Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
A generalizacao que falei e que todos la sao milicianos
johny leandro- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
johny leandro escreveu:A generalizacao que falei e que todos la sao milicianos
Eu sei. A essa mesma que me referi. Eu não disse isso, mas de fato, aqueles mascarados não eram coisa boa, tanto que parece que foi um deles o autor dos disparos.
A honestidade do Cid e a atuação dele no episódio são coisas distintas.
Pra uma cabe processo e investigação. Pra outra não. Simples assim...
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
johny leandro escreveu:So estou tentando passar que os dois lados estão errado e que o Cid nao e o menos errado nessa historia sabe?!porque vejo muita gente descendo a lenha nos policias e esquecem que ele tentou sim PASSAR POR CIMA dos policias.Lembro bem do bafafa que foi gerado pela midia com aquela fala estupida do flavio rachadinha se nao engano que só precisaria de um cabo e um soldado pra fechar o congresso,ou sobre a volta do AI5,aqui temos um caso concreto e nao um idiota falando asneiras.
É.. de fato o Cid não é idiota. Pode ser um espertalhão, como o irmão, mas idiota ele não é.
E vou te falar... Difícil acreditar que gente armada de capuz é um inocente trabalhador...
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Na verdade acho que nos dois casos cabem processo:um de tentativa de homicidio pro coronel e perda deo cargo e tentiva de homicidio para os autores dos disparos(mesmo sendo em autodefesa na minha opinião).ja a questao de estarem mascarados segundo alguns e por medo de perda do em0rego.
johny leandro- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
É, mas os que estavam com medo e que eram honestos não precisavam estar armados. Se estavam, foi pra fazer m$%&. Além do mais, o governo cedeu, e os policiais estão contra a lei. O que eles estão fazendo é inconstitucional!
O Cid não baleou ninguém. Jogou a retroescavadeira na grade e antes avisou o que faria. Quem atirou, simplesmente puxou o gatilho. Isso sim é tentativa de homicídio!
É muito diferente. Mas é diferente pra cacete!!!
O Cid não baleou ninguém. Jogou a retroescavadeira na grade e antes avisou o que faria. Quem atirou, simplesmente puxou o gatilho. Isso sim é tentativa de homicídio!
É muito diferente. Mas é diferente pra cacete!!!
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Nao acho tao diferente,porque ele jogou em um portao que tinha varios atras...a uma disproporcionalidade de forcas enorme,e aviso nao insenta de culpa
johny leandro- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Tão tá.
Só que existe uma coisa chamada lei, que se sobrepõe ao que a gente "acha".
Vamos aguardar o desenrolar dos fatos.
Só que existe uma coisa chamada lei, que se sobrepõe ao que a gente "acha".
Vamos aguardar o desenrolar dos fatos.
Rico- Eterno Colaborador
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Binão- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
johny leandro escreveu:Nao acho tao diferente,porque ele jogou em um portao que tinha varios atras...a uma disproporcionalidade de forcas enorme,e aviso nao insenta de culpa
Quando esses PMS reprimem um protesto dos civis com cacetes e armas de borracha, contra no máximo pedras, o que é então?
AndréBurger- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Protestos tao pacíficos esse que vc citou não?garanto que não são "no máximo pedras"...garrafas,pedaços de madeiras tudo que tiver pela frente contra uma dúzia de policias acuados por trás de escudos,quer que dialogue nessa situação?
johny leandro- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
1 duzia de policiais acuados?
Em todas que fui em sp tinha policiais nos 2 lados da avenida disponibilizada com forte armamento e muitas viaturas.
Já foi em uma ou assiste tudo pela tv?
Em todas que fui em sp tinha policiais nos 2 lados da avenida disponibilizada com forte armamento e muitas viaturas.
Já foi em uma ou assiste tudo pela tv?
AndréBurger- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Realmente agora você acertou na mosca,nunca tive o desprazer de ir nessas manifestacoes tão pacíficas a ponto de manifestantes arremessarem pedras,garrafas de vidro e pedaços de madeira contra a policia, e a policia revidando com bala de borracha e gás lacrimogêneo.
johny leandro- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
johny leandro escreveu:Realmente agora você acertou na mosca,nunca tive o desprazer de ir nessas manifestacoes tão pacíficas a ponto de manifestantes arremessarem pedras,garrafas de vidro e pedaços de madeira contra a policia, e a policia revidando com bala de borracha e gás lacrimogêneo.
Então... Eu já! Por equivoco, ao sair do trabalho, me deparei com uma manifestação no centro do RJ. As pessoas gritavam palavras de ordem, mas não havia confronto. Eu continuei andando, em direção ao metrô. Foi nesse momento que o comandante da polícia deu ordem pra acabar com a manifestação. Eu fui premiado com gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Impossível ver alguma coisa. Aí foi porradaria mesmo, e se fosse necessário, eu saia no braço também! Pra me defender eu tentaria arriar um ou dois deles, sem sombra de dúvidas!
Cara, não adianta. A polícia não foi historicamente criada pra defender a população, mas pra cuidar das posses da coroa. E tanto tempo depois, o intuito continua quase o mesmo.
Por outro lado, existem sim os bons policiais. Aqueles que estão do lado da população e que honram a farda. Quero inclusive crer que eles são a maioria. Duvido que algum deles saia armado e encapuzado pra alguma manifestação.
Você está claramente defendendo um lado, sem ter conhecimento de causa ou sem ver a outra face da moeda. A polícia deve proteger o cidadão!
Nessa aí, exclusivamente, eu tô com o Cid e não abro!
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Charge da Laerte para Opinião de 17.set.2019 - Laerte
Leitor pede reação urgente às agressões de Bolsonaro
Ataque à jornalista Patrícia Campos Mello é de estarrecer, diz leitor
Folha de S. Paulo, 19.fev.2020 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/paineldoleitor/2020/02/leitor-pede-reacao-urgente-as-agressoes-de-bolsonaro.shtml
Insultos de Bolsonaro
"Bolsonaro insulta repórter da Folha com insinuação sexual" (Poder, 18/2). Minha indignação cresce a cada declaração feita por esse senhor medíocre, inculto, leviano, preconceituoso, rasteiro e fascista que responde pelo Executivo brasileiro. É urgente que haja uma reação das forças democráticas a essa permanente tentativa de desconstrução das instituições e dos processos civilizatórios. Merecemos um futuro.
Aureluce Demonte, professora aposentada de ciências farmacêuticas da Unesp (Araraquara, SP)
***
Esse elemento, que não merece ser nomeado, é o mais baixo presidente de toda a história da nossa República. O que ele disse sobre a jornalista Patrícia Campos Mello é de estarrecer.
José Valcir da Silva Rodrigues (Rio de Janeiro, RJ)
***
E a liturgia do cargo? Onde o presidente a escondeu?
Eni Maria Martin de Carvalho (Botucatu, SP)
***
Peço desculpas à repórter Patrícia Campos Mello pelos constantes ataques que tem recebido por fazer seu trabalho. E por que peço desculpas? Pela simples razão de eu ter sido um dos eleitores responsáveis pela vitória do "Sem Precedentes da República" que está aí e que, diferentemente do que eu acreditava, não é uma pessoa honesta, íntegra, educada e de valores pautados no respeito. É um sujeito sem caráter e sem ética. Sujo e covarde. Tenho mãe, esposa, irmãs e, em breve, terei uma filha. E a última coisa que desejaria que acontecesse a elas é o que vem acontecendo com a jornalista.
Danilo Renato Tucciarelli (Poços de Caldas, MG)
***
Não sei se vou aguentar esse estado de náusea por mais três anos.
Ana Lacerda (Brasília, DF)
***
Não é preciso descer ao nível de um sujeito vulgar que todos os dias mente e xinga gente séria. Mas é preciso tratá-lo pelo que é: um bestalhão perigoso, que arrasta o discurso público e a política para a cloaca. Até quando suportaremos?
Mario Sergio Conti, jornalista (São Paulo, SP)
***
Como diria o ministro da Educação: é "imprecionante" "aonde" o Brasil se encontra, com toda essa "paralização" mental e a vulgaridade indecorosa que assola o governo. Quanto tempo mais para chegarmos ao fundo do poço?
Sofia Mello Grivet (Brasília, DF)
***
Minha solidariedade a Patrícia Campos Mello, vítima das vulgaridades da pessoa indigna que ocupa a Presidência. Apelo aos editores de todos os meios de comunicação de respeito: deixem de enviar seus repórteres ao diário festival de baixarias na porta do Palácio da Alvorada.
Roberto Pompeu de Toledo, jornalista (São Paulo, SP)
***
Creio que chegamos ao último degrau do inferno dantesco. Uma jornalista sofre assédio moral do homem que ocupa o mais alto cargo da nossa República. Isso é o resultado de ter-se silenciado e até apoiado os virulentos ataques morais à uma presidenta da República democraticamente eleita e depois afastada do cargo num processo que violou as regras do jogo democrático.
Marcia Novaes Guede (Salvador, BA)
Última edição por JAZZigo em Sáb Fev 22, 2020 1:36 pm, editado 1 vez(es)
JAZZigo- FCBR-CT
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Sem meias palavras...
Bruna Barros/Folhapress
A sem-vergonhice agressiva do presidente propicia a união contra ele
A vergonha é uma tomada de consciência, um passo para a união; o Brasil não pode ser Bolsonaro
Mario Sergio Conti
Folha de S. Paulo, 22.fev.2020 às 2h00
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/mariosergioconti/2020/02/a-sem-vergonhice-agressiva-do-presidente-propicia-a-uniao-contra-ele.shtml
Lá veio ele. De terno xexelento e gravata brega. Erguendo os polegares a troco de nada. Articulando aos trancos e barrancos sujeito, verbo e predicado.
Arreganhando os dentes numa risada maníaca. Ostentando a papada e o pescoção obscenos para os celulares da claque.
Outra manhã no portão do Alvorada. O cenário foi calculado para ser morfético: o chiqueirinho insolente para jornalistas, a canhestra coreografia de jagunços simiescos, o alvoroço dos bajuladores. O Mito sai do palácio com o script pronto.
Tanto que na terça-feira, sem que nada lhe fosse perguntado, e recorrendo a um aspone, ladrou suas cachorradas contra a repórter Patrícia Campos Mello. Aí fez uma cara de espertalhão que ganhou o dia, afixou a metálica risada-cicatriz na fuça e se mandou. Só a sua corja achou graça.
Mesmo que as patadas do presidente e seus asseclas sejam reiteradas diariamente, houve dessa vez um incômodo inusitado. A infâmia não foi tida por corriqueira. Como definir o embaraço que se espalhou por parte da opinião pública?
Houve por certo enjoo, cansaço, gente que de novo perguntasse: de que bueiro saiu esse cara? Mas sentiu-se outra coisa, um dissabor fugidio que pegou fundo, constrangimento, humilhação, repulsa. Salvo engano houve vergonha.
A vergonha é um sentimento tão evidente que fica difícil defini-lo. Talvez seja um meio termo entre pudor e culpa, mas se alimenta de ambos.
Ocorre no íntimo da pessoa, mas vem de fora, diz respeito a como os outros a enxergam. Dá-se a ver no rubor e no gesto de cobrir o rosto com as mãos.
No Gênesis, Adão e Eva comem o fruto proibido e, ao acordarem, sentem vergonha pela primeira vez. A consciência do que fizeram os perturba. Têm vergonha da nudez e se cobrem com folhas. Envergonhados, são expulsos do Paraíso.
Vergonha vem do latim “Verecundia”, cujo plural é sinônimo de órgãos sexuais. Na sua carta, Pero Vaz de Caminha joga com os dois sentidos, contrapondo as vergonhas das índias à sem-vergonhice dos lusos:
“Moças bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos pelas costas, e suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha”.
A vergonha inexiste na infância. Crianças não se importam com a nudez, em urinar e defecar em público, em ter prazer com dejetos. A partir da puberdade, diz Freud, a vergonha é um dos mecanismos —como a timidez, o asco e o pudor— com os quais a cultura recalca a pulsão sexual dos indivíduos.
A vergonha dos brasileiros foi outra: a de ter um presidente sem noção. Que fala no Alvorada como num vestiário de caserna. Que se dirige a nós como se aos da sua laia. Que agride quem não é ignóbil como ele. Como reagir à torpeza cotidiana?
Carlo Ginzburg é um eminente historiador italiano. “O Queijo e os Vermes”, seu livro mais conhecido, inaugurou um gênero, o da micro-história. Tem 80 anos e a aura de um sábio.
Pois ele tem um ensaio contraintuitivo —inédito no Brasil e republicado há pouco na Inglaterra— no qual argumenta que a vergonha tem uma dimensão social e positiva. “O Vínculo da Vergonha” abre assim: “O país ao qual se pertence não é, como diz a retórica habitual, aquele que se ama, mas o do qual se tem vergonha.” Não que a vergonha seja uma escolha: “Ela desaba sobre nós, nos invade —nossos corpos, nossos sentimentos, nossos pensamentos— como uma doença repentina”.
Ginzburg busca suas raízes gregas. Para Aristóteles, ela é uma paixão, e não uma virtude. Em Homero, é um grito de guerra que atemoriza o inimigo: “Aidos!”, cujo sentido ecoa na expressão “Tenha vergonha na cara!”.
O decisivo, diz ele, é a dimensão coletiva da vergonha. A desonra que ela provoca serve de mola para vencê-la.
Ela é uma reação ao perigo, um vínculo que congrega.
Daí que, na “Ilíada”, Nestor exorte seus soldados a ter “vergonha, a pensar nos filhos e esposas, nas posses e pais, vivos ou mortos: tenham coragem e não fujam da luta”. A vergonha é uma tomada de consciência, um passo para a união. O Brasil não pode ser Bolsonaro.
Foi o que ocorreu com o leitor Danilo Tucciarelli na carta que a Folha publicou. Ele pediu desculpas a Patrícia Campos Mello por ter votado em Bolsonaro, mas descobriu que o presidente é “um sujeito sujo e covarde”.
Conclui sua carta assim: “Tenho mãe, esposa, irmãs e, em breve, terei uma filha. E a última coisa que desejaria que acontecesse a elas é o que vem acontecendo com a jornalista.” A vergonha homérica está aí.
Mario Sergio Conti
Jornalista, é autor de "Notícias do Planalto".
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
johny leandro escreveu:Realmente agora você acertou na mosca,nunca tive o desprazer de ir nessas manifestacoes tão pacíficas a ponto de manifestantes arremessarem pedras,garrafas de vidro e pedaços de madeira contra a policia, e a policia revidando com bala de borracha e gás lacrimogêneo.
Fico mais tranquilo ao ver a sua admissão de que tudo o que opinou até então é Puro ACHISMO e não envolve experiência alguma. Com palpiteiro que já chega botando banca não vale a pena conversar.
AndréBurger- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
^E tem alguém aqui cuja opinião não é pautada em achismo?
A não ser que alguém estivesse in loco e tenha acompanhado absolutamente tudo, é achismo.
E mesmo assim, é absolutamente normal escolhermos qual a narrativa que achamos melhor.
O que nos sustenta como sociedade é a troca de "achismos". Seja mais paciente com o achismo alheio.
A não ser que alguém estivesse in loco e tenha acompanhado absolutamente tudo, é achismo.
E mesmo assim, é absolutamente normal escolhermos qual a narrativa que achamos melhor.
O que nos sustenta como sociedade é a troca de "achismos". Seja mais paciente com o achismo alheio.
Binão- Membro
- Mensagens : 3302
Localização : São Paulo
Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
^Uai!!! Mas se o que aconteceu tá filmado, passou em rede nacional, e tá nos meios de comunicação pra todo mundo ver, não dá pra dizer que o que estamos falando é achismo.
Agora, quando o colega escreve como escreveu, que o "policial" agiu em legítima defesa, ou que todas as manifestações tem como característica a polícia acuada, sem alternativa, aí sim é achismo, além de extrema benevolência com a atitude criminosa (nesse episódio do Cid) de um oficial da lei!
Achismo é eu te dizer o que penso sem provas, não?
Agora, quando o colega escreve como escreveu, que o "policial" agiu em legítima defesa, ou que todas as manifestações tem como característica a polícia acuada, sem alternativa, aí sim é achismo, além de extrema benevolência com a atitude criminosa (nesse episódio do Cid) de um oficial da lei!
Achismo é eu te dizer o que penso sem provas, não?
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Uma coisa me veio a mente, após o texto de um amigo, é bem verdade...
O coronel, ou coroné (como queiram chamar seus críticos), enfrentou miliciano com um trator, sem exército, sem armas??? Coronel de quem???
Cid é antipático por ele mesmo. Arrogante e autor de frases cabulosas, mas ali ele tava certo! Situações extremas exigem medidas extremas. Miliciano bom é miliciano morto!
Continuo doando grana pro Panzer!
O coronel, ou coroné (como queiram chamar seus críticos), enfrentou miliciano com um trator, sem exército, sem armas??? Coronel de quem???
Cid é antipático por ele mesmo. Arrogante e autor de frases cabulosas, mas ali ele tava certo! Situações extremas exigem medidas extremas. Miliciano bom é miliciano morto!
Continuo doando grana pro Panzer!
Rico- Eterno Colaborador
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Editorial Estadão, 23/02/2020 - 03h00
Só há ordem com respeito à lei
Numa democracia digna do nome, a ordem é resultado de uma construção coletiva que parte da sociedade; qualquer coisa fora disso é apenas baderna
Notas e Informações, O Estado de S. Paulo
23 de fevereiro de 2020 | 03h00
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,so-ha-ordem-com-respeito-a-lei,70003207300
Viceja no País um clima de crescente desordem. Policiais militares – encapuzados, armados e sindicalizados – mantêm governantes e cidadãos como reféns de suas vontades, tudo ao arrepio da lei que todos esses servidores, uma vez envergada a farda e armados pelo Estado, juraram respeitar e fazer valer. Não bastasse isso, e talvez seja esse o principal problema, esses policiais amotinados, em lugar de serem censurados e punidos pelo poder público, são tratados como força política legítima – a tal ponto que recebem atenção e apoio inclusive do presidente da República, Jair Bolsonaro, e de parlamentares bolsonaristas. No recente episódio em que o senador Cid Gomes foi baleado por policiais grevistas em Sobral (CE) ao tentar furar um bloqueio usando uma retroescavadeira, o senador Flávio Bolsonaro, por exemplo, disse que a tentativa de assassinato foi um exercício de “legítima defesa” por parte de “pessoas que estão reivindicando melhores salários” – em referência aos delinquentes que, com o rosto coberto e armados, sequestraram viaturas da polícia e aterrorizaram comerciantes.
Vem de cima, portanto, o mau exemplo do elogio à truculência. Em 2017, quando ainda era apenas candidato a presidente, Jair Bolsonaro defendeu os policiais que fizeram greve e provocaram o caos no Espírito Santo. Alguns dos líderes daquela greve e de outras aproveitaram a notoriedade da rebelião que lideraram e se elegeram deputados, e vários ajudam a formar a base que se alinha ao bolsonarismo. É bom lembrar, ainda, que todos os envolvidos nos levantes de policiais nos últimos anos foram anistiados pouco tempo depois, como se não tivessem cometido delito algum.
Há portanto um processo de normalização e legitimação da afronta à lei, que parece se agravar justamente no mandato do presidente que se elegeu prometendo “restabelecer a ordem” no Brasil, como disse Bolsonaro em seu discurso de posse.
O problema é que Bolsonaro sempre se apresentou como defensor da “ordem”, mas não da lei. Seus discursos corriqueiros em favor do assassinato de suspeitos por policiais, da eliminação física de opositores do regime militar e da tortura durante a ditadura deveriam bastar para mostrar que seu conceito de “ordem” passa longe do que preconiza o cânone da democracia liberal. Nesta, a ordem só existe como corolário do respeito incondicional à lei – e não é possível que um admirador confesso e ruidoso de um notório torturador, como foi o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, seja ao mesmo tempo respeitador da lei. A incompatibilidade é evidente, pois a lei é justamente o que impede que um suspeito de crime seja torturado para confessá-lo.
Não é uma questão trivial. Quando o parâmetro não é a lei, mas apenas a “ordem”, impera o arbítrio. Desde sua posse, o presidente Bolsonaro, fiel a essa visão distorcida da democracia, vem desrespeitando sistematicamente as instituições que estão na base da república. Ao perseguir jornais e jornalistas, ao menosprezar a relação com o Congresso e ao desrespeitar a liturgia do cargo, como se tudo pudesse, o presidente vai criando um ambiente de desordem que começa a se espraiar.
A bem da verdade, não é de hoje que um presidente faz troça das instituições e da lei. Já passaram à história as seguidas ofensas de Lula da Silva ao Judiciário, bem como sua bênção à corrupção desbragada promovida pelo PT no Congresso. Bolsonaro, aliás, elegeu-se justamente em razão da revolta dos brasileiros ante essa demonstração cabal e sistemática de desrespeito à democracia. O problema é que, no lugar da desfaçatez lulopetista, se instalou a agressividade bolsonarista, que implode pontes políticas e, assim, alimenta a atmosfera de vale-tudo.
A verdadeira ordem, tão necessária para o desenvolvimento do País, não virá com ofensas, gritarias e elogios à violência nem será ditada pela vontade de quem está no poder. Numa democracia digna do nome, a ordem é resultado de uma construção coletiva, em que a sociedade, por meio de seus representantes políticos livremente escolhidos, estabelece as regras básicas de convivência. Qualquer coisa fora disso é apenas baderna.
Numa democracia digna do nome, a ordem é resultado de uma construção coletiva que parte da sociedade; qualquer coisa fora disso é apenas baderna
Notas e Informações, O Estado de S. Paulo
23 de fevereiro de 2020 | 03h00
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,so-ha-ordem-com-respeito-a-lei,70003207300
Viceja no País um clima de crescente desordem. Policiais militares – encapuzados, armados e sindicalizados – mantêm governantes e cidadãos como reféns de suas vontades, tudo ao arrepio da lei que todos esses servidores, uma vez envergada a farda e armados pelo Estado, juraram respeitar e fazer valer. Não bastasse isso, e talvez seja esse o principal problema, esses policiais amotinados, em lugar de serem censurados e punidos pelo poder público, são tratados como força política legítima – a tal ponto que recebem atenção e apoio inclusive do presidente da República, Jair Bolsonaro, e de parlamentares bolsonaristas. No recente episódio em que o senador Cid Gomes foi baleado por policiais grevistas em Sobral (CE) ao tentar furar um bloqueio usando uma retroescavadeira, o senador Flávio Bolsonaro, por exemplo, disse que a tentativa de assassinato foi um exercício de “legítima defesa” por parte de “pessoas que estão reivindicando melhores salários” – em referência aos delinquentes que, com o rosto coberto e armados, sequestraram viaturas da polícia e aterrorizaram comerciantes.
Vem de cima, portanto, o mau exemplo do elogio à truculência. Em 2017, quando ainda era apenas candidato a presidente, Jair Bolsonaro defendeu os policiais que fizeram greve e provocaram o caos no Espírito Santo. Alguns dos líderes daquela greve e de outras aproveitaram a notoriedade da rebelião que lideraram e se elegeram deputados, e vários ajudam a formar a base que se alinha ao bolsonarismo. É bom lembrar, ainda, que todos os envolvidos nos levantes de policiais nos últimos anos foram anistiados pouco tempo depois, como se não tivessem cometido delito algum.
Há portanto um processo de normalização e legitimação da afronta à lei, que parece se agravar justamente no mandato do presidente que se elegeu prometendo “restabelecer a ordem” no Brasil, como disse Bolsonaro em seu discurso de posse.
O problema é que Bolsonaro sempre se apresentou como defensor da “ordem”, mas não da lei. Seus discursos corriqueiros em favor do assassinato de suspeitos por policiais, da eliminação física de opositores do regime militar e da tortura durante a ditadura deveriam bastar para mostrar que seu conceito de “ordem” passa longe do que preconiza o cânone da democracia liberal. Nesta, a ordem só existe como corolário do respeito incondicional à lei – e não é possível que um admirador confesso e ruidoso de um notório torturador, como foi o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, seja ao mesmo tempo respeitador da lei. A incompatibilidade é evidente, pois a lei é justamente o que impede que um suspeito de crime seja torturado para confessá-lo.
Não é uma questão trivial. Quando o parâmetro não é a lei, mas apenas a “ordem”, impera o arbítrio. Desde sua posse, o presidente Bolsonaro, fiel a essa visão distorcida da democracia, vem desrespeitando sistematicamente as instituições que estão na base da república. Ao perseguir jornais e jornalistas, ao menosprezar a relação com o Congresso e ao desrespeitar a liturgia do cargo, como se tudo pudesse, o presidente vai criando um ambiente de desordem que começa a se espraiar.
A bem da verdade, não é de hoje que um presidente faz troça das instituições e da lei. Já passaram à história as seguidas ofensas de Lula da Silva ao Judiciário, bem como sua bênção à corrupção desbragada promovida pelo PT no Congresso. Bolsonaro, aliás, elegeu-se justamente em razão da revolta dos brasileiros ante essa demonstração cabal e sistemática de desrespeito à democracia. O problema é que, no lugar da desfaçatez lulopetista, se instalou a agressividade bolsonarista, que implode pontes políticas e, assim, alimenta a atmosfera de vale-tudo.
A verdadeira ordem, tão necessária para o desenvolvimento do País, não virá com ofensas, gritarias e elogios à violência nem será ditada pela vontade de quem está no poder. Numa democracia digna do nome, a ordem é resultado de uma construção coletiva, em que a sociedade, por meio de seus representantes políticos livremente escolhidos, estabelece as regras básicas de convivência. Qualquer coisa fora disso é apenas baderna.
JAZZigo- FCBR-CT
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Localização : Asa Norte, Brasília-DF
E não foi faquinha não. Agora, que esse cabra é macho, é. E ninguém pode negar.
Sem retirar balas alojadas no corpo, Cid Gomes recebe alta de hospital
Senador licenciado estava internado desde quarta (19), quando recebeu dois tiros
Marcel Rizzo
Folha de S. Paulo, 23.fev.2020 às 12h43
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/sem-retirar-balas-alojadas-no-corpo-cid-gomes-recebe-alta-de-hospital.shtml
FORTALEZA - O senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) recebeu alta na manhã deste domingo (23). Ele estava internado desde quarta-feira (19) após receber dois tiros quando tentou entrar em um batalhão tomado por policiais militares em Sobral (a 270 km de Fortaleza), seu berço político, dirigindo uma retroescavadeira.
Ele ficará nos próximos dias em uma casa que tem em Fortaleza e continuará o processo de reabilitação, realizando fisioterapia respiratória e uso de antibióticos para restabelecimento da função pulmonar.
No sábado (22), Cid Gomes passou por um exame de raio-X que constatou a presença de dois projéteis alojados em seu corpo, um próximo à costela e outro no pulmão esquerdo, além de fragmento de um projétil. Por orientação médica ele não vai retirar esses projéteis.
O senador foi internado inicialmente no Hospital do Coração, em Sobral, onde passou pelos primeiros procedimentos, como drenagem de líquido do pulmão atingido —na quinta (20) ele foi transferido para um hospital particular de Fortaleza.
Inicialmente a informação era de que um dos projéteis havia saído do corpo de Cid após o ter atingido, mas o raio-x realizado sábado constatou a presença desse segundo projétil. O exame foi pedido pela família para encerrar boatos divulgados em redes sociais de que o senador teria sido atingido por balas de borracha.
Cid Gomes está licenciado do Senado desde dezembro de 2019 para articular no Ceará alianças e candidatos do PDT para a eleição municipal de outubro —ele assumiu a presidência estadual do partido. O grupo político dos irmãos Cid e Ciro Gomes comandam importantes prefeituras cearenses, como Fortaleza e Sobral.
Desde a noite de terça-feira (18), o Ceará tem batalhões tomados por policiais militares e familiares que protestam contra o reajuste salarial oferecido pelo governo do Estado.
Ao menos nove quartéis estão sob o comando dos manifestantes, que cortaram ou esvaziaram pneus de viaturas e motos. O governo decidiu suspender 167 policiais que estão sendo investigados por participação na paralisação —eles sairão da folha salarial pelo período.
O governo federal autorizou o envio de agentes da Força Nacional e do Exército para ajudar no patrulhamento das ruas de Fortaleza e da região metropolitana. Policiais civis e a guarda municipal também estão fazendo esse policiamento ostensivo, além de PMs que não aderiram aos protestos.
Da madrugada de quarta até o fim da noite de sexta, o Estado registrou 88 homicídios, média de 29 mortes violentas por dia. Em janeiro essa média foi de quase nove por dia.
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
^E como evidenciam as reportagens, EU creio que não há mais o que contestar a respeito do ocorrido. Legítima defesa uma ova!
Que a gente esperava do chefe das milícias?? Apoio vergonhoso mesmo.
Que a gente esperava do chefe das milícias?? Apoio vergonhoso mesmo.
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Notícia fresquinha...
A polícia "acuada" visita casa de representante dos blocos em BH, pra ameaçar com violência os foliões em caso de protestos...
https://bhaz.com.br/2020/02/23/pm-casa-representante-bloco/?fbclid=IwAR3kNljm_p5A-io5fcFmkeuYEuJQb0baHJhbEEGss6GxNc15jx9bllEJ4_U
A polícia "acuada" visita casa de representante dos blocos em BH, pra ameaçar com violência os foliões em caso de protestos...
https://bhaz.com.br/2020/02/23/pm-casa-representante-bloco/?fbclid=IwAR3kNljm_p5A-io5fcFmkeuYEuJQb0baHJhbEEGss6GxNc15jx9bllEJ4_U
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Mais uma atuação brilhante da polícia! Agora no carnaval de SC...
http://omirantejoinville.com.br/2020/02/23/pm-aterroriza-folioes-acaba-festa-carnaval-joinville/?fbclid=IwAR3DJFw9AgPdA3zAdXe8ZnidQJ5NnKKiJb9kgxM08LnQ-gs3h8zygGBf0Ns
http://omirantejoinville.com.br/2020/02/23/pm-aterroriza-folioes-acaba-festa-carnaval-joinville/?fbclid=IwAR3DJFw9AgPdA3zAdXe8ZnidQJ5NnKKiJb9kgxM08LnQ-gs3h8zygGBf0Ns
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Agora um papinho sobre o fascismo...
Eu sempre acreditei que artistas eram pessoas diferentes, sensíveis, libertárias, contestadoras... Cresci pra ver que não é nada disso. Como em toda classe de trabalhadores, existem os hipócritas...
Nesse vídeo, o suposto "humorista" se diz representante da sociedade, e pede ao dublê de presidente que feche o congresso e o STF!!!!
Eu já tinha sacado esse tipo de gente sem graça há muito tempo. Daí, os Gentilis da vida se mostraram. Sádicos, perversos, covardes, fazendo stand up pra humilhar e provocar risos com piadas baixas sobre idosos, pobres e negros...
Uma classe medíocre do humor, que não percebeu que os pobres de espírito fazem piada em cima dos oprimidos, enquanto os verdadeiros gênios tem a coragem de fazer rir, humilhando os opressores...
https://www.brasil247.com/geral/humorista-batore-pede-em-video-que-bolsonaro-feche-o-congresso-e-o-stf
Eu sempre acreditei que artistas eram pessoas diferentes, sensíveis, libertárias, contestadoras... Cresci pra ver que não é nada disso. Como em toda classe de trabalhadores, existem os hipócritas...
Nesse vídeo, o suposto "humorista" se diz representante da sociedade, e pede ao dublê de presidente que feche o congresso e o STF!!!!
Eu já tinha sacado esse tipo de gente sem graça há muito tempo. Daí, os Gentilis da vida se mostraram. Sádicos, perversos, covardes, fazendo stand up pra humilhar e provocar risos com piadas baixas sobre idosos, pobres e negros...
Uma classe medíocre do humor, que não percebeu que os pobres de espírito fazem piada em cima dos oprimidos, enquanto os verdadeiros gênios tem a coragem de fazer rir, humilhando os opressores...
https://www.brasil247.com/geral/humorista-batore-pede-em-video-que-bolsonaro-feche-o-congresso-e-o-stf
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
E esse negócio de oprimir a polícia durante o carnaval tá dando samba...
Dessa vez foi um perigoso professor que resolveu oprimir os policiais, filmando a técnica de abordagem deles a alguns jovens no centro do RJ...
https://m.extra.globo.com/casos-de-policia/saiba-quem-lucas-professor-preso-por-filmar-abordagem-de-pms-na-lapa-24269771.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=Extra&fbclid=IwAR28uAvTIgtWA5N3gpRp2DeqdtQ150Yk6QaxCOeoMLgkKMu90icgLcOp7JY
Dessa vez foi um perigoso professor que resolveu oprimir os policiais, filmando a técnica de abordagem deles a alguns jovens no centro do RJ...
https://m.extra.globo.com/casos-de-policia/saiba-quem-lucas-professor-preso-por-filmar-abordagem-de-pms-na-lapa-24269771.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=Extra&fbclid=IwAR28uAvTIgtWA5N3gpRp2DeqdtQ150Yk6QaxCOeoMLgkKMu90icgLcOp7JY
Rico- Eterno Colaborador
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O rock na mira dos neofascistas...
O grande dia chegou: governo Bolsonaro coloca o rock na mira
Marcelo Moreira
UOL - Combate Rock, 24/02/2020 19h01
https://combaterock.blogosfera.uol.com.br/uol_amp/2020/02/24/o-grande-dia-chegou-governo-bolsonaro-coloca-o-rock-na-mira/?__twitter_impression=true
Os otimistas (e estúpidos) bradavam com orgulho: o rock passou incólume pelo desastroso governo Jair Bolsonaro. "Só foram atacados quem provocou ou decidiu insistir em obras de mau gosto", escreveu nas redes sociais um importante músico do rock nacional – desnecessário dizer que simpatiza com o lixo de governo atual e com o nefastoi presidente de plantão.
O rock entrou na mira de Bolsonaro, definitivamente, com o pedido de investigação da autoria de um cartaz do Facada Fest, festival punk e hardcore que deveria ter ocorrido no ano passado em Belém (PA).
O cartaz do evento mostrava Bolsonaro como uma figura de terror. A Polícia Militar do Pará, de forma ilegal e fora da lei, chegou ao local do festival minutos antes do início e tentou impedir os shows, alegando que o local "não tinha alvará para receber aquele tipo de evento".
Claro que era mentira, pois dias antes um deputado estadual bolsonarista e um dos filhos do presidente protestaram contra o evento e o cartaz e pediram à Justiça que cancelasse tudo, o que não ocorreu. Entretanto, de forma truculenta, a PM fez de tudo para esvaziar e impedir o Facada Fest. O festival também ocorreu em Marabá (PA) e no Paraná.
Mais de seis meses depois, com um despacho do próprio ministro da Justiça, Sergio Moro, a Polícia Federal decidiu convocar os organizadores do Facada Fest para "prestar esclarecimentos", em uma clara tentativa de intimidação e em flagrante desrespeito à liberdade de imprensa e expressão.
O despacho foi assinado por Moro e pelo procurador geral da República, Augusto Aras, outro cidadão desprovido de bom senso e pouco afeito (e atento) a questões constitucionais que garantem as tais liberdades.
A organização do festival é acusada de "apologia de crime" e "crimes contra a honra" do presidente da república, Jair Bolsonaro. O motivo, alega o ministro da Justiça, é a ilustração do cartaz do evento, um palhaço empalado com um lápis e fartas alusões ao presidente e seu governo asqueroso e de inspirações autoritárias e fascistas.
A perseguição absurda e inconstitucional ao Facada Fest pode ser lida por duas maneiras: como uma vitória dos movimentos underground e de resistência, já que incomodou o governo federal; e como um perigo, pois agora o Ministério da Justiça começará a monitorar eventos roqueiros à caça de músicos e organizadores de esquerda que criticarem ou xingarem o presidente.
Censura é o que podemos esperar diante do nojento ataque ao Facada Fest. É necessário desde já que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e muitas outras entidades da sociedade civil se manifestem contra a absurda convocação e investigação do cartaz do Facada Fest.
Até o momento, nem o Ministério da Justiça nem o ministro Sergio Moro se pronunciaram sobre o assunto, assim como o procurador Aras.
Leia o comunicado na íntegra dos organizadores do festival:
"SERGIO MORO INICIA PERSEGUIÇÃO AO ROCK PARAENSE
Os integrantes do festival de rock Facada Fest foram intimados a comparecer a Polícia Federal para prestar depoimento. Em despacho assinado pelo Ministro da Justiça, Sergio Moro, e pelo Procurador Geral da República, Augusto Aras, a organização do festival é acusada de "apologia de crime" e "crimes contra a honra" do presidente da república, Jair Bolsonaro. O motivo, alega o Ministro da Justiça, é a ilustração do cartaz do evento. Realizado em junho do ano passado, o Facada Fest foi um sucesso de público e não registrou nenhuma ocorrência policial.
Com tantos problemas ocorrendo neste momento no país – motim das policias militares, degradação ambiental na Amazônia e os indícios cada vez mais fortes de ligações entre políticos e milicianos – causa-nos espanto o uso do aparato judicial e policial de nosso país na repressão de um festival de música. Criminalizando a atividade artística e a liberdade de expressão, garantidas pela Constituição de 1988, a Constituição Cidadã.
Seguiremos em frente. Certos de que o bom senso e a justiça prevalecerão. E que, em respeito a nossa Constituição, o direito à atividade artística e à liberdade de expressão será assegurado.
NÃO NOS CALARÃO."
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL"
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
JAZZigo escreveu:
(...)
Peço desculpas à repórter Patrícia Campos Mello pelos constantes ataques que tem recebido por fazer seu trabalho. E por que peço desculpas? Pela simples razão de eu ter sido um dos eleitores responsáveis pela vitória do "Sem Precedentes da República" que está aí e que, diferentemente do que eu acreditava, não é uma pessoa honesta, íntegra, educada e de valores pautados no respeito. É um sujeito sem caráter e sem ética. Sujo e covarde. Tenho mãe, esposa, irmãs e, em breve, terei uma filha. E a última coisa que desejaria que acontecesse a elas é o que vem acontecendo com a jornalista.
Danilo Renato Tucciarelli (Poços de Caldas, MG)
(...)
Curioso esse comentário... E eu tb ainda chego a discordar de alguns articulistas. Não concordo que houve promessas de resolver nossos problemas de desemprego, economia, "justiça", distribuição de renda e "coisas" do gênero. A "proposta vencedora" foi feita em cima de bravatas, xingamentos e a hipotética "caça aos comunistas", nada mais que isso. Quem, em sã consciência, esperaria mais de alguém que foi praticamente expulso do exército e ficou mais de 20 anos na política sem a mínima expressão, sem qq relevância, sem propor absolutamente nada de útil, nenhum projeto ou iniciativa ? No final das contas, apesar de ser um discurso atrasado em pelo menos 30 ou 40 anos, funcionou... Mas funcionou por que a maioria desses milhões de eleitores QUERIAM isso que está aí.
DÓLAR 4,40? QUEM AINDA APOIA BOLSONARO? CEARÁ: MORO SE OMITE, GUEDES ENG@NA, ONIX BAJUL@, HELENO...
22 de fev. de 2020
Portal do José
https://www.youtube.com/watch?v=sTSAb191J3I
A "coisa" é por aí...
peter.forc- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/02/foi-imaturidade-dos-meninos-diz-lider-de-motim-sobre-toque-de-recolher-no-ce.shtml
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Bolsonaro dispara vídeo convocando para ato contra o Congresso e o STF
Jorge Vasconcellos - Correio Braziliense
https://www.msn.com/pt-br/noticias/politica/bolsonaro-dispara-vídeo-convocando-para-ato-contra-o-congresso-e-o-stf/ar-BB10o5Fr?ocid=spartanntp
O presidente Jair Bolsonaro disparou do próprio celular, pelo WhatsApp, um vídeo com uma convocação para as manifestações de 15 de março, organizadas por movimentos de extrema direita para defender o governo e protestar contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A gravação, em tom dramático, mostra a facada que Bolsonaro recebeu em Juiz de Fora (MG) para dizer que ele "quase morreu" para defender país e, agora, precisa que as pessoas vão às ruas para defendê-lo.
No texto que envia juntamente com o vídeo, o presidente escreveu:
"- 15 de março.
- Gen Heleno / Cap Bolsonaro
- O Brasil é nosso,
- Não dos políticos de sempre".
O vídeo, revelado com exclusividade pela jornalista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo, tem 1 minuto e 40 segundos e usa o Hino Nacional Brasileiro, tocado no saxofone, como trilha sonora. O post teve uma grande repercussão nas redes sociais. Na primeira hora, no Twitter, teve 1,6 reações, 727 comentários e 683 compartilhamentos.
"Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15.3 vamos mostrar a força da família brasileira", diz um trecho da legenda do vídeo.
"Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil. Somos sim capazes, e temos um presidente trabalhador, incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptível. Dia 15/03, todos nas ruas apoiando Bolsonaro"
(...)
Aí, pessoal !! Olha aí um bom programa para o dia 15 !! É só tirar a camisa "canarinho" lá do armário ! Se não tiver uma, servem aquelas mais antigas, a do "Sou fiscal do Sarney", "Brasil, ame-o ou deixe-o", "Oa, oa, oa, Queiróz é gente boa !!", "Viva a ´famiglia´ brasileira", e aí vai...
Serão milhões de minions, ops..., perdão, milhões de orgulhosos e incorruptíveis bananienses apoiando o rei eleito da progressista Banânia !!! Eiiiita !!!!
Jorge Vasconcellos - Correio Braziliense
https://www.msn.com/pt-br/noticias/politica/bolsonaro-dispara-vídeo-convocando-para-ato-contra-o-congresso-e-o-stf/ar-BB10o5Fr?ocid=spartanntp
O presidente Jair Bolsonaro disparou do próprio celular, pelo WhatsApp, um vídeo com uma convocação para as manifestações de 15 de março, organizadas por movimentos de extrema direita para defender o governo e protestar contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A gravação, em tom dramático, mostra a facada que Bolsonaro recebeu em Juiz de Fora (MG) para dizer que ele "quase morreu" para defender país e, agora, precisa que as pessoas vão às ruas para defendê-lo.
No texto que envia juntamente com o vídeo, o presidente escreveu:
"- 15 de março.
- Gen Heleno / Cap Bolsonaro
- O Brasil é nosso,
- Não dos políticos de sempre".
O vídeo, revelado com exclusividade pela jornalista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo, tem 1 minuto e 40 segundos e usa o Hino Nacional Brasileiro, tocado no saxofone, como trilha sonora. O post teve uma grande repercussão nas redes sociais. Na primeira hora, no Twitter, teve 1,6 reações, 727 comentários e 683 compartilhamentos.
"Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15.3 vamos mostrar a força da família brasileira", diz um trecho da legenda do vídeo.
"Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil. Somos sim capazes, e temos um presidente trabalhador, incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptível. Dia 15/03, todos nas ruas apoiando Bolsonaro"
(...)
Aí, pessoal !! Olha aí um bom programa para o dia 15 !! É só tirar a camisa "canarinho" lá do armário ! Se não tiver uma, servem aquelas mais antigas, a do "Sou fiscal do Sarney", "Brasil, ame-o ou deixe-o", "Oa, oa, oa, Queiróz é gente boa !!", "Viva a ´famiglia´ brasileira", e aí vai...
Serão milhões de minions, ops..., perdão, milhões de orgulhosos e incorruptíveis bananienses apoiando o rei eleito da progressista Banânia !!! Eiiiita !!!!
peter.forc- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Carnaval é isso aí:
https://www.youtube.com/watch?v=E9jcU4qu85U
https://www.youtube.com/watch?v=E9jcU4qu85U
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
O Brasil sob risco:
https://www.youtube.com/watch?v=k3pFB_DRMvc&t=3s
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/02/24/santos-cruz-abre-dissidencia-no-exercito-contra-convocacao-de-heleno.htm
https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-02-26/o-golpe-de-bolsonaro-esta-em-curso.html
https://www.youtube.com/watch?v=k3pFB_DRMvc&t=3s
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/02/24/santos-cruz-abre-dissidencia-no-exercito-contra-convocacao-de-heleno.htm
https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-02-26/o-golpe-de-bolsonaro-esta-em-curso.html
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Editorial Folha de S. Paulo, 26.fev.2020 às 18h32
Limite a Bolsonaro
Talvez só o temor de um processo de impeachment possa deter a perigosa aventura
O QUE A FOLHA PENSA
Folha de S. Paulo, 26.fev.2020 às 18h32
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/02/limite-a-bolsonaro.shtml?utm_source=app&utm_medium=push&utm_campaign=pushfolha&id=1582753237%3Floggedpaywall&origin=folha
Deram em nada as expectativas de que o presidente Jair Bolsonaro usaria o feriado para, em benefício do próprio governo, investir na distensão. O mandatário pôs fogo na fervura de movimentos extremistas que planejam manifestar-se no próximo dia 15.
Na tentativa de promover o ato, a escória do bolsonarismo difunde mensagens de ataque e insulto ao Congresso Nacional e de exaltação a oficiais militares, um apelo a sua intervenção. Trata-se de golpismo de extrema direita, francamente minoritário no país.
Os aloprados foram atiçados pelo ministro Augusto Heleno, que acusou congressistas de chantagem. A imagem do titular da Segurança Institucional, general da reserva, e o vitupério que endereçou ao Parlamento estampam um dos panfletos da manifestação.
Nesta terça (25) soube-se que o presidente da República em pessoa promoveu, em rede de troca de mensagens, conclamações à participação nos protestos. O argumento de que se trata de interações privadas não o exime da responsabilidade a que o cargo o obriga.
A segunda linha de defesa, de que o conteúdo compartilhado se restringe a enaltecer o chefe de Estado e não ofende outros Poderes, tampouco se sustenta. Bolsonaro sabe bem o teor dos atos que sua irresponsabilidade divulgou.
[ x ]
Não por outra razão, o decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, referiu-se a crime de responsabilidade ao reagir à nova sandice do governante. A Carta vincula essa infração a atos do presidente que agridam o livre exercício do Poder Legislativo.
Diante das demonstrações reiteradas de desprezo pela institucionalidade e de violações dos requisitos legais de honra, decoro e dignidade para o exercício da Presidência, talvez apenas o medo do impeachment possa deter a perigosa aventura Bolsonaro.
As constantes estocadas contra as balizas do Estado democrático de Direito, seguidas de recuos táticos, não parecem obedecer apenas à necessidade do presidente de desviar a atenção do público de temas para ele espinhosos, como sua proximidade com milicianos ou a inapetência de seu governo em fazer a máquina administrativa funcionar.
Elas constituem também uma forma de testar os limites da tolerância das instituições republicanas a propostas estranhas ao arcabouço constitucional. Da resposta firme e inequívoca às provocações depende a continuidade da marcha civilizatória no Brasil.
Passar a mão na cabeça de quem incentiva e pratica a brutalidade nunca foi método eficaz de defender o regime das liberdades.
Talvez só o temor de um processo de impeachment possa deter a perigosa aventura
O QUE A FOLHA PENSA
Folha de S. Paulo, 26.fev.2020 às 18h32
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/02/limite-a-bolsonaro.shtml?utm_source=app&utm_medium=push&utm_campaign=pushfolha&id=1582753237%3Floggedpaywall&origin=folha
Deram em nada as expectativas de que o presidente Jair Bolsonaro usaria o feriado para, em benefício do próprio governo, investir na distensão. O mandatário pôs fogo na fervura de movimentos extremistas que planejam manifestar-se no próximo dia 15.
Na tentativa de promover o ato, a escória do bolsonarismo difunde mensagens de ataque e insulto ao Congresso Nacional e de exaltação a oficiais militares, um apelo a sua intervenção. Trata-se de golpismo de extrema direita, francamente minoritário no país.
Os aloprados foram atiçados pelo ministro Augusto Heleno, que acusou congressistas de chantagem. A imagem do titular da Segurança Institucional, general da reserva, e o vitupério que endereçou ao Parlamento estampam um dos panfletos da manifestação.
Nesta terça (25) soube-se que o presidente da República em pessoa promoveu, em rede de troca de mensagens, conclamações à participação nos protestos. O argumento de que se trata de interações privadas não o exime da responsabilidade a que o cargo o obriga.
A segunda linha de defesa, de que o conteúdo compartilhado se restringe a enaltecer o chefe de Estado e não ofende outros Poderes, tampouco se sustenta. Bolsonaro sabe bem o teor dos atos que sua irresponsabilidade divulgou.
[ x ]
Não por outra razão, o decano do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, referiu-se a crime de responsabilidade ao reagir à nova sandice do governante. A Carta vincula essa infração a atos do presidente que agridam o livre exercício do Poder Legislativo.
Diante das demonstrações reiteradas de desprezo pela institucionalidade e de violações dos requisitos legais de honra, decoro e dignidade para o exercício da Presidência, talvez apenas o medo do impeachment possa deter a perigosa aventura Bolsonaro.
As constantes estocadas contra as balizas do Estado democrático de Direito, seguidas de recuos táticos, não parecem obedecer apenas à necessidade do presidente de desviar a atenção do público de temas para ele espinhosos, como sua proximidade com milicianos ou a inapetência de seu governo em fazer a máquina administrativa funcionar.
Elas constituem também uma forma de testar os limites da tolerância das instituições republicanas a propostas estranhas ao arcabouço constitucional. Da resposta firme e inequívoca às provocações depende a continuidade da marcha civilizatória no Brasil.
Passar a mão na cabeça de quem incentiva e pratica a brutalidade nunca foi método eficaz de defender o regime das liberdades.
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Aqui o grande economista Eduardo Moreira mostra o estado real da economia>
Mais uma vez parabéns a quem votou no bozo...
https://www.youtube.com/watch?v=wC4rHthB2LY
Mais uma vez parabéns a quem votou no bozo...
https://www.youtube.com/watch?v=wC4rHthB2LY
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
https://www.youtube.com/watch?v=xeS1QNnULp8
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Um homem ou um rato?!!!
Bolsonaro não pode justificar vídeos contra Congresso como 'conversa pessoal', dizem constitucionalistas
Letícia Mori
Da BBC News Brasil em São Paulo
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51653384
Em resposta à críticas que recebeu por divulgar pelo WhatsApp convocação para um protesto contra o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro disse que suas mensagens no aplicativo têm caráter pessoal.
Professores e especialistas em Direito Constitucional, no entanto, dizem que o presidente não pode justificar ataques ao Congresso como "conversa pessoal" e que atentar contra os outros Poderes é cometer crime de responsabilidade.
Por meio de sua conta no WhatsApp, o presidente compartilhou com amigos e políticos um vídeo com convocação para manifestações de rua contra o Congresso Nacional, marcadas para 15 de março, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A informação também foi confirmada pela Folha de S.Paulo.
Após uma enxurrada de críticas e de juristas falando em crime de responsabilidade, Bolsonaro fez um post em sua página do Facebook em que não negou nem confirmou o compartilhamento, mas afirmou que tem "algumas poucas dezenas de amigos" no aplicativo de mensagens e que "de forma reservada" troca "mensagens de cunho pessoal".
"Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", escreveu o presidente.
Professores e especialistas em Direito Constitucional ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que a justificativa não se sustenta juridicamente.
"Ele é o presidente da República. Se ele fala com amigos, ministros e políticos convocando para um ato contra o Legislativo, não está na esfera da privacidade, da intimidade, é algo evidentemente de caráter público", afirma Estefânia Barbosa, professora de Direito Constitucional da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
"No momento em que ele está conversando com políticos, tratando de questões fundamentais da vida do país, e claramente atacando o Congresso, ele está agindo de modo inconstitucional", diz Barbosa.
"É uma fala cínica (sobre ser conversa pessoal), porque com o compartilhamento ele obviamente pretende uma difusão dessa mensagem por terceiros", afirma o Roberto Dias, professor de Direito Constitucional da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
"Ele é o presidente da República no exercício da função, (fazendo o compartilhamento) no âmbito pessoal ou nas redes, é obviamente uma tentativa de acuar o Congresso Nacional", diz Dias.
Além disso, afirmam os especialistas, pessoas públicas — especialmente políticos e definitivamente o presidente da República — têm uma esfera de privacidade muito mais restrita em função de seus cargos e da influência que sua atitudes têm na vida do país.
"Se ele está tramando na sua privacidade um golpe contra o Congresso, isso não é protegido pelo direito à privacidade", explica Barbosa.
"O presidente não pode alegar privacidade numa situação dessa", afirma Vania Aieta, especialista em Direito Constitucional e professora da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
"Mesmo na rede pessoal ele precisa responder por isso. É detentor de um cargo do Poder Executivo, tem responsabilidades institucionais, não pode dizer certas coisas."
O que diz o vídeo?
Na semana passada, em meio à tensão entre o Planalto e o Congresso na disputa pelo Orçamento, o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) disse que os deputados e senadores eram "chantagistas" e que o governo deveria chamar as pessoas a irem às ruas. No mesmo dia, uma manifestação contra as Casas começou a ser articulada em redes sociais.
Uma semana depois, segundo o Estado de S. Paulo, Bolsonaro começou a disparar um vídeo convocando as pessoas para o ato por meio do WhatsApp.
Com 1 minuto e 40 segundos, o vídeo tem ao fundo o Hino Nacional tocado em saxofone e um texto de apoio ao presidente, além de imagens de Bolsonaro durante discursos e no hospital, após ter sido esfaqueado durante a campanha eleitoral de 2018.
O texto diz que ele "foi chamado a lutar por nós" e "quase morreu por nós". "Dia 15/03 vamos mostrar a força família brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil."
Presidente 'emocionado'
O ministro da Secretaria-Geral do governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse que "em nenhum momento o presidente sequer pensa em atacar as instituições."
Ramos disse "o presidente não fez o vídeo" e que as imagens "não atacam o Congresso".
"As cenas são emotivas, mostram o presidente levando a facada, defendem o governo. Ele ficou emocionado e compartilhou com amigos, em um grupo reservado e restrito", afirmou Ramos à Folha de S.Paulo.
Presidente não pode convocar ato contra o Congresso
A notícia do compartilhamento do vídeo pelo presidente foi recebida com inúmeras críticas.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello disse que Bolsonaro não estaria "à altura do cargo" se de fato tivesse apoiado ato contra o Congresso.
A convocação revela "a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes", disse o ministro. "Ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático", acrescentou o decano da mais alta Corte do país.
A atitude do presidente também foi criticada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por juristas e por políticos de diversos partidos, tanto na direita quanto na esquerda.
Especialistas em Direito Constitucional explicam que a separação e independência dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) é um pilares mais básicos da democracia.
"Atentar contra a independência do Legislativo e do Judiciário é expressamente proibido pela Constituição", diz Vania Aieta, da UERJ.
Os constitucionalistas afirmam que a atitude do presidente fere o Artigo 85 da Constituição, que diz que "são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação".
"Extrapolou o limite que deveria ser intransponível, que é a segurança institucional dos Poderes constituídos", diz Aieta.
Comportamento repetido
Para os constitucionalistas ouvidos pela BBC News Brasil, ataque do presidente ao Congresso não foi ato isolado.
"Não é só esse vídeo, ele vem instigando há tempos uma tentativa de fragilização das instituições", afirma Estefânia Barbosa.
"Quando ele ataca a imprensa, como (nos ataques) contra a jornalista Patrícia Campos Mello (da Folha de S.Paulo), ou quando chama o Supremo de 'hienas', ele já incorre em crime de responsabilidade", diz Barbosa.
"É conjunto de atos típicos de presidente autoritário", avalia.
"Ele faz como um termômetro, para ver se teria um apoio popular para um golpe, ou seja, para dissolver o Congresso, para colocar uma emenda com violações à Constituição."
Os constitucionalistas afirmam que o apoio ao ato anti-Congresso já configura um atentado à independência e separação dos Poderes.
"Ele não pode depois falar que foi sem querer, que não quis dizer, que é no âmbito pessoal. Se é bravata ou não, tem um valor simbólico, é um estímulo de violência contra deputados e senadores", diz Barbosa.
A constitucionalista compara a atitude de Bolsonaro a uma tendência mundial que define como "constitucionalismo abusivo".
"É quando se usa de instrumentos legais ou constitucionais para fragilizar a ordem democrática", diz.
"Países que têm sido objeto de estudo desse tipo de atitude são a Polônia, a Turquia, a Rússia, a Venezuela e o Equador", afirma. "Bolsonaro é menos sutil do que os outros no ataque à democracia."
Atitude pode levar a impeachment?
Juridicamente, dizem os constitucionalistas, atitude do presidente pode ser considerada um crime de responsabilidade — pressuposto para abertura de um processo de impeachment.
"A Constituição é muito clara e a Lei 1079/50, que disciplina os crimes de responsabilidade, também tem previsão explícita de que atentar contra outros Poderes é crime", afirma Dias, da FGV.
No entanto, dizem, embora precise de um embasamento jurídico, um impeachment é também um processo político, e é preciso que haja disposição do Congresso e da sociedade para que ele aconteça.
O primeiro passo para um impeachment é um cidadão denunciar o presidente da República. Depois, é preciso que o presidente da Câmara, atualmente o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), aceite o pedido e dê andamento a ele.
Cobrado por parlamentares a se posicionar sobre o caso, Maia disse, em sua página no Twitter, que "criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir".
"Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir", escreveu.
O presidente da Câmara disse também que "a democracia é capaz de absorver sem violência as diferenças da sociedade e unir a Nação pelo diálogo" e que "acima de tudo e de todos está o respeito às instituições democráticas".
Para Dias, da FGV, "pode ter havido crime, mas se a Câmara decidir que não vale a pena perseguir um impeachment do presidente no momento, ele não vai acontecer".
Não são raros os casos de pedidos de impeachment feitos contra diversos presidentes — muitos sem fundamento, segundo Dias — e sumariamente negados pela Câmara.
Barbosa acredita que, por mais que juridicamente haja base para um impeachment, não é um processo que deva acontecer no momento.
"(Para um impedimento do presidente) é preciso que o próprio Congresso reaja e que haja apoio político para que o processo vá adiante. Se o Congresso fizer vistas grossas, não há ação", diz Barbosa.
"Fica todo mundo naturalizando para deixar a economia caminhar. Mas é um jogo muito perigoso", afirma.
Letícia Mori
Da BBC News Brasil em São Paulo
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-51653384
Em resposta à críticas que recebeu por divulgar pelo WhatsApp convocação para um protesto contra o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro disse que suas mensagens no aplicativo têm caráter pessoal.
Professores e especialistas em Direito Constitucional, no entanto, dizem que o presidente não pode justificar ataques ao Congresso como "conversa pessoal" e que atentar contra os outros Poderes é cometer crime de responsabilidade.
Por meio de sua conta no WhatsApp, o presidente compartilhou com amigos e políticos um vídeo com convocação para manifestações de rua contra o Congresso Nacional, marcadas para 15 de março, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A informação também foi confirmada pela Folha de S.Paulo.
Após uma enxurrada de críticas e de juristas falando em crime de responsabilidade, Bolsonaro fez um post em sua página do Facebook em que não negou nem confirmou o compartilhamento, mas afirmou que tem "algumas poucas dezenas de amigos" no aplicativo de mensagens e que "de forma reservada" troca "mensagens de cunho pessoal".
"Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", escreveu o presidente.
Professores e especialistas em Direito Constitucional ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que a justificativa não se sustenta juridicamente.
"Ele é o presidente da República. Se ele fala com amigos, ministros e políticos convocando para um ato contra o Legislativo, não está na esfera da privacidade, da intimidade, é algo evidentemente de caráter público", afirma Estefânia Barbosa, professora de Direito Constitucional da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
"No momento em que ele está conversando com políticos, tratando de questões fundamentais da vida do país, e claramente atacando o Congresso, ele está agindo de modo inconstitucional", diz Barbosa.
"É uma fala cínica (sobre ser conversa pessoal), porque com o compartilhamento ele obviamente pretende uma difusão dessa mensagem por terceiros", afirma o Roberto Dias, professor de Direito Constitucional da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
"Ele é o presidente da República no exercício da função, (fazendo o compartilhamento) no âmbito pessoal ou nas redes, é obviamente uma tentativa de acuar o Congresso Nacional", diz Dias.
Além disso, afirmam os especialistas, pessoas públicas — especialmente políticos e definitivamente o presidente da República — têm uma esfera de privacidade muito mais restrita em função de seus cargos e da influência que sua atitudes têm na vida do país.
"Se ele está tramando na sua privacidade um golpe contra o Congresso, isso não é protegido pelo direito à privacidade", explica Barbosa.
"O presidente não pode alegar privacidade numa situação dessa", afirma Vania Aieta, especialista em Direito Constitucional e professora da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
"Mesmo na rede pessoal ele precisa responder por isso. É detentor de um cargo do Poder Executivo, tem responsabilidades institucionais, não pode dizer certas coisas."
O que diz o vídeo?
Na semana passada, em meio à tensão entre o Planalto e o Congresso na disputa pelo Orçamento, o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) disse que os deputados e senadores eram "chantagistas" e que o governo deveria chamar as pessoas a irem às ruas. No mesmo dia, uma manifestação contra as Casas começou a ser articulada em redes sociais.
Uma semana depois, segundo o Estado de S. Paulo, Bolsonaro começou a disparar um vídeo convocando as pessoas para o ato por meio do WhatsApp.
Com 1 minuto e 40 segundos, o vídeo tem ao fundo o Hino Nacional tocado em saxofone e um texto de apoio ao presidente, além de imagens de Bolsonaro durante discursos e no hospital, após ter sido esfaqueado durante a campanha eleitoral de 2018.
O texto diz que ele "foi chamado a lutar por nós" e "quase morreu por nós". "Dia 15/03 vamos mostrar a força família brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil."
Presidente 'emocionado'
O ministro da Secretaria-Geral do governo, general Luiz Eduardo Ramos, disse que "em nenhum momento o presidente sequer pensa em atacar as instituições."
Ramos disse "o presidente não fez o vídeo" e que as imagens "não atacam o Congresso".
"As cenas são emotivas, mostram o presidente levando a facada, defendem o governo. Ele ficou emocionado e compartilhou com amigos, em um grupo reservado e restrito", afirmou Ramos à Folha de S.Paulo.
Presidente não pode convocar ato contra o Congresso
A notícia do compartilhamento do vídeo pelo presidente foi recebida com inúmeras críticas.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello disse que Bolsonaro não estaria "à altura do cargo" se de fato tivesse apoiado ato contra o Congresso.
A convocação revela "a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes", disse o ministro. "Ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático", acrescentou o decano da mais alta Corte do país.
A atitude do presidente também foi criticada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por juristas e por políticos de diversos partidos, tanto na direita quanto na esquerda.
Especialistas em Direito Constitucional explicam que a separação e independência dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) é um pilares mais básicos da democracia.
"Atentar contra a independência do Legislativo e do Judiciário é expressamente proibido pela Constituição", diz Vania Aieta, da UERJ.
Os constitucionalistas afirmam que a atitude do presidente fere o Artigo 85 da Constituição, que diz que "são crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação".
"Extrapolou o limite que deveria ser intransponível, que é a segurança institucional dos Poderes constituídos", diz Aieta.
Comportamento repetido
Para os constitucionalistas ouvidos pela BBC News Brasil, ataque do presidente ao Congresso não foi ato isolado.
"Não é só esse vídeo, ele vem instigando há tempos uma tentativa de fragilização das instituições", afirma Estefânia Barbosa.
"Quando ele ataca a imprensa, como (nos ataques) contra a jornalista Patrícia Campos Mello (da Folha de S.Paulo), ou quando chama o Supremo de 'hienas', ele já incorre em crime de responsabilidade", diz Barbosa.
"É conjunto de atos típicos de presidente autoritário", avalia.
"Ele faz como um termômetro, para ver se teria um apoio popular para um golpe, ou seja, para dissolver o Congresso, para colocar uma emenda com violações à Constituição."
Os constitucionalistas afirmam que o apoio ao ato anti-Congresso já configura um atentado à independência e separação dos Poderes.
"Ele não pode depois falar que foi sem querer, que não quis dizer, que é no âmbito pessoal. Se é bravata ou não, tem um valor simbólico, é um estímulo de violência contra deputados e senadores", diz Barbosa.
A constitucionalista compara a atitude de Bolsonaro a uma tendência mundial que define como "constitucionalismo abusivo".
"É quando se usa de instrumentos legais ou constitucionais para fragilizar a ordem democrática", diz.
"Países que têm sido objeto de estudo desse tipo de atitude são a Polônia, a Turquia, a Rússia, a Venezuela e o Equador", afirma. "Bolsonaro é menos sutil do que os outros no ataque à democracia."
Atitude pode levar a impeachment?
Juridicamente, dizem os constitucionalistas, atitude do presidente pode ser considerada um crime de responsabilidade — pressuposto para abertura de um processo de impeachment.
"A Constituição é muito clara e a Lei 1079/50, que disciplina os crimes de responsabilidade, também tem previsão explícita de que atentar contra outros Poderes é crime", afirma Dias, da FGV.
No entanto, dizem, embora precise de um embasamento jurídico, um impeachment é também um processo político, e é preciso que haja disposição do Congresso e da sociedade para que ele aconteça.
O primeiro passo para um impeachment é um cidadão denunciar o presidente da República. Depois, é preciso que o presidente da Câmara, atualmente o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), aceite o pedido e dê andamento a ele.
Cobrado por parlamentares a se posicionar sobre o caso, Maia disse, em sua página no Twitter, que "criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir".
"Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir", escreveu.
O presidente da Câmara disse também que "a democracia é capaz de absorver sem violência as diferenças da sociedade e unir a Nação pelo diálogo" e que "acima de tudo e de todos está o respeito às instituições democráticas".
Para Dias, da FGV, "pode ter havido crime, mas se a Câmara decidir que não vale a pena perseguir um impeachment do presidente no momento, ele não vai acontecer".
Não são raros os casos de pedidos de impeachment feitos contra diversos presidentes — muitos sem fundamento, segundo Dias — e sumariamente negados pela Câmara.
Barbosa acredita que, por mais que juridicamente haja base para um impeachment, não é um processo que deva acontecer no momento.
"(Para um impedimento do presidente) é preciso que o próprio Congresso reaja e que haja apoio político para que o processo vá adiante. Se o Congresso fizer vistas grossas, não há ação", diz Barbosa.
"Fica todo mundo naturalizando para deixar a economia caminhar. Mas é um jogo muito perigoso", afirma.
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Não concordo com tudo que o Paulo Ghiraldeli fala. Aqui mais algumas reflexões dele:
https://www.youtube.com/watch?v=NxBW16tEWDY
https://www.youtube.com/watch?v=NxBW16tEWDY
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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BLZENI- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
^Pois é... Manchando a história do nosso instrumento. Ele devia tocar é berrante...
Até porque a gente sabe uma partitura é um monte de amontoado de coisa escrita...
Até porque a gente sabe uma partitura é um monte de amontoado de coisa escrita...
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
https://www.contrabaixobr.com/t26783-mais-um-baixista-famoso-nos-deixa-rip-hugo-chavezRico escreveu:^Pois é... Manchando a história do nosso instrumento. Ele devia tocar é berrante...
Até porque a gente sabe uma partitura é um monte de amontoado de coisa escrita...
lembra? rs
Raul S.- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Ai que pena que este tópico enaltecendo o grande homem, estadista e comunista Hugo Chaves foi fechado.
Adorei ler.
Adorei ler.
Binão- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Esse queimará eternamente nas chamas do infernoBinão escreveu:Ai que pena que este tópico enaltecendo o grande homem, estadista e comunista Hugo Chaves foi fechado.
Adorei ler.
BLZENI- Membro
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Raul S. escreveu:https://www.contrabaixobr.com/t26783-mais-um-baixista-famoso-nos-deixa-rip-hugo-chavezRico escreveu:^Pois é... Manchando a história do nosso instrumento. Ele devia tocar é berrante...
Até porque a gente sabe uma partitura é um monte de amontoado de coisa escrita...
lembra? rs
Então.. o mundo da voltas, rsrsrs...
Rico- Eterno Colaborador
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Beatriz Adrián
Imagem: Arquivo pessoal
Bolsonaro parece Chávez no início, diz repórter que foi detida em Caracas
Bruno Aragaki
Do UOL, em São Paulo, 05/10/2019 04h01
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/10/05/bolsonaro-parece-chavez-no-inicio-diz-reporter-que-foi-detida-em-caracas.htm
"Parte da grande imprensa é inimiga"; "tem jornal que vai fechar": as frases são de Jair Bolsonaro (PSL), mas ao ouvi-las, a jornalista venezuelana Beatriz Adrián se lembra de casa.
"Parece Chávez no começo do governo. Ele insultava a imprensa, ria dos jornais e criticava repórteres publicamente", disse ao UOL, em São Paulo, ontem.
Ela mesma, que fez carreira na TV Globovisión e atualmente é correspondente em Caracas da TV e Rádio Caracol, da Colômbia, afirma ter sido alvo da ira dos regimes de Chávez e Maduro por conta da profissão.
"Em janeiro, achei que ia morrer apanhando de guardas do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin)", relata.
Ela afirma que se preparava para cobrir a prisão de Juan Guaidó, antes de ele ter se declarado presidente interino da Venezuela, quando foi levada por guardas bolivarianos.
A voz firme e impostada de Beatriz, treinada há anos no rádio e na TV, treme ao recontar as horas que passou em um porão, sem comunicação com a família ou advogados.
"Me arrastaram pelos cabelos, me obrigaram a dar a senha do meu celular e me trancaram com outra jornalista. Consegui avisar à rádio quando estava sendo presa, e o áudio foi ao ar ao vivo. Se não fosse isso, não sei o que teria acontecido comigo", afirma.
No Brasil para participar hoje e amanhã do Festival Piauí de Jornalismo, cujo tema neste ano é "Quando a imprensa se torna o adversário", Beatriz evita se aprofundar nas comparações com a situação política daqui, mas acredita que seu relato pode ser útil para a reflexão.
"Quem atira pedras na imprensa ou aplaude os ataques hoje pode se arrepender amanhã", afirma.
Leia trechos da entrevista:
UOL - Como foi sua prisão?
Beatriz - Estava com uma colega da CNN em outra pauta e ouvimos rumores de que Guaidó tinha sido preso. Fomos correndo para a frente do Sebin, para onde imaginamos que ele seria levado, estacionamos e ligamos para nossos chefes. Estávamos pedindo que mandassem câmeras, furgão para transmissão ao vivo, era um grande momento. Vimos uns homens de uniforme atravessando a rua e até imaginei que estivessem escoltando o Guaidó. Mas vieram em nossa direção, nos obrigaram a sair do carro e perguntaram o que estávamos fazendo ali. Falei que éramos jornalistas, daí tudo começou...
O que disseram?
Nos obrigaram a dar os telefones e a acompanhá-los. Estava no telefone com a [rádio] Caracol e falei que estávamos sendo presas. Um guarda falou que eu ia ter que desligar o telefone por bem ou por mal e me derrubou, me arrastou pelos cabelos e me levou para um porão. Não me explicou por que eu estava sendo presa, até quando. Achei que eu ia morrer apanhando. Meses antes, o vereador Fernando Albán, de oposição, foi encontrado morto no Sebin, e o governo diz que foi suicídio. E eu estava ali, naquele prédio, sem saber por quê, sem telefone. Pensava nos meus filhos e chorava. A minha colega chegou à mesma sala alguns minutos depois, e estávamos as duas sem saber o que ia acontecer. Uma guarda, feminina, entrou na sala e nos revistou. Perguntei se o Guaidó estava ali também. Ela fez com a cabeça que não e falou: "quando vocês saírem, vão saber". Daí entendi que iriam nos liberar.
Ficaram quanto tempo presas?
Algumas horas, na verdade. Nos chamaram em uma sala, e todas nossas coisas, bolsas, pertences estavam espalhados sobre uma mesa. Falaram para guardar tudo e sair. Como consegui avisar à rádio quando estava sendo presa, e o áudio foi ao ar ao vivo, virou um escândalo. Se não fosse isso, não sei o que teria acontecido comigo e com minha amiga. Saímos correndo, tremendo, nem sei como conseguir dirigir. Encontrei meu marido, minha família, desabei a chorar e vi que o pior ainda estava por vir.
Te processaram?
Não. Mas mentiram. O ministro Jorge Rodríguez convocou uma coletiva de imprensa e deu sua versão. Falou que o Guaidó tinha armado uma "autoprisão" e que eu e minha colega, que trabalhamos para a CNN e para uma rádio colombiana, que são para a Venezuela a encarnação do mal, estávamos armando um golpe. Afinal, que coincidência, como justo uma "colombiana" e uma americana estavam ali no local onde o Guaidó seria preso? No dia seguinte, o governo deu a mesma versão, dessa vez com nossos nomes e sobrenomes. Num país como a Venezuela, aquilo era quase uma ordem para que nos atacassem. Fiquei com medo de ficar lá. Há grupos armados, financiados pelo governo, que intimidam e agridem jornalistas. Minha amiga foi para a Argentina, eu consegui apoio de uma associação de direitos humanos na Holanda e fiquei três meses lá.
Como a opinião pública reagiu? Há gente que apoie o governo e acredite que a imprensa é inimiga?
Olha, na época do Chávez até havia. Eu chegava a um bairro pobre ou a uma manifestação chavista com o microfone da Globovisión, que o Chávez dizia que era imperialista, traidora da pátria, mercenária... e as pessoas gritavam essas mesmas palavras, nos expulsavam. Precisávamos sair correndo para não sermos linchados. Mas agora mudou. Agora essas pessoas sabem que só restam os jornalistas para ouvir seus apelos. E o agora governo retalia até quem dá entrevista. Fiz uma reportagem com uma mãe de três filhos que me contou que o salário só dava para comprar um quilo de arroz. Um quilo! Uma coisa horrorosa, as crianças desnutridas. Depois que a reportagem foi ao ar, funcionários do governo foram à casa dela e falaram que a cesta básica que ela recebia seria cortada e que ela teria então mais razões para denunciar. Imagine como eu me senti... culpada, claro.
Falando em culpa, Chávez dizia que a imprensa publicava mentiras para atrapalhar o governo. O que você acha da tese de que a mídia às vezes joga contra o país?
Olha, o papel da imprensa é criticar, apontar os erros. Se a Venezuela está como está, a culpa não é da imprensa. Eles que falharam como governantes. Querer colocar a culpa na imprensa é uma estratégia bem pensada para criar um inimigo. E as pessoas, num primeiro momento, até vezes acreditam.
E como explicar para os leitores que o papel da imprensa é esse? Lula reclamava da mídia, agora Bolsonaro intensificou as críticas...
Não conheço com profundidade a situação atual do Brasil. Mas sei que Bolsonaro também ironiza alguns repórteres, reclama da Folha. Repercute no mundo todo e me lembra Chávez no início. Ele insultava a imprensa, ria dos jornais e criticava repórteres publicamente. E foi, pouco a pouco, sufocando os jornais críticos. Imagine: hoje Bolsonaro fala que a Folha mente, amanhã começa a impor multas ao jornal, espanta os anunciantes, o jornal ou fecha, ou precisa ser vendido. Foi isso que aconteceu na Venezuela. Ou fecharam, ou foram comprados por gente ligada ao governo. E tudo o que acontece lá agora só é publicado por jornais, rádios, TVs estrangeiras. E isso não é bom para ninguém.
Talvez para o governo?
Nem para o governo. Se eu tivesse que dar um conselho para qualquer governo, até para Bolsonaro, seria: prove que a imprensa está errada. Mostre que sua imagem no exterior está deturpada. Convide os jornalistas para verem o que você está fazendo. Aguente as críticas e responda-as com dignidade, pois é isso que se espera de seu mandato. Uma imprensa livre é a prova de que um país é democrático e vai ser útil inclusive para defender o seu governo se um dia você precisar.
Você trabalha com medo?
Desde que voltei da Holanda, não publico quase nada nas redes sociais. Me obriguei a ser mais discreta, e muitos colegas agora vivem assim. Semanalmente, o governo tem uma emissão na TV que dura horas. E em algumas dessas transmissões, eles dedicam parte do tempo a ler recortes de jornais e falar: "Beatriz, ou Bruno, do jornal tal. Fique de olho, vai ter 'tum tum'". Isso quer dizer que alguém vai bater na sua porta para te cobrar explicações por algo que você publicou. Então toda a imprensa assiste com medo a esses programas esperando para ver se o nome vai ser lido em cadeia nacional. É uma covardia: o governo tem o exército, tem dinheiro, tudo a sua disposição para intimidar. E nós só temos a caneta, o microfone.
Você já pensou em mudar de profissão ou mudar de país?
Todos os dias. Meu marido é jornalista também. E o pai dele também era. E está velhinho e tem minha avó também, que depende de mim. Não é tão fácil. Milhares de jovens venezuelanos deixaram o país e agora temos um contingente de idosos abandonados. E os jornais locais não mostram isso. Deixei a Globovisión quando ela foi comprada e pararam de cobrir manifestações contrárias ao governo. Fui trabalhar com o terceiro setor, com empreendedorismo social, em algo que pudesse ajudar meus filhos. Mas recebi essa proposta da Caracol, da Colômbia, e vou te confessar: quando me ligaram, eu chorei. Chorei porque pensei que estava cansada, que não queria mais ter que fazer isso, mas que era uma oportunidade que eu não podia deixar passar. E aqui estou eu...
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Editorial O Globo, 26/02/2020 - 20:58 / Atualizado em 27/02/2020 - 10:15 (grifo meu)
Bolsonaro atenta contra a Constituição
Cabe ao Congresso, à Justiça, ao conjunto de poderes republicanos impedir o avanço do Executivo
O GLOBO
Editorial, 26/02/2020 - 20:58 / Atualizado em 27/02/2020 - 10:15
https://oglobo.globo.com/opiniao/bolsonaro-atenta-contra-constituicao-1-24273636
Jair Bolsonaro tem biografia conhecida, construída em 28 anos de mandatos exercidos como representante corporativo de militares e policiais, com um perfil de extrema direita. Foi beneficiado em 2018 por uma conjunção feliz para ele, em que a debacle da esquerda, desestabilizada pelo desastre ético lulopetista e pela teimosia do ex-presidente Lula em continuar dono do PT, somada à falta de nomes para ocupar espaços no centro, permitiu a sua eleição, com a ajuda de muitos que usaram o voto para punir o PT.
À medida que o ex-capitão foi revelando toda a face de extremista, e não apenas na política, boa parte destes eleitores se afastou. Bolsonaro tornou-se, então, um presidente de baixa popularidade, sustentado por milícias digitais e claques de porta de Palácio. E passou cada vez mais a dirigir-se a estes bolsões, o que o foi afastando da maior parcela da sociedade.
Se não era um político desconhecido, Bolsonaro vem demonstrando uma faceta temerária menos previsível: de esticar a corda em seu comportamento de extremista, sem qualquer preocupação com a importância e o decoro do cargo de presidente da República, agindo como chefe de facção radical, de bando, ultrapassando todos os limites do convívio democrático. Desconsidera a divisão de poderes feita pela Constituição, ameaça o Congresso, o Judiciário e, logo, sua Corte Suprema.
A adesão pelo presidente, por meio de vídeo, na terça-feira, a uma convocação bolsonarista para atos de rua em 15 de março, contra o Congresso e o STF, representou mais uma elevação de tom de Bolsonaro na sua escalada de mau comportamento e de desrespeito.
Ainda no último dia de carnaval, começaram as devidas repercussões negativas. Destaca-se a nota enviada à “Folha de S.Paulo” pelo decano do Supremo, ministro Celso de Mello, que mais uma vez se manifesta diante de um desvario bolsonariano: a atitude de Bolsonaro, se confirmada, revela a “face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!!!”.
O ministro conclui a nota com o alerta de que o presidente da República “embora possa muito, não pode tudo”, e se “transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das leis da República” pode ser denunciado por crime de responsabilidade. Punido, portanto, com impeachment, como já aprendeu o país.
Bolsonaro, quarta pela manhã, ensaiou suavizar sua inconcebível aprovação de manifestações contra a República, alegando ter compartilhado entre “amigos” o seu apoio e que quaisquer outras interpretações do que fizera são “tentativas rasteiras de tumultuar a República”.
Mas essas supostas “tentativas rasteiras” tinham razão de ser. Afinal, o presidente compartilhou o vídeo por meio de sua conta particular do WhatsApp, em que aparece o brasão da República. De mais a mais, trata-se de uma tentativa frágil de afastar responsabilidades. O presidente da República sempre falará nesta condição.
Mesmo que a atenuação feita por Bolsonaro possa reduzir tensões — é melhor que assim seja —, elas não devem se dissipar completamente. O fato de a convocação das manifestações, compartilhada pelo presidente, citar Bolsonaro e também o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, general da reserva, indica alguma articulação no Planalto em favor dos atos.
Há, ainda, uma óbvia relação entre as agressões verbais feitas por Heleno ao Congresso, gravadas acidentalmente, e a convocação das manifestações. O próprio Heleno, em reunião privada no Planalto, pediu a Bolsonaro que convocasse o povo às ruas, para mostrar ao Congresso quem manda — ficou implícito. É o oposto do que estabelece a democracia representativa que Bolsonaro jurou respeitar. A persistir nesta rota, o presidente trairá o juramento de posse.
Os arroubos de Augusto Heleno, tudo indica que compartilhados com Bolsonaro, ocorrem em meio a uma negociação com o Congresso sobre vetos do presidente à Lei de Diretrizes Orçamentárias, envolvendo emendas parlamentares. Os vetos poderão ser derrubados ou não a depender dos entendimentos. Nada que não possa ser negociado politicamente.
Jair Bolsonaro, com as frações radicais que o cercam, parece ter decidido entrar em rota de colisão com as instituições, cujo resultado pode ser uma crise institucional que não interessa a ninguém, inclusive a ele, chefe do Executivo, um dos que dependem da estabilidade. Bolsonaro deveria desejar que a economia e o país de fato se recuperem e o permitam tentar com êxito a reeleição em 2022. A não ser que faça uma aposta arriscada, irresponsável e criminosa no caos.
Neste surto de radicalização, Bolsonaro e família sinalizaram solidariedade a policiais militares amotinados no Ceará, outro atentado ao estado de direito. O presidente tem citado a Venezuela chavista como o mau exemplo no continente. Pois a está seguindo, ao aplicar o manual do caudilho Hugo Chávez, que destroçou a democracia no país criando crises institucionais, para avançar com seu modelo nacional-populista autoritário. Destruiu a própria Venezuela. A não ser que Bolsonaro e grupo delirem ao vislumbrar um atalho para atropelar o Congresso e o Judiciário, por acharem que este é o melhor caminho para a execução do seu projeto. Não é, e para nenhum projeto.
Trata-se da fórmula de mais uma tragédia nacional, em um país que já padeceu duas longas ditaduras na República e aprovou o impeachment de três presidentes — sabe como fazer e conhece o alto custo da empreitada decorrente da paralisação do país.
O atrevimento do presidente e de seu grupo começou na quarta-feira a ter mais uma vez uma resposta à altura no Congresso, no Judiciário, na sociedade. Algum tempo atrás, o mesmo Celso de Mello já advertira o presidente por haver postado um vídeo inconcebível em que uma hiena simboliza o Supremo.
O direito à livre manifestação é garantido pela Constituição. Se apoiadores de Bolsonaro querem transmitir alguma mensagem política, a Carta está do seu lado. Mas ninguém pode, de dentro ou de fora do Planalto, querer impor a vontade própria na marra.
Cabe ao Congresso, à Justiça, ao conjunto de poderes republicanos impedir o avanço do Executivo
O GLOBO
Editorial, 26/02/2020 - 20:58 / Atualizado em 27/02/2020 - 10:15
https://oglobo.globo.com/opiniao/bolsonaro-atenta-contra-constituicao-1-24273636
Jair Bolsonaro tem biografia conhecida, construída em 28 anos de mandatos exercidos como representante corporativo de militares e policiais, com um perfil de extrema direita. Foi beneficiado em 2018 por uma conjunção feliz para ele, em que a debacle da esquerda, desestabilizada pelo desastre ético lulopetista e pela teimosia do ex-presidente Lula em continuar dono do PT, somada à falta de nomes para ocupar espaços no centro, permitiu a sua eleição, com a ajuda de muitos que usaram o voto para punir o PT.
À medida que o ex-capitão foi revelando toda a face de extremista, e não apenas na política, boa parte destes eleitores se afastou. Bolsonaro tornou-se, então, um presidente de baixa popularidade, sustentado por milícias digitais e claques de porta de Palácio. E passou cada vez mais a dirigir-se a estes bolsões, o que o foi afastando da maior parcela da sociedade.
Se não era um político desconhecido, Bolsonaro vem demonstrando uma faceta temerária menos previsível: de esticar a corda em seu comportamento de extremista, sem qualquer preocupação com a importância e o decoro do cargo de presidente da República, agindo como chefe de facção radical, de bando, ultrapassando todos os limites do convívio democrático. Desconsidera a divisão de poderes feita pela Constituição, ameaça o Congresso, o Judiciário e, logo, sua Corte Suprema.
A adesão pelo presidente, por meio de vídeo, na terça-feira, a uma convocação bolsonarista para atos de rua em 15 de março, contra o Congresso e o STF, representou mais uma elevação de tom de Bolsonaro na sua escalada de mau comportamento e de desrespeito.
Ainda no último dia de carnaval, começaram as devidas repercussões negativas. Destaca-se a nota enviada à “Folha de S.Paulo” pelo decano do Supremo, ministro Celso de Mello, que mais uma vez se manifesta diante de um desvario bolsonariano: a atitude de Bolsonaro, se confirmada, revela a “face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!!!!”.
O ministro conclui a nota com o alerta de que o presidente da República “embora possa muito, não pode tudo”, e se “transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das leis da República” pode ser denunciado por crime de responsabilidade. Punido, portanto, com impeachment, como já aprendeu o país.
Bolsonaro, quarta pela manhã, ensaiou suavizar sua inconcebível aprovação de manifestações contra a República, alegando ter compartilhado entre “amigos” o seu apoio e que quaisquer outras interpretações do que fizera são “tentativas rasteiras de tumultuar a República”.
Mas essas supostas “tentativas rasteiras” tinham razão de ser. Afinal, o presidente compartilhou o vídeo por meio de sua conta particular do WhatsApp, em que aparece o brasão da República. De mais a mais, trata-se de uma tentativa frágil de afastar responsabilidades. O presidente da República sempre falará nesta condição.
Mesmo que a atenuação feita por Bolsonaro possa reduzir tensões — é melhor que assim seja —, elas não devem se dissipar completamente. O fato de a convocação das manifestações, compartilhada pelo presidente, citar Bolsonaro e também o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, general da reserva, indica alguma articulação no Planalto em favor dos atos.
Há, ainda, uma óbvia relação entre as agressões verbais feitas por Heleno ao Congresso, gravadas acidentalmente, e a convocação das manifestações. O próprio Heleno, em reunião privada no Planalto, pediu a Bolsonaro que convocasse o povo às ruas, para mostrar ao Congresso quem manda — ficou implícito. É o oposto do que estabelece a democracia representativa que Bolsonaro jurou respeitar. A persistir nesta rota, o presidente trairá o juramento de posse.
Os arroubos de Augusto Heleno, tudo indica que compartilhados com Bolsonaro, ocorrem em meio a uma negociação com o Congresso sobre vetos do presidente à Lei de Diretrizes Orçamentárias, envolvendo emendas parlamentares. Os vetos poderão ser derrubados ou não a depender dos entendimentos. Nada que não possa ser negociado politicamente.
Jair Bolsonaro, com as frações radicais que o cercam, parece ter decidido entrar em rota de colisão com as instituições, cujo resultado pode ser uma crise institucional que não interessa a ninguém, inclusive a ele, chefe do Executivo, um dos que dependem da estabilidade. Bolsonaro deveria desejar que a economia e o país de fato se recuperem e o permitam tentar com êxito a reeleição em 2022. A não ser que faça uma aposta arriscada, irresponsável e criminosa no caos.
Neste surto de radicalização, Bolsonaro e família sinalizaram solidariedade a policiais militares amotinados no Ceará, outro atentado ao estado de direito. O presidente tem citado a Venezuela chavista como o mau exemplo no continente. Pois a está seguindo, ao aplicar o manual do caudilho Hugo Chávez, que destroçou a democracia no país criando crises institucionais, para avançar com seu modelo nacional-populista autoritário. Destruiu a própria Venezuela. A não ser que Bolsonaro e grupo delirem ao vislumbrar um atalho para atropelar o Congresso e o Judiciário, por acharem que este é o melhor caminho para a execução do seu projeto. Não é, e para nenhum projeto.
Trata-se da fórmula de mais uma tragédia nacional, em um país que já padeceu duas longas ditaduras na República e aprovou o impeachment de três presidentes — sabe como fazer e conhece o alto custo da empreitada decorrente da paralisação do país.
O atrevimento do presidente e de seu grupo começou na quarta-feira a ter mais uma vez uma resposta à altura no Congresso, no Judiciário, na sociedade. Algum tempo atrás, o mesmo Celso de Mello já advertira o presidente por haver postado um vídeo inconcebível em que uma hiena simboliza o Supremo.
O direito à livre manifestação é garantido pela Constituição. Se apoiadores de Bolsonaro querem transmitir alguma mensagem política, a Carta está do seu lado. Mas ninguém pode, de dentro ou de fora do Planalto, querer impor a vontade própria na marra.
JAZZigo- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Só para relembrar e para observar que ninguém "enalteceu" o cara não...Binão escreveu:Ai que pena que este tópico enaltecendo o grande homem, estadista e comunista Hugo Chaves foi fechado.
Adorei ler.
Querendo ou não, esse tópico é político, posto que Hugo Chávez era um político.
Alguns aqui, adeptos da "direita" vão "demonizar" o cara, e outros, de "esquerda" ou anti-imperialistas, vão lamentar sua morte. Normal... O nome disso é democracia, e, dentro de um certo respeito, deve ser até mesmo estimulado.
Eu, por meu lado, como historiador e cientista-social, tento ver o "chavismo" como mais uma expressão do amplo espectro do que chamamos de "populismo" na América Latina; e esse tipo de fenômeno político-social tem origem no longo histórico de colonialismo, exclusão social e exclusivismo político das elites senhoriais latino-americanas (associada intimamente às elites burguesas das nações imperialistas) que tanto oprimem os povos do nosso continente e o fazem "chafurdar" no sub-desenvolvimento. Concordo com Chávez e com seu "bolivarianismo"? Não (até porque isso é um problema dos venezuelanos, e me parece que a maioria do povo de lá o apoiava). Acho esse tipo de "fenômeno político" a solução para os problemas sociais e econômicos da América Latina? Também não.
Mauricio Luiz Bertola- FCBR-CT
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Não há dois terços do Congresso para impichar Bolsonaro, mas há o que fazer
É tempo de acumulação de forças no terreno democrático para conter a fascistização do governo e da política
Reinaldo Azevedo
Folha de S. Paulo, 27.fev.2020 às 17h53
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/reinaldoazevedo/2020/02/nao-ha-dois-tercos-do-congresso-para-impichar-bolsonaro-mas-ha-o-que-fazer.shtml
O presidente Jair Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade na sua mais recente investida contra o Congresso e o Supremo? Segundo a Lei 1.079, que também pune as tentativas, nada menos de nove. Antes de concluir o terceiro mês de mandato, já havia outros quatro no currículo. Impeachment nele?
Não agora. Inexiste o mínimo de 342 deputados para levá-lo a julgamento no Senado. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, mandaria a petição para o lixo. Nem precisaria discordar de seus termos para fazê-lo. Seria um erro político, tendente a fortalecer o fanfarrão truculento, admitir uma denúncia que morreria já na Comissão Especial.
É tempo de acumulação de forças no terreno democrático para conter a fascistização do governo e da política. Às armas, cidadãos! Comece-se por convocar o general Augusto Heleno. O seu “dofa-se” — perdão pelo decoro, ministro — para o Congresso quer dizer o quê? Incitar as ruas contra os Poderes Constituídos atende a que propósito? Um Parlamento que não o obrigue a sentar na cadeira das explicações está condenado.
Mais: as lideranças da Câmara e do Senado comprometidas com a institucionalidade têm de ficar atentas ao comportamento de figuras exóticas que hoje integram as suas fileiras. Aqueles que, em nome da liberdade e da imunidade, marcharem contra as próprias Casas que os obrigam têm de ser denunciados ao Conselho de Ética por quebra do decoro e cassados.
Já escrevi centenas de vezes, desde quando o PT no poder parecia mais eterno do que o bacalhau que pesa sobre os ombros do rapaz do rótulo da Emulsão Scott: o regime em que tudo pode é a tirania — ao menos para o tirano e seus amigos. A democracia conta com leis, normas, códigos de conduta. Os que se organizam para fraudar as regras têm de ser expulsos do jogo.
Acumulação de forças em defesa da ordem democrática! É preciso começar a desmontar desde já a delicada equação que nos trouxe até aqui. Não será fácil.
Cinquenta e quatro depois do golpe de 1964, os fardados resolveram se meter outra vez aventura cívico-militar para “salvar o Brasil”. Deu errado antes; dá errado agora. Lugar de fardado é no quartel ou no campo de batalha. Quando na ativa, só para lembrar, Bolsonaro queria explodir algumas bombas nos primeiros. Só entrou em guerra contra a lógica, o bom senso e a língua portuguesa.
Antes por meio do golpe, agora das eleições, o mau propósito dos fardados é o mesmo: colonizar o Estado na certeza de que civis são seres naturalmente degenerados, que se entregam a apetites vários que não o amor à pátria.
O desengano, talvez má-fé, pode ser assim sintetizado: ainda na transição para a democracia, Bolsonaro foi posto para fora do Exército porque revelara tentações terroristas. Na democracia, os quatro-estrelas resolveram submeter-se ao comando político do ex-filoterrorista que, como se vê, não aprendeu nada nem esqueceu algumas porcarias que julgava saber.
Pós-ditadura, os militares haviam recuperado a sua reputação e competência específica, inclusive com o dinheiro vasto que lhes garantiu o hoje demonizado Luiz Inácio Lula da Silva. Têm de começar desde já a organizar a saída, antes que afundem junto com os delírios de um lunático.
Mais uma tarefa para os articuladores do Congresso: além convocar os boquirrotos do Executivo e cassar os sabotadores “enratizados” em suas próprias fileiras, é preciso dialogar com a cúpula das Forças Armadas para dar início à descolonização do Estado.
Encerro a coluna comentando a performance de Sergio Moro, o verdadeiro líder da extrema-direita brasileira, a desfilar sobre um tanque em Brasília. O Mussolini de Maringá o fazia um dia depois de seu chefe (por enquanto...) endossar a convocação para um ato que prega que militares emparedem o Congresso e o Supremo.
Como observador da cena, fico satisfeito por jamais ter caído na lábia do tabaréu assoberbado em demiurgo. Como indivíduo, lamento. Até na imprensa há quem sinta, vendo aquela cena, certo desconforto nos joelhos. São calos decorrentes do vício da genuflexão.
Às armas, cidadãos! As da inteligência.
Reinaldo Azevedo
Jornalista, autor de “O País dos Petralhas”.
Última edição por JAZZigo em Sex Fev 28, 2020 6:33 pm, editado 1 vez(es)
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Re: Já Somos um País Fascista - por Dodô Azevedo (Parte IV)
Vim compartilhar que estou com medo de que essa passeata marcada contra o congresso e STF, será o último passo que falta para um golpe militar concreto. Se tiverem exito, alguns boçais pra se aglomerar servirá de base para dizer que esse é o desejo do povo. Por mais que Lixonaro diga que a grande mídia o ataca, a meu ver isso é um jogo de comadres, pois nenhum canal se propõe a realmente ataca-lo, como fizeram com Dilma e Lula. Somente os humoristas são usados para tal. Fora que ele que conseguiu a maioria do congresso quando eleito, já conseguiu perder a mesma base. uma sensação de que tudo foi tudo muito bem arquitetado e vai dar zebra geral para a democracia e liberdade em nosso país.
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