Quais as estratégias de vocês para estudar uma música nova?

Olá,

Atualmente estou estudando O descobridor dos sete mares () do Tim Maia.
E gostaria de saber de vocês como estudariam uma musica desse tipo? Dividem por partes? Fazem primeiro estudo rítmico? Toca tudo de uma vez até cansar? Em quanto tempo vocês conseguem ter a musica na mão?

capirotagem escreveu:
Dividem por partes?

Sim, eu costumo dividir em partes: intro, estrofe, refrão, ponte, etc. Tento tocar cada uma destas partes e vou ajustando o mais próximo possível da original, a depender da minha capacidade.

Se quero tirar a musica com facilidade, preciso ouvir ela muito, a ponto de conseguir cantarolar a linha de baixo.
Conseguindo isso, quando pego o baixo, sai tudo mais fácil, pois já está internalizado.

Claro, depende da música e seu nível de complexidade.

Eu recomendo tentar entender a harmonia e não só decorar a linha.
Já toquei essa músicas umas 300 vezes mas nunca tirei a linha original vou na harmonia e me divirto.
Escute a versão do Lulu Santos também que usa uma linha de baixo de funk famosa acho que disco inferno se não me engano.

Decorar a linha pode falhar agora entender a harmonia vai te fazer poder caminha por ela sem tocar exatamente a linha original.
Eu penso assim porque se muda o andamento, bateria ou qualquer elemento muitas vezes a linha original pode ficar ruim para aquela situação.

Esqueci de sugerir sempre escutar outras versões, buscar versões ao vivo e comparar, ou seja fazer uma imersão mesmo na música e escutar outras possibilidades e abordagens.
Com o tempo sabendo utilizar o material musical e conhecendo um pouco da linguagem você vai se libertando e tocando da sua forma ou até mesmo se necessário nota por nota mas vai ainda assim ter mais liberdade e saber se virar se tocar algo não exatamente igual.

Ouvir talvez seja o mais importante.

Não costumo tocar linhas originais, mas presto atenção nas intenções originais. Onde o baixo segura, onde ele dá o balanço, onde ele fica mais solto, etc...

Sempre tive o costume de tirar música sem o instrumento. Se consigo cantar a linha de baixo, via de regra consigo tocar. Há exceções com músicas mais complexas. Já fiz show com artista grande chamado de última hora e fui ouvindo o repertório no avião. Chega na cidade, banho no hotel e direto pra o show. Isso acontece com frequência no mundo real.

Pra mim depende muito de como você quer tirar e do motivo, contexto, etc.
Mas tem que ouvir a música pelo menos né. Alí já dá alguma sacada

Se eu nunca mais tiver interesse nem necessidade de tocar aquela música de novo, e o tempo estiver curto, vou no básico, pego uma cifra, uma tab, decoro o que precisa pra aquela situaçao, toco junto umas vezes. Normalmente esqueço logo depois.

Se tenho mais tempo, a música me interessa, etc, ouço com mais calma, escrevo de uma forma que faça sentido pra mim, tento sacar as passagens mais marcantes, e essas, fazer mais fiel... normalmente essas me recordo mais, mesmo depois de um tempo.

Dividir em partes também é interessante.

Dando dois exemplos aqui
- Chamado pra fazer Sub de um repertorio (e estilo) que eu já tocava (uns 90%) e o restante ja conhecia de ouvir mas nunca tinha tocado, chamado meio que em cima da hora: olhei a harmonia, tom, etc. Na hora ia sacando meio que o precisava fazer (eram musicas relativamente simples)
- Chamado pra fazer um repertorio pequeno mas composto basicamente de músicas que eu nao conhecia, nem estava habituado a ouvir: escutei as musicas algumas (varias) vezes, notei onde tinham passagens/frases mais marcantes, umas foram na intuiçao, outra no ouvido, outra olhando uma referencia.

Escutar muito, decorar, tratar as linhas como exercício e continuar até ficar no automático.

Escutar e cantar é sempre uma boa pedida!

Bom, eu sou autodidata, manjo nada de teoria, mas me considero um bom musico prático com bom ouvido.

No meu caso primeiro vejo a estrutura da musica (estrofe, refrão, solo, onde repete e etc), pois me ajuda a internalizar a musica saber "pra onde vai a harmonia". Feito isso e já sabendo as notas principais, vou 'polindo' a linha de contrabaixo, se tem algum riff, alguma linha mais marcante.

Umas demoram mais, outras menos, depende da complexidade.

Essa é uma típica batalha que pode ser vencida antes mesmo dela começar. Explico: Acrescentar músicas ao repertório é uma tarefa que se torna muito mais fácil se o instrumentista tiver feito um trabalho prévio e souber o que é um acorde, como um acorde é formado, quais são as notas desse acorde, o que é campo harmônico, souber os modos e os acordes de cada grau da escala, souber identificar intervalos, souber identificar progressões de acordes e ouvir - sem preconceito - canções do maior número de gêneros musicais possível.

Dito isso, a estratégia que uso nesses casos é

Passo 1 (sem pegar o instrumento)

ouvir
ouvir
ouvir
ouvir
ouvir
(Para deixar a canção marinando no subconsciente)

Passo 2
Escutar (aqui a coisa muda porque se torna um exercício de atenção. Além disso, faço o mapa da canção)

Passo 3
Cantar a linha de baixo. Fazer o ditado rítmico.

Passo 4
Pegar o instrumento, cantar a linha de baixo e tocar a canção.

(Também ajuda muitíssimo tocar a melodia da canção no baixo, uma vez que o acompanhamento de uma canção é construído em torno da melodia principal da peça).