciência se espalha por outros setores, mesmo entre empresários. No entanto, esperam calados o arrefecimento da baderna, em nome da aprovação de alguma “reforma” que tire o país da depressão.
Mesmo entre executivos do mercado financeiro, que na maioria colaboraram com a ascensão de Jair Bolsonaro, o prestígio presidencial despencou mais que entre o povo mais pobre.
Um governo pragmático procuraria evitar conflitos nesta situação em que o reparo da ruína econômica será muito difícil e em que a penúria terminal do governo vai provocar cortes letais de despesa, com efeitos políticos e econômicos relevantes.
Talvez gente do governo se divirta com a ideia de trucidar as universidades ou a ciência, projeto facilitado pela falta de dinheiro, situação que, de um fato da vida, se torna pretexto para pervertidos e ressentidos no poder. Mesmo nesse caso, haverá milhões de prejudicados na classe média-alta e na elite do país. Pode ser pior.
A falta de recursos para o Minha Casa Minha Vida afeta um programa que possibilita o lançamento de quase 80% dos imóveis residenciais. A miséria degrada ainda mais as estradas. Os recursos para investimentos (obras, equipamentos) do governo devem cair a um terço do que era gasto entre 2010 e 2014.
Técnicos do Ministério da Economia dizem que, se a arrecadação não melhorar, vai faltar verba para o pagamento de serviços essenciais para o funcionamento do governo.
São afetados os interesses de empresários, prefeitos, de quem quer que utilize algum serviço público, de rodovias a escolas, talvez hospitais, quase todo o mundo.
O sofrimento com a estagnação econômica tende a ser agravado pelo esgotamento orçamentário. O risco de difusão de conflitos aumenta, agravado pelas falanges extremistas do governismo.
Vinicius Torres Freire
Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA).
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Das decisões mais simples às mais drásticas, assistimos a mudanças relevantes
(Grifos meus.)
Temas geradores
Das decisões mais simples às mais drásticas, assistimos a mudanças relevantes
Fernando Haddad
Folha de S. Paulo, 4.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernando-haddad/2019/05/temas-geradores.shtml
O tipo de desenvolvimento de uma sociedade pode ser caracterizado por feixes complexos de relações: da sociedade com a natureza (meio ambiente), da sociedade nacional com as demais sociedades (relações exteriores), dos membros da sociedade entre si (direitos humanos) e entre gerações (educação), havendo entrelaçamentos sistêmicos através da economia e da cultura, afetadas por decisões políticas.
Todos esses temas geradores exigem conhecimentos específicos, e os especialistas em geral acabam por tratá-los de forma compartimentada e segregada. Contudo, essas relações compõem um todo a partir de diversas visões de mundo, “filosofias” que organizam nossa evolução, em meio a conflitos nem sempre superáveis.
Campus da UnB (Universidade de Brasília); MEC ameaçou que cortaria verbas de universidades
federais com base em princípios ideológicos - Renato Costa/Folhapress
A opinião pública recebe as informações sobre as várias temáticas de forma parcelada e fragmentada, tendo assim dificuldades de compor o todo.
Uma das limitações do jornalismo é justamente a contradição inerente à atividade, que pretende comunicar o parcial com imparcialidade; o que não é possível, pois nenhum recorte pode ser neutro, por carregar, implícita ou explicitamente, interesses e visões próprias.
Essa conversa semanal, que neste sábado iniciamos, vai procurar apenas atenuar estas circunstâncias paradoxais, não se atendo às discussões sobre o tipo de “modelo” que o atual governo de forma confusa parece querer patrocinar.
A democracia exige oposição. O que é saudável e necessita ser visto até pelos apoiadores do governo como um direito legítimo de contar com forças sociais que ampliam o repertório para testar convicções, a depender da qualidade dos argumentos. Uma das contribuições que posso dar, nesse sentido, é tentar mostrar as conexões das partes com o todo e explorar alternativas.
Armar a população, desqualificar a universidade pública, defender a submissão das mulheres e dos afrodescendentes, estimular a humilhação da comunidade LGBT, ameaçar as artes e a ciência, lançar suspeitas sobre professoras, entregar patrimônio público ao setor privado, enaltecer ditadores, cultivar a intolerância internacional e desrespeitar o meio ambiente: das decisões mais simples às mais drásticas, acredito que assistimos a mudanças que alteram substancialmente o feixe de relações a que me referi.
Não estamos, portanto, diante de um mero ajuste fiscal, nem da adoção de um projeto liberal contra o tal “marxismo cultural”, mas do ataque a algumas das premissas do próprio humanismo.
Em verdade, a atual agenda econômica e cultural parece mais sintonizada com um processo de embrutecimento nas áreas do meio ambiente, relações exteriores, direitos humanos e educação. O debate sobre ela é vital.
Fernando Haddad
Professor universitário, ex-ministro da Educação (governos Lula e Dilma) e ex-prefeito de São Paulo.
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Nossa, jaiminho é dureza....
Paulo Penna- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
parei de ler quando vi a foto Poste...
Coder- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
ˆ
Previsível.
Previsível.
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Deu ruim bozoasno, ahahahahahahahahahahahahahahahahahah!!!!
https://epoca.globo.com/guilherme-amado/ja-vai-tarde-bolsonaro-ataca-prefeito-de-nova-york-23642123?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar&fbclid=IwAR17HOxaNZ4gl7msw0-zt5pZczhhbHM8geIntbh9noK-oP7IQh-O_WotuwM
Vai receber homenagem na estátua da Havan junto com aquele escroto, seu verme!
https://epoca.globo.com/guilherme-amado/ja-vai-tarde-bolsonaro-ataca-prefeito-de-nova-york-23642123?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar&fbclid=IwAR17HOxaNZ4gl7msw0-zt5pZczhhbHM8geIntbh9noK-oP7IQh-O_WotuwM
Vai receber homenagem na estátua da Havan junto com aquele escroto, seu verme!
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Assista: ministro e presidente do Inep protagonizaram tragicomédia pastelão
Tales Faria 03/05/2019 13h38
https://talesfaria.blogosfera.uol.com.br/2019/05/03/assista-ministro-e-presidente-do-inep-protagonizaram-tragicomedia-pastelao/
Pô, isso aqui dispensa maiores comentários. Que situação catastrófica a que chegamos...
Que o Brasil realmente tenha MUITA SORTE, já que não teve um pingo de juízo, mesmo...
Tales Faria 03/05/2019 13h38
https://talesfaria.blogosfera.uol.com.br/2019/05/03/assista-ministro-e-presidente-do-inep-protagonizaram-tragicomedia-pastelao/
Pô, isso aqui dispensa maiores comentários. Que situação catastrófica a que chegamos...
Que o Brasil realmente tenha MUITA SORTE, já que não teve um pingo de juízo, mesmo...
peter.forc- Membro
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Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Putz... É rir para não chorar...
peter.forc- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Duas coisas que você não sabe sobre a Reforma da Previdência proposta pelo governo
Eduardo Moreira - Publicado em 6 de mai de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=OmzYuPcMmjI
Eduardo Moreira - Publicado em 6 de mai de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=OmzYuPcMmjI
peter.forc- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Sempre legal o Eduardo Moreira...peter.forc escreveu:Duas coisas que você não sabe sobre a Reforma da Previdência proposta pelo governo
Eduardo Moreira - Publicado em 6 de mai de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=OmzYuPcMmjI
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Dou maior valor vir aqui só pra ver o Piti dos esquerdalhas.... kkkkk
NETOULTRA- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
^Nada! Você sai daqui com raiva, rsrsrs....
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Rico escreveu:^Nada! Você sai daqui com raiva, rsrsrs....
Hahaah, tá Sertu
NETOULTRA- Membro
- Mensagens : 4620
Localização : Belém - Made in Ceará
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Mauricio Luiz Bertola escreveu:Sempre legal o Eduardo Moreira...peter.forc escreveu:Duas coisas que você não sabe sobre a Reforma da Previdência proposta pelo governo
Eduardo Moreira - Publicado em 6 de mai de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=OmzYuPcMmjI
Sim. E observe-se que ele parte de dados do próprio governo, não vem com estatísticas e informações levianos, sabe-se lá de que fonte...
Lamentável, no entanto, esse pessoal que apoia ESTA reforma partir de algo fácil de defender (reforma da previdência) para fazer o povo engolir mais concentração de renda e favorecimento a bancos, grupos econômicos e interessados financeiros outros... É difícil, notadamente para os sectários apoiadores de nosso mandatário, explicar que o principal foco das discordâncias é o COMO, não necessariamente o POR QUE...
peter.forc- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
peter.forc escreveu:Mauricio Luiz Bertola escreveu:Sempre legal o Eduardo Moreira...peter.forc escreveu:Duas coisas que você não sabe sobre a Reforma da Previdência proposta pelo governo
Eduardo Moreira - Publicado em 6 de mai de 2019
https://www.youtube.com/watch?v=OmzYuPcMmjI
Sim. E observe-se que ele parte de dados do próprio governo, não vem com estatísticas e informações levianos, sabe-se lá de que fonte...
Lamentável, no entanto, esse pessoal que apoia ESTA reforma partir de algo fácil de defender (reforma da previdência) para fazer o povo engolir mais concentração de renda e favorecimento a bancos, grupos econômicos e interessados financeiros outros... É difícil, notadamente para os sectários apoiadores de nosso mandatário, explicar que o principal foco das discordâncias é o COMO, não necessariamente o POR QUE...
Você colocou a questão de forma que eu concordo. Que tem que haver reforma, tem...
Essa que querem fazer, NÃO.
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Localização : Niterói, RJ
peter.forc- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Xixi na cama etc.
Um governo com fixações fálicas e anais
Ruy Castro
Folha de S. Paulo, 8.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/2019/05/xixi-na-cama-etc.shtml
Há uma regra não escrita segundo a qual não se imaginam pessoas de certa representatividade —monges budistas, papas, missionários, almirantes, juízes, diplomatas— rebaixando-se a funções tão íntimas, como usar fio dental, aplicar desodorante, coçar-se, soltar pum ou mesmo fazer xixi. Eu não disse que não fazem isto —disse apenas que não nos compete imaginá-las fazendo. Aliás, o grau de santidade ou de autoridade de que têm de se despir para executar essas funções é de tal ordem que nem elas devem acreditar que, às vezes, precisam desempenhá-las. Para não falar na quantidade de roupas que têm de tirar —vide os repolhudos ministros do STF.
Em tese, os presidentes da República também deveriam fazer parte dessa linhagem de entes quase incorpóreos. E alguns devem ter feito. Quero crer, por exemplo, que Rodrigues Alves (1902-1906) e Affonso Penna (1906-1909) nunca tiraram ouro do nariz e o grudaram debaixo da cadeira. Quanto aos demais, não juro por ninguém —os caricaturistas, inclusive, não perdoavam suas idiossincrasias.
Mas nenhum se expôs tão brutal, repetida e espontaneamente quanto Jair Bolsonaro. Seu mandato mal começou e já sabemos, por ele próprio, que fez xixi na cama até os cinco anos, que se preocupa com a lavagem do pênis com água e sabão e que, como declarou a Silvio Santos, continua “na ativa e sem aditivos”. Sem falar na sua descoberta do “golden shower”, a partir do vídeo escatológico que disseminou pelas redes sociais no Carnaval. É uma permanente preocupação fálica e urinária, a merecer, talvez, a atenção dos especialistas.
Já a fixação de seu líder e inspirador, o astrólogo Olavo “Bocage” de Carvalho, é mais embaixo. Suas postagens e entrevistas são um festival de referências ao cu, com conotações tanto eróticas quanto fecais. Quando ele superará a fase anal?
É fatal. Com tantos mijando fora do penico, só pode dar m$%&.
Ruy Castro
Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.
JAZZigo- FCBR-CT
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Editorial Folha de S. Paulo, 08/05/2019
Fábrica de crises
Bolsonaro atiça futricas e adula facção em cruzada delirante contra militares
EDITORIAL
Folha de S. Paulo, 8.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/05/fabrica-de-crises.shtml
Com o Brasil ameaçado pelo retorno da recessão, já deveria estar clara para as lideranças a relação entre fiasco econômico e instabilidade política. Deveria, mas não está, como o demonstra o comportamento do presidente da República.
Jair Bolsonaro (PSL) é fonte de incertezas. Sob seu comando, o Planalto desponta como a mais prolífica fábrica de crises nacionais.
O supremo mandatário estimula bate-bocas sobre o nada, promove futricas acerca de coisa nenhuma, desperdiça tempo a adular uma facção amalucada, na qual estão incluídos seus filhos, que deliram numa cruzada de botequim contra a elite das Forças Armadas.
Neste fim de semana, a comunicação do presidente da República foi o veículo de nova estocada dessa banda de lunáticos contra o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).
Instado pela exumação de trecho de uma entrevista velha do general e pela leitura enviesada também inventada por aquela franja de boçais, de que ele ali defendera o controle de mídias sociais, o chefe do Executivo publicou uma admoestação oblíqua ao seu ministro.
Seu governo, escreveu Bolsonaro, não promoveria regulação das redes sociais. Àquela altura, Santos Cruz já era alvo de mais uma campanha de insultos, promovida entre outros pelo ideólogo Olavo de Carvalho, que nada costuma fazer apartado dos filhos do presidente, em especial do vereador Carlos.
A incapacidade, ou a falta de vontade, de Jair Bolsonaro de colocar um freio na sua turma reforçou-se nesta terça (7), quando voltou a divulgar palavras de admiração a Olavo, que fora criticado pela maior liderança moral do Exército, o ex-comandante e general da reserva Eduardo Villas Bôas.
O tal guru presidencial não se fez de envergonhado e pôs-se novamente a enxovalhar o comando do Exército, criticando-o por escudar-se num “doente preso a uma cadeira de rodas” —Villas Bôas sofre de uma doença degenerativa.
De um copo d’água, Jair Bolsonaro conseguiu fazer outra tempestade. Inimigos do Congresso, do Supremo e dos corpos regulares do Estado, os celerados do Twitter esfregam as mãos. Com a ajuda do presidente, expuseram oficiais das Forças Armadas, dentro e fora do governo, à humilhação.
A saída do governo de quadros como Santos Cruz significaria um triunfo para esse nicho autoritário. A sua permanência, no entanto, torna-se cada vez mais custosa, dada a doçura que o chefe de Estado dispensa aos arruaceiros que orquestram a difamação dos oficiais.
Tudo isso reforça a percepção geral de bagunça e falta de rumo no governo federal. O Brasil não retomará o crescimento nesse ambiente. Arrisca-se, pelo contrário, a enveredar por uma nova espiral de destruição de renda e empregos.
Bolsonaro atiça futricas e adula facção em cruzada delirante contra militares
EDITORIAL
Folha de S. Paulo, 8.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/05/fabrica-de-crises.shtml
Com o Brasil ameaçado pelo retorno da recessão, já deveria estar clara para as lideranças a relação entre fiasco econômico e instabilidade política. Deveria, mas não está, como o demonstra o comportamento do presidente da República.
Jair Bolsonaro (PSL) é fonte de incertezas. Sob seu comando, o Planalto desponta como a mais prolífica fábrica de crises nacionais.
O supremo mandatário estimula bate-bocas sobre o nada, promove futricas acerca de coisa nenhuma, desperdiça tempo a adular uma facção amalucada, na qual estão incluídos seus filhos, que deliram numa cruzada de botequim contra a elite das Forças Armadas.
Neste fim de semana, a comunicação do presidente da República foi o veículo de nova estocada dessa banda de lunáticos contra o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).
Instado pela exumação de trecho de uma entrevista velha do general e pela leitura enviesada também inventada por aquela franja de boçais, de que ele ali defendera o controle de mídias sociais, o chefe do Executivo publicou uma admoestação oblíqua ao seu ministro.
Seu governo, escreveu Bolsonaro, não promoveria regulação das redes sociais. Àquela altura, Santos Cruz já era alvo de mais uma campanha de insultos, promovida entre outros pelo ideólogo Olavo de Carvalho, que nada costuma fazer apartado dos filhos do presidente, em especial do vereador Carlos.
A incapacidade, ou a falta de vontade, de Jair Bolsonaro de colocar um freio na sua turma reforçou-se nesta terça (7), quando voltou a divulgar palavras de admiração a Olavo, que fora criticado pela maior liderança moral do Exército, o ex-comandante e general da reserva Eduardo Villas Bôas.
O tal guru presidencial não se fez de envergonhado e pôs-se novamente a enxovalhar o comando do Exército, criticando-o por escudar-se num “doente preso a uma cadeira de rodas” —Villas Bôas sofre de uma doença degenerativa.
De um copo d’água, Jair Bolsonaro conseguiu fazer outra tempestade. Inimigos do Congresso, do Supremo e dos corpos regulares do Estado, os celerados do Twitter esfregam as mãos. Com a ajuda do presidente, expuseram oficiais das Forças Armadas, dentro e fora do governo, à humilhação.
A saída do governo de quadros como Santos Cruz significaria um triunfo para esse nicho autoritário. A sua permanência, no entanto, torna-se cada vez mais custosa, dada a doçura que o chefe de Estado dispensa aos arruaceiros que orquestram a difamação dos oficiais.
Tudo isso reforça a percepção geral de bagunça e falta de rumo no governo federal. O Brasil não retomará o crescimento nesse ambiente. Arrisca-se, pelo contrário, a enveredar por uma nova espiral de destruição de renda e empregos.
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Por que Carvalho xinga tanto?
Guru da família Bolsonaro não está só, palavrões são um universal humano
Hélio Schwartsman
Folha de S. Paulo, 8.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2019/05/por-que-carvalho-xinga-tanto.shtml
Se há uma marca no pensamento de Olavo de Carvalho, são os palavrões —e não sei se há muita coisa mais. Na última série de críticas que lançou contra os militares que estão no governo, o ideólogo radicado na Virgínia (EUA) aludiu à parte final do tubo digestivo de um general e se referiu a outro pelo nome mais vulgar da matéria fecal. Por que Carvalho xinga tanto?
Nisso o guru da família Bolsonaro não está só. Palavrões são um universal humano. Não há idioma que não conte com um arsenal de palavras-tabu, quase sempre recrutadas da mesma meia dúzia de campos semânticos: sexo (ffoda, ccaralho), excrementos (mmerda, pporra), religião (diacho), doenças e morte (lazarento, cretino) e minorias desfavorecidas (bicha, pputa).
Como ensina Steven Pinker em “Do Que É Feito o Pensamento”, o que distingue palavrões dos termos mais ordinários da linguagem é a carga emocional que os primeiros encerram. Basta que apareçam numa fala ou mesmo por escrito para que sequestrem nossa atenção. Psicólogos desenvolveram até métodos (uma adaptação do teste Stroop) para medir quanto.
Nosso relacionamento especial com palavrões está tão arraigado no cérebro que o discurso blasfemo parece ocupar vias neuronais exclusivas. Há casos de pessoas que sofrem lesões cerebrais que lhes tiram a faculdade de falar (afasia), mas não afetam a capacidade de praguejar.
Em termos funcionais, o xingamento serve a múltiplos propósitos, que vão da agressividade (provocar o conflito) até a catarse (soltar um “pporra” depois de martelar o próprio dedo ou de desperdiçar um pênalti). Em qualquer hipótese, o uso de palavras-tabu se inscreve como uma modalidade de pensamento mágico. É como se a pessoa que recorre ao palavrão estivesse invocando encantamentos que teriam o dom de afetar o mundo. É óbvio que a realidade não funciona assim, mas é um modo de agir que combina bem com quem acredita em astrologia.
Hélio Schwartsman
Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".
Guru da família Bolsonaro não está só, palavrões são um universal humano
Hélio Schwartsman
Folha de S. Paulo, 8.mai.2019 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2019/05/por-que-carvalho-xinga-tanto.shtml
Se há uma marca no pensamento de Olavo de Carvalho, são os palavrões —e não sei se há muita coisa mais. Na última série de críticas que lançou contra os militares que estão no governo, o ideólogo radicado na Virgínia (EUA) aludiu à parte final do tubo digestivo de um general e se referiu a outro pelo nome mais vulgar da matéria fecal. Por que Carvalho xinga tanto?
Nisso o guru da família Bolsonaro não está só. Palavrões são um universal humano. Não há idioma que não conte com um arsenal de palavras-tabu, quase sempre recrutadas da mesma meia dúzia de campos semânticos: sexo (ffoda, ccaralho), excrementos (mmerda, pporra), religião (diacho), doenças e morte (lazarento, cretino) e minorias desfavorecidas (bicha, pputa).
Como ensina Steven Pinker em “Do Que É Feito o Pensamento”, o que distingue palavrões dos termos mais ordinários da linguagem é a carga emocional que os primeiros encerram. Basta que apareçam numa fala ou mesmo por escrito para que sequestrem nossa atenção. Psicólogos desenvolveram até métodos (uma adaptação do teste Stroop) para medir quanto.
Nosso relacionamento especial com palavrões está tão arraigado no cérebro que o discurso blasfemo parece ocupar vias neuronais exclusivas. Há casos de pessoas que sofrem lesões cerebrais que lhes tiram a faculdade de falar (afasia), mas não afetam a capacidade de praguejar.
Em termos funcionais, o xingamento serve a múltiplos propósitos, que vão da agressividade (provocar o conflito) até a catarse (soltar um “pporra” depois de martelar o próprio dedo ou de desperdiçar um pênalti). Em qualquer hipótese, o uso de palavras-tabu se inscreve como uma modalidade de pensamento mágico. É como se a pessoa que recorre ao palavrão estivesse invocando encantamentos que teriam o dom de afetar o mundo. É óbvio que a realidade não funciona assim, mas é um modo de agir que combina bem com quem acredita em astrologia.
Hélio Schwartsman
Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de "Pensando Bem…".
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
O Brasil ficou preso nas 'futricas do nada'
É o que dá erigir em guru um pilantra aloprado
Clóvis Rossi
Folha de S. Paulo, 8.mai.2019 às 11h48
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2019/05/o-brasil-ficou-preso-nas-futricas-do-nada.shtml
Recebi há alguns meses um email de um velho amigo brasileiro, funcionário (da maior competência) de importante organização internacional, em que ele pedia: “Por favor, confirme para mim que tudo isso aí no Brasil é uma alucinação, que nada disso é verdade, que é tudo uma brincadeira da mídia, inspirada na invasão de marcianos do Orson Welles" (episódio radiofônico de “A Guerra dos Mundos", que levou pânico a Nova York, em 1938).
Acrescentava: “Diz aí pro pessoal que, para quem observa de fora, como este seu velho amigo, já está começando a perder a graça, OK? Se não desmascararem isso logo, vamos, sim, virar motivo de chacota internacional".
Ah, meu amigo, se você continuou a acompanhar o Brasil de longe (sorte sua estar longe), já percebeu que:
1 - Não era uma alucinação. O Brasil de fato foi invadido não por marcianos, mas por um bando de malucos, seguidores de um pilantra aloprado.
2 - O Brasil já virou, sim, motivo de chacota internacional.
O que é inacreditável é que o Brasil passou a girar em torno de “futricas do nada", para usar expressão do editorial desta quarta-feira (dia da Folha.
Há, meu amigo, o que a mídia chama de batalha entre a ala militar e a ala ideológica do governo. É um erro, acho eu. Não pode haver uma ala ideológica quando ela não se ampara em ideias mas em tolices e idiotices rematadas.
Está se discutindo se a reforma da Previdência deve ser tal como a proposta pelo governo ou de alguma outra maneira (que, de resto, a oposição nem sequer apresenta)? Não. Basta que o pilantra da Virgínia diga que o militar fulano ou sicrano é um “m$%&” para que gente da maior competência, como meu amigo Hélio Schwartsman, passe a discutir porque o pilantra fala tanto palavrão.
É tudo o que o pilantra quer. Sua única “expertise” é suscitar polêmicas, de resto inúteis. Ia até dizer que sua “expertise” é incitar polêmicas, mas depois que um dos “alunos” dele (o ministro da Educação, Abraham Weintraub) tuitou “insitar", com "s”, em vez de “c", fiquei na dúvida sobre a grafia correta.
Em apenas quatro meses e oito dias de governo Bolsonaro, seu guru, Olavo de Carvalho, conseguiu o que não havia obtido nos seus 70 e tantos anos anteriores: tornou-se popstar.
O problema, aliás, nem é ele propriamente. Gente especializada em idiotices abunda em qualquer lugar do mundo, no Brasil em especial. O problema verdadeiro é quem leva a sério esse tipo de futriqueiro do nada e o erige em guru.
Quem precisa de guru é quem não consegue pensar com a própria cabeça.
É por isso, meu amigo, que essa invasão de mediocridades e disseminadores de idiotices assusta mais que a invasão dos marcianos inventada por Orson Welles.
Sou capaz de apostar que marcianos são muito mais inteligentes do que os aloprados que ditam a agenda do Brasil —a agenda do nada.
Clóvis Rossi
Repórter especial, membro do Conselho Editorial da Folha e vencedor do prêmio Maria Moors Cabot.
É o que dá erigir em guru um pilantra aloprado
Clóvis Rossi
Folha de S. Paulo, 8.mai.2019 às 11h48
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/2019/05/o-brasil-ficou-preso-nas-futricas-do-nada.shtml
Recebi há alguns meses um email de um velho amigo brasileiro, funcionário (da maior competência) de importante organização internacional, em que ele pedia: “Por favor, confirme para mim que tudo isso aí no Brasil é uma alucinação, que nada disso é verdade, que é tudo uma brincadeira da mídia, inspirada na invasão de marcianos do Orson Welles" (episódio radiofônico de “A Guerra dos Mundos", que levou pânico a Nova York, em 1938).
Acrescentava: “Diz aí pro pessoal que, para quem observa de fora, como este seu velho amigo, já está começando a perder a graça, OK? Se não desmascararem isso logo, vamos, sim, virar motivo de chacota internacional".
Ah, meu amigo, se você continuou a acompanhar o Brasil de longe (sorte sua estar longe), já percebeu que:
1 - Não era uma alucinação. O Brasil de fato foi invadido não por marcianos, mas por um bando de malucos, seguidores de um pilantra aloprado.
2 - O Brasil já virou, sim, motivo de chacota internacional.
O que é inacreditável é que o Brasil passou a girar em torno de “futricas do nada", para usar expressão do editorial desta quarta-feira (dia da Folha.
Há, meu amigo, o que a mídia chama de batalha entre a ala militar e a ala ideológica do governo. É um erro, acho eu. Não pode haver uma ala ideológica quando ela não se ampara em ideias mas em tolices e idiotices rematadas.
Está se discutindo se a reforma da Previdência deve ser tal como a proposta pelo governo ou de alguma outra maneira (que, de resto, a oposição nem sequer apresenta)? Não. Basta que o pilantra da Virgínia diga que o militar fulano ou sicrano é um “m$%&” para que gente da maior competência, como meu amigo Hélio Schwartsman, passe a discutir porque o pilantra fala tanto palavrão.
É tudo o que o pilantra quer. Sua única “expertise” é suscitar polêmicas, de resto inúteis. Ia até dizer que sua “expertise” é incitar polêmicas, mas depois que um dos “alunos” dele (o ministro da Educação, Abraham Weintraub) tuitou “insitar", com "s”, em vez de “c", fiquei na dúvida sobre a grafia correta.
Em apenas quatro meses e oito dias de governo Bolsonaro, seu guru, Olavo de Carvalho, conseguiu o que não havia obtido nos seus 70 e tantos anos anteriores: tornou-se popstar.
O problema, aliás, nem é ele propriamente. Gente especializada em idiotices abunda em qualquer lugar do mundo, no Brasil em especial. O problema verdadeiro é quem leva a sério esse tipo de futriqueiro do nada e o erige em guru.
Quem precisa de guru é quem não consegue pensar com a própria cabeça.
É por isso, meu amigo, que essa invasão de mediocridades e disseminadores de idiotices assusta mais que a invasão dos marcianos inventada por Orson Welles.
Sou capaz de apostar que marcianos são muito mais inteligentes do que os aloprados que ditam a agenda do Brasil —a agenda do nada.
Clóvis Rossi
Repórter especial, membro do Conselho Editorial da Folha e vencedor do prêmio Maria Moors Cabot.
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Editorial O Globo, 08/05/2019
Bolsonaro precisa dizer de que lado está
Sequer ataque deplorável de Olavo de Carvalho a Villas Bôas recebe do presidente resposta à altura
EDITORIAL
O Globo, 08/05/2019 - 00:00 / Atualizado em 08/05/2019 - 11:03
https://oglobo.globo.com/opiniao/bolsonaro-precisa-dizer-de-que-lado-esta-23648372
O que na campanha apareceu como uma possibilidade, a interferência dos filhos do presidente Bolsonaro no governo, causando instabilidades, se confirma e até excede as expectativas. Com o “02”, Carlos, no comando, uma milícia digital bolsonarista ataca quem o grupo considere ameaça ao atingimento de algum objetivo, com o ideólogo Olavo de Carvalho na condição de inspirador-mor.
Hoje está claro que existe um bolsão de extrema direita ávido por poder atrás das cortinas da atuação do grupo. Já indicou, de forma clara, dois ministros — Ernesto Araújo, para o Itamaraty, e controla o MEC, no qual substituiu o nada inspirado Ricardo Vélez pelo linha-dura de direita Abraham Weintraub; avançou sobre a agência Apex e, desde a montagem do governo, tem especial atração pela Comunicação do Palácio.
É esta predileção que levou Carlos e Olavo a atacarem com fogo concentrado o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, sob a qual está a Secom. Foi executada uma operação típica de criação de fake news para atingir Santos Cruz: tiraram de contexto uma frase sensata do ministro sobre o uso das redes sociais por grupos ideologicamente extremados e espalharam que ele deseja censurá-las. Um despropósito.
Seria apenas mais uma manobra do grupo — já grave e deplorável — se o presidente Bolsonaro não reforçasse de forma enviesada a interpretação de que houve defesa de censura, afirmando — o que é bem-vindo — que, no seu governo, não haverá censura a qualquer mídia. Mas pareceu um aval à distorção da frase de Santos Cruz, que no domingo foi ao Alvorada conversar com o presidente.
Na segunda, Bolsonaro, como tem feito, tentou minimizar o problema, mas, desta vez, a ação de Olavo — até já condecorado pelo presidente — e Carlos ultrapassou os limites. Santos Cruz, general da reserva, é mais um dos militares do governo atacados pela milícia digital. Antes, já fora o próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, outro general da reserva. Para agravar a crise, o ex-comandante do Exército Villas Bôas, hoje assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional, divulgou nota sensata em favor da unidade do governo, sem deixar de identificar Olavo como “verdadeiro Trotski de direita”, um paralelo com o russo que defendia a revolução permanente.
Olavo, em resposta, cometeu ato de extrema deselegância e agressividade, para dizer o mínimo, tratando o ex-comandante do Exército como um “doente preso a uma cadeira de rodas” — Villas Bôas sofre de doença degenerativa.
Não é mais possível Bolsonaro continuar no jogo de tentar se manter distante de absurdos que partem da própria família, sem defender seus auxiliares. O presidente, na verdade, tem de estar na defesa do governo, por óbvio, e num momento grave em que assuntos de extrema relevância tramitam no Congresso, como a reforma da Previdência.
Bolsonaro sequer respondeu à nota ignóbil de Olavo na devida altura. E ainda elogiou o ideólogo, chamando-o de “ícone”, mesmo depois do ataque vil feito a Villas Bôas. Outra atitude reprovável. Bolsonaro precisa definir de que lado está.
Sequer ataque deplorável de Olavo de Carvalho a Villas Bôas recebe do presidente resposta à altura
EDITORIAL
O Globo, 08/05/2019 - 00:00 / Atualizado em 08/05/2019 - 11:03
https://oglobo.globo.com/opiniao/bolsonaro-precisa-dizer-de-que-lado-esta-23648372
O que na campanha apareceu como uma possibilidade, a interferência dos filhos do presidente Bolsonaro no governo, causando instabilidades, se confirma e até excede as expectativas. Com o “02”, Carlos, no comando, uma milícia digital bolsonarista ataca quem o grupo considere ameaça ao atingimento de algum objetivo, com o ideólogo Olavo de Carvalho na condição de inspirador-mor.
Hoje está claro que existe um bolsão de extrema direita ávido por poder atrás das cortinas da atuação do grupo. Já indicou, de forma clara, dois ministros — Ernesto Araújo, para o Itamaraty, e controla o MEC, no qual substituiu o nada inspirado Ricardo Vélez pelo linha-dura de direita Abraham Weintraub; avançou sobre a agência Apex e, desde a montagem do governo, tem especial atração pela Comunicação do Palácio.
É esta predileção que levou Carlos e Olavo a atacarem com fogo concentrado o ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, sob a qual está a Secom. Foi executada uma operação típica de criação de fake news para atingir Santos Cruz: tiraram de contexto uma frase sensata do ministro sobre o uso das redes sociais por grupos ideologicamente extremados e espalharam que ele deseja censurá-las. Um despropósito.
Seria apenas mais uma manobra do grupo — já grave e deplorável — se o presidente Bolsonaro não reforçasse de forma enviesada a interpretação de que houve defesa de censura, afirmando — o que é bem-vindo — que, no seu governo, não haverá censura a qualquer mídia. Mas pareceu um aval à distorção da frase de Santos Cruz, que no domingo foi ao Alvorada conversar com o presidente.
Na segunda, Bolsonaro, como tem feito, tentou minimizar o problema, mas, desta vez, a ação de Olavo — até já condecorado pelo presidente — e Carlos ultrapassou os limites. Santos Cruz, general da reserva, é mais um dos militares do governo atacados pela milícia digital. Antes, já fora o próprio vice-presidente, Hamilton Mourão, outro general da reserva. Para agravar a crise, o ex-comandante do Exército Villas Bôas, hoje assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional, divulgou nota sensata em favor da unidade do governo, sem deixar de identificar Olavo como “verdadeiro Trotski de direita”, um paralelo com o russo que defendia a revolução permanente.
Olavo, em resposta, cometeu ato de extrema deselegância e agressividade, para dizer o mínimo, tratando o ex-comandante do Exército como um “doente preso a uma cadeira de rodas” — Villas Bôas sofre de doença degenerativa.
Não é mais possível Bolsonaro continuar no jogo de tentar se manter distante de absurdos que partem da própria família, sem defender seus auxiliares. O presidente, na verdade, tem de estar na defesa do governo, por óbvio, e num momento grave em que assuntos de extrema relevância tramitam no Congresso, como a reforma da Previdência.
Bolsonaro sequer respondeu à nota ignóbil de Olavo na devida altura. E ainda elogiou o ideólogo, chamando-o de “ícone”, mesmo depois do ataque vil feito a Villas Bôas. Outra atitude reprovável. Bolsonaro precisa definir de que lado está.
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo
Gestão Bolsonaro faz corte generalizado em bolsas de pesquisa no país
Medida atinge até alunos que já tinham sido aprovados; estudante chegou a mudar de estado
Angela Pinho
Paulo Saldaña
Rogério Gentile
Folha de S. Paulo, 8.mai.2019 às 17h07
Atualizado: 8.mai.2019 às 17h58
A gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) bloqueou nas últimas horas de forma generalizada bolsas de mestrado e doutorado oferecidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Segundo relatos de coordenadores de programas, financiamentos que estavam temporariamente sem uso foram retirados do sistema do órgão de fomento ligado ao Ministério da Educação.
As bolsas pertenciam a alunos que já defenderam seus trabalhos recentemente e seriam destinadas a estudantes aprovados em processos seletivos concluídos ou em andamento.
O corte pegou as universidades de surpresa e atingiu não só áreas de humanas, que a gestão do ministro Abraham Weintraub disse não ser prioridade do investimento público, mas também as de ciências.
No Instituto de Biociências da USP, 38 bolsas foram cortadas —17 de mestrado, 19 de doutorado e duas de pós-doutorado.
Elas custeariam estudos nas áreas de botânica, ecologia, fisiologia, genética e zoologia.
Segundo o professor Eduardo Santos, vice coordenador do programa de pós-graduação em zoologia, a medida atrapalha a formação de pesquisadores e a produção de conhecimento sobre biodiversidade e ainda dificulta a gestão interna.
Na semana passada, o programa fez um exame de ingresso na pós-graduação contando com o número de bolsas disponíveis. “Nosso planejamento gira em torno dessa estabilidade”, diz.
Ele afirma ainda que, há dois meses, o programa consultou a Capes por escrito para saber se poderia esperar um pouco para preencher a cota da bolsa de pós-doutorado, para que se pudesse elaborar um edital adequado. Receberam a resposta de que sim e, nesta quarta-feira, souberam que esse auxílio foi cortado.
O programa tem nota máxima na avaliação de qualidade da Capes.
Além de professores, a medida pegou de surpresa também estudantes que já tinham passado em processos seletivos.
Aprovada no mestrado em botânica da USP, Adriana dos Santos Lopes, 29, acabou de se mudar do Espírito Santo para São Paulo e, sem financiamento, agora não sabe se vai conseguir continuar os estudos.
Ela desistiu de outra bolsa para fazer o programa da USP. “Estou vendo a possibilidade de voltar ou recorrer a algum alojamento emergencial, mas não sei como vou fazer”, diz.
No início da tarde desta quarta-feira (8 ), o pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, enviou comunicado a seus colegas de universidade compartilhando a sua preocupação com a medida da Capes.
“No dia de hoje, as bolsas que constavam como disponíveis para novas implementações foram zeradas nos sistemas”, escreveu.
Ele disse ainda que uma transferência bancária que era esperada para verba de custeio não havia sido efetivada e que estava em busca de esclarecimentos da Capes, sem sucesso.
Na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ao menos 40 bolsas foram suspensas, segundo levantamento ainda preliminar da instituição, que disse ter sido pega de surpresa e reclamou da "insensatez da medida"
"Percebeu-se que o sistema para o cancelamento e atribuição de bolsista estava fechado justamente no período do mês que deveria estar aberto para tais remanejamentos. Foram recolhidas bolsas que estavam há apenas 15 dias 'ociosas', muitas vezes aguardando justamente a abertura mensal do sistema da Capes para a indicação do bolsista", diz nota da pró-Reitoria de Pós-Graduação.
"Vale destacar que, no Brasil, a atividade de pesquisa recai fortemente sobre as universidades públicas, dado que não se conseguiu arregimentar um maior engajamento das empresas nesta atividade. Esse é um problema que o país tem que enfrentar, mas não vai conseguir com cortes horizontais no orçamento das universidades e nas bolsas de pós-graduação e pós-doutoramento."
Há relatos semelhantes de corte de bolsas não ocupadas em diversas localidades do país, como Paraná, Minas Gerais, Goiás e Ceará.
Na UEL (Universidade Estadual de Londrina), aos menos 38 bolsas que seriam concedidas no início do segundo semestre sumiram do sistema.
Na UFC (Universidade Federal do Ceará), 61 bolsas que estavam vagas sumiram do sistema. Se não for revertido, o corte delas irá interromper pesquisas sobre biotecnologia, políticas públicas, recursos hídricos e doenças tropicais, entre outras, afirma o pró-reitor adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação da instituição, Jorge Herbert Soares de Lira.
Ele afirma que a existência de bolsas não utilizadas faz parte da rotatividade normal das vagas. “À medida que os estudantes defendem os seus trabalhos, elas ficam vagas e logo serão destinadas a outros alunos.”
Ó órgão foi um dos atingidos pelo contingenciamento promovido pela gestão Bolsonaro. No total, foram congelados R$ 819 milhões, ou 19% do valor autorizado, segundo dados da semana passada.
O maior volume de corte é nas bolsas de pesquisa no ensino superior: R$ 588 milhões, ou 22% do previsto.
O órgão havia informado, na semana passada, que haveria o congelamento de todas as bolsas ociosas identificadas nos programas de pós-graduação. O temor entre pesquisadores é qual será o critério para o entendimento de ociosidade, o que pode impactar na não renovação do número atual de bolsas.
A ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) já questionou a Capes nesta quarta-feira sobre o tema, mas não obteve resposta.
"O mais preocupante é que não tem perspectiva de reversão do bloqueio no segundo semestre. Todas as sinalizações são no sentido de um corte geral", diz a presidente da associação, Flávia Calé da Silva.
"O ministro da Educação [Abraham Weintraub] foi ao Senado e condicionou a volta dos investimentos à aprovação da reforma Reforma da Previdência, em uma espécie de chantagem".
Pesquisadores de instituições particulares também foram atingidos. Morgana Krieger, 34, teve sua bolsa de doutorado suspensa após voltar de estudos na Inglaterra.
Doutoranda em Administração Pública e Governo na FGV-SP, Morgana é bolsista da Capes desde 2017. No ano passado, conseguiu a chamada bolsa sanduíche, também da Capes, e foi para a London School Of Economics. Ao retornar, foi informada que o sistema não possibilitava a reativação de sua bolsa aqui no Brasil.
"Entrei em contato com a Capes e me disseram que o sistema está bloqueado por tempo indeterminado", disse ela, que estuda questões urbanísticas em projetos de desapropriação em obras públicas. "A bolsa é minha principal fonte de manutenção e tenho um custo para a tese, com viagens, que a bolsa já não cobre".
'RECOLHIMENTO DE BOLSAS'
A Capes por meio de nota informou que o sistema de bolsas é fechado todos os meses para a geração de folhas de pagamento. Neste mês, entretanto, ele não foi aberto para o "recolhimento de bolsas que estavam à disposição das instituições, mas que não estavam sendo utilizadas no mês de abril de 2019 (bolsas ociosas, ou não utilizadas)".
O órgão defende que nenhum bolsista já cadastrado foi retirado do sistema.
O órgão não explica qual critério para classificar benefícios como ociosos. Afirma, ainda, que não sabe o número exato "das bolsas ociosas recolhidas".
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